Outras Etnias
A Região Sul teve sua formação étnica complementada por uma infinidade de outras raças, que embora em proporções bem mais reduzidas que os portugueses, alemães e italianos, contribuíram a seu modo para a consolidação do espírito progressista que hoje caracteriza os três estados sulinos.
Tradicional dança polonesa em Criciúma, SC. - Foto: Catarina Rüdiger
Os poloneses formam o grupo mais numeroso de imigrantes do Paraná. Eles começaram a chegar em 1871, distribuindo-se principalmente pelos arredores de Curitiba e pelo centro-sul do estado, formando colônias em Mallet, Cruz Machado, São Matheus do Sul, Irati e União da Vitória.
Crianças do grupo ucraniano Soloveiko,
em Prudentópolis, SC,
apresentando-se com suas bandurras,
instrumento de 55 cordas e som suave.
Foto: Rogério Monteiro
Embora também sejam eslavos, os ucranianos (ver quadro abaixo) diferenciam-se dos poloneses pela língua, costumes e origem histórica. Povo agrícola, começaram a chegar em 1891, trazendo o estilo bizantino de suas igrejas, seus trajes bordados, comidas e danças típicas. Em Santa Catarina, os descendentes de eslavos habitam cidades próximas à fronteira com o Paraná, como São Bento do Sul e Mafra.
Ucranianos: Memorial do Parque Tingüi, Curitiba, Paraná - Foto: Iolita Cunha Grupo Folclórico Ucraniano Vesná,
Mafra, Santa Catarina - Foto: Iolita Cunha
Instalados desde 1911 na região de Castro, no Paraná, os holandeses conseguiram destaque com a industrialização de derivados do leite. Seus principais núcleos estão localizados em Carambei, Castrolândia e Arapoti, mas eles são poucos numerosos, assim como outras etnias de origem germânica, como austríacos e suíços.
Treze Tílias, em Santa Catarina, é uma exceção. A cidade é formada quase que exclusivamente por austríacos e seus descendentes, possui arquitetura típica e até um consulado daquele país.
Os povos anglo-saxões são representados pelos ingleses, que chegaram ao Paraná no início do século XX para a instalação de ferrovias na região norte do estado e deixaram alguns descendentes na região de Londrina.
Atualmente, os japoneses são os que mais imigraram para o Brasil. O início da sua entrada no país data de 1908, acentuando-se a partir de 1920 e depois da segunda guerra mundial. Destinaram-se inicialmente a fazendas de café no Norte do Paraná, mas depois espalharam também colônias no litoral, principalmente em Paranaguá, Morretes e Cacatu. Em Santa Catarina, 30 famílias de japoneses vivem no município de Frei Rogério, onde cultivam hortaliças e as tradições do seu país.
A reunião de todas estas etnias, ao longo dos séculos, compôs a alma do moderno habitante da Região Sul. Um ser humano ainda hoje pouco definido, multifacetado, que aos poucos vai criando uma identidade única, destacando a terra onde vivem no canário nacional. São eles os responsáveis diretos pela inquestionável diferença cultural, econômica e social existente entre a Região Sul e o restante do país, arautos e engrenagens propulsoras de um Brasil diferente.
Texto de Rogério Monteiro
________________________________________
Um Brasil Diferente / Rogério Monteiro in Revista Mares do Sul, N.º 31, 49-50, Santa Catarina: Editora Mares do Sul.,abril/maio de 2000.
Os Ucranianos
Grupo Folclórico do Centro Brasileiro de Estudos Ucranianos de Curitiba
Quando se fala em imigrantes no Brasil, a primeira lembrança é a de portugueses, italianos, alemães ou japoneses, que realmente formam a maioria daqueles que, vindos de outras terras, aqui se estabeleceram, criaram raízes e muito ajudaram a fazer deste país uma nação. Mas acontece que, na realidade, esses povos são apenas uma parcela dos muitos que para aqui vieram trazendo sua força de trabalho, seus conhecimentos e sua cultura, e que, embora formando núcleos menos numerosos, fizeram do Brasil a sua pátria e têm retribuído com amor e trabalho a maneira como ele os recebeu.
Os ucranianos estabelecidos em sua grande maioria no Estado do Paraná, formam uma comunidade coesa que, apesar de composta atualmente, na sua quase totalidade, por brasileiros natos (mais de 90%), procura manter bem viva a lembrança, os costumes e a tradição de sua terra de origem, isto sem querer dizer que não sejam ativos participantes dos problemas comuns que a todos nós dizem respeito.
A chegada dos primeiros ucranianos ao Brasil é um fato que nunca ficou bem determinado, devido à total falta de documentação.
A maioria dos autores fixa o ano de 1895, quando chegou ao Paraná a primeira grande leva de colonos vindos da Galícia (na região de Lvov, próxima à fronteira com a Polônia), embora existam afirmações de grupos de ucranianos vindos para cá em 1871 e 1876.
No entanto, ao que se pode deduzir, esses colonos se diluíram entre os habitantes locais e deles só restam seus nomes de família
na lista de imigrantes eslavos, que encontra no arquivo da Ucrânia.
Nas horas de lazer, os lavradores deixam o campo e sse juntam para tocar músicas da pátria de origem.
Eles fabricam o próprio instrumento.
Os ucranianos chegaram ao Estado do Paraná em três etapas distintas:
A primeira, que data do final do século XIX, foi feita por lavradores que emigraram da Galícia e de Bukovina por razões sócio-econômicas; a
segunda se deu por questões políticas, quando, no início dos anos 20 (século XX), a Ucrânia Ocidental foi posta sob a soberania da Polônia, fato que ocasionou um grande êxodo de ucranianos para os países das Américas, vindo uma parte para o Paraná; e a terceira, que se constituiu no maior movimento emigratório ucraniano, aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando mais de duzentos mil ucranianos vieram para países americanos, sendo que de novo foi o Paraná o Estado preferido por eles.
Pratos típicos ucranianos
Apesar de os censos oficiais serem incompletos, pois os ucranianos que aqui chegaram eram registrados nos portos de entrada como austríacos ou poloneses, de acordo com os passaportes fornecidos pelos governos de ocupação das suas regiões de
origem, calcula-se que o grupo étnico ucraniano é constituído de 200 mil pessoas, sendo que 78% delas vivem no Paraná.
Aí são encontradas comunidades ucranianas em Prudentópolis, onde elas constituem a maioria da população (cerca de 76%), Curitiba, Apucarana, Guarapuava, Dorizon, Ivaí, Irati, Ponta Grossa, Pato Branco, Pitanga, Roncador e União da Vitória, entre
outras. Na sua maioria, os imigrantes vindos para o Paraná dedicaram-se à agricultura. Experientes cultivadores do trigo foram
eles os primeiros a instalar no estado a indústria moageira. Mas não se restringiram a essa cultura, pois passaram a exercer atividades nos setores do cultivo do café, do algodão, da hortelã, etc. A outra parte, que não se dedicou à agricultura, voltou-se para diversas atividades industriais, destacando-se sobretudo no fabrico de móveis, em atividades empresariais, em
especialidades técnicas e no exercício de profissões liberais.
Ao longo dos cem anos de colonização no Estado do Paraná, os ucranianos foram os responsáveis pela implantação de novas lavouras e novos métodos de cultivo da terra.
Durante o período, houve uma progressiva integração com outros grupamentos étnicos, o que não impediu, no entanto, que os
costumes e tradições trazidos de
seu país de origem se mativessem intactos.
Grupos folclóricos da Igreja de Vila Guaíra, em Cutitiba.
Oriundos de um país rico em tradições artísticas, com um folclore dos mais admirados em toda a Europa, os ucranianos que aqui chegaram não poderiam fugir à herança cultural recebida de seus antepassados. E, à proporção que o novo modo de vida e as circunstâncias o foram permitindo, eles reviveram essas tradições, dando novo colorido à já rica cultura popular da terra que escolheram como sua.
As danças e as canções populares ucranianas têm origem geralmente nas manifestações de antigos cultos religiosos, particularmente nos ligados às manifestações da natureza. A dança revela tendências para o espaço, intimamente ligada às vastas planícies do país. Elas se caracterizam pelo ritmo cheio de vida, de coragem e de confiança, extravasando uma alegria exuberante. Quanto às canções, apresentam-se como uma manifestação perfeita da continuidade da vida nacional desde os tempos pré-históricos, pagãos, até o momento presente.
A Igreja Católica - tanto a
Romana quanto a Ortodoxa -
teve importante papel na colonização ucraniana.
Em torno das igrejas e sob a liderança dos padres, as cidades foram sendo construídas, as
lavouras desenvolveram-se e superados os obstáculos.
Mas, com certeza, o que melhor ilustra os sentimentos ucranianos para a beleza e forma é a pessanka – a arte de colorir ovos pascais. É a professora Eugênia Mazepa, da secretaria do Estado do Paraná, que nos fala dessa antiga manifestação da arte ucraniana.
A pessanka, palavra derivada do verbo pessaty (escrever), data dos tempos do paganismo. Simboliza o renascimento da terra na primavera, com sua promessa de boas-novas. Com o advento do cristianismo, ela passou a simbolizar a Ressurreição – promessa
de um mundo melhor e mais feliz.
Cada região da Ucrânia tem seus desenhos básicos para a pessanka, bem como símbolos e o seu significado, que variam de
aldeia para aldeia. No entanto, nunca duas pessanky são idênticas. Elas podem ter vários significados, como por exemplo, um
sinal de amor de quem presenteia, ou um poder curativo, ou ainda o poder de proteger uma casa contra o fogo e a destruição.
Mas, na maioria dos casos, ela é considerada uma espécie de talismã ou amuleto. Talvez uma das razões que propiciaram o
sucesso dos ucranianos nas terras brasileiras.
Aula de pessanka na casa da família Mazepa. Foto de Jorge Serathiuk
Os estudos sobre a vinda dos Ucranianos para o Brasil, contidos no livro “Os Ucranianos” de Oksana Boruszenko, professora da Universidade Federal do Paraná e descendente de ucranianos, muito ajudaram ao autor a fazer esta reportagem.
Texto de Tarlis Batista
________________________________________
Paraná: Viagem à Terra dos Ucranianos / Tarlis Batista in Revista Geográfica Universal, N.º 134, 29-35, Rio de Janeiro: Bloch Editores S.A.,Janeiro de 1986.
Fotos: Sérgio de Souza
Foto da Aula de pessanka: Jorge Serathiuk
Tia Mila

- Milena Lopes Borba
- Sao Joao Do Sul , SC, Brazil
- A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.
