Tia Mila

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Sao Joao Do Sul , SC, Brazil
A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.

6 de fev. de 2012

Transformando Seus Sonhos em Projetos




A maioria das pessoas acreditam que há um longo caminho entre o sonho e a realidade. E Estão corretas. A questão principal é: o que fazer para realizar cada sonho?

Se você faz parte desse grupo e deixou um velho sonho para trás ou está procurando algo novo dentro de você, esta palestra lhe dará um plano de ação que poderá ser usado agora mesmo e, com ele você será capaz de identificar e alcançar o seu sonho.

Com algumas perguntas simples, porém poderosas, esta palestra guiará você até a realização do seu plano, do seu sonho, da sua meta.

Além das perguntas, você será encorajado a encontrar as melhores respostas, oferecendo dicas para que você possa fazer boas escolhas e maximizar seu tempo, tornando real tudo aquilo que você tem em mente.

Com as perguntas corretas para fazer a si mesmo e respostas consistentes, você terá grandes chances de realizar seu sonho.

Você tem um sonho?

Esse sonho é realmente seu?

Seu sonho resiste a realidade?


Essas são algumas perguntas que são feitas de forma direta e desafiadora. O objetivo é mostrar que seu sonho, seja ele qual for pode ser realizado se passar por um filtro de quatro fases.

Mostro também como tornar seu sonho tangível, realizável e como transformá-lo em um projeto com início, meio e resultado.

Publicado em: Coaching,Palestras e Treinamentos

O Brincar na perspectiva Psicossocial!!

O brincar é um direito de toda criança, seja ela pobre ou rica, negra ou branca, não importando a condição social ou a etnia. O Brincar faz parte da natureza não só do homem, mas também dos animais, sem requerer tempo determinado para começar e ter fim. Sendo assim, a infância não é a única privilegiada das benesses que este fenômeno promove.

O brincar na perspectiva psicossocial tem auxiliado as crianças em seu processo de desenvolvimento integral. Para tanto, precisa-se primeiramente reconhecer o papel do brinquedo na ação do brincar no enfoque psicossocial e também, compreender a ação pedagógica do professor sobre o brincar dentro desta perspectiva.

Esta é uma abordagem a partir dos estudos das teorias da psicologia cultural, da psicanálise, da teoria sócio-interacionista, cognitivista, e, da perspectiva psicossocial sobre o brincar. Alguns estudos revelaram que durante muito tempo na educação, o brincar foi visto como o simples ato de manipular um brinquedo ou um objeto próprio para brincar que proporcionasse prazer e diversão. Porém o brincar possui grande relevância no processo de desenvolvimento integral, pois estimula à curiosidade, a auto-estima, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e atenção.

Pode-se constatar ainda que o brincar, o jogo ou a brincadeira no olhar psicossocial, é um fenômeno que parte tanto do indivíduo e suas representações internas, quanto a sua socialização com o ambiente e, principalmente do seu contato com os adultos e outras crianças. Pois a abordagem psicossocial analisa o brincar considerando os fatores internos e externos que constituem esse fenômeno.

Compreendendo o brincar sob a ótica dos teóricos psicossociais e, entendendo que o brinquedo é a materialização do brincar, pode-se concluir que o brinquedo traz em si a tradução na cultura material, onde a indústria da cultura lúdica, desempenha um papel de reforço dos estereótipos e das tendências capitalistas por meio do brinquedo. No entanto, apóia-se a idéia de que todo brinquedo é a realização na brincadeira das pendências que não podem ser imediatamente satisfeitas. E que todos os brinquedos têm regras, já que qualquer forma imaginária de brinquedo contém regras de comportamento. Pode-se assim, afirmar que o imaginário do faz-de-conta está presente em qualquer objeto material e imaterial utilizado pela criança.

È também no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Já que nele, a ação está subordinada ao significado, fornecendo ampla estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência. Dessa forma, a criança desenvolve-se, essencialmente, através da atividade do brincar que por sua vez é uma atividade com propósito que define e determina a atitude afetiva da criança no brinquedo.

Nos dias de hoje, o brinquedo assume lugar de destaque nos modos como a criança brinca. Já que, o brincar materializado nas brincadeiras e nos jogos tem no brinquedo o suporte de ação. É, portanto, na brincadeira que se define a função do brinquedo. No entanto, a imagem realmente proposta pelo brinquedo deve ser sempre pensada em relação às manipulações, as produções imaginárias que ele permite desenvolver. Isto porque se o brinquedo for observado somente como instrumento de manipulação social, perderá o seu verdadeiro valor lúdico e imaginativo.

Finalmente, pode-se afirmar que o brinquedo, só pode perdurar se também estiver integrada a uma atividade cujo sentido esteja ligado a cultura partilhada por aqueles que brincam. Então a modernidade no brinquedo é a integração cada vez mais forte entre o suporte material e a atividade da criança que lhe dá um sentido no uso. Neste contexto, está inserido o professor, como mediador e promovedor do espaço do brincar na sala de aula, seja ele livre ou orientado, estando atento a esta cultura lúdica que coloca a criança como co-autora e consumidora numa proposta capitalista e comercial de sociedade.

Muitos são os pesquisadores que defendem o lúdico na formação dos professores a partir das experiências no cotidiano. Sugerindo a necessidade dos professores inserirem o brincar em um projeto, que defenda um ambiente contextualizado, mas, que tenha objetivo e consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem infantil. Portanto, ao se trabalhar com a formação de professores, deve-se valorizar também as suas histórias de vida para refletir sobre os saberes desses profissionais sobre o lúdico.

Isto porque entende-se que um professor consciente de seu papel na sala de aula, bem instrumentalizado, guiado por teorias, e formação continuada, que vivencie o brincar no seu cotidiano escolar juntamente com seus alunos, será sempre um professor capaz de promover a educação de qualidade em qualquer que seja a modalidade de ensino. Favorecendo a construção social, integral e saudável do indivíduo.

Toda esta discussão teórica a cerca do brincar, do brinquedo e da formação lúdica do docente, remete-se a um momento pessoal de formação no curso de Pedagogia, quando em oficinas do Curso de Brinquedista, pode-se vivenciar o brincar das diversas formas. Manipulando brinquedos industrializados ou confeccionando brinquedos de sucata, bonecas de pano, carrinhos de caixa de fósforos, argila e tintas caseiras. Integrando teoria e prática, já que este curso dava pequenas receitas de construção de brinquedos e de sua utilização consciente de forma livre e ou direcionada. Aqui os professores experimentaram, brincaram e vivenciaram a criatividade que o brincar proporciona.

Este curso, foi destinado principalmente para promoção da vivência do professor com a ação lúdica, acompanhando uma proposta sugerida por Wajscop (2001) e Kishimoto (2005) de que a formação lúdica deve proporcionar ao futuro educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloqueando assim suas resistências, ao passo que adquiram uma visão clara sobre a importância do brincar para a vida da criança, do jovem e do adulto.

Este momento foi crucial, pois já não mais só a teoria acadêmica bastava. Agora, sentir e viver a educação de forma mais íntima e próxima da natureza humana (re) significava a escolha daquele grupo de professores para o curso de Pedagogia. Nesta perspectiva, pode-se afirmar que todo e qualquer professor em qualquer que seja a modalidade de ensino, necessita vivenciar o brincar com toda sua inteireza, sendo capaz de refleti-lo criticamente em meio às relações sociais em que seus alunos e, até ele mesmo esteja inserido, para assim contribuir com o processo de conscientização e autonomia dos sujeitos.

Portanto, pode-se afirmar que esta temática é muito interessante e não pode ser esgotada em um único trabalho de pesquisa, mas precisa ainda ser abordado sob diversos olhares, já que o brincar propicia esta amplitude de conhecimentos em diversas áreas da ciência. Considera-se assim que o brincar deve ser principalmente e primeiramente uma escolha livre da criança, onde os pais e os professores possam agir como mediadores favorecendo o espaço e os elementos necessários para que o faz-de-conta aconteça, potencializando toda a construção interna e externa das crianças enquanto brincam. Pois o brincar é um espaço de crescimento, criatividade, aprendizagem, afetividade e não pode mais ser reduzido ao entendimento de um espaço de lazer de forma pejorativa e insignificante.
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Vou-me Embora pra Pasárgada - Manoel Bandeira
Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei.

Vou-me embora pra Pasárgada, vou-me embora pra Pasárgada. Aqui eu não sou feliz. Lá a existência é uma aventura de tal modo inconseqüente, que Joana a Louca de Espanha, rainha e falsa demente vem a ser contraparente da nora que nunca tive.

E como farei ginástica andarei de bicicleta, montarei em burro brabo, subirei no pau-de-sebo, tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado deito na beira do rio, mando chamar a mãe-d'água pra me contar as histórias que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar. Vou-me embora pra Pasárgada.

Em Pasárgada tem tudo. É outra civilização! Tem um processo seguro de impedir a concepção, tem telefone automático, tem alcalóide à vontade, tem prostitutas bonitas para a gente namorar.

E quando eu estiver mais triste, mas triste de não ter jeito. Quando de noite me der vontade de me matar— Lá sou amigo do rei —Terei a mulher que eu quero na cama que escolherei. Vou-me embora pra Pasárgada.


Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
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terça-feira, 1 de setembro de 2009
Aprofundando a leitura.
Os antigos e a memória!



Os antigos gregos consideravam a memória uma identidade sobrenatural ou divina: era a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que protegema as artes e a História. Para os gregos, era a deusa Memória que dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de lembrá-lo para a coletividade.

Os historiadores antigos, de acordo com Chaui (1997, p. 126) colocavam suas obras sob a proteção das Musas, escreviam para que não fossem perdidos os feitos memoráveis e para que servissem de exemplo às novas gerações. Neste sentido, Chaui (1997) afirma que a memória é inseparável do sentimento do tempo ou da percepção/experiência do tempo como algo que escoa e passa. Pois a seu ver, a importancia da memória aparecia formtemente também na arte médica. Pois o médico antigo praticava com o paciente a anamnese, por meio de perguntas, fazendo com que o paciente lembra-se de todas as circunstâncias que antecederam o momento em que ficara doente.

Bom, mas o que tem haver memória e educação? Tudo! Isso lhes garanto...A memória desde os tempos mais remotos era considerada essencial para o aprendizado ao ponto de que os mestres de retórica criaram métodos de memorização ou a chamada "memória artificial" . Em nossa sociedade, a memória é valorizada e desvalorizada de acordo com Chaui (idem, p. 127) é valorizada com a multiplicação dos meios de registros e gravação dos fatos, acontecimentos e pessoas (computadores, filmes, vídeos, livros). E é desvalorizada porque não é considerada uma capacidade essencial para o conhecimento (hoje pode-se usar máquinasno lugar da memória humana), onde a propria mídia publicitária nos faz preferir o novo, onde a indústria e o comercio obtêm lucros quando não conservamos as coisas e vamos em busca de novos.

Mas o que vem a ser afinal a memória? Chaui (1997) nos aponta que a memoria é a atualização do passado ou a presentificação do passado. É também o registro do presente para que permaneça como lembrança.
E você o que acha? Comente!!



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quarta-feira, 22 de julho de 2009
O futuro.
O meu destino pode já estar traçado... Mas o meu futuro depende do meu presente! Hoje planto a semente para amanhã colher o bom fruto. Pouco a pouco resgato o tempo perdido e supero o medo de errar. Acredito que o erro ensina, pois é tentando que se consegue! O tolo se alegra com o imediato... O prudente descobre no erro, mil formas de fazer diferente! Quem é mais inteligente, o livro ou a sabedoria?

Tenho agora um olhar muito diferente de antes. Troquei as minhas lentes. Saí de uma posição de oprimido alienado para oprimido reflexivo. Muitos riem disso. Eu apenas me vejo satisfeita. Não tenho vocação para opressor nem aceito que a ideologia dominante sufoque meus sonhos. Aos 30 anos de idade descobri o quanto eu ainda tenho pra viver. Uma eternidade comparado ao pensamento de quem não sonha nem tem perspectivas.

Sou vitoriosa! Somente pelo fato de existir, já sou uma vitoriosa... Venci bilhões de espermatozóides que queriam fecundar o óvulo que me gerou. Venci a morte ao ter nascido prematura, venci a probreza quando não me dei por vencida e lutei até ser quem eu sou. Venci o medo, o desprezo, a solidão. Venci os comentários infelizes de quem não gostam de ver a gente crescer. Venci a inveja, venci a ira.
Descobri a preciosidade de ser o que sou, de viver o que vivi e de sonhar os meus sonhos! Muito mais... descobri que ser capaz de realizar os mais simples sonhos no mundo de hoje é ser diferente! É ser forte! É ser vitoriosa.
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sexta-feira, 19 de junho de 2009
Ser educador não é ensinar a escrever a palavra... Mas é dar significado a ela!!


A última semana de estágio foi surpreendente! Quanta coisa mudou e, para melhor! A turma apesar de continuar a fazer muito barulho, agora se envolve mais com as atividades e acham interessante tudo o que nós levamos. Mas isso não aconteceu atoa... não saiu do nada... Tivemos que repensar nossa prática todos os dias, refletindo e buscando nos colocarmos no lugar dos alunos, no intuito de entender o que eles gostariam de ver e de estudar.

Algumas pessoas até diriam: "Não é melhor perguntar a eles o que eles querem?" No entanto, percebemos durante o estágio, que a maioria das crianças não sabem ou não conseguem dizer, o que gostariam de aprender ou o que gostariam que nós levássimos para eles. As questões que eles levantam, ou seja, os palpites que eles nos dão, são as vezes sobre assuntos que eles já viram e que de alguma forma tiveram contato. Nós estagiárias, nos sentimos no direito de levarmos para estas crianças, coisas diferentes e interessantes que eles tenham tido pouco contato, numa forma de socializar os diversos conhecimentos.

Porém, nossa proposta era a de contextualizar as novas informações, ou seja, nós não disprezamos o que os alunos sugeriam, mais trazíamos também outras coisas além do que eles solicitavam, como complemento e objeto de descoberta. Por muitas vezes os alunos sinalizaram que gostariam de aprender com músicas. Neste sntido, promovemos atividades onde além da música, eles pudessem pintar, dançar e discutir textos relacionados à música. Trabalhamos geografia e história, a partir da letra das músicas, contextualizamos os conteúdos de matemática, Brincamos de faz-de-conta e contamos muitas histórias.

