
Memórias da Emília
São Paulo: Brasiliense, 1968, 122p.
Esta obra do consagrado autor Monteiro Lobato, cuja primeira edição foi lançada no ano de 1936, trata de uma espécie de resumo de algumas aventuras (ou “reinações” como o próprio autor define) encenadas pela turma do Sítio do Picapau Amarelo, com maior destaque para o caso do anjinho do céu.
O livro inicia-se com Emília, a boneca falante, resolvendo escrever suas memórias e relatando essa ideia a Dona Benta, avó de Narizinho e Pedrinho. Ao ouvir a pretensão de Emília, Dona Benta indaga a boneca se esta sabia o significado de memórias. A partir daí as duas envolvem-se em uma divagação acerca do que seria verdade e o que seria mentira, partindo do pressuposto de que os autores de memórias mentem para que elas fiquem mais interessantes, e concluem que “verdade é uma espécie de mentira bem pregada, das que ninguém desconfia”. Percebe-se aí uma crítica à sociedade como um todo, baseada em mentiras e interesses, tão comuns na época quanto o são hoje. A boneca é uma espécie de encarnação da antimentira, pois em nenhum momento aceita não falar a verdade, chegando muitas vezes a parecer mal-educada ou rude por dizer o que pensa. Emília não liga para as conveniências, fala aquilo que lhe vem à cabeça, sem medo de ofender.
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