10 de out. de 2008
Raça e Etnia
Raça e Etnia
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
Ao se falar de raça e etnia muitas pessoas demonstram total falta de base teórica ou então idéias distorcidas sobre a questão, hoje é sabido que do ponto de vista biológico todas as idéias de racialização humana cairam por terra, não existem raças humanas, mas apenas a espécie (raça humana), porém a construção social feita a partir destas idéias permanece no imaginário popular e principalmente os efeitos nefastos de todas estas hoje sabidamente equivocadas idéias na vida de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial nos reportamos ao Brasil. Para eliminar os efeitos destas idéias equivocadas é preciso porém antes, conhecer como foi realmente montada a idéia de raça e seus conceitos. Hoje nos remetemos as questões étnicas ( povos), a discussão de raça não faz mais sentido a não ser do ponto de vista dos seus efeitos na construção social.
RAÇA
A primeira classificação dos homens em raças foi a “Nouvelle division de la terre par les différents espèces ou races qui l'habitent” ("Nova divisão da terra pelas diferentes espécies ou raças que a habitam") de François Bernier, publicada em 1684.
Carolus Linnaeus (1758) inventor da taxinomia e criador da classificação Homo Sapiens, reconheceu quatro variedades do homem - Americano (Homo sapiens americanus: vermelho, mau temperamento, subjugável), Europeu (europaeus : branco, sério, forte), Asiatico (Homo sapiens asiaticus: Amarelo, melancólico, ganancioso), e Africano (Homo sapiens afer : preto, impassivel, preguiçoso). Linnaeus reconheceu também uma quinta raça não-geográficamente definida , a Monstruosa (Homo sapiens monstrosus), compreendida por uma diversidade de tipos reais (por exemplo, Patagônios da America do Sul, Flatheads canadenses) e outros imaginados que não caberiam em nenhuma das quatro categorias "normais" (segundo a visão racista de Linnaeus que não apenas criou a classificação como atribuiu a cada uma características físicas e morais, o individuos mestiçados poderiam talvez ser então classificados nesta última categoria) .
O sucessor de Linnaeus', J. F. Blumenbach, primeiramente em 1775 reconheceu "quatro variedades da humanidade:" 1) Europa, Ásia ocidental, e parte de America do Norte; 2) Ásia do leste e Austrália; 3) África; e 4) o resto do novo mundo. A visão de Blumenbach continuo a evoluir, em 1795 dando origem a cinco variedades, Caucasiano, Mongol, Etíope, Americano, e Malaio, diferindo do agrupamento anterior onde os esquimós passaram a ser classificados com os Asiaticos do leste.
Neste sentido, as coisas ficaram estáticas até 1962, o ano em Carleton Coon publicou "A origem das raças". Lá Coon, um antropólogo físico, dividiu a humanidade em cinco raças (ou subspecies): Caucasoide, Mongoloide, Australoide, Congoide (Negroide), e Capoide(Africa Meridional até filipinas).
Segundo Dobzhansky (1970), esta visão conduziu à absurdos como quando os siblings (pessoas com síndrome de Down) foram categorizados em tipo racial (mongolóide) diferentes de ambos seus pais . De uma perspectiva social, este problema (indivíduos surgidos da mistura de raças) foi resolvido tipicamente empregando o conceito de Marvin Harris a hipodescendencia, isto é, a criança de tal união pertence a raça biológica ou socialmente inferior: "o cruzamento entre um branco e um indio é um indio; o cruzamento entre um branco e um negro é um negro; o cruzamento entre um branco e um hindu é um hindu; e o cruzamento entre alguém de raça européia e um judeu é um judeu." (Grant, The Passing of the Great Race, 1916). Em algumas países, uma regra de 1/8 ou 1/16 foi estabelecida a fim determinar a identidade racial apropriada de indivíduos oriundos de mistura de raças. Sob estas regras, se o indivíduo for, pelas linhas da descendência, 1/8 ou somente 1/16 de negro (preto uniforme) , o indivíduo é também negro.
ETNIA
Uma etnia ou grupo étnico é em um sentido amplo uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas, culturais e genéticas. Estas comunidades comumente reclamam para sí uma estrutura social, política e um território. Etnia se usa a vêzes erroneamente como un eufemismo para raça, ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Raça é um conceito que tem sido associado ao de etnia. Porém etnia compreende os fatores culturais (nacionalidade, afiliacão tribal, religiosa,língua ou tradições) e biológicos de um grupo humano, raça específicamente alude aos fatores morfológicos distintivos desses grupos humanos (cor de pele, compleição física, estatura, traço faciais, etc.) desenvolvidos em seu processo de adaptacão a determinado espaço geográfico e ecossistema (clima, altitude, flora, fauna, etc.) ao largo de várias gerações.
Históricamente, a palavra "etnia" significa "gentio", proveniente do adjetivo grego "ethnikos." O adjetivo se deriva do substantivo ethnos, que significa gente ou nacão estrangeira. O sustantivo deixou de estar relacionado com “Pagão” em princípios do sec. XVIII. O uso do moderno sentido da palavra começou na metade do sec. XX.
A Língua
A língua tem sido utilizada como primero fator classificador dos grupos étnicos, sem dúvida esta ferramenta não tem estado estado isenta de manipulacão política ou erro. Se deve assinalar que existe grande número de línguas multi-étnicas e determinadas etnias são multi-língues
A Cultura
A delimitacão cultural de um grupo étnico com respeito aos grupos culturais de fronteira, se faz dificultosa para o etnólogo em especial no tocante a grupos humanos altamente comunicados com grupos vizinhos. Elie Kedourie é talvez o autor que mais tenha aprofundado a análise das diferenças entre etnias e culturas . Geralmente se percebe que os grupos étnicos compartilham uma origem comum , e exibem uma continuidade no tempo, apresentam uma nocão de história em comum e projetam um futuro como povo. Isto se alcança através da transmissão de geração em geração de uma linguagem comum, intituições, valores e algumas tradicões. Se bem que em determinadas culturas se mesclam os fatores étnicos e os políticos, não é imprescindível que um grupo étnico conte com instituições próprias de governo para ser considerada como tal. A soberania portanto não é definidora da etnia, mas se admite a necessidade de uma certa projeção social comum.
A Genética
É importante considerar a genética dos grupos étnicos se devemos distingui-los de um grupo de individuos que compartilham únicamente características culturais. As etnias geralmente se remetem a mitos de fundacão que revelam uma nocão de parentesco mais ou menos remoto entre seus membros. A genética atual tende a verificar a existencia dessa relacão genética, porém as provas estão sujeitas a discussão, refrência é Lucca Cavalli-Sforza.
Grupos étnicos
Os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não-históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se muitas vezes através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.
O NOME ROUBADO
O NOME ROUBADO
CENA: delegacia. Delegado na mesa. Entra o investigador
INVESTIGADOR _Seu delegado ,tem um caso ai fora que eu não sei resolver. Nunca vi uma coisa dessas.
DELEGADO _ Manda entrar .
INVESTIGADOR (grita para fora) _ Psssiu! Ô , seu! Psssiu!
HOMEM (humilde,entra) _ Dá licença?
INVESTIGADOR _Conta aí pro delegado.
DELEGADO _ Qual é o caso?
HOMEM _ O caso, doutor, é que fui assaltado ali na esquina e roubaram o meu nome.
DELEGADO _ Roubaram o quê?
HOMEM _ O meu nome,doutor.
DELEGADO _Roubaram o seu nome?
HOMEM _ Isso mesmo, seu delegado. E eu estou aqui para apresentar queixa.
DELEGADO _ Como é o seu nome?
HOMEM _ Eu não estou dizendo ao senhor que roubaram o meu nome?
DELEGADO ( para o investigador) _ Manda dar uma busca ai pela rua pra gente pegar esse ladrão.
INVESTIGADOR ( saindo) _ Pois não, seu delegado.
DELEGADO _ O senhor tem certeza de que roubaram o seu nome?
HOMEM_ Tenho ,doutor. Quando sai de casa eu estava com o meu nome. (...) Meu nome já estava usado,mas era de estimação. Foi um presente que minha mãe me deu no dia em que eu nasci.
DELEGADO _ Se o senhor ouvir o seu nome, o senhor se lembra?
HOMEM _ Certamente,doutor.
DELEGADO _ É nome estrangeiro?
HOMEM _ Não , senhor. Artigo nacional mesmo.
DELEGADO _ Será que é Pedro, João, José, Roberto, Paulo...
HOMEM _ Nenhum desses,doutor.
DELEGADO _ Vai ser difícil descobrir.
INVESTIGADOR ( chega, trazendo o ladrão) _ Peguei o ladrão ali na esquina!
HOMEM ( reconhecendo) _ Foi ele , doutor. Foi ele quem Roubou o meu nome!
DELEGADO _ Calma. ( para o ladrão.) Como é o seu nome?
LADRÂO _ Jorge.
HOMEM (exultante) _ Jorge! É esse o meu nome! Eu quero o meu nome de volta!
DELEGADO_ Devolva o nome dele já, seu canalha!
LADRÃO _ Esta bem, pode ficar com o seu nome.
HOMEM _ Obrigado, seu delegado. Qual quer coisa que o senhor precisar,pode me chamar. Meu nome é Jorge. Passa bem, seu delegado. ( Sai.)
DELEGADO ( para o ladrão) _ Agora vamos conversar. Seu nome Todo?
LADRÂO _ Mão de Cabrito.
DELEGADO _ Perguntei o nome.
LADRÃO _ Eu não tenho nome,doutor.
DELEGADO _ Vagabundo! Quando chegou aqui você disse que se chamava Jorge?
LADRÃO _ É que eu tinha roubado aquele nome pra mim. Mas o senhor mandou devolver.
Max Nunes. O pescoço da girafa.SP, campanhia das Letras,1998
Por dentro do texto
Depois de ler o texto respondas as questões abaixo:
1) Quem escreveu o texto “O nome roubado”?
..................................................................................................................................................................................................................................................
2) Ele foi publicado em um jornal ou em um livro? Como você chegou a essa conclusão?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3) A história do nome roubado é verdadeira ou inventada pelo autor do texto? Como você chegou a essa conclusão?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
4- Porque você acha que Mão de cabrito roubou o nome Jorge?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................5-“Meu nome já esta sendo usado,mas era de estimação”. O que a personagem quis dizer com essa afirmação?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
6- Porque o nome tem tanta importância? Para que ele serve?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
CENA: delegacia. Delegado na mesa. Entra o investigador
INVESTIGADOR _Seu delegado ,tem um caso ai fora que eu não sei resolver. Nunca vi uma coisa dessas.
DELEGADO _ Manda entrar .
INVESTIGADOR (grita para fora) _ Psssiu! Ô , seu! Psssiu!
HOMEM (humilde,entra) _ Dá licença?
INVESTIGADOR _Conta aí pro delegado.
DELEGADO _ Qual é o caso?
HOMEM _ O caso, doutor, é que fui assaltado ali na esquina e roubaram o meu nome.
DELEGADO _ Roubaram o quê?
HOMEM _ O meu nome,doutor.
DELEGADO _Roubaram o seu nome?
HOMEM _ Isso mesmo, seu delegado. E eu estou aqui para apresentar queixa.
DELEGADO _ Como é o seu nome?
HOMEM _ Eu não estou dizendo ao senhor que roubaram o meu nome?