A resposta não demorou muito a aparecer. Os alunos logo se interessavam em escrever alguma coisa, responder no quadro negro as atividades de casa... Os argumentos sobre textos e músicas eram mais frequentes! Ouvíamos mais as falas daquelas crianças. Elas começaram a compreender que podiam se expressar porque nós ouviríamos tudo o que eles tinham para falar.

Percebemos que o recreio era um momento de grande agitação e confusão e, após este momento, as crianças ficavam muito agitadas e desconcentradas. Passamos a realizar atividades de relaxamento e de concentração com eles. Lançávamos desafios... pediamos que ouvissem sua própria respiração. Passamos a ter um contato mais próximo deles. Abraçando-os, acariciando os cabelos, principalmente nos momentos de maior rebeldia. Constatamos que a afetividade numa sala de aula assim é o coringa para promover o aprendizado e a atenção.


Já quase não levávamos os alunos à secretaria. Poucas vezes afastamos os alunos da sala de aula nos últimos dias de estágio. Isto porque entendemos que grosseria não se resolve com grosseria, mas sim com amor, compreensão e limites. Impomos limites, mas não fomos autoritárias, deixamos que eles fizessem o que tinham vontade, mas sem baderna.


Nós nos colocamos como mediadoras... Enquanto uma estágiária estava corrigindo ou aplicando alguma atividade, a outra estava acompanhando aqueles que se recusavam a participar da aula. Mas este acompanhamento não era desorganizado, sem intencionalidade, ao contrário. Ao longo dos dias fomos percebendo quais alunos se envolviam com nossa proposta e quais não queriam tomar parte do que acontecia na sala. Então, mesmo sem querer fazer nada, sob nosso direcionamento meio que disfarçado, elas escreviam, liam, desenhavam, discutiam e argumentavam, criticavam nossas atividades... "E assim a gente começava a testar um monte de ações e via o que era bom e o que era ruim." Graças às críticas de nossos alunos que não participavam das aulas!


Foi muito interessante a transformação de nossa turma! No penúltimo dia do nosso estágio, nós iniciamos a aula fazendo uma espécie de balancete do que havia sido aqueles 25 dias com eles, onde eles falavam e a gente ouvia e vice versa. No final do dia, um dos meninos olhou para mim (ele sentado numa cadeira se escorando em apenas duas das pernas de forma bastante confortável para ele), e disse: "pró eu não quero que vocês vão embora, porque eu antes, com a outra professora, não sabia ler e nem escrever, mas a gora eu já sei!" Qualquer que seja o educador, diante de um depoimento desse não desistiria nunca mais de trabalhar com a educação pública!


O que o menino disse é verdade... Não que a professora não fosse competente e não o ensinasse. Não é nada disso... O que aconteceu é que ele já sabia escrever e ler, mas não era de certa forma valorizado, ou algumas vezes o que ele tentava escrever era considerado erro. Nosso trabalho transformou o erro em aprendizado e não punição e incapacidade. Avaliávamos a partir do que a criança havia conquistado dia a dia. O seu entendimento e o seu conhecimento internalizado e reelaborado e não o que ele havia decorado.

Ele descobriu o mundo, começou a escrver e a ler, porque se sentiu seguro! Percebeu que alguem gostava do que ele fazia. Então passou a nos mostrar suas produções, passou a ler nomes de seus colegas nas paredes, nas carteiras, nas atividades. Se sentiu importante. Percebemos que antes de ensinar a escrer as palavras, devemos permitir que as crianças as sintam e as percebam por si só e assim, elas mesmas nos solicitarão que ensinemos os sinais que formam as letras, as palavras e as frases.


Nunca alfabetizei ninguem antes do estágio. Mas acredito, que tenha sido responsável por parte da evolução da escrita e da leitura naquela turma. Ao sairmos de lá, aquelas crianças já haviam adquirido uma outra leitura de mundo e de suas potencialidades. Portanto, decidi que não quero ser professora!! Isso qualquer um pode ser... Eu quero ser educadora. Porque isso pouca gente é!
Ser educadora não é ensinar a escrever a palavra, más é dá significado a ela!
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terça-feira, 26 de maio de 2009
Quanta mudança!!!!
Esta segunda semana de estágio foi muito diferente da primeira. Acho que valeu a pena as broncas e os conselhos, as atitudes mais firmes de conduzir algumas crianças para a diretoria. Por meio de dinâmicas e de vivências de sensibilização nós conseguimos nos aproximar da turma e mesmo com alguns ainda bagunçando, nós consguimos maravilhosamente e milagrosamente prender a atenção deles e fazê-los participar.

Resolvemos junto com os alunos que iríamos fazer um coral para cantar a música Paz pela paz de Nando Cordel, todos ficaram muito eufóricos, mas uma euforia muito produtiva. Contamos a história de Dom Quixote com fantoches e utilizamos a música Dom Quixote de Engenheiros do Hawaii. Foi maravilhoso... As crianças interpretaram muito bem a música e a história, foi realmente fantástico. Na música paz pela paz n´so discutimos muito com eles o significado da paz, violência, mostramos que existem muitos tipos de violência e descobrimos que muitas daquelas crianças precensiam ou sofrem violência em suas casas.

Falamos muito sobre a vida... Buscamos contextualizar nossas atividades. Colocamos a vida cotidiana delas nos exemplos de nossos temas e nossos temas dentro de situações da vida delas. Isso dá um maior significado a experiência na sala de aula. As crianças sentem a necessidade de expressarem o que vivem mais não sabem como e isso se reflete em ações violentas, atos de vandalismo. São pré-adolescentes e ainda não sabem lidar com tantas transformações físicas, hormonais, sociais, afetivas e psicológicas. Nós professores podemos tornar este processo um pouco menos doloroso. Tornando-nos um ponto de apoio, ajudando-os a centrar-se e a equilibrar-se. Expulsar, banir, excluir, não vai resolver.

A afetividade na educação é tudo! Antes de ensinar a palavra, deve-se ensinar o amor! Não adianta eu ensinar a ler e a escrever se eu não conquistar o afeto daquelas crianças, não tornar o espaço da sala de aula um lugar bom de se estar. Acolher e e entender os problemas que meus alunos passam todos os dias. Depois de tudo isso, ler e escrever é um prêmio... O resultado... o meio e não um fim em si mesmo. Eles é que vão querer que eu ensine, eles é que vão sentir vontade de aprender. Mas para isso, eu preciso refletir todos os dias. Paulo Freira chama muito a atenção do educador para a práxis- ação-refleção-ação. Acredito e sigo as orientações de quem tem anos de trabalho significativo para a educação. O que Paulo Freire deixou, imortaliza a sua experiência de educador e dá um norte a qualquer que seja o professor.

Tivemos muitas conquistas nesta segunda senama: as crianças escreveram textos. Uma das crianças que diziam que não sabia ler nem escrever, escreveu duas frase de uma paródia que ela mesma criou e foi muito lindo. Ficamos maravilhadas, eu e minha colega de estágio. As crianças não se distanciam mais umas das outras. As que sabem sentam com as que não sabem. Constroem juntas e pensam juntas. Descobriram sozinhas o sentido do aprender. Umas sabem mais matemática outras sabem mais português. É realmente incrível como crianças que não estão ainda alfabetizadas possuem leitura de mundo, muito mais elaborada e complexa do que aquelas que lêem e escreve.

Estamos muito felizes esta semana, pois nossas atividades surtiram efeito... A turma está mais contagiada e a auto-estima mais elevada principalmente com aqueles que acreditavam que não sabiam de nada. Senti pela primeira vez o poder da educação baseada numa perspectiva afetiva e construtiva. Pouco a pouco, do seu geito, a criança escreve e começa a ler letras e palavras identificando nomes em listas e atividades. Estou muito feliz esta semana. Acredito que meus alunos estejam muito mais do que eu.

Nesta semana aconteceu um fato que me emocionou. Uma das meninas que menos participava das aula, que gostava de bater nos colegas e de gritar muito... Sua avó foi buscá-la meia hora antes do horário normal do encerramento da aula e a menina chorou, dizendo que queria ficar e terminar de fazer a atividade. Por se tratar desta criança que antes não participava e se recusava a fazer tudo, este momento foi muito significativo pra mim. Pois senti que algo mudou e mudou para melhor. A avó comovida, permitiu que ela ficasse e só saisse quando a menina sentisse vontade, ficando do lado de fora do portão esperando a neta. A avó aproveitou e perguntou como a menina estava indo. Apesar de falar com a avó que na semana anterior ela havia se comportado mal, nesta semana ela estava maravilhosa. Disse que a avó deveria ter orgulho dela, pois era esforçada e havia conseguido escrever duas frases inteira sozinha de uma paródia e isso me deixava muito feliz. A criança ouvindo isso, se emocionou novamente e chorou... Foi muito linda esta lágrima! Ela hoje é outra pessoa... A transformação foi profunda! a menina senta na frente, descobre seu nome nas atividades, tenta escrever, tenta ler, quer fazer as atividades direcionadas as necessidades dos nãoalfabetizados e ainda pede pra fazer a atividade dos alfabetizados. Nós porém deixamos que ela faça o que quiser, desde que isso ajude-a a encontrar seu lugar na sala de aula. E a sentir o prazer de estudar.

Ao contrário da primeira semana, valeu a pena dormir tarde e acordar cedo. Esta aluna nos eu o maior presente que um educador pode ganhar... Uma lágrima de felicidade!





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domingo, 17 de maio de 2009
Primeira semana de estágio... Realidade Mascarada!

Esta é a primeira semana do estagio. A primeira semana em que nós alunos do Curso de Pedagogia assumimos uma turma do ensino fundamental numa escola pública do município de Jequie, situada em um bairro economicamente desfavorecido, populoso, com todos os problemas socio-economicos existentes e conhecidos.

Durante a elaboração do projeto de intervenção, nos perguntávamos o que e como iríamos trabalhar naquela escola, de forma que as crianças, ao final do nosso estágio, ao menos adquirissem habilidades de leitura fluente e reconhecessem pelo menos as tipologias textuais mais simples. Então, os questionamentos eram: o que ensinar? como ensinar? Isso porque achávamos que já durante a observação, já havíamos traçado o perfil das turmas e sabíamos com quem iríamos trabalhar. Pobres estagiários ingênuos!!!

Elaboramos por dias, os melhores projetos de nossas vidas, também os mais densos de todos eles. Criamos e copiamos atividades que deixariam professores de escolar particular de queixo caído. Articulamos teoria e prática, criticamos atitudes de professores e direção de escola. Defendemos e fizemos do aluno uma pobre vítima do sistema. "E acho que ainda são"! No entanto, após perdemos noites de sono e aplicarmos certo capital em atividades, dinâmicas, textos e brincadeiras, o nosso retorno tem sido desastroso! Em partes... É verdade!

Na sala de aula, ainda estamos tentando adequadar atividades e testar tudo aquilo que nós levamos, seja de texto ou de atividade. Estamos conseguindo perceber quais atividades promovem bom resultado, quais os textos mais adequados, temos evoluido didaticamente falando. Temos refletido muito nossa prática diária. Após a cada tarde de trabalho, sentamos e analisamos os prós e os contras de cada ação.

Quanto as atividades previamente elaboradas, pertinentes ao projeto, tudo flui muito bem. Não temos problemas quanto a aplicação e a exposição do conteúdo. Mas nos deparamos com um problema que não conseguimos visualizar durante o estagio de observação: como lidar com crianças que sabem e ler e crianças que não conhecem se quer as letras? Já sabíamos desta realidade... Nossa professora de prática nos questionou quanto a isso! Criamos atividades difertenciadas mas integradoras, para que não houvesse discriminação nem exclusão entre os que "sabem" e os que não sabem" dentro desta sala heterogêna. Proporcionamos um espaço onde todos participam do mesmo trabalho, mas com atividades direcionadas às necessidades de cada aluno.

Até aí tudo muito bem... O que quero dizer é que, ver uma situação não é sentí-la! Dois dias da semana de observação para graduandos que nunca tiveram contato com sala de aula não são suficientes para fazer com que o estgiário sinta a situação da turma que atuará. Na prática o trabalho é exaustivo! O nosso esforço tem sido extremo! No entanto, percebo que se sentíssimos na turma de crianças do 5º ano do ciclo, qualquer que fosse o interesse, onde eles quisessem realmente participar das atividades e aprender de forma diferente, talvéz nós estagiários estaríamos mais contentes e mais ousados, buscando novas e eficientes formas de socializar conhecimento.

Mas o que estamos encontrando neste estágio é uma turma condicionada a sentar em fileiras, copiar durante toda a tarde um cacatal de atividades, escrever no caderno, copiar o dever do colega, quando não mandar o colega fazer todo o dever. São o que Paulo Freire critica: meros reprodutores. Provenientes de uma educação bancária fracassada, incapaz de fazer o aluno pensar. Então como tirar estes alunos da condição de analfabetos e analfabetos funcionais em menos de trinta dias de estágio. Isso chega a ser torturante!

Daí eu pergunto: fecho os olhos para os que não sabem ler e trabalho com que tem boa leitura para conseguir atingir o meu objetivo que conseguir que o aluno leia fluentemente, criticando e interpretando com autononia os textos lidos? Ou me atenho aos seis alunos que não sabem ler deixando os outros dezenove fazendo atividades sozinhos, porque precisarei dar maior atenção para os que não sabem nada? No nosso caso, isso pode ser resolvido pois trabalhamos em dupla e podemos atuar nos dois grupos distintos. Mas durante todo ano letivo, ésta indagação é a indagação que a professora regente com certeza faz todo santo dia.

Os alunos estão desmotivamos, rotulam-se entre si. Se menosprezam, se isolam, não querem participar. Percebem que nossas aulas tem muitas coisas diferentes, mas não se sentem atraídos por elas. Nos escondem o que conseguem escrever, como se nós fóssimos dizer que está errado ou que está feio. Não querem trabalar em equipe. Não conseguem ficar dois minutos sem se esbofetearem. Alías, a violência e o derrespeito entre eles é característica marcante em todas as turmas.
Alguns tentam nos desafiar dentro da sala de aula, pensando em nos atingir com gritos de revolta, palavrões e rejeitando as atividades... o barulho na sala de aula, não é o barulho que gostaríamos de ouvir... o da contrução de conhecimento, mas é o barulho do descaso, do desprezo pela atividade, pelos estagiários. Daí sentimos que nossas noites em claro, toda a nossa proposta cognitivista, construtivista se depara com uma realidade em que precisamos constantemente voltar para o tradicional. As vezes o alvoroço da sala faz com que tenhamos que aplicar o que Sknner chama de reforço positivo e negativo. Ou seja, temos que premiar ou punir. Dar castigo ou eleogiar.