DELEGADO ( para o investigador) _ Manda dar uma busca ai pela rua pra gente pegar esse ladrão.
INVESTIGADOR ( saindo) _ Pois não, seu delegado.
DELEGADO _ O senhor tem certeza de que roubaram o seu nome?
HOMEM_ Tenho ,doutor. Quando sai de casa eu estava com o meu nome. (...) Meu nome já estava usado,mas era de estimação. Foi um presente que minha mãe me deu no dia em que eu nasci.
DELEGADO _ Se o senhor ouvir o seu nome, o senhor se lembra?
HOMEM _ Certamente,doutor.
DELEGADO _ É nome estrangeiro?
HOMEM _ Não , senhor. Artigo nacional mesmo.
DELEGADO _ Será que é Pedro, João, José, Roberto, Paulo...
HOMEM _ Nenhum desses,doutor.
DELEGADO _ Vai ser difícil descobrir.
INVESTIGADOR ( chega, trazendo o ladrão) _ Peguei o ladrão ali na esquina!
HOMEM ( reconhecendo) _ Foi ele , doutor. Foi ele quem Roubou o meu nome!
DELEGADO _ Calma. ( para o ladrão.) Como é o seu nome?
LADRÂO _ Jorge.
HOMEM (exultante) _ Jorge! É esse o meu nome! Eu quero o meu nome de volta!
DELEGADO_ Devolva o nome dele já, seu canalha!
LADRÃO _ Esta bem, pode ficar com o seu nome.
HOMEM _ Obrigado, seu delegado. Qual quer coisa que o senhor precisar,pode me chamar. Meu nome é Jorge. Passa bem, seu delegado. ( Sai.)
DELEGADO ( para o ladrão) _ Agora vamos conversar. Seu nome Todo?
LADRÂO _ Mão de Cabrito.
DELEGADO _ Perguntei o nome.
LADRÃO _ Eu não tenho nome,doutor.
DELEGADO _ Vagabundo! Quando chegou aqui você disse que se chamava Jorge?
LADRÃO _ É que eu tinha roubado aquele nome pra mim. Mas o senhor mandou devolver.
Max Nunes. O pescoço da girafa.SP, campanhia das Letras,1998
Por dentro do texto
Depois de ler o texto respondas as questões abaixo:
1) Quem escreveu o texto “O nome roubado”?
..................................................................................................................................................................................................................................................
2) Ele foi publicado em um jornal ou em um livro? Como você chegou a essa conclusão?
...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
3) A história do nome roubado é verdadeira ou inventada pelo autor do texto? Como você chegou a essa conclusão?
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4- Porque você acha que Mão de cabrito roubou o nome Jorge?
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6- Porque o nome tem tanta importância? Para que ele serve?
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COTIDIANO DA GENTE BRASILEIRA
COTIDIANO DA GENTE BRASILEIRA
O sino da catedral bate palavras
ci-da-de o sol do entardecer
Bate nas fechadas nos telhados
A cada passo se revelam na rua
Traços dignos de nota.
Sentada à porta de casa
Mulheres tecem os seus bordados
Enquanto jogavam conversa
Em uma infinita passagem de linhas e horas.
Na janela labirintos coloridos descobrem
Moveis caducos
Cortinas engomadas
Sofás cobertos com gatos enfeitados e
A vara de oliveira
Nem sempre acha água nas torneiras.
O olhar reconhece a praça,
A avenida, a paisagem.
Casas pequenas de um quarto
Casas de hectares
Paredes restauradas
Tijolos tombados
Ruínas para fazer turismo
Terrenos vazios
Onde não vemos mais os limoeiros
Espaços novos
Construções de época
A chuva
Cheia de imaginação
Passeia nos muros altos
O sol passa apertado
No meio de grade de ferro
O vento afinado
Sacode árvore
Placas de publicidade
E o varal cheio de sabão em pó.
Sapatos de número 21
Botas de número 13
Sandália de números 35 e vão e vem
Amassam as calçadas
Na panela de arroz-feijão
O barulho das maquinas velozes
Vencendo o sinal vermelho
No pingado do bar
A fumaça das fabricas
Mata a fome dos pulmões
Jogos de guerra
Esperam nos barcos
Nos mercados
Nas feiras
Nas lojas
Jogos de esperança
Riscam as escolas
Os teatros
As bibliotecas
Jogos de vidas
Apostam nos hospitais
Nas maternidades
Numa linguagem
Que somente os homens
Podem perceber
Antes mesmo de o galo cantar
A luz da cidade
Sem recuperar o fôlego
Acende e apaga.
Autora: Jussara Braga
O sino da catedral bate palavras
ci-da-de o sol do entardecer
Bate nas fechadas nos telhados
A cada passo se revelam na rua
Traços dignos de nota.
Sentada à porta de casa
Mulheres tecem os seus bordados
Enquanto jogavam conversa
Em uma infinita passagem de linhas e horas.
Na janela labirintos coloridos descobrem
Moveis caducos
Cortinas engomadas
Sofás cobertos com gatos enfeitados e
A vara de oliveira
Nem sempre acha água nas torneiras.
O olhar reconhece a praça,
A avenida, a paisagem.
Casas pequenas de um quarto
Casas de hectares
Paredes restauradas
Tijolos tombados
Ruínas para fazer turismo
Terrenos vazios
Onde não vemos mais os limoeiros
Espaços novos
Construções de época
A chuva
Cheia de imaginação
Passeia nos muros altos
O sol passa apertado
No meio de grade de ferro
O vento afinado
Sacode árvore
Placas de publicidade
E o varal cheio de sabão em pó.
Sapatos de número 21
Botas de número 13
Sandália de números 35 e vão e vem
Amassam as calçadas
Na panela de arroz-feijão
O barulho das maquinas velozes
Vencendo o sinal vermelho
No pingado do bar
A fumaça das fabricas
Mata a fome dos pulmões
Jogos de guerra
Esperam nos barcos
Nos mercados
Nas feiras
Nas lojas
Jogos de esperança
Riscam as escolas
Os teatros
As bibliotecas
Jogos de vidas
Apostam nos hospitais
Nas maternidades
Numa linguagem
Que somente os homens
Podem perceber
Antes mesmo de o galo cantar
A luz da cidade
Sem recuperar o fôlego
Acende e apaga.
Autora: Jussara Braga
As Origens da Família
As Origens da Família
A família é o primeiro grupo de convivência social. É formada por um conjunto de pessoas que possuem a mesma origem,ligadas entre si por laços de parentesco ou afetividade.
A arvore genealógica serve para visualizar as origens das pessoas. A genealogia permite conhecer as relações de parentesco e os antepassados das pessoas de uma família.
Dessa forma, as origens referem-se à ascendência, o ponto de partida de uma família levando em conta a sua naturalidade.
Geralmente,costuma-se dizer que alguém é natural dessa ou daquela região,nação,desse ou daquele país,pois as pessoas têm origens diferentes.
Você obtém informações dos seus antepassados com as pessoas da sua família e pelos os registros, tais como: documentos,fotografia,objetos, louças,roupas,sapatos,móveis, quadros e pinturas.
Trabalho em grupo
Troque idéias com os seus colegas sobre as origens de cada um.
Por que os brasileiros são tão diferentes entre si,mas constituem um só povo? Agora com o seus colegas, descrevam uma frase que responda essa pergunta.
Façam um cartaz e exponha-o no mural da classe.
A família é o primeiro grupo de convivência social. É formada por um conjunto de pessoas que possuem a mesma origem,ligadas entre si por laços de parentesco ou afetividade.
A arvore genealógica serve para visualizar as origens das pessoas. A genealogia permite conhecer as relações de parentesco e os antepassados das pessoas de uma família.
Dessa forma, as origens referem-se à ascendência, o ponto de partida de uma família levando em conta a sua naturalidade.
Geralmente,costuma-se dizer que alguém é natural dessa ou daquela região,nação,desse ou daquele país,pois as pessoas têm origens diferentes.
Você obtém informações dos seus antepassados com as pessoas da sua família e pelos os registros, tais como: documentos,fotografia,objetos, louças,roupas,sapatos,móveis, quadros e pinturas.
Trabalho em grupo
Troque idéias com os seus colegas sobre as origens de cada um.
Por que os brasileiros são tão diferentes entre si,mas constituem um só povo? Agora com o seus colegas, descrevam uma frase que responda essa pergunta.
Façam um cartaz e exponha-o no mural da classe.
OS SERES VIVOS
OS SERES VIVOS
Reconhecendo um ser vivo
Os seres vivos são formados de células
Tanto o ser humano e tanto uma árvore possuem células. Estas células (animais e vegetais) são um pouco diferentes uma da outra e nem todas as células que compõem o corpo de um ser vivo são iguais, concluindo assim que todos os seres vivos são constituídos de células.
A descoberta das células
Quase todas as células são microscópicas, isto é, são tão pequenas que não podem ser vistas sem um aparelho de aumento. Por isso, para observar as células utiliza-se o microscópio.
Com a invenção e o aperfeiçoamento do microscópio, muitas descobertas importantes foram feitas; vários cientistas começaram a examinar cortes de animais e vegetais ao microscópio e, pouco a pouco, foram desvendando a estrutura das células. (Corte é a apresentação da parte interior de um corpo ou objeto).
A idéia de que os seres vivos eram formados por células só se estabeleceu definitivamente no século XIX. Dois biólogos alemães, Theodor Schwann e Mathias Schleiden, trabalhavam separadamente nessa época: Schleiden com células vegetais e Schwann com células animais. Reunindo o resultado de suas observações e de outros pesquisadores, eles chegaram à conclusão de que todos os seres vivos possuem células e que elas são a menor porção de matéria viva capaz de realizar as diversas funções que mantêm a vida em um organismo.
Os vírus são os únicos seres vivos, que não são formados de células, um grupo muito especial que atualmente, é considerado como integrante do mundo vivo.
A célula possui basicamente três componentes: membrana, citoplasma e núcleo:
Membrana: envolve externamente a célula e controla as trocas de substâncias diversas entre ela e o meio que se encontra.
Citoplasma: região que contém uma solução gelatinosa em que estão imersos diferentes tipos de orgânulos que executam atividades diversas, como respiração, excreção, armazenamento de substâncias nutritivas, etc.
Núcleo: é a estrutura que comanda as atividades celulares e que regula o mecanismo de reprodução. Ele Possui em seu interior moléculas especiais chamadas ácidos nucléicos. São essas moléculas que basicamente organizam o material genético, que comanda as diversas atividades celulares e regula o mecanismo de reprodução.
Seres com uma só célula e seres com milhões de células:
Alguns seres vivos são formados por uma única célula; são os unicelulares, como é o caso de uma bactéria ou de um protozoário. Outros, como uma árvore ou um homem, têm milhões de células ; são seres pluricelulares. Assim todos os seres vivos são formados de células, com exceção dos vírus.
As células se agrupam e formam os tecidos:
As células que compõem o corpo de um ser vivo não são todas iguais; apresentam-se com diferentes formas e funções.
As células semelhantes se agrupam e desempenham um determinada função. Os diferentes grupos de células, cada qual com uma determinada função no organismo são chamados tecidos. No nosso corpo existem vários tipos de tecidos, tais como:
Tecido epitelial: As células desse tecido, presentes, por exemplo, na pele, são muito próximas umas das outras e revestem nosso corpo.
Tecido sanguíneo: O sangue é um tecido. Algumas células são responsáveis pelo transporte e distribuição de gás oxigênio pelo corpo, enquanto outras participam da defesa do organismo.
Tecido ósseo: Esse tecido é formado por células que organizam, em espaços entre elas, um material sólido e duro, denominado matriz óssea; é um dos tecidos que formam os ossos.
Tecido nervoso: As células do tecido nervoso são responsáveis pela recepção de estímulos e conduções que permitem a elas executar tais funções.
O formato das células está relacionado com a função que elas desempenham. A forma poliédrica das células epiteliais, lembrando um paralelepípedo, bem como a grande proximidade que se verifica entre elas, permite que possam revestir o organismo com muita eficácia. A forma alongada e a estrutura das células musculares contribuem com a capacidade de contração que essas células apresentam. A forma achatada dos glóbulos vermelhos do sangue, lembrando um disco bicôncavo, facilita a saída do gás oxigênio do interior dessas células para os diversos tecidos do organismo. E as várias ramificações das células nervosas permitem recepção de estímulos e a transmissão de impulsos nervosos, muitas vezes com grande velocidade.
Além da forma e da função, outras características que diferenciam os tecidos são a distancia entre uma célula e outra e o tipo de material que preenche o espaço existente entre elas (material intercelular).
As epiteliais, por exemplo, estão muito próximas umas das outras e praticamente não há material intercelular no tecido. Com as células sanguíneas acontece o contrário: entre elas, existe uma grande quantidade de material líquido, chamado de plasma sanguíneo. Já no tecido ósseo, o material intercelular, também chamado de matriz óssea, é sólido e responsável pela dureza que os ossos apresentam.
Matéria viva e matéria bruta
Uma pedra é formada por muitas porções invisíveis aos nossos olhos, chamadas moléculas. Cada molécula é formada por partículas chamadas átomos.
A pedra não tem vida: considera-se, então, que ela é constituída de matéria bruta.
Os seres vivos são constituídos por diversos tipos de moléculas, que se organizam formando células. Essas moléculas integram entre si, harmoniosamente. Tal interação é regulada pelo material genético existente nas células. Disso resulta a matéria viva, que constitui o organismo dos seres vivos.
Portanto, na matéria bruta não existe organização celular, ao contrário do que ocorre nos seres vivos (com exceção dos vírus).
Na maioria dos organismos pluricelulares, as células com a mesma funções agrupadas em tecidos. Os tecidos constituem os órgãos, que formam os sistemas e, finalmente, um organismo.
OS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Além da característica de que os seres vivos são formados de células, existem outros aspectos que devem ser considerados, uma vez que se verificam somente entre eles. Os seres vivos, por exemplo, necessitam de alimento, passam por um ciclo de vida e são capazes de se reproduzir.
Os seres vivos necessitam de alimento.
Uma pedra não precisa de nutrientes para se manter, ao contrário do que ocorre entre os seres vivos. É por meio dos alimentos que os seres vivos adquirem a matéria-prima para o crescimento, a renovação de células e a reprodução. São os alimentos também que fornecem a energia necessária para s realização de todas as atividades executadas pelo organismo.
As plantas produzem seu próprio alimento.
Existem seres que são capazes de produzir seus próprios alimentos. Por isso são chamados de seres autotróficos. É o caso das plantas.
Toda planta faz fotossíntese, um processo de produção de alimentos que ocorre na natureza em presença da energia solar. Para realizar a fotossíntese é necessário que a planta tenha clorofila, um pigmento verde que absorve a energia solar; a planta necessita também de água e de sais minerais, que normalmente as raízes retiram do solo, e ainda de gás carbônico
(CO2) do ar atmosférico, que penetra na planta através das folhas.
A glicose é um dos produtos da fotossíntese. Outro produto é o gás oxigênio, que a planta libera para o ambiente. Com a glicose a planta fabrica outras substâncias, como o amido e a sacarose. O amido é encontrado, por exemplo, na “massinha branca” da batata e do feijão. A sacarose é o açúcar que costumamos usar para adoçar, por exemplo, o café e os sucos; ela é encontrada naturalmente da cana-de-açúcar.
A planta, dessa forma, se alimenta dos nutrientes que ela própria fabrica, a partir de energia luminosa, da água e do gás carbônico, obtido do ambiente em que vive.
Os sais minerais são indispensáveis para a ocorrência de inúmeros fenômenos que acontecem nos seres vivos. Os sais de magnésio, por exemplo, são necessários para a produção das clorofilas, uma vez que participam da constituição desses pigmentos. E, sem clorofila, a planta fica incapacitada para a realização da fotossíntese.
Os animais não produzem seus alimentos
Os animais, ao contrário das plantas, não produzem os seus alimentos. Por isso são chamados de seres heterotróficos.
Alguns só comem plantas (folhas, sementes, etc); são chamados os animais herbívoros. Outros só comem carne; são os carnívoros. Outros ainda nutrem-se de plantas e de outros animais; são os onívoros.
Os seres vivos nascem... e morrem
Os seres vivos nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se, envelhecem e morrem.
Essas diferentes fases da vida de um ser constituem o seu ciclo de vida. Esse ciclo tem duração variável, de um tipo de ser vivo para outro.Veja alguns exemplos que indicam a duração média aproximada de vida de alguns animais.
Arara: 60 anos Crocodilo: 80 anos
Cabra: 17 anos Elefante: 100 anos
Chimpanzé: 20 anos Leão: 20 anos
Coelho: 7 anos Porco: 10 anos
Coruja: 27 anos Rato: 4 anos
O ciclo de vida pode durar minutos ou centenas de anos, conforme o ser vivo considerado. Algumas bactérias podem completar seu ciclo de vida em cerca de 30 minutos. Outros seres, como as sequóias e alguns tipos de pinheiro, podem viver
4 mil anos ou mais.
Os seres vivos produzem seus descendentes
Todos os seres vivos têm capacidade de produzir descendentes, através da reprodução. O mecanismo de reprodução nos seres vivos é muito variado. Basicamente, tanto os seres unicelulares quanto os pluricelulares podem produzir-se de duas maneiras: assexuada e sexuadamente.
Na reprodução assexuada um único indivíduo origina outros, sem que haja troca de material genético através de células especiais para a reprodução.
Existem muitos tipos de reprodução assexuada, entre eles a cissiparidade ou bipartição, que são mais freqüentes entre os organismos unicelulares. Este tipo de reprodução consiste a célula simplesmente se dividir em duas partes, que passarão a representar dois novos seres.
Entre os seres pluricelulares, existem também aqueles que se reproduzem de forma assexuada: reprodução por esporos e reprodução por brotamento.
Reprodução por esporos
Nesse tipo de reprodução assexuada, o indivíduo produz esporos, células que conseguem germinar originando novos indivíduos, sem que haja fecundação.
A reprodução através de esporos pode ocorrer em organismos unicelulares, e em organismos pluricelulares.
Considerando os organismos pluricelulares, tomaremos como exemplo uma alga verde filamentosa do gênero Ulothrix, que vive fixa a um substrato. Essas algas, que vivem em água doce, produzem esporos que são liberados e nadam livremente até se fixarem em um meio adequado; cada esporo, então, pode germinar e formar um novo indivíduo.
Reprodução por brotamento
Este tipo de reprodução assexuada também ocorre em organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Tomamos como exemplo a hidra, um animal invertebrado que vive em água doce. Em uma hidra adulta nasce naturalmente um broto, que pode se destacar e dar origem a outra hidra.
A propagação vegetativa
É um tipo de reprodução assexuada muito comum em plantas diversas, como a batata comum, a cana-de-açúcar
e a mandioca. Nesse caso utilizam-se normalmente pedaços de caule, que atuam como “mudas”. Os caules possuem gemas ou brotos, formados por células capazes de originar uma nova planta, em condições adequadas.
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada ocorre quando há troca de material genético normalmente entre duas células sexuais chamadas gametas. (Alguns organismos unicelulares, como as bactérias, podem se reproduzir sexuadamente sem que haja formação de gametas. Nesse caso dois indivíduos podem se emparelhar temporariamente e trocar parte de seu material genético).
Na reprodução sexuada com participação de gametas, podemos reconhecer dois tipos de células: um gameta masculino e outro gameta feminino. Nos animais, os gametas masculinos são os espermatozóides, e o óvulo gameta feminino.
Existem dois tipos básicos de fecundação: a fecundação externa e a fecundação interna.
Fecundação externa
A maioria dos ouriços-do-mar vive fixa nas rochas do mar. Em determinadas épocas do ano, os machos lançam seus espermatozóides na água. Ao mesmo tempo, as fêmeas lançam os seus óvulos. O encontro desses gametas ocorre na água e, portanto, fora dos organismos produtores de gametas.
Fecundação interna
Em outros animais, como os pássaros, o macho lança os espermatozóide dentro do corpo da fêmea. O encontro dos gametas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor de gametas.
Existem os animais hermafroditas. Eles são, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Um mesmo organismo produz tanto espermatozóides quanto óvulos, como acontece na minhoca.
Mas uma minhoca não fecunda ela mesma; aliás, os animais hermafroditas geralmente não se auto fecundam. Para haver reprodução, é necessário que duas minhocas se aproximem e se acasalem. Durante o acasalamento, as duas minhocas trocam espermatozóides e uma fecunda a outra. Os óvulos fecundados são liberados no solo no interior de um casulo; cada óvulo fecundado dará origem a uma nova minhoca.
OS SERES VIVOS
A origem da vida
O planeta Terra formou-se há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua aparência inicial era completamente diferente da aparência que tem hoje. Não havia nele qualquer tipo de ser vivo.
Supõe-se hoje, através do estudo de fósseis, que os primeiros seres vivos surgiram provavelmente há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Ao longo dos tempos, várias hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder como os planetas apareceram - como a hipótese da geração espontânea, a hipótese extraterrestre entre outras.
A hipótese da geração espontânea
Até o século XIX, imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir não só a partir da reprodução de seres preexistentes, mas também a partir de matéria sem vida, de uma forma espontânea. Essa idéia, proposta há mais de 2.000 anos por Aristóteles, filósofo grego, é conhecida como geração espontânea.
Segundo aqueles que acreditavam na geração espontânea, determinados objetos poderiam conter um “princípio ativo”, isto é, uma espécie de “força” capaz de transformá-los em seres vivos.
Através da geração espontânea, explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes no intestino humano, como a lombriga, ou o surgimento de ”vermes” no lixo ou na carne em putrefação.