Então isso tem nos frustrado muito. Para quem ensinar? Para quem bolamos estas atividades maravilhosas? O que piora a situação é que além de termos que trabalhar todos os dias as atividades propostas sobre leitura, onde temos que organizar a dinâmica da atividade, ainda temos que estudar outros conteúdos da proposta curricular da escola, temos que ter domínio do assunto de história, ciências, geografia e matemática. Temos que tambem elaborar atividades e metodologias de ensino que promovam a descoberta dentro destas disciplinas. E nós estagiários, em determinados dias, nem conseguimos aplicar o assunto de matemática ou de história porque os alunos não nos possibilitaram o bom andamento das primeiras atividades.

Quanto a isso tudo bem. Estamos preparados e sabemos que nem sempre dará para cumpir o plano de aula. No entanto, a nossa queixa é quanto a atitude das crianças. Elas se recusam a estudar, elas se recusam a ler, elas se recusam a participar das atividades. As turmas paracem não ter limites, não seguir regras e normas. Nós elaboramos com eles os combinados onde criamos regras essenciais de boa convivência, e o descumprimento acarreta em punição como ir dar explicações na diretoria, ou ficar na diretoria até que o aluno se acalme, afastando-se das atividades. Ainda não não punimos nenhum aluno, mas não foi por falta de oportunidade. Na verdade, sentimos que tirar o aluno da sala e afasta-lo de nossas atividades só vai beneficiar ao estagiário que terá um pouco mais de paz. Mas o aluno vai perder uma chance de aprender e melhorar.

No entanto, outras formas de estabelecer regras na sala foram surgindo. Estamos apresentando a proposta de trabalho para aquela tarde e ao passo que se comportam e participam, as coisa vão acontecendo. Ao passo que não colaboram e prejudicam o nosso trabalho, as atividades não vão acontecendo e nós vamos explicando porque não aconteceram. Eles passam a perceber que suas atitudes podem prejudicar a eles mesmos.

Eu como estagiária, não sei mais o que pensar... Já utilizamos a ludicidade, já demos aula expositiva, já tentamos construir painéis, já cantamos e contamos histórias, encentivamos as crianças com produção de textos... Mas tudo é motivo de grande confusão na sala de aula. Perdemos muito tempo pedindo aos alunos que se comportem e que realizem suas atividades individuais ou em grupo. Eles não colaboram... O tempo passa rápido e não conseguimos por mais que nos esforcemos ter uma tarde agradável, de construção e de bom desenvolvimento das atividades.

Esta foi nossa primeira frustrada semana de estágio... fizemos oração todos os dias antes de começar as aulas, informamos e combinamos com a turma sobre as atividades, levamos fábulas, fantoches, músicas, muita cola colorida e papel para desenhar e colar; revistas, atividades escritas com imagens maravilhosas e a atitude de algumas crianças nos faz ficartriste, pois jogam o mateiral no chão, gritam que não querem fazer, daí a conversa só não basta... Temos que encaminhá-los para a diretoria da escola.

Ao menos em uma ou outra atividade percebemos um certo interesse: com músicas, a interpretação da música Deus e eu no Sertão foi maravilhosa. Nas fábulas contadas por meio de fantoches; nas máscaras onde tiveram que contar suas histórias que eles mesmos criaram; a cunsulta ao dicionário. Desta última posso dizer que foi muito proveitosa. Dava pra ver a alegria da descoberta das palavras que eles estavam procurando, principalmente os que não sabem ler direito. Se tornou mágico e, nesse momento de pesquisa no dicionário, nem parece aquela turma meio desinteressada de sempre.

Apesar de toda a angústia, ainda acredito que conseguiremos realizar pequenas, mas profundas transformações naquela sala de aula. Acredito que no final de tudo, mesmo com as broncas... o amor, o carinho e um pouco de conhecimento vai ficar marcado nas consciências infantís daquelas crianças. Acredito que nada será em vão. Mas lamento que a escola pública tenha contribuído em parte com a formação do perfil destas crianças, pois acredito que a família também tem sua parcela de culpa, quando só cobra e não participa e não ajuda. Quando não dá atenção e carinho aos seus filhos criando-os com violência que reproduzem na escola e voltam a reproduzir em casa...

Pedagogia da Autonomia

A Pedagogia da Autonomia é um livro pequeno em tamanho, mas gigante em otismo, que condena as mentalidades fatalistas que se conformam com a ideologia imobilizantes de que “a realidade é assim mesmo”. Para Paulo Freire, educar é construir, é libertar o ser humano das cadeias do determinismo neoliberal, reconhecendo que a História é um tempo de possibilidades. É um “ato comunicante, co-participativo”, de modo modo algum produto de uma mente “burocratizada”. É necessário uma reflexão crítica e prática, de modo que o próprio discurso teórico terá de ser aliado à sua aplicação prática.

Ensinar é algo de profundo e dinâmico, onde a qustão de identidade cultural que atinge a dimensão individual. Freire, novamentee, salienta que educar não é mera transferência de conhecimento, mas sim conscientização testemunho de vida, se não terá eficácia.

A autonomia, a dignidade e a identidade do educando tem de ser respeitada, caso contrário, o ensino deixa de ser autêntico. ( p. 69 )

É necessário haver um clima de respeito mútuo e disciplina saudável entre “a autoriadade docente e as liberdades dos alunos, reiventando o ser humano na aprendizagem de sua autonomia”. (p.105)

Paulo Freire refere-se a mudanças reais na sociedade: no campo da econômia, à educação, à saúde (p.123), a situação atual do Brasil e nos países do terceiro mundo.

A pedagogia para Freire é “funada na ética, no respeito à dignidade e a própria autonomia do educando”. (p.11)

Nesse livro, Freire recomenda a postura crítica frente a qualquer atitude, porque essa postura crítica é o que caracteriza a “curiosidade epistemológica” e permite que, uma vez reconhecer os erros, é necessário fazer mudanças, para que haja melhora nas condições de vida de cada um, ou progresso.

Sugere que o professoe leve discussões políticas para a sala de aula. Ele tem várias distorções de visão, tem uma visão excessivamente centrada no ser humano, colocando animais( inclusive mamíferos) como seres inferiores.

A docência decente, de qualidade, não se separa da afetividade que o professoe tem por seus alunos. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhececimento que o aluno traz para aescola, e de que “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de diretrizes”. (p. 15)

Em sua análise, menciona que “não há docência sem discência”. (p.23), pois “quem forma se forma e re-forma ao forma, e quem é formado formando-se aos er formado” (p. 25)

... “Quem ensina aprende ao ensinar, é quem aprende ensina ao aprender”. (p. 25), justifica que o pensamento do professor não é superior.

Ele afirma que “não há ensinos sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino” (p32). Para Freire, saber pensar é duvidar d esuas próprias certezas, qustionar suas verdades, os alunos terão o mesmo espírito crítico.

O professor precisa dialogar,ouvir, trocar experiência.

A educação deve servir de meio e forma para trasformação sociais. Na opinião de Paulo Freire, não é possível ao bom professor ser um completamente apolíco, no qual, ensina baseados em sua visão de mundo, mas podem demonstrar que é possível mudar. E isto reforça no professor a importância de sua tarefa político-pedagógica.

O livro inicia e finaliza, que o significado de ensinar é uma troca entre aluno e professor e que ensinar vale a pena.


AUTOR: Freire, Paulo
Pedagogia da autonomia
Edição 33
Cidade: são Paulo
Editora: paz e Terra
Ano da publicação: 1996




PRODUÇÃO DO TEXTO

INTRODUÇÃO
. Apresentará o papel do professor quanto o contexto atual.

. A importância de transformar a realidade de um país subdesenvolvidos em indíviduos críticos

. A educação faz toda diferença com relação a desigualdade social.

. A dedicação à profissão.



“ENSINAR VALE A PENA”
Quanto Paulo Freire usou essa frase “ ensinar a pensar certo”, queria dizer aos professores/educadores que é necessário instigar os alunos para que busquem refletir criticamente sobre tudo que está em sua volta, ou seja, questionar as coisas que são ditas e não acreditar numa verdade pronta e acabada. Então ensinar a pensar certo , nada mais é que levar o aluno a perceber que ele pode achar suas próprias respostas.

Levar em conta a realidade do aluno, dentro do seu contexto social, suas culturas e formações indíviduais. Não só aprende o aluno mas o professor pode e deve aprender também com esse aluno.

A educação é a chave para acabar com alienação desse mundo burocrático, capitalista, desigual. Somente os ricos podem estudar em melhores escolas e terem os melhores empregos, e os pobre cada vez mais pobre. A importância de educar é fazer inserção social, política , despertar o interesse dos alunos nessa questão.

A educação não deve aparecer como um instrumento de ajuste à sociedade, que constrói mitos de uma estrutura social dominante. Ao desenvolver o senso-crítico, o homem destrói esse mito é conscientizado a compreender seu posicionamento neste mundo. Pode-se dizer que a abordagem fudamenta-se basicamente no estímulo crítico que pretende desenvolver no dujeito, que está inserido em um contexto social, econômico, político e histórico, o qual permitirá sua evolução.

O conhecimento é desenvolvido por meio do conhecimento a ser compartilhado entre o educador e educando, a educação é um processo contínuo. O professor está em processo de aprendeizagem constante, é preciso gostar de estudar, pesquisar, ser dinâmico... O educador não deve simplesmente transmitir conhecimento, mas alguém que cria as possibilidades para sua costrução ou produçaõ, o dialógo entre as partes é fundamental, o educador deve saber também escutar para que, assim, o conhecimento de ambas as partes possa ser desenvolvido. Com isso em prática, enriquecerá tanto ao professor como o aluno. O diálogo pode chegar ao objetivo: ação e reflexão. Por meio da palavra, o homem é capaz de transformar com ações o que antes havia refletido. O diálogo é uma peça fundamental, por exemplo, em uma conversa em grupo, as pessoas são capazes de debater uma situação e construir senso crítico. É capaz de indagar sobre a realidade desenvolvendo uma interação construtivista.

Ainda em nosso século, há problemas graves , números grandes de analfabetos. Parece que tem interesses políticos para que mude não mude esse quadro. Os nossos superiores poderiam se espelhar o que Paulo Freire fez, em apenass quarenta e cinco dias alfabetizar mais de quatrocentos pessoas. Pode-se conclui que não há interesses envolvidos para acabar com analfabetismo em nosso país. Percebe-se que educação que esperamos, não existe. É preciso, quanto educador fazer o que está em nosso alcance, ter em mente, os métodos, as teorias de Paulo Freire, com isso fará toda diferença.

A proposta educacional sociocultural baseia-se na construçaõ do conhecimento de forma crítica. O homem é convidado a perceber sua realidade e a questioná-la, por isso a educação é vista em sentido mais amplo, vai além do ambiente escolar. Segundo Freire, “o homem é o sujeito da educação”, portanto, a educação deve promover o indíduo e não procurar meios de adaptá-los à sociedade. A educação deve buscar na cultura popular valores que são inerentes a essa camada da população. O indíviduo deve participar de maneira ativa na construção da cultura. Diante da realidade de nosso país, a consciência crítica da realidade é imprescíndivel.

O homem com sujeito deve interagir com seu meio, através da interação chega-se ao conheceminto. O homem crítico faz toda diferença no seu contexto social, ao conscientizar-se pode tanto alterar seu meio quanto a si próprio.

Ter em mente tudo o que Paulo Freire ensinou é prioridade na vida dos que já educam e para os pretendem exercer essa função. Está em nossas mãos, tranformar o indíduo desde de sua pequeno em um ser crítico capaz de mudar a realidade de nosso país.

Como educando deve-se tomar cuidado de não fazer nenhum tipo de discriminação. Aceitar os alunos com suas diferenças culturais, religiosas...

Ter sempre em mente as palavras de Paulo Freire “ter amor pelo que faz”. Ensinar é umprocesso de troca entre aluno e professor, onde ambos adquirem e sanam dúvidas e crescem como seres humanos.

Paulo Freire nos dá uma aula de ensinar, e nos fornece um pensamento livre que “ ensinar vale a pena”.



CONCLUSÃO:
Pedagogia da Autonomia é uma obra que contém os saberes necessários e indispensávéis à uma prática educativa coerente com os padrões étnicos que regem à sociedade. Paulo Freire ao estruturar este livro levou em consideração as próprias experiências como educador em comunidades carentes. É uma obra mais voltado para métodos didáticos às comunidades de baixa renda. Analisa as questões professor-aluno, conteúdos disciplinares, aconselha que os educadores se posicionem criticamente, questionando, orietando e incentivando aos educandos a pensar e reeividicar seus direitos, influindo na sociedade. Todavia sugere que oao assumir este compromisso, o educador o assuma com ética, amor e alegria par ensianar, porque será das crianças que educamos hoje que partirão as mudanças que renovarão a sociedade brasileira.



Texto enviado às 10:39 - 15 de dezembro de 2010
Autor: Josilene Queiroz Santos

(Re)pensando a Educação

Refletir sobre a educação é ação primordial para educadores e comunidade escolar. Mas o que é educação? Educação deriva do latim educativo , ou seja, ação de criar, de alimentar, instrução. Educação é o desenvolvimento das capacidades física, intelectual e moral, ou como nos colocou Durckein, educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações jovens para a adaptação na vida social.

Com um novo olhar sobre a educação, sabe-se que não se limita mais a uma relação de conhecimento hierárquico. Realiza-se hoje uma favorável dialética no processo educativo. A educação deixou de ser via única e passou a permitir a interação, onde a cada instante desencadeia um aprendizado, onde ficamos cada vez mais velhos, mas nem por isso deixamos de aprender.

Como se sabe, a educação é gerada com maior intensidade na infância, pois nesse período é proporcionado à criança uma construção física, cognitiva, emocional e social indo assim, em busca da formação da cidadania, da consciência e da sua emancipação futura.