Logicamente, quem assim pensava desconhecia o ciclo de vida de uma lombriga ou uma de mosca. Hoje, sabe-se que as lombrigas surgem no intestino humano a partir da ingestão de água e de alimentos contaminados por ovos fecundados de lombrigas preexistentes. Sabe-se também que os “vermes” que podem aparecer no lixo e na carne em decomposição são, na verdade, larvas de moscas que se desenvolvem a partir de ovos depositados nesses materiais por moscas fecundadas.
A hipótese extraterrestre
Svante Arrhenius (1859-1927), um físico e químico sueco, supunha que, em épocas passadas, poeiras espaciais e meteoritos caíram em nosso planeta trazendo certos tipos de microrganismos, provavelmente semelhantes a bactérias. Esses microrganismos, então, foram se reproduzindo, dando origem à vida na Terra.
A hipótese de Oparin
Até chegar à forma que tem hoje, com seu relevo, rios, oceanos, campos, desertos e seres vivos, a Terra passou por diversas transformações.
Quando se formou admite-se, o planeta era tão quente que era impossível a vida desenvolver nele. O surgimento da vida só se tornou possível com algumas mudanças ocorridas, por exemplo, no clima e na composição dos gases atmosféricos.
Atmosfera primitiva Atmosfera atual
Hidrogênio (H2) Nitrogênio (N2)
Metano (CH4) Oxigênio (02)
Amônia (NH3) Gás carbônico (CO2)
Vapores de água Vapores de água
Gases nobres
Os vapores de água foram um dos componentes mais importantes da atmosfera primitiva. Admite-se que eles resultaram da grande atividade dos vulcões. Esses vapores de água foram se acumulando na atmosfera durante séculos.
Nas altas camadas da atmosfera, os vapores de água, na forma de densas nuvens, resfriavam-se e, condensando-se, começaram a cair como chuva. Era o início do ciclo da água, que ocorre até hoje (evaporação => condensação => chuva). Como a superfície da Terra era quentíssima, a água evaporava-se quase imediatamente, voltando a formar nuvens. Por milhões de anos, imagina-se, houve essa seqüência de chuvas e evaporação antes que os oceanos fossem formados. Somente quando a superfície da Terra se resfriou muito, começou a haver acumulo de água líquida em regiões mais baixas, formando lagos, mares e oceanos.
Foi nos oceanos primitivos que a vida deve ter se originado. Pelo menos é o que até agora os cientistas têm aceito como hipótese mais provável. Um deles, o bioquímico russo de nome Aleksandr Ivanovitch Oparin (1894-1980), procurou explicar a formação do primeiro ser vivo a partir de moléculas orgânicas complexas.
Das moléculas orgânicas aos coacervados
Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram produzidas a partir de reações ocorridas entre os gases existentes na atmosfera primitiva. Essas reações teriam sido provocadas pela energia do raios ultravioletas do Sol e pelas descargas elétricas dos raios durantes as tempestades, então muito freqüentes.
Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases primitivos, destacam-se os aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter combinado entre si dando origem a outras substâncias mais complexas, chamados proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos mares primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados.
Dos coacervados às células
A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos foram lentamente se juntando aos coacervados, tornando-os cada vez mais complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram muitas reações entre substâncias inexistentes, até que, depois de milhões de anos, surgiram os ácidos nucléicos.
Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas atividades diversas, inclusive a reprodução. Assim, com o surgimento dessas moléculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar em seres unicelulares.
Os primeiros seres vivos da Terra, eram unicelulares, heterotróficos e alimentavam-se de substâncias existentes nos oceanos.
Com o passar do tempo, o número desses seres primitivos aumentou muito. Os alimentos existentes no oceanos foram lentamente se tornando insuficiente para todos. Mas milhões de anos depois, após muitas modificações acorridas no material genético, alguns desses seres tornaram-se capazes de produzir clorofila e fazer fotossíntese. Surgiram, então os primeiros seres autotróficos, que produziam o alimento necessário para manter a vida na Terra.
Foi a partir desses dois tipos de seres que se desenvolveu a vida na Terra. Eles foram se diferenciando cada vez mais e lentamente originando todos os seres vivos que conhecemos hoje, inclusive o homem.
Reconhecendo um ser vivo
Os seres vivos são formados de células
Tanto o ser humano e tanto uma árvore possuem células. Estas células (animais e vegetais) são um pouco diferentes uma da outra e nem todas as células que compõem o corpo de um ser vivo são iguais, concluindo assim que todos os seres vivos são constituídos de células.
A descoberta das células
Quase todas as células são microscópicas, isto é, são tão pequenas que não podem ser vistas sem um aparelho de aumento. Por isso, para observar as células utiliza-se o microscópio.
Com a invenção e o aperfeiçoamento do microscópio, muitas descobertas importantes foram feitas; vários cientistas começaram a examinar cortes de animais e vegetais ao microscópio e, pouco a pouco, foram desvendando a estrutura das células. (Corte é a apresentação da parte interior de um corpo ou objeto).
A idéia de que os seres vivos eram formados por células só se estabeleceu definitivamente no século XIX. Dois biólogos alemães, Theodor Schwann e Mathias Schleiden, trabalhavam separadamente nessa época: Schleiden com células vegetais e Schwann com células animais. Reunindo o resultado de suas observações e de outros pesquisadores, eles chegaram à conclusão de que todos os seres vivos possuem células e que elas são a menor porção de matéria viva capaz de realizar as diversas funções que mantêm a vida em um organismo.
Os vírus são os únicos seres vivos, que não são formados de células, um grupo muito especial que atualmente, é considerado como integrante do mundo vivo.
A célula possui basicamente três componentes: membrana, citoplasma e núcleo:
Membrana: envolve externamente a célula e controla as trocas de substâncias diversas entre ela e o meio que se encontra.
Citoplasma: região que contém uma solução gelatinosa em que estão imersos diferentes tipos de orgânulos que executam atividades diversas, como respiração, excreção, armazenamento de substâncias nutritivas, etc.
Núcleo: é a estrutura que comanda as atividades celulares e que regula o mecanismo de reprodução. Ele Possui em seu interior moléculas especiais chamadas ácidos nucléicos. São essas moléculas que basicamente organizam o material genético, que comanda as diversas atividades celulares e regula o mecanismo de reprodução.
Seres com uma só célula e seres com milhões de células:
Alguns seres vivos são formados por uma única célula; são os unicelulares, como é o caso de uma bactéria ou de um protozoário. Outros, como uma árvore ou um homem, têm milhões de células ; são seres pluricelulares. Assim todos os seres vivos são formados de células, com exceção dos vírus.
As células se agrupam e formam os tecidos:
As células que compõem o corpo de um ser vivo não são todas iguais; apresentam-se com diferentes formas e funções.
As células semelhantes se agrupam e desempenham um determinada função. Os diferentes grupos de células, cada qual com uma determinada função no organismo são chamados tecidos. No nosso corpo existem vários tipos de tecidos, tais como:
Tecido epitelial: As células desse tecido, presentes, por exemplo, na pele, são muito próximas umas das outras e revestem nosso corpo.
Tecido sanguíneo: O sangue é um tecido. Algumas células são responsáveis pelo transporte e distribuição de gás oxigênio pelo corpo, enquanto outras participam da defesa do organismo.
Tecido ósseo: Esse tecido é formado por células que organizam, em espaços entre elas, um material sólido e duro, denominado matriz óssea; é um dos tecidos que formam os ossos.
Tecido nervoso: As células do tecido nervoso são responsáveis pela recepção de estímulos e conduções que permitem a elas executar tais funções.
O formato das células está relacionado com a função que elas desempenham. A forma poliédrica das células epiteliais, lembrando um paralelepípedo, bem como a grande proximidade que se verifica entre elas, permite que possam revestir o organismo com muita eficácia. A forma alongada e a estrutura das células musculares contribuem com a capacidade de contração que essas células apresentam. A forma achatada dos glóbulos vermelhos do sangue, lembrando um disco bicôncavo, facilita a saída do gás oxigênio do interior dessas células para os diversos tecidos do organismo. E as várias ramificações das células nervosas permitem recepção de estímulos e a transmissão de impulsos nervosos, muitas vezes com grande velocidade.
Além da forma e da função, outras características que diferenciam os tecidos são a distancia entre uma célula e outra e o tipo de material que preenche o espaço existente entre elas (material intercelular).
As epiteliais, por exemplo, estão muito próximas umas das outras e praticamente não há material intercelular no tecido. Com as células sanguíneas acontece o contrário: entre elas, existe uma grande quantidade de material líquido, chamado de plasma sanguíneo. Já no tecido ósseo, o material intercelular, também chamado de matriz óssea, é sólido e responsável pela dureza que os ossos apresentam.
Matéria viva e matéria bruta
Uma pedra é formada por muitas porções invisíveis aos nossos olhos, chamadas moléculas. Cada molécula é formada por partículas chamadas átomos.
A pedra não tem vida: considera-se, então, que ela é constituída de matéria bruta.
Os seres vivos são constituídos por diversos tipos de moléculas, que se organizam formando células. Essas moléculas integram entre si, harmoniosamente. Tal interação é regulada pelo material genético existente nas células. Disso resulta a matéria viva, que constitui o organismo dos seres vivos.
Portanto, na matéria bruta não existe organização celular, ao contrário do que ocorre nos seres vivos (com exceção dos vírus).
Na maioria dos organismos pluricelulares, as células com a mesma funções agrupadas em tecidos. Os tecidos constituem os órgãos, que formam os sistemas e, finalmente, um organismo.
OS SERES VIVOS
Características dos seres vivos
Além da característica de que os seres vivos são formados de células, existem outros aspectos que devem ser considerados, uma vez que se verificam somente entre eles. Os seres vivos, por exemplo, necessitam de alimento, passam por um ciclo de vida e são capazes de se reproduzir.
Os seres vivos necessitam de alimento.
Uma pedra não precisa de nutrientes para se manter, ao contrário do que ocorre entre os seres vivos. É por meio dos alimentos que os seres vivos adquirem a matéria-prima para o crescimento, a renovação de células e a reprodução. São os alimentos também que fornecem a energia necessária para s realização de todas as atividades executadas pelo organismo.
As plantas produzem seu próprio alimento.
Existem seres que são capazes de produzir seus próprios alimentos. Por isso são chamados de seres autotróficos. É o caso das plantas.
Toda planta faz fotossíntese, um processo de produção de alimentos que ocorre na natureza em presença da energia solar. Para realizar a fotossíntese é necessário que a planta tenha clorofila, um pigmento verde que absorve a energia solar; a planta necessita também de água e de sais minerais, que normalmente as raízes retiram do solo, e ainda de gás carbônico
(CO2) do ar atmosférico, que penetra na planta através das folhas.
A glicose é um dos produtos da fotossíntese. Outro produto é o gás oxigênio, que a planta libera para o ambiente. Com a glicose a planta fabrica outras substâncias, como o amido e a sacarose. O amido é encontrado, por exemplo, na “massinha branca” da batata e do feijão. A sacarose é o açúcar que costumamos usar para adoçar, por exemplo, o café e os sucos; ela é encontrada naturalmente da cana-de-açúcar.
A planta, dessa forma, se alimenta dos nutrientes que ela própria fabrica, a partir de energia luminosa, da água e do gás carbônico, obtido do ambiente em que vive.
Os sais minerais são indispensáveis para a ocorrência de inúmeros fenômenos que acontecem nos seres vivos. Os sais de magnésio, por exemplo, são necessários para a produção das clorofilas, uma vez que participam da constituição desses pigmentos. E, sem clorofila, a planta fica incapacitada para a realização da fotossíntese.
Os animais não produzem seus alimentos
Os animais, ao contrário das plantas, não produzem os seus alimentos. Por isso são chamados de seres heterotróficos.
Alguns só comem plantas (folhas, sementes, etc); são chamados os animais herbívoros. Outros só comem carne; são os carnívoros. Outros ainda nutrem-se de plantas e de outros animais; são os onívoros.
Os seres vivos nascem... e morrem
Os seres vivos nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se, envelhecem e morrem.
Essas diferentes fases da vida de um ser constituem o seu ciclo de vida. Esse ciclo tem duração variável, de um tipo de ser vivo para outro.Veja alguns exemplos que indicam a duração média aproximada de vida de alguns animais.
Arara: 60 anos Crocodilo: 80 anos
Cabra: 17 anos Elefante: 100 anos
Chimpanzé: 20 anos Leão: 20 anos
Coelho: 7 anos Porco: 10 anos
Coruja: 27 anos Rato: 4 anos
O ciclo de vida pode durar minutos ou centenas de anos, conforme o ser vivo considerado. Algumas bactérias podem completar seu ciclo de vida em cerca de 30 minutos. Outros seres, como as sequóias e alguns tipos de pinheiro, podem viver
4 mil anos ou mais.
Os seres vivos produzem seus descendentes
Todos os seres vivos têm capacidade de produzir descendentes, através da reprodução. O mecanismo de reprodução nos seres vivos é muito variado. Basicamente, tanto os seres unicelulares quanto os pluricelulares podem produzir-se de duas maneiras: assexuada e sexuadamente.
Na reprodução assexuada um único indivíduo origina outros, sem que haja troca de material genético através de células especiais para a reprodução.
Existem muitos tipos de reprodução assexuada, entre eles a cissiparidade ou bipartição, que são mais freqüentes entre os organismos unicelulares. Este tipo de reprodução consiste a célula simplesmente se dividir em duas partes, que passarão a representar dois novos seres.
Entre os seres pluricelulares, existem também aqueles que se reproduzem de forma assexuada: reprodução por esporos e reprodução por brotamento.
Reprodução por esporos
Nesse tipo de reprodução assexuada, o indivíduo produz esporos, células que conseguem germinar originando novos indivíduos, sem que haja fecundação.
A reprodução através de esporos pode ocorrer em organismos unicelulares, e em organismos pluricelulares.
Considerando os organismos pluricelulares, tomaremos como exemplo uma alga verde filamentosa do gênero Ulothrix, que vive fixa a um substrato. Essas algas, que vivem em água doce, produzem esporos que são liberados e nadam livremente até se fixarem em um meio adequado; cada esporo, então, pode germinar e formar um novo indivíduo.
Reprodução por brotamento
Este tipo de reprodução assexuada também ocorre em organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Tomamos como exemplo a hidra, um animal invertebrado que vive em água doce. Em uma hidra adulta nasce naturalmente um broto, que pode se destacar e dar origem a outra hidra.
A propagação vegetativa
É um tipo de reprodução assexuada muito comum em plantas diversas, como a batata comum, a cana-de-açúcar
e a mandioca. Nesse caso utilizam-se normalmente pedaços de caule, que atuam como “mudas”. Os caules possuem gemas ou brotos, formados por células capazes de originar uma nova planta, em condições adequadas.
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada ocorre quando há troca de material genético normalmente entre duas células sexuais chamadas gametas. (Alguns organismos unicelulares, como as bactérias, podem se reproduzir sexuadamente sem que haja formação de gametas. Nesse caso dois indivíduos podem se emparelhar temporariamente e trocar parte de seu material genético).
Na reprodução sexuada com participação de gametas, podemos reconhecer dois tipos de células: um gameta masculino e outro gameta feminino. Nos animais, os gametas masculinos são os espermatozóides, e o óvulo gameta feminino.
Existem dois tipos básicos de fecundação: a fecundação externa e a fecundação interna.
Fecundação externa
A maioria dos ouriços-do-mar vive fixa nas rochas do mar. Em determinadas épocas do ano, os machos lançam seus espermatozóides na água. Ao mesmo tempo, as fêmeas lançam os seus óvulos. O encontro desses gametas ocorre na água e, portanto, fora dos organismos produtores de gametas.
Fecundação interna
Em outros animais, como os pássaros, o macho lança os espermatozóide dentro do corpo da fêmea. O encontro dos gametas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor de gametas.
Existem os animais hermafroditas. Eles são, ao mesmo tempo, macho e fêmea. Um mesmo organismo produz tanto espermatozóides quanto óvulos, como acontece na minhoca.
Mas uma minhoca não fecunda ela mesma; aliás, os animais hermafroditas geralmente não se auto fecundam. Para haver reprodução, é necessário que duas minhocas se aproximem e se acasalem. Durante o acasalamento, as duas minhocas trocam espermatozóides e uma fecunda a outra. Os óvulos fecundados são liberados no solo no interior de um casulo; cada óvulo fecundado dará origem a uma nova minhoca.
OS SERES VIVOS
A origem da vida
O planeta Terra formou-se há cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua aparência inicial era completamente diferente da aparência que tem hoje. Não havia nele qualquer tipo de ser vivo.
Supõe-se hoje, através do estudo de fósseis, que os primeiros seres vivos surgiram provavelmente há cerca de 3,5 bilhões de anos.
Ao longo dos tempos, várias hipóteses foram elaboradas na tentativa de responder como os planetas apareceram - como a hipótese da geração espontânea, a hipótese extraterrestre entre outras.
A hipótese da geração espontânea
Até o século XIX, imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir não só a partir da reprodução de seres preexistentes, mas também a partir de matéria sem vida, de uma forma espontânea. Essa idéia, proposta há mais de 2.000 anos por Aristóteles, filósofo grego, é conhecida como geração espontânea.
Segundo aqueles que acreditavam na geração espontânea, determinados objetos poderiam conter um “princípio ativo”, isto é, uma espécie de “força” capaz de transformá-los em seres vivos.
Através da geração espontânea, explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes no intestino humano, como a lombriga, ou o surgimento de ”vermes” no lixo ou na carne em putrefação.
Logicamente, quem assim pensava desconhecia o ciclo de vida de uma lombriga ou uma de mosca. Hoje, sabe-se que as lombrigas surgem no intestino humano a partir da ingestão de água e de alimentos contaminados por ovos fecundados de lombrigas preexistentes. Sabe-se também que os “vermes” que podem aparecer no lixo e na carne em decomposição são, na verdade, larvas de moscas que se desenvolvem a partir de ovos depositados nesses materiais por moscas fecundadas.
A hipótese extraterrestre
Svante Arrhenius (1859-1927), um físico e químico sueco, supunha que, em épocas passadas, poeiras espaciais e meteoritos caíram em nosso planeta trazendo certos tipos de microrganismos, provavelmente semelhantes a bactérias. Esses microrganismos, então, foram se reproduzindo, dando origem à vida na Terra.
A hipótese de Oparin
Até chegar à forma que tem hoje, com seu relevo, rios, oceanos, campos, desertos e seres vivos, a Terra passou por diversas transformações.
Quando se formou admite-se, o planeta era tão quente que era impossível a vida desenvolver nele. O surgimento da vida só se tornou possível com algumas mudanças ocorridas, por exemplo, no clima e na composição dos gases atmosféricos.
Atmosfera primitiva Atmosfera atual
Hidrogênio (H2) Nitrogênio (N2)
Metano (CH4) Oxigênio (02)
Amônia (NH3) Gás carbônico (CO2)
Vapores de água Vapores de água
Gases nobres
Os vapores de água foram um dos componentes mais importantes da atmosfera primitiva. Admite-se que eles resultaram da grande atividade dos vulcões. Esses vapores de água foram se acumulando na atmosfera durante séculos.
Nas altas camadas da atmosfera, os vapores de água, na forma de densas nuvens, resfriavam-se e, condensando-se, começaram a cair como chuva. Era o início do ciclo da água, que ocorre até hoje (evaporação => condensação => chuva). Como a superfície da Terra era quentíssima, a água evaporava-se quase imediatamente, voltando a formar nuvens. Por milhões de anos, imagina-se, houve essa seqüência de chuvas e evaporação antes que os oceanos fossem formados. Somente quando a superfície da Terra se resfriou muito, começou a haver acumulo de água líquida em regiões mais baixas, formando lagos, mares e oceanos.
Foi nos oceanos primitivos que a vida deve ter se originado. Pelo menos é o que até agora os cientistas têm aceito como hipótese mais provável. Um deles, o bioquímico russo de nome Aleksandr Ivanovitch Oparin (1894-1980), procurou explicar a formação do primeiro ser vivo a partir de moléculas orgânicas complexas.
Das moléculas orgânicas aos coacervados
Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram produzidas a partir de reações ocorridas entre os gases existentes na atmosfera primitiva. Essas reações teriam sido provocadas pela energia do raios ultravioletas do Sol e pelas descargas elétricas dos raios durantes as tempestades, então muito freqüentes.
Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases primitivos, destacam-se os aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter combinado entre si dando origem a outras substâncias mais complexas, chamados proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos mares primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados.
Dos coacervados às células
A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos foram lentamente se juntando aos coacervados, tornando-os cada vez mais complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram muitas reações entre substâncias inexistentes, até que, depois de milhões de anos, surgiram os ácidos nucléicos.
Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas atividades diversas, inclusive a reprodução. Assim, com o surgimento dessas moléculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar em seres unicelulares.
Os primeiros seres vivos da Terra, eram unicelulares, heterotróficos e alimentavam-se de substâncias existentes nos oceanos.
Com o passar do tempo, o número desses seres primitivos aumentou muito. Os alimentos existentes no oceanos foram lentamente se tornando insuficiente para todos. Mas milhões de anos depois, após muitas modificações acorridas no material genético, alguns desses seres tornaram-se capazes de produzir clorofila e fazer fotossíntese. Surgiram, então os primeiros seres autotróficos, que produziam o alimento necessário para manter a vida na Terra.
Foi a partir desses dois tipos de seres que se desenvolveu a vida na Terra. Eles foram se diferenciando cada vez mais e lentamente originando todos os seres vivos que conhecemos hoje, inclusive o homem.