Certamente, a educação nessa ação mais comunicativa não fica restrita a um ambiente exclusivo. Ela transgride e transversaliza todos os espaços, mas não sendo a mesma em todos os tempos e em todas as partes. Por isso, a visão de Durckein, deve ser repensada para que possamos trabalhar com a essência do e no processo educativo, com a indispensabilidade de crer que é uma necessidade.

Nas muitas instituições que nos circundam como a escola a integridade na relação entre educador e educando, resulta em uma afinidade onde o educando também ensina e o educador também aprende. Assim a educação bancária, onde ocorre uma transferência unilateral do professor para o aluno; onde se salienta o ato depositário; onde a narração e a transmissão de conhecimento e valores aos educandos é valorizada deve ser urgentemente estancada, para ceder espaço a um processo educativo onde o conhecimento se funde como o mundo prático, com o nosso convívio com as coisas, instrumentos e pessoas, para tornarmos sujeitos da própria educação. Vamos embarcar na dialogicidade, em busca de uma educação à liberdade, á formação de cidadãos capazes de criticam,ente construírem um mundo mais justo, como sujeitos da historia.


Cledir Rocha Pereira,
Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Supervisão Escolar
e Matérias Pedagógicas do Ensino Médio, pela
Universidade Luterana do Brasil, Canoas/RS


Fonte:
http://cledir.hpg.ig.com.br/artigos/repensando_a_educacao.doc

Família e Escola: parceiros eternos

É importante que a família participe da construção do Projeto Político-Pedagógico da escola, atuando junto com professores na procura de um caminho para melhor informar e formar o cidadão no mundo de hoje. A comunidade escolar tem que estar atenta e participar com veemência de toda essa construção. Temos que nos conscientizar que a escola não tem como competência a transmissão do conhecimento e sim a construção desse, a formação de cidadãos e seus valores.

Com essa integração, se faz visível que a aprendizagem não se limita só em conteúdos escolares. Além de reuniões, encontros, festas, entre outras modalidades para alicerçar esse elo entre família e escola, nas próprias atividades em sala de aula é importante que o professor possa estar trazendo por meio dos alunos (depoimentos das famílias), para valorizar e fazer a criança sentir que a comunidade de origem a qual ela pertence tem saberes que são valorizados também pela escola. O saber da escola não pode rivalizar com o saber da família, mas se complementa-lo. Muitas vezes o professor  por não pertencer do cotidiano  não sabe mesmo da historicidade da comunidade e muitas vezes os pais de um aluno (por vezes analfabetos) tem esse saber. Essa troca só faz fortalecer as relações humanizatórias entre todos, bem como o enriquecimento dos conhecimentos, em especial do professor.

Temos nessa dialética o verdadeiro processo da aprendizagem, pois os conhecimentos trazidos por essas famílias são coisas que não encontramos nos livros e esse aluno é valorizado no trazer um conhecimento que o professor não tinha. Claro que a família e a escola tem seus papeis e espaços diferenciados e por mais essa razão temos que aumentar ainda mais o préstimo dessa parceria. A escola tem que estar preparada para lidar com a complexidade promovida por essa vasta e interminável diversidade cultural. Assim, através dessa complexidade, a escola recebe o aluno  na sua singularidade  e junto a ele esta a família, a grande parceira para uma escola de sucesso.


Cledir Rocha Pereira, Licenciado em Pedagogia com Habilitação em Supervisão Escolar e Matérias Pedagógicas do Ensino Médio, pela Universidade Luterana do Brasil, Canoas/RS

Fonte:
familia_e_escola_parceiros_eternos.doc

RESUMO DO LIVRO: ESCOLA E DEMOCRACIA

Savianni, analisa em seu livro “Escola e Democracia” a situação da educação, as “teorias não críticas” e as diferenças entre a pedagogia tradicional, a pedagogia nova, a tecnicista e ainda o problema da marginalidade. Neste livro, ele também analisa as “teorias crítico-reprodutivista”, no qual, está dividida em teoria de sistema, teoria da escola dualista e por último a teoria crítica da educação.

O autor faz abordagem política do funcionamento interno da escola de primeiro grau, fazendo referência a “teoria da curvatura da vara”, localizando o papel do diretor, orientadores, supervisores e enfim ao professor e aos alunos. E além da curvatura da vara onde não dar para esquecer a política da escola, que está dividida em três teses:
. Filosófico-histórica
. Pedagógica-metodológica
. e a tese da política.

Destaca a educação e política, coloca em discussão em teses,ao total onze, sendo esse tema principal de todo o livro

Savianni não descarta de maneira alguma a responsabilidade do professor. O professor não tem poder de mudar o mundo, mas pode ajudar aos alunos, fazendo compreendê-los o papel de cada um dentro do sistema, sem esquecer de cumprir seus deveres e adquirir seus direitos que deve contribuir para a construção de um país mais digno.


ESCOLA GERA VALORES
Não dar para falar de educação em falar em política, aparentemente são distintas mas estão ligadas entre si.

A escola é necessário ter um projeto Político Pedagógico bem estruturado, onde atenda a necessidade da população, a escola cumprirá seu papel perante a sociedade, sendo um agente transformador, permitindo não a acesso do educando mas desenvolva nele a consciência crítica, induzindo a transformá-lo perante a sociedade.

O papel da escola é ir além do ensino tradicional , cumprir com um planode aula, o professor deve compreender toda a realidade, saber com clareza quais são os objetivos em sala de aula.

Fazer um auto-análise é de grande importância. Por que o professor não toda a verdade em suas mãos, assim como o aluno, ele também busca novos conhecimentos para aprimorar. É necessário existir na relação professor-aluno respeito mútuo, com isso , facilitará o trabalho do professor.

A escola pode contribui nesse processo, por motivar o professor em suas realizações. E por sua vez, o professor também deve motivar os alunos à adquirir novos conhecimentos, gerar novas idéias...

Por isso, a escola e o professor devem ter os mesmos objetivos. Formar alunos com sua própria autonomia, livres, com igualdades, cumpridores de deveres e com direitos iguais. Devemos lutar por uma educação mais democrática e inovadora gerando valores.


CONCLUSÃO:
Foi importante ler esse livro, conteúdo polêmico mas deixou mensagens de reflexão para os leitores.

Não dar para esquecer da realidade e por outro lado, o papel da política, escola e educador quanto agentes transformadores.

Por isso, aconselho em especial aos educadores adquirir este livro, será de grande proveito,pois aumentará seu conhecimentos para a mudança de uma escola melhor.


Texto enviado às 10:39 - 15 de dezembro de 2010
Autor: Josilene Queiroz Santos

O que fazer pela educação...

O que fazer?

Se procedem as acusações feitas ao Brasil de que apenas uma pequena parcela de sua população é beneficiária de sua fase de desenvolvimento, se há injustiça na distribuição da riqueza, não vemos melhor caminho para a superação deste quadro do que dar a mais alta prioridade à instrução fundamental, à começar pela educação pré-primária. Caso contrário, isto é, se insistirmos em desviar boa parte de nossos recursos para os graus superiores de ensino, auxiliando com isto precisamente os menos necessitados, só estaremos contribuindo para a manutenção, se não para o progressivo agravamento daquela injustiça.

Mais do que diplomas legais que expressam belas aspirações, ou que traduzem doutrinas filosóficas ou pedagógicas, o que realmente necessitamos é uma corajosa política educacional que se mostre capaz de levar o ensino básico ao maior número possível de criaturas, mesmo que em prejuízo dos mais afortunados que já o tiveram e que aspiram prosseguir nos estudos.

Um plano de tão alta complexidade exige medidas que atinjam todos os graus de ensino, acompanhadas de outras - talvez as mais importantes - que alcancem diretamente a criança, criando-lhe condições para melhor aproveitamento do ensino, antes mesmos de ingressar na escola.

O primeiro passo decisivo seria a coordenação de esforços de vários setores da administração pública, nas escalas federal, estadual e municipal, no sentido de levar às crianças, desde o berço, assistência médico-sanitária e, sobretudo, alimentar - pois é sabido que aquele que não ingeriu quantidade suficiente de proteínas até 3 anos de idade terá seu sistema nervoso definitivamente prejudicado e estará condenado, daí por diante, à deficiência intelectual. Quadro que se torna mais terrível ainda quando agravado pela moléstias crônicas, pela s endemias que afetam milhões e milhões de brasileiros.

Seria necessário, também e paralelamente, que se desenvolvesse em todo o país, principalmente nas regiões mais atrasadas e nos bairros pobres das cidades, uma grande rede de creches, escolas maternais e pré-primárias que pudesse, ao lado do amparo afetivo indispensável, ir criando as condições para o aparecimento de hábitos de sociabilidade, o desenvolvimento do mecanismo sensório-motor e estímulo da inteligência.

Todos sabem que o baixo rendimento da criança na escola brasileira deve-se sobretudo à deficiência desses fatores, que deveriam ser criados anteriormente, e cuja ausência determina muitas vezes danos irreparáveis. Por isto acreditamos que o país deveria gastar uma parte significativa de seu orçamento destinados à educação e à assistência social precisamente com aquela faixa da população abaixo dos 7 anos de idade - isto se estiver disposto a levar, ao longo prazo, a instrução de 1º grau¹ a todas as crianças.

Hoje, de acordo com a Lei de Diretrizes de Bases da Educação nacional (LDBEN), Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, denomina-se Ensino Fundamental.


Fonte:
VILLALOBOS, J. E. R. O que fazer? In : BREJON, M (org.). O que é educação. 5.ed. São Paulo : Brasiliense, 1982. p.154-5.

http://cledir.hpg.ig.com.br/novosite/estrutura03.htm

Projeto Pedagógico - Pesquisa - Desenvolvimento

O Projeto Pedagógico na Perspectiva de Pesquisa & Desenvolvimento




POR CLÁUDIO B. GOMIDE DE SOUZA

O homem, pelo seu trabalho, produz transformações intencionais no meio físico e social em que está inserido. Tais transformações podem ser de natureza material, simbólica ou psicossocial. Fabricar uma lança é exemplo de transformação material. Falar, contar, escrever e pintar, são exemplos de transformações simbólicas. Ensinar, doutrinar, convencer, persuadir e condicionar são exemplos de transformações psicossociais, enquanto mudanças provocadas pela ação de um grupo ou agente social em outro(s).

Transformação intencional é o processo que produz, pela ação humana, a diferença entre dois estados materiais, simbólicos ou psicossociais. O quadro abaixo apresenta um exemplo de cada modalidade:


TRANSFORMAÇÃO
Material
Psicossocial


ESTADO INICIAL
Pedra bruta
Analfabeto


ESTADO FINAL
Ponta de lança
Alfabetizado


Simbólica



Embora em um dado processo predomine uma forma de transformação, geralmente as outras também estão presentes. Um desenho é feito sobre uma base material e pode servir para ensinar, mas, considerado em si, enquanto transformação primária, é de natureza simbólica. Uma lança é uma arma, instrumento para transformações materiais, mas, também é um símbolo. Por outro lado, enquanto transforma a matéria, o homem transforma a si mesmo, por exemplo, representando e aprendendo o processo em questão.


Processo é o conjunto de operações, que permite a transformação de um estado inicial observado no estado final pretendido. Pode ser assim representado:
O

O

On+1


Tendo-se (E0 = Estado inicial) e (En+1 = Estado final), tal conjunto de operações caracteriza um determinado processo, como no quadro seguinte:

Produção de Vaso de Argila

E0 = Argila Bruta

01 = Modelagem

E1 = Vaso Modelado

02 = Secagem

E2 = Vaso Seco

03 = Pintura

E3 = Vaso Pintado


Cada uma dessas atividades, executadas de acordo com um dado referencial, é constituída de operações de nível inferior. Sua seqüência constitui um processo, cuja execução requer tempo e recursos humanos e materiais.

Intencionalidade significa que o processo está associado a uma finalidade, a um resultado compatível com o estado final pretendido. Podendo recuperar experiências passadas, reais ou vicárias e, a partir delas, decidir-se por uma forma de ação; o ser humano constrói, no dizer de Cassirer um elo simbólico entre o passado e o futuro. É o passado, representado a partir de experiências reais ou vicárias, que permite a projeção de transformações futuras e, em conseqüência, ações nesse sentido.

Herskovitz refere-se à endoculturação como conjunto de processos, conscientes ou inconscientes, pelos quais o indivíduo assimila padrões culturais que permitam sua adaptação à vida social e a satisfação de suas necessidades. Tais padrões definem a própria percepção de necessidades enquanto discrepâncias entre estados iniciais observados e estados finais pretendidos. Apresentam também, na forma de referenciais culturais, o conjunto das ações possíveis envolvidas nos respectivos processos de transformação. Assim sendo, a um estágio cultural correspondem necessidades sociais e meios para satisfazê-lo.

O processo endoculturativo possibilita que o sujeito assimile representações, valores e relações úteis para sua vida em sociedade. Nas etapas iniciais do desenvolvimento é de natureza predominantemente inconsciente. À medida em que o indivíduo se desenvolve, aumenta seu grau de escolha entre as diferentes possibilidades que a cultura lhe oferece. Bettelhein (1986) lembra que o desenvolvimento do sujeito dá-se pelo avanço da razão, da escolha consciente, sobre os condicionamentos infantis, ou áreas de sombra, onde predominam temores e anseios gerados nas fases iniciais do processo.

Em termos filogenéticos, como lembra Piaget, a inteligência foi a forma de adaptação primordial da espécie humana. Ela possibilitou ao homem o uso de extensões. Antes que força muscular, velocidade, acuidade dos sentidos e outras possibilidades de adaptação, o Homo faber, por assim dizer, investiu no processamento de informações, que permitem a produção e o uso de diferentes instrumentos. Paralelamente, desenvolveram-se a mão e o cérebro.

A clava é uma extensão do braço, como também o são a lança e o míssil. Com o desenvolvimento paralelo da cultura e da inteligência, a espécie foi criando extensões. Primeiro de seus membros, como a lança, a flecha, o uso do cavalo e a roda, por exemplo. Depois, dos órgãos dos sentidos, como a luneta, o telefone, o rádio e a televisão. Finalmente, com o computador, de algumas funções cerebrais, como o processamento de dados, textos e imagens. Percebe-se uma progressão de estágios culturais, que se inicia com extensões dos membros, passa pelos órgãos dos sentidos e culmina com a extensão do próprio cérebro.

Sistemas são extensões do potencial humano de transformação. Máquinas são sistemas que produzem transformações materiais. Computadores (hardware+software) são sistemas que produzem transformações simbólicas como, por exemplo, processamento de textos, imagens e dados. Escolas são sistemas sociais (organizações) que produzem transformações psicossociais, nas dimensões cognitivas, afetivas e psicomotoras, a partir das experiências anteriores e do potencial neurofisiológico dos sujeitos.

O potencial humano em um dado estágio é, assim, ampliado pelas extensões e pela organização social. A um referencial cultural estão associadas capacidades humanas, extensões e formas de organização do trabalho. As capacidades humanas envolvem dimensões afetivas, cognitivas e psicomotoras. As extensões constituem-se de instrumentos, ferramentas, máquinas e equipamentos. A organização do trabalho caracteriza-se por representações, valores, procedimentos e relações em diferentes graus de formalização.

Visto de uma perspectiva ampla, o processo de adaptação da espécie humana implicou no desenvolvimento de potenciais neurofisiológicos em interação com o desenvolvimento da cultura. Os potenciais, geneticamente transmitidos, permitem o desenvolvimento de capacidades cognitivas (raciocínio/memória), afetivas (atitudes/valores) e psicomotoras (coordenação/hábitos). A cultura apresenta um conjunto de referenciais e crenças, paradigmas culturais, que configuram a percepção de necessidades humanas e oferecem possibilidades de ação (processos) para satisfazê-las, com as correspondentes extensões e formas de organização do trabalho.

Pelo processo endoculturativo, representações, valores e padrões de relação são assimilados, modificados e transmitidos de geração em geração. A educação é a parte intencional do processo endoculturativo, a que visa o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras consideradas importantes e úteis para a vida em uma determinada sociedade, de acordo com a respectiva cultura.


ORGANIZAÇÃO
Paralelamente à endoculturação, dá-se o processo de socialização. A organização social (Cf. Blau & Scott, 1970) caracteriza-se por valores, representações e padrões de relações observados em um dado grupo social. A organização formal caracteriza-se por finalidades, procedimentos, regras e relações explícitas. Na realidade, os agrupamentos humanos apresentam diferentes graus de formalização em suas relações. Potencializam, de diferentes maneiras, a ação humana de transformação da realidade.

Uma organização é um agrupamento de recursos humanos e materiais que interagem em um dado cenário para a produção de resultados compatíveis com suas finalidades. O plano formal é constituído por finalidades, regras e procedimentos explícitos. O plano informal é constituído por valores, representações e padrões de relação que se estabelecem entre as pessoas que a integram. A cultura organizacional caracteriza-se pela interação dos dois planos e envolve processos de percepção de necessidades, tomada de decisões, procedimentos e relações internas e externas.

As finalidades e diretrizes organizacionais estabelecem os resultados pretendidos e os princípios a serem observados para sua obtenção. Tanto no plano formal quanto no informal estão associadas a valores. Constituem a razão de ser da organização, que é criada e mantida para sua consecução. Em economias de mercado, a finalidade precípua das organizações privadas é, segundo Peter Drucker, a lucratividade, decorrente da produção de bens e serviços. A finalidade precípua das organizações públicas é o atendimento das necessidades sociais, condição fundamental para o desenvolvimento sócio-econômico.

O cenário organizacional é constituído pelo conjunto de fatores sobre os quais a organização não tem controle, embora afetem suas decisões. Trata-se de variáveis de estado, limites ou restrições, que determinam os recursos e as possibilidades organizacionais. Embora não possam alterar seus limites por decisão própria, as organizações podem influir nos valores por eles assumidos. Em economias de mercado, a demanda é, para uma dada organização, uma variável de estado.

Embora não possa determinar, a organização pode estimar seu valor em cenários atuais e futuros, bem como influenciar seu comportamento por meio de procedimentos de propaganda, marketing e outros. A caracterização de um cenário é feita pelo estabelecimento dos fatores mais relevantes para uma dada organização, entre eles, legislação e normas, ética, fatores culturais, econômicos, tempo, recursos humanos, tecnologia disponível e outros.

Para a consecução de determinadas finalidades em um dado cenário organizacional, são implementadas funções requeridas pelos respectivos processos de transformação. Em toda organização se desenvolvem dois grupos de processos: processos de gestão e apoio técnico-operacional e processos de base. Processos de gestão dizem respeito ao planejamento, à decisão e ao controle. Processos de base produzem as transformações materiais, simbólicas ou psicossociais diretamente ligadas às finalidades organizacionais. A estrutura organizacional apresenta o agrupamento e a relação entre as funções. Uma estrutura organizacional básica pode ser assim representada:

ADM
APOIO
UFA 1

STAFF
UFA n

BASE
UFB 1
UFB n


A unidade funcional de Administração é constituída pelo agrupamento das funções de planejamento, coordenação, decisão, avaliação e controle. As unidades funcionais de staff ou assessoria produzem planos, estudos, pesquisas, avaliações e informações técnicas requeridas pela administração, sem contudo, deter autoridade hierárquica em relação às demais unidades. Suas propostas só são implementadas, se autorizadas pela administração. As unidades funcionais de apoio são responsáveis pela infra-estrutura técnico-operacional da organização, ou seja, pelas condições requeridas pelos processos que nela se desenvolvem. Nas unidades funcionais de base realizam-se as transformações precípuas da organização, aquelas diretamente ligadas às suas finalidades.

Um processo, desenvolvido de acordo com um dado referencial, requer tempo e recursos. Para o implemento das funções são necessários recursos humanos e materiais, aos quais correspondem custos.

Os resultados dos processos organizacionais podem ser considerados benefícios, quando os produtos ou serviços neles gerados são compatíveis com as finalidades organizacionais. Além dos benefícios, podem ser gerados resultados incompatíveis com as finalidades organizacionais. A eficiência organizacional é decorrente da maximização dos benefícios e da otimização dos recursos. Processos eficientes são aqueles que utilizam o potencial organizacional maximizando a qualidade e a quantidade dos produtos e serviços neles gerados.

A escola é uma organização que tem por finalidade o desenvolvimento de um conjunto de capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras em uma dada clientela de acordo com o estágio atual do conhecimento (referenciais culturais) das áreas consideradas relevantes. Visa o desenvolvimento da autonomia moral e intelectual dos sujeitos como condição para formação, cidadania e preparação para o trabalho.

Ao ingressar em um ciclo escolar, os sujeitos apresentam determinados potenciais (estado inicial observado), que permitirão a aquisição das capacidades correspondentes (estado final pretendido). A eficiência do processo de interação professor-aluno e a qualidade dos referenciais culturais determinarão a qualidade da formação e o grau de domínio das capacidades pretendidas.

Ao processo de gestão cabe criar condições para que o processo de base conte com referenciais e recursos, principalmente humanos, adequados. Caso isso não ocorra, os resultados observados podem ser incompatíveis com as finalidades estabelecidas, ou seja, o potencial dos alunos será desperdiçado. Pode até ocorrer a reprodução de valores, representações e relações contrárias à cidadania, à ética e à competência profissional futura dos sujeitos.

A eficiência da escola enquanto organização depende, em primeiro lugar, da capacitação e da motivação dos recursos humanos. Uma cultura organizacional de melhoria contínua dos processos de gestão e de base é necessária para assegurar qualidade dos serviços prestados e formação com competência em um cenário sócio-econômico de mudança constante.

As organizações operam por ciclos de diferente duração. Os ciclos organizacionais podem ser assim representados:
CONTROLE
PLANEJAMENTO
OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO

O controle é o conjunto de mecanismos, formais e informais, de que a organização dispõe para fazer com que os processos desenvolvam-se de acordo com suas finalidades e diretrizes. O planejamento é a descrição do contexto e dos ciclos organizacionais futuros. A operação é a execução dos processos. A avaliação é o procedimento de obtenção de informação relevante e confiável para a tomada de decisões quanto ao ciclo em desenvolvimento (formativa) ou aos ciclos futuros (diagnóstica e somativa).

A sucessão de ciclos organizacionais pode configurar três modalidades:

Regressão: quando a eficiência de um ciclo é pior que a do anterior (R: E0>E1..>En).

Estagnação: quando os ciclos apresentam o mesmo padrão (E: E0=E1....=En).

Desenvolvimento: quando a eficiência de um ciclo é melhor que a do anterior (D: E0

O desenvolvimento organizacional depende diretamente da obtenção de informação relevante e confiável sobre os ciclos passados e da tomada de decisões, que permitam a alteração dos fatores que neles apresentaram pior desempenho. A incapacidade de avaliar corretamente os fatores organizacionais ou de tomar decisões, que permitam melhorar seu desempenho, leva à estagnação (inércia), ou à regressão (degeneração). A mudança para melhor requer uma cultura organizacional com mecanismos e processos de obtenção de informação e tomada de decisões consistentes.

O desenvolvimento organizacional depende da melhoria contínua dos seus processos de gestão e de base. A eficiência dos processos depende dos referenciais e recursos neles utilizados. Os recursos humanos são determinantes, pois sua capacitação e motivação é que tornam possível o aumento da eficiência dos processos. A vontade e a capacidade dos agentes organizacionais, em última instância, configuram uma cultura organizacional de desenvolvimento, estagnação ou regressão.

O planejamento pode ser considerado em três níveis:
Estratégico (macro): estabelece finalidades, objetivos e diretrizes gerais, a partir das possibilidades e contingências em um dado cenário organizacional.

Intermediário (setorial): estabelece objetivos, diretrizes e procedimentos para uma área de atuação.

Tático (operacional): detalha objetivos, procedimentos, recursos e atribuições sob comando único.

Em função de sua natureza e abrangência, os documentos gerados pelo planejamento, enquanto descrições de ciclos organizacionais futuros, podem ser assim classificados:

Plano
Programa (sub-programas)
Projeto


Um plano organizacional pode ser dividido em vários programas, como de atividades-fins (ensino, pesquisa, extensão) ou atividades-meio (administração, apoio técnico-administrativo). Cada programa, se for o caso, pode ser detalhado em sub-programas. Os projetos constituem as menores unidades de planejamento.


PROJETO PEDAGÓGICO
Projeto pedagógico é uma proposta de trabalho integrado que descreve um conjunto de capacidades, a serem desenvolvidas em uma dada clientela em um ciclo organizacional, os referenciais a elas associados e a metodologia a ser adotada.

As capacidades compreendem dimensões cognitivas (raciocínio/memória), afetivas (valores/atitudes) e psicomotoras (condicionamentos/habilidades), consideradas em suas inter-relações e em níveis progressivos de detalhamento.

Os referenciais são os conteúdos programáticos, que refletem o estágio atual das diferentes áreas de conhecimento correspondentes aos componentes curriculares.

A metodologia envolve o processo de gestão e o processo de ensino-aprendizagem. Integram o processo de gestão o planejamento, a coordenação e a avaliação do projeto pedagógico. O processo de ensino-aprendizagem é descrito, de acordo com objetivos e diretrizes gerais, no programa de cada disciplina.

O planejamento refere-se à elaboração e adequação (revisão periódica) do projeto pedagógico. A coordenação refere-se à execução das disciplinas, estágios e demais atividades didáticas. A avaliação formativa é feita durante a execução do projeto e permite a introdução de alterações, que se façam necessárias. A avaliação somativa é feita ao final de um ciclo e permite, sejam introduzidas alterações no ciclo seguinte, para melhor adequá-lo às finalidades e contingências organizacionais.

O projeto pedagógico corresponde a uma necessidade de formação dos sujeitos pelo desenvolvimento de capacidades relevantes para sua atuação na sociedade. Implica, pelo menos, em uma dimensão cognitiva (conhecimento/raciocínio) e uma dimensão moral (ética). Envolve capacitação nas dimensões profissionais e de cidadania.

Deve fornecer resposta a algumas questões fundamentais, dentre elas, as seguintes:

Estado final pretendido (objetivos): Qual o perfil do sujeito que se quer formar?

Referencial cultural: Quais os componentes curriculares relevantes para tal perfil? Qual o papel de cada um na formação do sujeito?

Estado inicial observado: Qual o perfil de entrada do sistema? Quais as tendências observadas?

Estrutura curricular: Como os componentes curriculares são desdobrados em disciplinas e atividades?

Planejamento: Quais os objetivos a serem atingidos? Quais as diretrizes gerais para os processos? Como serão detalhados e operacionalizados? Quais são os métodos e os recursos humanos e materiais necessários?

Coordenação: Quem acompanha a execução do projeto pedagógico? Como são solucionados os problemas?

Avaliação: Quais as informações relevantes para tomada de decisões quanto ao projeto pedagógico? Como são obtidas?

Ensino-Aprendizagem: Quais são as diretrizes gerais, quanto aos processos de ensino-aprendizagem? Como são aplicadas nos programas de disciplinas e atividades?

Estado final observado: Qual o perfil de saída do sistema? Qual é o desempenho dos formados? Qual é a imagem interna e externa do curso?


ESTRUTURA DO PROJETO PEDAGÓGICO
Objetivos gerais: Definição do perfil do sujeito a ser formado, envolvendo dimensões cognitivas, afetivas e (se for o caso) psicomotoras, nas seguintes áreas: (a) formação geral: conhecimentos e atitudes relevantes para a formação científico-cultural do aluno; (b) formação profissional: capacidades relativas às ocupações correspondentes; (c) cidadania: atitudes e valores correspondentes à ética profissional e ao compromisso com a sociedade.

Diretrizes gerais: Definição das diretrizes a serem observadas no processo de formação, tais como: participação, avaliação, qualidade, ética nas relações professor-aluno, atendimento ao aluno, disciplina consciente, pontualidade, serviço à comunidade e outras, julgadas relevantes.

Componentes curriculares: Delimitação das diferentes áreas do conhecimento, que integram o currículo e descrição do seu papel na formação do aluno.

Estrutura curricular: Desdobramento dos componentes curriculares em matérias, disciplinas e atividades, com cargas horárias e créditos correspondentes, seriação e pré-requisitos.

Elenco de disciplinas: Relação de disciplinas e respectivos programas, contendo: (a) objetivo geral e objetivos específicos; (b) conteúdo programático; (c) metodologia de trabalho; (d) forma de avaliação; (e) bibliografia básica.