Meu nome
Meu nome
Eu me chamo Ana Paz;eu tenho oito amos,eu me acho o meu nome bonito.
Tem gente que,pra andar mais depressa,me chama só de Ana. Mas se tem coisa que eu não gosto é ver o meu nome pela metade. E tem gente me chamando de Pazinha. Finjo até que não escuto,quando alguém me chama assim. Mas a minha mãe e o meu pai sempre me deram uma força: eu nunca ouvi eles me chamando diferente de Ana Paz.
O meu pai escolheu Ana, ele gostava demais de Ana,mas a minha mãe achava curto; ele então quis Ana Lúcia, Ana Luísa, Ana Helena, mas na hora que eu nasci a minha mãe escolheu Paz!
- Mãe, a que horas que eu nasci?
- Aos 15 minutos dos dia 26 de abril.
Isso é outra coisa que eu gosto: todo o mundo que eu conheço nasceu já fazendo hora, mas eu nasci quando ainda só tinha minutos no dia que eu nasci.
Atividades do Texto
1-Dialogar com as crianças a respeito e a importância que tem de ter um nome ?
1- O texto “Meu nome” é o começo de uma história. Para você conhecer como se escreve uma história, é importante saber o que existe uma diferença entre o autor e quem o narrador de uma história.
a) Descubra quem é o autor e quem é o narrador da história que você leu.
b) A seguir, explique com suas palavras qual a diferença entre autor e narrador.
2- Para contar uma história, o narrador fala sempre da personagem,como a personagem gosta de ser chamada?
3- Como reage Ana Paz quando a chamam de Pazinha?
4- Quem escolheu o nome de Ana Paz?
Comentar sobre a importância de termos uma certidão de nascimento e montar com as crianças
Eu me chamo Ana Paz;eu tenho oito amos,eu me acho o meu nome bonito.
Tem gente que,pra andar mais depressa,me chama só de Ana. Mas se tem coisa que eu não gosto é ver o meu nome pela metade. E tem gente me chamando de Pazinha. Finjo até que não escuto,quando alguém me chama assim. Mas a minha mãe e o meu pai sempre me deram uma força: eu nunca ouvi eles me chamando diferente de Ana Paz.
O meu pai escolheu Ana, ele gostava demais de Ana,mas a minha mãe achava curto; ele então quis Ana Lúcia, Ana Luísa, Ana Helena, mas na hora que eu nasci a minha mãe escolheu Paz!
- Mãe, a que horas que eu nasci?
- Aos 15 minutos dos dia 26 de abril.
Isso é outra coisa que eu gosto: todo o mundo que eu conheço nasceu já fazendo hora, mas eu nasci quando ainda só tinha minutos no dia que eu nasci.
Atividades do Texto
1-Dialogar com as crianças a respeito e a importância que tem de ter um nome ?
1- O texto “Meu nome” é o começo de uma história. Para você conhecer como se escreve uma história, é importante saber o que existe uma diferença entre o autor e quem o narrador de uma história.
a) Descubra quem é o autor e quem é o narrador da história que você leu.
b) A seguir, explique com suas palavras qual a diferença entre autor e narrador.
2- Para contar uma história, o narrador fala sempre da personagem,como a personagem gosta de ser chamada?
3- Como reage Ana Paz quando a chamam de Pazinha?
4- Quem escolheu o nome de Ana Paz?
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AS ETNIAS NO BRASIL
AS ETNIAS NO BRASIL
Dificilmente existe uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população, no caso do Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas fontes migratórias, são elas:
- os nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos portugueses, esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas através do Estreito de Bering;
- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a intensa imigração européia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia e Oriente Médio.
Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte composição étnica:
Brancos: a grande maioria da população branca tem origem européia (ou são descendentes desses), no período colonial vieram para o Brasil: espanhóis, holandeses, franceses, além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande parte dos brancos da população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.
Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que vieram como escravos para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais tarde na cultura do café. O Brasil é um dos países que mais utilizou de mão-de-obra escrava no mundo, recebeu aproximadamente 4 milhões de escravos. Hoje, os negros se concentram principalmente em áreas nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões nordeste e sudeste.
Indígenas: grupo étnico que habitava o território brasileiro antes da chegada dos portugueses, nesse período os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram quase disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil na região norte e no centro-oeste 100 mil.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no nordeste e sudeste.
Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas, no país respondem por 16% da população nacional, esse grupo se encontra nas áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população, é encontrado com maior freqüência na Amazônia, Centro-Oeste e nordeste.
Dificilmente existe uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população, no caso do Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas fontes migratórias, são elas:
- os nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos portugueses, esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas através do Estreito de Bering;
- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a intensa imigração européia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia e Oriente Médio.
Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte composição étnica:
Brancos: a grande maioria da população branca tem origem européia (ou são descendentes desses), no período colonial vieram para o Brasil: espanhóis, holandeses, franceses, além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande parte dos brancos da população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.
Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que vieram como escravos para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais tarde na cultura do café. O Brasil é um dos países que mais utilizou de mão-de-obra escrava no mundo, recebeu aproximadamente 4 milhões de escravos. Hoje, os negros se concentram principalmente em áreas nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões nordeste e sudeste.
Indígenas: grupo étnico que habitava o território brasileiro antes da chegada dos portugueses, nesse período os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram quase disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil na região norte e no centro-oeste 100 mil.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no nordeste e sudeste.
Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas, no país respondem por 16% da população nacional, esse grupo se encontra nas áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população, é encontrado com maior freqüência na Amazônia, Centro-Oeste e nordeste.
Trabalho e Sociedade
Trabalho e Sociedade
Trabalho é toda ação transformadora, na qual o homem, ao transformar o mundo em que vive, acaba por transformar a si mesmo, alem disso é através dele que se organiza o núcleo com suas respectivas funções.
Então, sociedade somos todos nós que através dos nossos trabalho desenvolvemos a cidadania.
Trabalho é toda ação transformadora, na qual o homem, ao transformar o mundo em que vive, acaba por transformar a si mesmo, alem disso é através dele que se organiza o núcleo com suas respectivas funções.
Então, sociedade somos todos nós que através dos nossos trabalho desenvolvemos a cidadania.
O sumiço dos relógios
O sumiço dos relógios
Imagine que você acorde pela manhã e não encontre nenhum relógio ao seu redor.
Todos os relógios do mundo sumiram! E agora? Como fazer tudo o que precisa ser feito sem se atrasar nem chegar cedo demais?
“Está na hora de levantar para o colégio? Chegou a hora do recreio? Já começou o meu programa preferido na televisão? Quanto tempo fiquei fazendo a lição de casa? É hora do almoço? É cedo ou tarde para dormir?”
Com certeza, seria a maior confusão!
O céu como relógio
O ser humano sempre foi um grande observador da natureza.
Muito antes de os relógios aparecerem, ele percebeu que podia usar o Sol e as estrelas para medir a passagem do tempo.
Vendo o Sol no céu e as sombras no chão, ele deve ter percebido que sua sombra ficava bem esticada logo que o Sol nascia, ia diminuindo enquanto a manhã passava, ficava pequenininha no meio do dia e ia crescendo durante a tarde, até ficar bem esticada de novo.
Assim, vendo se a sombra dimui ou aumenta, o ser humano pode dizer se é de manhã ou de tarde, e, pelo comprimento da sombra, podemos saber quanto tempo demora para o dia acabar.
Experimente fazer você mesmo essa experiência. Basta observar que, quando você acorda, o Sol está sempre no mesmo lugar. Ao meio-dia, ele está bem em cima de sua cabeça, e, quando a tarde acaba, ele está do lado oposto ao qual ele estava pela manhã.
Use sua casa como ponto de observação. Observe onde a luz do Sol bate todas as manhãs e observe também onde a luz do Sol estará batendo à tarde.
Os ponteiros do relógio
Em muitos lugares você encontra relógios digitais, que trazem as horas escritas. Mas você sabe ler as horas nos relógios de ponteiro?
O relógio de ponteiro faz três marcações de tempo. Ele nos indica as horas, os minutos e os segundos. Para cada marcação dessas, ele tem um ponteiro:
Meio-dia
Quando o relógio marca 12 horas, dizemos que é meio-dia. Isso porque, se o dia tem 24 horas, 12 horas é sua metade.
O ponteiro das horas é sempre o menor. O dos minutos é comprido e o dos segundos é o mais fino e ligeirinho de todos. Nem sempre os relógios têm o ponteiro dos segundos, nesse caso só mostram as horas e os minutos.
A cada volta do ponteiro mais rápido são 60 segundos que se passaram, ou seja, um minuto. A cada volta do ponteiro dos segundos, o ponteiro dos minutos anda um pontinho. O mesmo acontece com o ponteiro das horas: a cada volta do ponteiro dos minutos, o das horas caminha um pontinho.
As horas
Quando o ponteiro dos minutos indica o número 12, isso quer dizer que uma hora novinha, indicada pelo ponteiro menor, está começando.
Nesse exemplo, o relógio está marcando 12 horas.
Em um dia, o ponteiro das horas dá duas voltas completas no relógio. Uma vez até o meio-dia, e outra até a meia-noite, quando recomeça a contagem das horas de um novo dia.
Imagine que você acorde pela manhã e não encontre nenhum relógio ao seu redor.
Todos os relógios do mundo sumiram! E agora? Como fazer tudo o que precisa ser feito sem se atrasar nem chegar cedo demais?
“Está na hora de levantar para o colégio? Chegou a hora do recreio? Já começou o meu programa preferido na televisão? Quanto tempo fiquei fazendo a lição de casa? É hora do almoço? É cedo ou tarde para dormir?”
Com certeza, seria a maior confusão!
O céu como relógio
O ser humano sempre foi um grande observador da natureza.
Muito antes de os relógios aparecerem, ele percebeu que podia usar o Sol e as estrelas para medir a passagem do tempo.
Vendo o Sol no céu e as sombras no chão, ele deve ter percebido que sua sombra ficava bem esticada logo que o Sol nascia, ia diminuindo enquanto a manhã passava, ficava pequenininha no meio do dia e ia crescendo durante a tarde, até ficar bem esticada de novo.
Assim, vendo se a sombra dimui ou aumenta, o ser humano pode dizer se é de manhã ou de tarde, e, pelo comprimento da sombra, podemos saber quanto tempo demora para o dia acabar.
Experimente fazer você mesmo essa experiência. Basta observar que, quando você acorda, o Sol está sempre no mesmo lugar. Ao meio-dia, ele está bem em cima de sua cabeça, e, quando a tarde acaba, ele está do lado oposto ao qual ele estava pela manhã.
Use sua casa como ponto de observação. Observe onde a luz do Sol bate todas as manhãs e observe também onde a luz do Sol estará batendo à tarde.
Os ponteiros do relógio
Em muitos lugares você encontra relógios digitais, que trazem as horas escritas. Mas você sabe ler as horas nos relógios de ponteiro?