Atividades complementares: Descrição de atividades e possibilidades complementares de formação envolvendo: estágios, centros e grupos de estudo, iniciação científica e outras, consideradas relevantes.


IMPLANTAÇÃO
A implantação do projeto pedagógico significa a existência de uma proposta de trabalho conhecida e aceita por todos, professores e alunos, envolvidos. Mais que um documento a ser guardado em um gaveta, um projeto pedagógico é uma filosofia comum de trabalho. A aceitação decorre do fato de ser ele encarado como obra coletiva, legitimada pelos mecanismos democráticos de representatividade, que asseguram a participação e o engajamento.

O catálogo de curso é o instrumento que possibilita a programação curricular em base material única, acessível à administração, professores, alunos e outras instituições.

O procedimento a ser adotado para a implantação do projeto pedagógico envolve as seguintes etapas:

Elaboração do catálogo preliminar pelo conselho de curso ou grupos de trabalho, constituídos por representantes dos segmentos e áreas do conhecimento.

Edição do catálogo para ampla discussão na comunidade escolar.

Aprovação do catálogo pelos órgãos colegiados competentes.

Edição do catálogo para uso da administração, professores e alunos.

Revisão periódica do catálogo e edição das versões com o projeto pedagógico resumido para divulgação do curso.

Além dos elementos já relacionados, o catálogo pode conter outras informações, tais como: normas gerais, freqüência e rendimento escolar, expedição de documentos escolares, calendário geral de atividades, layout das instalações, grupos e atividades de pesquisa, atividades de extensão, biblioteca (descrição/normas), formas e horários de atendimento ao aluno, serviços de atendimento ao aluno e outros, julgados relevantes.

O projeto pedagógico e o catálogo correspondente possibilitam benefícios adicionais, em termos de: imagem institucional interna e externa, facilidade na expedição de programas, processo de avaliação curricular, antecipação de leituras (bibliografia), programas atualizados, instrução de processos, recepção de novos professores e alunos, decisões colegiadas.

Se, por um lado, tais informações requerem atualização constante, por outro, sua aprovação pode dar-se em bloco pelos colegiados competentes.

Editado anualmente, o catálogo constitui importante instrumento para atualização e integração da comunidade acadêmica. Pode, por exemplo, ser distribuído e explicado aos ingressantes no início de cada ano letivo.

Seus benefícios para a vida acadêmica justificam plenamente os custos de edição. Se for o caso, tais custos podem ser reduzidos com patrocínio de empresas e instituições de alguma forma relacionadas com a comunidade acadêmica.

AVALIAÇÃO
A abordagem de pesquisa & desenvolvimento pressupõe a avaliação de indicadores de eficiência dos processos e de qualidade dos serviços neles gerados. O projeto pedagógico é concebido como passível de melhoria contínua pela identificação dos fatores, que apresentarem menor desempenho, tanto em termos de rendimento, quanto em termos de aceitação pela clientela. A avaliação deve contemplar os seguintes aspectos:

Avaliação formativa: O Conselho de Curso deve acompanhar a execução do projeto pedagógico, propondo medidas adequadas, sempre que ocorram problemas.

Avaliação somativa: Periodicamente, deve ser feita uma avaliação do projeto pedagógico e das condições para sua execução. Caso necessário, o projeto deve ser revisto.

As informações, de diferentes fontes, tais como consultas aos corpos docente e discente, devem contemplar, entre outros, os seguintes fatores:


Contexto:
(a) perfil de entrada dos alunos;

(b) mercado de trabalho;

(c) tendências na evolução das áreas do conhecimento;

(d) imagem externa e interna do curso.


Finalidades:
(a) objetivos, metas e diretrizes de trabalho;

(b) programas institucionais, políticas públicas, publicações de órgãos de classe.


Funções:
(a) administrativas: proposta de gestão, planos e programas, avaliação institucional, mecanismos de controle;

(b) apoio: serviços de atendimento ao aluno, instalações, equipamentos, materiais;

(c) base: processo de ensino-aprendizagem, relações professor-aluno, programas de ensino, avaliação do rendimento escolar.


Resultados:
(a) padrões de desempenho terminal dos alunos;

(b) acompanhamento (follow up) dos alunos formados;

(d) evasão (índices, causa);

(e) reprovação (índices).

Para que seja útil, a avaliação deve fornecer informações relevantes e confiáveis. Caso contrário, as decisões podem ser tomadas de forma subjetiva, comprometendo assim a eficiência do processo, a qualidade dos serviços e, conseqüentemente, a imagem da instituição.


CONCLUSÕES
Projeto pedagógico é uma proposta conjunta de trabalho, que visa o engajamento dos segmentos, a eficiência do processo e a qualidade da formação plena do aluno em termos científico-culturais, profissionais e de cidadania.

A sua inadequação gera conflitos, baixos níveis de eficiência dos processos e resultados na formação do aluno incompatíveis com o papel que a escola deve assumir perante a sociedade.

Sua implantação requer esforço conjunto e vontade política. Não se restringe à mera reprodução de práticas sedimentadas, eventualmente contaminadas por um corporativismo, que bloqueia a percepção dos problemas e, assim fazendo, dificulta sua solução.

A abordagem proposta implica na avaliação contínua da eficiência do processo e da aceitação pelos clientes dos serviços prestados. Requer a identificação de fatores organizacionais relevantes e operacionalização de indicadores de qualidade.

Demonstra o compromisso de todos com a qualidade e eficiência e, em decorrência, consolida uma imagem institucional interna e externa compatível com as finalidades organizacionais.



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Fonte:
http://302284.vilabol.uol.com.br/OPROJETO.html

Música no Contexto Escolar

Santos


Por Josilene Queiroz Santos
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo tratar de questões inerentes à importância da música no contexto escolar, bem como sua importância para o processo de ensino e aprendizagem, de acordo com a abordagem de autores que tratam sobre esse assunto. E do papel do professor como mediador na inserção da música em sala de aula, procurando dessa forma não tratar somente dos procedimentos, mas de outros elementos diretamente a ele vinculados e necessários para a compreensão do tema. A música é um importante meio de comunicação e expressão existente em nossa vida e por isso faz parte do contexto educacional. Trabalhar no cotidiano escolar significa ampliar a variedade de linguagens e permitir a descoberta de novos caminhos de aprendizagem, é antes de tudo é trabalhar com a sensibilidade humana, de uma forma prazerosa e saudável para a criança.


INTRODUÇÃO
O trabalho com a Música na escola já vem sendo desenvolvido há muito tempo, tendo bem em mente a missão de formar cidadãos plenos, capazes de exercer sua cidadania. É possível uma reflexão diante dessa missão, pois é necessária algumas mudanças para tornar mais atrativo e eficiente. A música é uma das linguagens que o aluno precisa conhecer, mas não somente por essas características. A maior razão é ele poder aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em constante transformação como pode ser observado na linha do tempo. As imagens de instrumentos e os diversos rítmos e notações musicais podem ser relacionados com outras manifestações culturais, como a dança e o teatro , permitem uma análise da evoluçao do pensamento e suas manifestações.

Mas por que a música mexe tanto com o ser humano? O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios até o cérebro, onde são interpretadas. Lá, elas chegam primeiro a uma região onde são processadas as emoções e os sentimentos, antes de serem percebidas pelos centros envolvidos com a razão. E, quando isso acontece, ocorre a liberação de neurotransmissores responsáveis por deixar os circuitos cerebrais mais rápidos. Por isso, pesquisadores da teoria das inteligências múltiplas, afirma que a habilidade musical é tão importante quanto a logicamatemática e a lingüística por auxiliar outros tipos de raciocínio. Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas nas pessoas que escutam,estudam e praticam a música. Por isso, que o ensino da música tem como objetivo: propor a reflexão quanto à aplicação da educação musical nas escola da rede pública e privada; fazer reflexão sobre a importância da música na educação infantil para a formação dos futuros cidadãos.

A metodologia usada para a elaboração desse trabalho de conclusão de curso foi uma pesquisa simples, pesquisados alguns autores que abordam a importância da música no âmbito escolar como também a importância da música no cotidiano do ser humano. É composto de três capítulos : o que é a música; desenvolvimento psicomotor e a música no contexto escolar.

Para justificar o despreparo da parte docente, é importante salientar a falta de material de apoio, desconhecimento na área musical por parte dos educadores , excesso de conteúdos a serem aplicados em sala de aula e falta de disciplina dos alunos...



O QUE É A MÚSICA?
A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Na Grécia Clássica o ensino da música era obrigatório e há indícios de que já havia orquestras naquela época. Pitágoras, filósofo grego da Antiguidade, ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias criavam reações definidas no organismo humano. Pitágoras demonstrou que a seqüência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode mudar padrões de comportamento e acelerar o processo de cura (BRÉSCIA, P.31,2003).

Antes mesmo de nascer, o bebê já é capaz de escutar. A partir do quinto mês de gestação, ele ouve batidas do coração da mãe ( além de todos os outros barulhos do organismo ) reconhece a voz dela. E reage a esses estímulos, virando a cabeça, chutando ou mexendo os braços, além de ficar com o coração batendo mais rápido. O bebê nasce, cresce, torna-se adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações mais sofisticadas: ele evocam mémorias e pensamentos, comunicam, provocam sensações, emocionam e movimentam.

Existem diversas definições para música. Mas, de modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações.



O que é musicalização?
A musicalização é um poderoso instrumento que desenvolve, na criança, além da sensibilidade à música, qualidades preciosas como: concentração, a coordenação motora, a sociabilização, a audição, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do racíocinio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocionais e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo. O processo de musicalização deve destina-se a todos, buscando desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical. Durante o processo de aprendizagem, adquire-se uma sensibilidade que é construída num ambiente em que:

(....) as potencialidades de cada indíviduo (sua capacidade de discriminação auditiva, suas emotividades etc). são trabalhadas e preparadas de modo a compreender e reagir ao estímulo musical (PENNA, 1990, p.22).

Musicalizar é, ainda:
(...) desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indíviduo possa ser sensível à musica, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical, como significativo (PENNA, 1990, p.22).

Quando o docente ensina com alegria, vibrações, através de uma metodologia lúdica e dinâmica própria do mundo de criança, estarão formando futuros ouvintes, talentosos artístas ou simplesmente pessoas sensíveis e equilibradas. Tudo o que a criança sente e vive é importante para ela. Essa vivênia facilitará a compreensão das estruturas musicais ( se for o caso) que virá depois. A musicalização objetiva as práticas musicais e não o estudo de um instrumento.


DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
As atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilibrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento adaptado a um ritmo á resultado de um conjunto completo de atividades coordenadas. Por isso, atividades como cantar fazendo gestos, bater palmas, bater os pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.


Desenvolvimento sócio-afetivo
O ser humano o único ser vivo pensante, pode agir de acordo com suas escolhas, podendo construir seu mundo, espaço e conhecimento através e com a fetividade. Suas percepções, sua expressão, sua crítica, sua imaginação, seus sentidos e sentimentos são adquiridos através do relacionamento com outras pessoas, que para poder ser valioso e enriquecedor, só pode transcorrer de manter harmoniosa e afetiva.

A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse processo a autoestima e a auto-realização desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento da auto-estima ela aprende a se aceitar como é com suas capacidades e limitações. As atividades musicais coletivas fovorecem o desenvolvimento da socialização , estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-realização.


Desenvolvimento cognitivo/ lingüistico
A fonte de conhecimento da criança são situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela recebe melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmicas musicais que permitem uma participação ativa favorem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua parte auditiva; ao acompanhar gestos e movimentar o corpo ela está trabalhando a coordenação motora e concentração; ao cantar ou imitar sons ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive.


A linguagem da música e sensório-motor
A linguagem da musica parece ter estado sempre presente na vida dos seres humanos e desde há muito faz parte da educação de crianças e adultos ( ROSA,2000). Para uma visão cognitivista, o conhecimento musical se inicia por meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas , que de pouco em pouco numa respota estruturada. Ao nascer à criança é cercada de sons e linguagem musical é favorável ao desenvolvimento das percepções sensório-motoras, dessa forma a sua aprendizagem se dá inicialmente através dos seus próprios sons ( choro, grito, risada ), sons de objetos e da natureza ( chuva, vento), o que possibilita a criança descobrir que ela faz parte de um mundo cheio de vibrações sonoras, segundo BRITO (2003, p.35). O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como sangue que flui na véias, a respiração e a movimentação intestinais.

A voz da mãe também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles. Portanto, a interação da criança com a música, como podemos observar já se inicia logo cedo, ouvir música é quase inevitável em nossa paisagem sonora, pois como foi dito, é interessante observar o reconhecimento dos bebês ao ouvir a voz da mãe, o barulho do pai chegando do trabalho, das cantigas de ninar para dormir, o barulho dos objetos ao cair, o que desperta na criança a curiosidade, a alegria, entusiasmo ocasionados pela sonoridade. Estando presente à música em nossas vidas podemos então afirmar que a linguagem musical surge espontaneamente à criança por meio do contato com o ambiente sonoro da cultura na qual está imersa. Segundo BRITO (2003), as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical tem grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem os repertórios que permitirá as criança comunicarem pelos sons. O RCNEI ( Referêncial Curricular Nacional para a Educação Infantil) afirma que a música é uma das formas importantes de expressão humana, o que por si justifica sua presença no contexto da educação, (BRASIL,1998, v3, p.45).

Segundo Monique Andries através de seus estudos tem objetivo conhecer e analisar saberes e práticas pedagógicas Musical de professoras uniu docentes no cotidiano de salas de Educação Infantil. A pesquisa foi realizada com três professoras uni docentes que atuam na segunda etapa da educação Infantil abrangendo a faixa etária de cinco e seis anos de idade em uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. A escola pesquisada localiza-se na zona rural e atende alunos oriundos de assentamentos de reforma agrária, filhos de pequenos proprietários rurais e trabalhadores assalariados do campo. Os objetivos específicos da pesquisa são: 1) compreender as políticas públicas para a educação infantil no período pós-LDB de 1996; 2) construir e apresentar o caminho metodológico desenvolvido na investigação; 3) analisar os saberes e fazeres musicais de professor as da educação infantil. A presente pesquisa fundamentou-se numa abordagem qualitativa com caráter etnográfico. Os dados foram construídos por meio das seguintes técnicas: entrevistas, observação participante e análise documental. Por meio das entrevistas e da observação participante do trabalho das professoras na sala de aula e em outros espaços escolares pudemos compreender sobre seus saberes e suas práticas pedagógico. Também foram analisados os documentos oficiais e escolares, os quais auxiliaram na análise e na interpretação dados.

A convivência com as professoras e seus alunos permitiu conhecer sobre sua formação, suas experiências musicais, sobre os gostos, preferências e repertórios utilizados na sala de aula; permitiu também compreender os pensamentos relacionados com suas práticas bem como suas necessidades para realização de práticas pedagógico-musicais. O estudo revelou que as professoras uniram docentes, mesmo com pouca ou nenhuma formação musical, desenvolvem trabalhos com música no cotidiano de suas salas de aula e consideram a música importante no contexto de suas práticas pedagógicas.

As professoras fazem uso da música principalmente no desenvolvimento das relações afetivas, no processo de socialização, como recurso didático para o ensino de conteúdos de outras áreas desconhecimento, como relaxamento e lazer, no processo de alfabetização, em momentos de recreação, em festividades do calendário escolar e em datas comemorativas. Portanto, concluímos que os momentos em que a música se faz presente na escola ainda são poucos e as atividades musicais se resumem as atividades de cantar. Decorre disto, a necessidade de formação musical continuada para as professoras uni docentes de educação infantil e de oferta de disciplinas nos cursos de graduação em Pedagogia que contemplem a música. Além da formação musical de professores uni docentes é necessária à presença do professor especialista em música na escola, de recursos materiais e estrutura física adequada para as atividades com música para que a educação musical se consolide nas escolas de educação básica, especificamente de educação infantil.

Segundo Roberta Alves Tiago através de sua pesquisa investiga o papel que a música desempenha dentro das instituições de Educação Infantil. Partindo de uma análise que a considera elemento essencial para a formação da criança, busca traçar sua trajetória na Educação Infantil, contextualizando, refletindo sobre suas práticas e comparando a realidade de vivência numa unidade escolar com as suas possibilidades de utilização preconizada por estudiosos do tema. Para atingir esses objetivos e construir o quadro referencial teórico, sistematizaram-se leituras sobre o que é a música, seu papel no desenvolvimento infantil e como se dá a formação dos educadores para atuarem na área. A primeira parte do trabalho é de ordem histórica, localizando-se a trajetória de atendimento às crianças de quatro a seis anos, desde a criação dos Parques Infantis até a sua transformação em Escolas Municipais de Educação Infantil. Na seqüência, são analisados os seguintes aspectos: a música e a criança; a arte musical presente nos currículos dos cursos de formação para o Magistério, Normal Superior e Pedagogia; e os subsídios que os educadores recebem para atuar com esta área do conhecimento.

A pesquisa conclui que, apesar das correntes teóricas enfatizarem a importância da música na formação das crianças, e a despeito de resultados satisfatórios que se obtêm quando a música é introduzida no cotidiano das unidades pré-escolares, ela desempenha ainda um papel vago e impreciso, pois depende mais da sensibilidade do profissional que atua na área do que dos reais subsídios para que ela aconteça, uma vez que falta formação específica ao educador de Educação Infantil para atuar na área musical. A linguagem musical é uma área de conhecimento em construção, mas necessita ser repensada à luz de novos paradigmas educacionais e musicais. De acordo com artigo de Sidirley de Jesus Barreto do Instituto Catarinense de Pós-Graduação tem por objetivo apresentar a música e a musicalização como elementos contribuintes para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser. Explica como a musicalização pode contribuir com a aprendizagem, traz algumas sugestões de atividades e analisa o papel da música na educação. Remete também ‘a Inteligência Musical, apontada por Howard Gardner, como uma das múltiplas inteligências e à capacidade que a música tem de influenciar o homem física e mentalmente, podendo contribuir para a harmonia pessoal, facilitando a integração e a inclusão social.

Ainda que esta investigação possibilite outras frentes de interpretação e que se constitua em uma tímida iniciativa neste carente campo de estudos, acreditamos que algumas ponderações devam ser reafirmadas, a guisar de conclusão. Nesta pesquisa ficou claro que o grande entrave ainda reside na formação, inicial e continuada, das educadoras infantis. Obviamente não estamos desconhecendo a relevância de iniciativas como a da aquisição de material musical de qualidade para as instituições de Educação Infantil: no caso específico deste estudo, ainda que as conseqüências imediatas tenham sido tímidas, continuam sendo louváveis, pois, em nossa opinião, se pelo menos uma educadora for atingida, muitas crianças já terão sido beneficiadas. No entanto, em termos de política pública, não é possível deixar de reconhecer que as deficiências na formação das educadoras apontam boa parte do alcance destas iniciativas.

Já nos referimos ao pouco espaço dedicado às linguagens artísticas, em particular a música, na formação dos educadores infantis, o que se faz visível nas grades curriculares dos cursos de Pedagogia em boa parte do país. Por outro lado, também ainda é tímida e desigual a movimentação dos cursos de licenciatura em música na busca de um melhor embasamento na produção teórica sobre Educação Infantil. Prova desta desigualdade é o fato de que nos estados da região sul do país esta aproximação vem rendendo bons frutos e é responsável pela maior parte da produção teórica sobre educação musical; contudo, se levarmos em conta as dimensões do país, é fácil reconhecer que em uma grande parte dos cursos de licenciatura em música, a produção teórica da área de Educação Infantil é ignorada. É mais do que urgente à consolidação dessa parceria: tanto pedagogos quanto especialistas em música teriam muito a contribuir no avanço do trabalho musical com a criança pequena. Por ora, esperamos comparecer a este debate no sentido de
construir canais que efetivamente possam resultar em propostas concretas e viáveis para a inserção da linguagem musical nos espaços de Educação Infantil, não em momentos fragmentados e estanques, mas presente no cotidiano destas crianças como mais uma de suas inúmeras formas de expressão.

Segundo a Isa Stavaraca através de seu estudou suas experiências sonoras com crianças pequenininhas, entre zero e três anos de idade, que freqüentam uma creche pública do Município de São Paulo (Centro de Educação Infantil, CEI). Traz para reflexão e contextualiza a ausência da Arte na formação das profissionais de creche, mesmo sendo apontada pela LDB/96 como área de conhecimento em suas quatro linguagens? Música dança teatro e artes plásticas; analisa tal ausência na rede municipal de São Paulo nos últimos 25 anos, em decorrência de alterações na legislação que rege o magistério municipal e, também, de mudanças de administração, seguindo o percurso profissional da autora. Este estudo inova apresentando e discutindo uma bibliografia italiana em que os estudiosos da infância destacam a temática da música e a criança pequenininha. Analisa a construção da paisagem sonora durante as atividades do dia-a-dia no CEI, pleiteando o contato das crianças com diferentes formas musicais, que podem constituir fatores importantes para o refinamento da audição, a produção de culturas infantis e o reconhecimento do ambiente onde vivem.



MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
Refletindo a música na Educação atual requer que os envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem dos futuros cidadãos estejam sempre em constante aprimoramento. O conteúdo programático, a didática, os recursos devem fazer sentido ao educador, tornando-o sujeito construtor do conhecimento, pois assim o aluno situa-se no que é proposto o ambiente escolar não fica virtual abstrato, mas concreto só então , irá sentir-se motivado a um comprometimento para levar respostas aos dilemas do cotidiano. Nesse sentido, a “ música e uma linguagem que possibilita ao ser humano a criar, expressar-se, conhecer e até mesmo transformar a realidade” (TAVARES, 2008).

Diante da variedade musical a que estamos expostos, certamente os alunos vão preferir este ou aquele gênero de acordo com o seu gosto, que é construído historicamente na relação com o contexto cultural. Para SNYDERS ( 1997,p.62) , “ as variações do gosto não anulam as obras-primas, mas fazem com que elas sejam ouvidas diferentemente segundo a época – é por issso que elas vivem: seu sentido permanece aberto, jamais está acabado, não se esgota jamais”. Daí a importância de estarmos atentos para a diversidade do acervo musical da humanidade, para podermos oferecer aos nossos alunos a oportunidade de conhecer outros gêneros musicais aos quais eles não têm acervo imediato. Não é possível gostar daquilo que não se conhece. Afinal de contas, “A escola é o local onde se apresenta aos jovens, a todos os jovens um tipo de poesia, modos de raciocínio rigoroso que eles não tinham atingido até então”, (SNYDERS, 1997, p.211). O autor ainda comenta , que é possível ao professor ultrapassar sua vida cotidiana sem desprezá-la nem desaprová-lo. E nessa perspectiva de diálogo entre mundos diferentes e por vezes conflitantes que a linguagem musical no contexto escolar deve ser ensinada.

Para SNYDERS, (1997, p.79), “ A experiência mais familiar aos jovens é a da música que toma conta deles: sabem bem que a música não os prende apenas de um determinado lado, não os atinge só em um determinado aspecto deles mesmos, mas toca o centro de sua existência, atinge o conjunto de sua pessoa, coração, espírito, corpo”.

Quando a criança chega à escola já traz ritmos, sons etc.,que devem ser considerados no processo educativo. As crianças deve ser dada a oportunidade de viver a Música, apreciando, cantando e criando, fazendo arte e compondo música...

A música é um instrumento facilitador no processo de aprendizagem, pois o aluno aprende a ouvir de maneira ativa e refletida, já que quando for o exercício de sensibilidade para os sons, maior será a capacidade para o aluno desenvolver sua atenção e memória. Diante dos desafios que o ser humano encontra durante sua vida em sociedade, perante as evoluções e acontecimentos que estão em constante aprimoramento, é necessário no ãmbito escolar que os alunos deparem com atividades e exercícios que permeiam as práticas educativas e que ao mesmo tempo estejam relacionados às suas vivências fora da escola. A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à aprendizagem, afinal propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente (SNYDERS, 1992, p. 14).

As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. A esse respeito Kitsch , Merle-Fishman e Bréscia (2003, p.60) afirmam que a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na prendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüstícas nas crianças.
a) Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga;

b) Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro;

c) Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.

As atividades relacionadas à música também servem de estímulo para criança com dificuldades de aprendizagem e contribuem para a inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. As atividades de musicalização por exemplo, servem como estímulo a realização e o controle de movimentos específicos, contribuem na organização do pensamento e as atividades em grupo favorecem a cooperação e a comunicação. Além disso, a criança fica envolvida numa atividade cujo objetivo é ela mesma, onde o importante é o fazer, participar, não existe cobrança de rendimento, sua forma de expressão é respeitada, sua ação é valorizada, e através do sentimento de realização ela desenvolve a auto-estima.

É preciso ampliar o universo sonoro das crianças, para só depois pensar na grafia musical, o que não caberia à educação infantil:
(...) uma aprendizagem, voltada apenas para os aspectos técnicos da música é inútil e até prejudicial, se ela não despertar o senso musical, não desenvolver a sensibilidade. Tem que formar na criança o musicista, que talvez não disponha de uma bagagem técnica ampla, mas será capaz de sentir, viver e apreciar a música ( Jeandot, 1993,p.21).

A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. Por mais que a atividade musical esteja diretamente relacionada ao entretenimento, a música na escola precisa assumir um papel relevante enquanto forma de conhecimento, e isto só será possível a partir da inclusão da disciplina e da sua continuidade nos ensinos fundamental e médio. É preciso que se aprimorem as organizações curriculares e que cada linguagem artística tenha presença garantida de forma digna e real. Integrar música às atividades educacionais não quer dizer cantar para decorar fórmulas matemáticas ou datas cívicas, ou ainda cantar para aprender elementos gramaticais de idiomas estrangeiros, mas, sim, incorporar efetivamente música como experiência educacional que permita aos indivíduos se relacionarem com esta forma de expressão humana.

É importante destacar que a música deve estar presente na escola como um dos elementos formadores do indivíduo. Para que isso aconteça, é imprescindível que o professor:
(...) seja capaz de observar as necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão suprir as necessidades de formação desses alunos ( JOLY, 2003, p.118),

Leis que precisa levar em consideração:
• A lei vale para o ensino fundamental e médio, mas as definições sobre em quantos anos e com que periodicidade o ensino de música será ministrado vão caber aos conselhos estaduais e municipais de Educação, em parceria com os governos locais.

• Escassez de professores especialistas contratados para ensinar a disciplina música nas séries iniciais do curso fundamental nas escolas do ensino regular

• À promulgação da Lei 11769/2008 segue-se a polêmica quanto ao veto do parágrafo segundo, que exigiria do professor de música o curso de Licenciatura na área. Ao mesmo tempo, o artigo 62 da LDB prevê a formação em nível superior em curso de licenciatura para atuação na educação básica. .

• Os conteúdos da educação musical nos diferentes níveis de escolaridade deveriam ser disponibilizados através de atividades de Criação, Execução e Apreciação. Atividades, proporcionando vivências que permitam reflexões e elaborações acerca de materiais musicais diversos, pré-existentes ou construídos pelos próprios alunos.


O objetivo do ensino da música
O professor deve estar atento à faixa etária de seus alunos quando apresentar uma atividade ; consta nos RCNEIs (BRASIL, p. 72-73) que:

(...) O trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora; brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade. È preciso lembrar que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é a fonte de produção sonora.

Em linhas gerais, são objetivos da educação musical escolar:
. Incorporar a educação musical como parte integrante da formação do indivíduo, fortalecendo a idéia de que a música faz parte da cultura e atinge direta ou indiretamente todos os indivíduos, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade e possibilitando o aprimoramento do senso estético.

. Propiciar ampla discussão sobre o papel da música na sociedade, resgatando conceitos estéticos de diferentes origens, incluindo música de diferentes povos, estilos, épocas e tendências.

. Desenvolver sistematicamente conceitos e habilidades musicais através da criação, realização e apreciação de obras musicais através do estabelecimento de conteúdos significativos adequados à realidade escolar.

. Estimular a pesquisa musical nas diversas localidades escolares, estabelecendo vínculos com músicos locais e profissionais ligados à música, promovendo aproximações culturais, demonstrando perspectivas de mercado e produção musical e estimulando a formação de novos profissionais.


Alguns conteúdos que podem ser trabalhados:
- percepção sonora;

- timbre, altura, duração, intensidade, melodia, ritmo, forma e textura.

- exploração de variados meios de produção sonora;

- elementos de acústica básica;

- propagação sonora, relações material e som, tamanho, som.

- exploração de diversos sistemas musicais;

- registros gráficos convencionais e não-convencionais;

- execução, improvisação, recriação e arranjos;

- apreciação significativa;

- audição, comparação, discussão;

- participação em apresentações que envolvam música;

- sinais, códigos, símbolos, leitura e escrita;

- música ao vivo, gravações e outras manifestações com música.

- mercado de trabalho, produção musical, profissionais da música.


A música trabalhada desde da Educação Infantil
Segundo a Teca Alencar Brito experiência com música antes do aprendizado do código convencional é muito importante. Num trabalho pedagógico entende-se a música como um processo contínuo de construção que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir. Teca Alencar Brito em “A Musica na Educação Infantil”, a teoriza como sendo um movimento comprometido com os processos criativos. A obra visa aproximá-la dos educadores que não tem formação na área, para reconhecerem sua importância na formação integral da criança em idade pré-escolar. Primeiramente, a autora define-se o som e o silencio como opostos complementares. Aquele possui qualidades, como: altura, duração, intensidade, timbre e densidade. Como existe grande variedade deles, deve se atentar para a importância da ecologia acústica, equilibrando e evitando que a exposição excessiva a diversos estímulos sonoros possa comprometer a qualidade de vida. De acordo com a época e a com cultura, interpreta-se a linguagem musical. Segundo Hans-Joachin Koellrenutter, “a música é uma linguagem, pois é um sistema de signos e , nela, se faz presente um jogo dinâmico de relações que simbolizam, em “a dinâmica do jogo dinâmico de relações que simbolizam, em microestruturas sonoras, a macroestrutura do universo”. Essa linguagem define-se pela criação de formas sonoras com base nos opostos e existe em tipos variados: tom, ruído e mescla. Além disso, diferentes modos lúdicos convivem no interior de uma mesma peça. Conforme François Delalande, podemos relacionar as formas de jogo infantil piagetianas com as três dimensões presentes na música: sensório motor, simbólico e com regras. Para trazê-la para a sala de aula é preciso atenção ao modo como às crianças se relacionam com ela em cada fase de seu desenvolvimento.

Baseando-se ainda na teoria de Piaget em analogia aos estágios de atividade lúdica, se classificam as condutas da vivência em três categorias:
a de exploração ou manipulação de objetos que produzam ruído, dos oito meses até os cinco anos; a de expressão, que representa o jogo simbólico na criança, dos cinco até os dez anos; e, a de construção, que é a preocupação em organizar a música, dar-lhe forma, dos seis ou sete anos, quando a criança passa a respeitar as regras no jogo, como as brincadeiras cantadas. Dessa maneira, a expressão musical infantil segue uma trajetória que vai do impreciso ao preciso. Entre os dois ou três anos, pode-se variar a velocidade, intensidade, explorar e realizar sons de diversas alturas, de diferentes durações, sem a orientação de um pulso regular. Aos quatro anos, fazer música significa o contato com elementos pertinentes a ela. Não há ainda a preocupação em precisar alturas e durações, pois a criança desconhece os conceitos de melodia, ritmo e harmonia em sua forma tradicional.

Ao aproximar-se da etapa com jogo com regras, propicia a sistematização e a organização do conhecimento. Por fim, aos cinco ou seis anos, a criança pode familiarizar-se com sua escala, cujas regras interessam-na. Entretanto, é preciso considerar que cada criança é única. Na Educação Infantil, observa-se a valorização de práticas que excluem a criação. A música é linguagem cujo conhecimento se constrói com base em vivências e reflexões orientadas. Todos devem poder tocar um instrumento, através dessas práticas, valorizadas pelo processo construtivo. Essa produção deve ocorrer através de dois eixos, a criação e a reprodução, que garantem três possibilidades de ação: a interpretação, a improvisação e a composição. Na escola é necessário que a linguagem musical contemple: o trabalho vocal; interpretação e criação de canções; brinquedos cantados e rítmicos; jogos que reúnem som, movimento e dança; jogos de improvisação; sonorização de histórias; elaboração e execução de arranjos; construção de instrumentos e objet
os sonoros; registro e notação; escuta sonora e musical; reflexões sobre a produção e a escrita. Também é preciso reunir diversas fontes, produzindo com as crianças um grande acervo.

Assim, a criança pode se sentir parte do processo de criação e reproduzir a trajetória humana em busca da construção de seus instrumentos. Já, no trabalho com a voz, o professor é uma referência. Desenvolve-se um grande vinculo afetivo ao cantar com as crianças. Cantando coletivamente, aprende-se a ouvir-nos e aos outros e desenvolver aspectos da personalidade como atenção, cooperação e espírito de coletividade. Elas também precisam ser incentivadas a improvisar e inventar canções. Assim, se ampliará seu universo. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ressalta-se a importância dos brinquedos musicais. A “hora da história” é um importante momento para o processo de educação musical, pois podemos interpretá-la usando o recurso da voz. Para ilustrar sonoramente a narrativa podem-se usar objetos ou materiais sonoros, utilizando a sonoplastia. Já, para contá-las usando instrumentos, estes podem servir à sonoplastia imitando o efeito sonoro real. Além do mais, a história pode servir de roteir
o para o desenvolvimento de um trabalho musical. No entanto deve-se atentar que essa fase não é apropriada para o registro de notações musicais. Porém, é possível trabalhar o conceito de registro, a partir de atividades significativas que construam sentidos a partir da apropriação de sons. Sua observação e sua análise revelam o modo às crianças percebem e se relacionam com os efeitos sonoros. Ação e recepção se integram a partir da atividade de escuta consciente e análise. Cabe ao educador, pesquisar obras que tenham afinidades com trabalhos infantis produzidos, ampliando seu universo musical.

Segundo a o estudo da vila lobos ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de propiciar a vivência de elementos estruturais dessa linguagem. A criança através da brincadeira relaciona-se com o mundo que a cada dia descobre e é dessa forma que faz música: brincando. Receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, "descobre instrumentos", inventa melodias e ouve com prazer a música de todos os povos. De forma ativa e contínua, a aprendizagem musical integra prática, reflexão e conscientização, encaminhando a experiência para níveis cada vez mais elaborados. Um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade. ”É preciso ensinar o mundo inteiro a cantar”. Há de se considerar como fundamental importância nesse processo o papel do professor com ou coordenador, que tendo clareza dos seus objetivos, ajuda o aluno intencionalmente na construção do conhecimento, problematizando o cotidiano e fornecendo os elementos necessários para compartilhar do trabalho pedagógico. No momento de montar um projeto para com a classe ou outro grupo, é necessário ter classe que os objetivos que mobilizam os dois pólos da relação pedagógica. Por isso exigem papeis e tarefas diferenciadas a serem desempenhadas por ambos. Mostra um conjunto de pesquisas desenvolvidas sob abordagem qualitativa possibilitando uma visão abrangente e multidimensional no tratamento da educação musical e um processo formativo e práticas uniram docentes, principalmente no que tange as discussões centralizadas na formação inicial e de professor já em serviços, bem como o papel dos coordenadores pedagógicos das escolas frente à educação musical escolar. Para a realização deste trabalho o método utilizado será o survey ou estudo de levantamento.

A escolha deste método deve-se também ao desejo de acolher um número maior de professores, realizando a pesquisa em mais de uma escola e possibilitando a coleta de um número maior de dados. Para Babbie [1], após os objetivos estarem definidos, será possível escolher o desenho do método, empregado com o sentido implícito de “survey por amostragem”. Assim neste estudo o desenho será de um survey intersecional, significando que as amostras serão coletadas em um determinado momento. A amostra será selecionada a partir do levantamento de professores de educação infantil da rede pública municipal e particular de Pelotas. Será realizada uma explanação aos professores de música, como também, às direções escolares, sobre o trabalho que irá ser desenvolvido e a importância e necessidade de suas respectivas participações na pesquisa. A partir dos tipos de amostragem não-probabilista, será utilizado nesta investigação o princípio de amostragem intencional ou por julgamento, onde os sujeitos são selecionados a partir das características as quais deseja o estudo. Os professores selecionados para participar da investigação deverão ter práticas de ensino de música na educação infantil e estarem dispostos a participar da investigação. Para colher informações precisas sobre com se configuram as práticas musicais deste trabalho foi preciso ter investigação e reflexão acerca dos documentos norteadores para o ensino de música no país para o Ensino Infantil. Inserção na realidade educacional para observação, diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da proposta didático-pedagógica.


Aplicação da música no âmbito escolar
- Crianças de 02 a 03 anos:
Importante estabelecer uma relação dos itens que serão trabalhadas na faixa de 02 a 03 anos com situações ou relações concretas pertinentes ao universo da criança ( ex.: animais, objetos, etc.).

Altura do som: grave e agudo

Como: através de estímulos sonoros produzidos por objetos ou instrumentos que estejam de acordo com as alturas propostas.

O que fazer: cada criança deverá ter um objeto ou instrumento referente às alturas a serem exploradas, que serão percutidas conforme o estímulo solicitado. Poder-se estabelecer um código, como por exemplo: andar rastejante no grave, na ponta dos pés no agudo.

Como: associar os andamentos propostos à histórias ou animais (ex.: tartaruga, coelho etc.).

Pulso: deixar a criança acompanhar uma música livremente, batendo palmas ou percutindo algum objeto ao ritmo (pulso) da melodia.

Lateralidade: para cima/para baixo, para um lado/ para outro lado, para frente/para trás.

O que fazer: utilizar canções e gestual que surgiram os movimentos.

Histórias: utilizar livros com figuras grandes e bem próximas da referência real. Contar histórias utilizando canções referentes às figuras,


- Crianças de 04 a 06 anos:
Movimento do som ascende e descendente ( na realidade o som não sobe nem desce, porém a idéia de subir e descer são sem dúvida, associados).

O que fazer: as crianças deverão movimentar-se ( corporal) ou manipular objetos ao estímulo proposto.

Como: utilizar uma flauta, sons vocais etc.

Altura do som: introduzir o som médio da mesma forma que forma trabalhadas sons graves e agudos.

Lateralidade: uma mão/outra mão, um pé/outro pé- direito-esquerda.

Histórias: introduzir dramatização com sonorização ( cantada ou percutida). Explorar sons vocais e corporais.

Pulso: relacionar pulso musical a pulsação do coração.

Como: as crianças devem sentir o próprio batimento cardíaco e o orientador poderá ajudá-las a achar.

O que fazer: crianças devem sentir a própria pulsação e tentarão andar nesse pulso. O professor solicitará às crianças que corram e a um sinal pré-estabelecido parem e sintam o pulsar do seu coração. O que acontece? Relacionar as batidas regulares do coração ao pulso musical, embora acelerados.

Como: use um instrumento de percussão para marcar o pulso de algumas músicas de roda. Marcando sempre a batida mais forte no primeiro tempo e um mais fraco.

Timbre: diferenciação entre vozes; diferenciação entre batidas de objetos; diferenciação entre instrumento; diferenciação entre batidas dos pés ( cada sapato produz um tipo de som).

O que fazer: utilizar jogos e brincadeiras com os olhos vendados ou não, para que somente o ouvido identifique a fonte sonora.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar que através da música as diversas áreas do conhecimento podem ser estimuladas. Temos na musicalização uma ferramenta para ajudar os alunos a desenvolverem o universo que conjuga expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo. Portanto cabe a nós buscarmos a maior variedade de informações e aplicarmos o conhecimento no nosso dia a dia para que assim influenciemos positivamente e levemos aos alunos ao verdadeiro mestre dos mestres.

A educação musical necessita ponderar que o ensino e a aprendizagem de música não ocorrem apenas na sala de aula, mas em contexto mais amplo. Por isso, o educador não deve discutir a música na escola, mas refletir sobre em que a educação musical pode ajudar no cotidiano dos alunos, dificuldades e interesses, buscando sempre entender a realidade em que vivem e atuam e quais formas de conhecer e aprender.

A prática musical no ambiente escolar auxilia no processo de aprendizagem estimulando e despertando a área afetiva, lingüística e cognitiva da criança. Os benefícios que a música proporciona nesta fase, seja pela expressão de emoções, sociabilidade, seja pelo raciocínio, concentração, comunicação, é de grande valor para a vida.

Diante da realidade encontrada nas escolas, o ensino da música é desenvolvida de maneira superficial, por meio de imitação e repetição, algo quase automático, sem uma reflexão. Podendo realizar um trabalho significativo com sucatas, confecção de instrumentos para exploração de sons e outras atividades que poderia contribuir para o desenvolvimento da inteligência musical.


REFERÊNCIAS:
PINTO, Priscila Graner Silva.Musicalização Escolar.Vivenciando a música erudita. Campinas(s.n), 1998.

JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da Música. 2 edição, Scipione. São Paulo, 1993.

HOWARD, Walter. A música e a criança. Sumus editorial. São Paulo, 1984.

BRITO, Teca Alencar de . Música na Educação Infantil. Editora Peirópolis, 2004.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.Brasília: MEC/ SEF, 1998.

DEHEINZELIN, Monique. Brincar são cantados com pouco som e envolve o movimento corporal, as parlendas são brincadeiras rítmicas com rimas e sem música. Editora: a fome com a vontade de comer. Petrópolis: Vozes, 1996.

GAINZA, Violeta Hemsy, de Estudos de Psicopedagogia Musical. 3 edição. São Paulo: Summus, 1988.

GOMES, Neide. Música e a criança. 1 Edição. São Paulo: Fermata do Brasil , 1996.

MÁRSICO, Leda Osório. A criança e a música.Editora Globo. Rio de Janeiro, 1982.

NOGUEIRA, M.A. A música e o desenvolvimento da criança.Revista da UFG, vol.5, n. 2, dezembro de 2003, on line ( artigo de Monique Andries Nogueira). www.proec.ufg.br.

HUMMES, Julia maria. Por que é importante o ensino de Música? Revista da Abem, Porto Alegre, v.11, p.17-35, setembro de 2004.
PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1990.



Texto enviado às 20:53 - 03/12/2010
Autor: Josilene Queiroz

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