O relógio de ponteiro faz três marcações de tempo. Ele nos indica as horas, os minutos e os segundos. Para cada marcação dessas, ele tem um ponteiro:
Meio-dia
Quando o relógio marca 12 horas, dizemos que é meio-dia. Isso porque, se o dia tem 24 horas, 12 horas é sua metade.
O ponteiro das horas é sempre o menor. O dos minutos é comprido e o dos segundos é o mais fino e ligeirinho de todos. Nem sempre os relógios têm o ponteiro dos segundos, nesse caso só mostram as horas e os minutos.
A cada volta do ponteiro mais rápido são 60 segundos que se passaram, ou seja, um minuto. A cada volta do ponteiro dos segundos, o ponteiro dos minutos anda um pontinho. O mesmo acontece com o ponteiro das horas: a cada volta do ponteiro dos minutos, o das horas caminha um pontinho.
As horas
Quando o ponteiro dos minutos indica o número 12, isso quer dizer que uma hora novinha, indicada pelo ponteiro menor, está começando.
Nesse exemplo, o relógio está marcando 12 horas.
Em um dia, o ponteiro das horas dá duas voltas completas no relógio. Uma vez até o meio-dia, e outra até a meia-noite, quando recomeça a contagem das horas de um novo dia.
Medidas de tempo
Medidas de tempo
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
................................ .................................
................................... ................................
4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
5- Quanto tempo você leva para se vestir?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
Medidas de tempo
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
................................ .................................
................................... ................................
4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
5- Quanto tempo você leva para se vestir?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
Medidas de tempo
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
................................ .................................
................................... ................................
4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
5- Quanto tempo você leva para se vestir?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
................................ .................................
................................... ................................
4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
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5- Quanto tempo você leva para se vestir?
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Medidas de tempo
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
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c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
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4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
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5- Quanto tempo você leva para se vestir?
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Medidas de tempo
Introdução
É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
Qual o tempo dessa viagem?
Qual a duração desse curso?
Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base uma unidade padrão de medida de tempo. Marcel já sabe que o relógio é um instrumento utilizado para medir o tempo.
Ex: Uma sexta, Marcel foi ao cinema com os seus amigos.
Saímos de casa às 3 horas e meia.
O filme começou às 4 horas e terminou as 5 horas e meia.
Outras importantes unidades de medida:
mês (comercial) = 30 dias
ano (comercial) = 360 dias
ano (normal) = 365 dias e 6 horas
ano (bissexto) = 366 dias
semana = 7 dias
quinzena = 15 dias
bimestre = 2 meses
trimestre = 3 meses
quadrimestre = 4 meses
semestre = 6 meses
década = 10 anos
século = 100 anos
milênio = 1.000 anos
Exercícios
1- Agora ,responda na sua folha.
a) Quanto tempo eles levaram para chegar ao cinema?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................b) Qual é o tempo de duração do filme?
..........................................................................................................................................................................................................................................................................................
c) Observe os horários representados nos relógios com ponteiros, e em seu caderno,escreva como você veria esses mesmos horários em relógios digitais:
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4- Quanto tempo que você leva para escovar os dentes e lavar as mãos?
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5- Quanto tempo você leva para se vestir?
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As Origens de Cada um
As Origens de Cada um
Acho Que cresci
Mãe, Acho que cresci um pouco mais
Pouco mais
Acho que estiquei um pouco mais
Pouco mais
Aquela calça que eu gosto
Quase não dá pra vestir
Acho que foi o fermento
Do bolo que eu comi
Hoje eu brinquei de peteca
Quase morri de emoção
Quando a garota que eu gosto
Foi me chamar no portão.
1- Qual é a mensagem do autor do texto “Acho que cresci” quer passar?
2- Você acha que o texto tem em Relação com a sua historia?
3- Quais são as diferenças que você observou em seus colegas?
4- Cole uma fotografia antiga sua ou desenhe como você era quando mais novo,destacando quanto você cresceu?
5- Observem as fotos antigas de seus bisa vos ou a de seus avós pelas fotos atuais do dia de hoje. E comente no seu caderno a diferença entre as fotos.
Acho Que cresci
Mãe, Acho que cresci um pouco mais
Pouco mais
Acho que estiquei um pouco mais
Pouco mais
Aquela calça que eu gosto
Quase não dá pra vestir
Acho que foi o fermento
Do bolo que eu comi
Hoje eu brinquei de peteca
Quase morri de emoção
Quando a garota que eu gosto
Foi me chamar no portão.
1- Qual é a mensagem do autor do texto “Acho que cresci” quer passar?
2- Você acha que o texto tem em Relação com a sua historia?
3- Quais são as diferenças que você observou em seus colegas?
4- Cole uma fotografia antiga sua ou desenhe como você era quando mais novo,destacando quanto você cresceu?
5- Observem as fotos antigas de seus bisa vos ou a de seus avós pelas fotos atuais do dia de hoje. E comente no seu caderno a diferença entre as fotos.
Arvore Genalogica
Agora que você conheceu a sua árvore genealógica. É possível saber mais ainda sobre suas origens. Vocês irão entrevistar seus avós ou a pessoa mais idosa da família para saberem onde eles e os pais deles nasceram e qual a sua origem do sobrenome de sua família. Você pode seguir o roteiro abaixo,assim como pode incrementa-lo ou criar seu próprio roteiro.
Questões para entrevista:
a) Nome Completo:
.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
b) Idade:.............................................................................................
c) Cidade:..................................................................................................................
d) Estado: ...................................................................................................................
e) País onde nasceu: ..................................................................................................
f) Quais as lembranças do lugar de nascimento ou o deixou? No caso de tê-lo deixado, por que o fez?
...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
g) Quando se mudou?
..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
h) Qual o meio de transporte que usou para se mudar?
...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
i) Esta contente com o lugar onde mora?
...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
j) Mantém contatos com pessoas do lugar de nascimento? Com quais meios de comunicação ?
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
k) Preserve alguns costumes característicos de seu lugar de nascimento?
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................l) Sabe qual a origem do sobrenome de sua família?
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
Questões para entrevista:
a) Nome Completo:
.....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
b) Idade:.............................................................................................
c) Cidade:..................................................................................................................
d) Estado: ...................................................................................................................
e) País onde nasceu: ..................................................................................................
f) Quais as lembranças do lugar de nascimento ou o deixou? No caso de tê-lo deixado, por que o fez?
...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
g) Quando se mudou?
..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
h) Qual o meio de transporte que usou para se mudar?
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i) Esta contente com o lugar onde mora?
...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
j) Mantém contatos com pessoas do lugar de nascimento? Com quais meios de comunicação ?
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k) Preserve alguns costumes característicos de seu lugar de nascimento?
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Os corações não são iguais.
Os corações não são iguais.
Você tem o tempo que quiser.
De você aceito o que vier.
Menos solidão.
Me promete tudo outrra vez.
Na esperança louca de um talvez.
Me basta a ilusão.
Só peço o brilho do luar.
Eu só quero um sonho para amar.
Um lugar a pra mim.
Eu só quero um tem pra viver.
Versos de um poema pra dizer.
Que eu te aceito assim.
O que eu sei é que jamais vou te esquecer.
Eu me agarro nessas fantasias pra sobreviver.
Eu não se se estou vivendo de emoção.
Mas invento você todo dia pra meu coração.
Deixe saudade e nada mais.
Por que é que os corções não são iguais.
Diga que um dia vai voltar.
Pra que eu pase a vida inteira me enganando.
Roupa Nova
Você tem o tempo que quiser.
De você aceito o que vier.
Menos solidão.
Me promete tudo outrra vez.
Na esperança louca de um talvez.
Me basta a ilusão.
Só peço o brilho do luar.
Eu só quero um sonho para amar.
Um lugar a pra mim.
Eu só quero um tem pra viver.
Versos de um poema pra dizer.
Que eu te aceito assim.
O que eu sei é que jamais vou te esquecer.
Eu me agarro nessas fantasias pra sobreviver.
Eu não se se estou vivendo de emoção.
Mas invento você todo dia pra meu coração.
Deixe saudade e nada mais.
Por que é que os corções não são iguais.
Diga que um dia vai voltar.
Pra que eu pase a vida inteira me enganando.
Roupa Nova
7 de jul. de 2008
O bom professor e a sua prática
O BOM PROFESSOR E SUA PRÁTICA - DA PRÁTICA À TEORIA
O estudo desenvolvido conseguiu mostrar algumas respostas sobre o que acontece com o BOM PROFESSOR. Vale agora o esforço de tentar fazer uma leitura que vá além dos fatos, isto é, que procure explicações para os fatos e para o cotidiano do professor.
A primeira idéia a ser explorada foi de que o conceito de BOM PROFESSOR é valorativo, com referência a um tempo e a um lugar. Como tal é também ideológico, isto é, representa a idéia que socialmente é construída sobre o professor.
O definir e o satisfazer expectativas dá corpo aos comportamentos de tipo papel e modificam a função do dever-ser na vida cotidiana. De acordo com Heller (1985, p. 94), “no ‘dever-ser’ revela-se a relação do homem inteiro com os seus deveres, com suas vinculações, sejam essas econômicas, políticas, morais ou de outro tipo”. É comum, entre os professores, a existência de valores como “preciso ser responsável e honrado”, “os alunos devem ser tratados todos iguais” e outras manifestações que se tornam usuais e aceitáveis ao seu papel. Cria-se historicamente um rol de atributos que fazem parte do papel do professor, que são assimilados socialmente, sem muita consciência ou atitude reflexiva sobre os mesmos. Esta assimilação tanto se dá entre os alunos através de expectativas, quanto ao professor, através de respostas a elas. A idéia do dever-ser presente entre os professores e os alunos é socialmente construída, na medida em que é fruto dos valores da sociedade que a produz.
Como a sociedade é dinâmica nas suas relações, observa-se que o dever-ser sofre alterações no decorrer do tempo. Quando o dever-ser converte-se numa manifestação puramente externa, ou o indivíduo tem uma atitude de simples adaptação ao papel que representa ou se insurge contra a idéia proposta e exerce a recusa do papel que lhe está sendo imposto.
Muitos professores estão em conflito com o dever-ser e estão à procura de uma nova relação que implique a redefinição de seu papel. Isto significa dizer que em muitas situações eles exercem atitudes de acordo com a expectativa do dever-ser, mas em outras procuram construir um novo papel, um novo dever-ser, que responde a uma nova idéia de professor.
A necessidade de construir essa nova idéia de professor pode ser mais ou menos consciente. Pode ser fruto intencional da reflexão criteriosa. Mas pode ser, também, apenas a resposta às pressões da sociedade e ao aparecimento de situações não previstas. Vale salientar, porém, que estas últimas podem levar à primeira, isto é, a pressão da realidade pode provocar a reflexão.
Podemos observar, porém, que não há um movimento linear na modificação do papel do professor. Este vai se alterando de diferentes formas em diferentes situações conforme os indivíduos. Sem dúvida, os professores estão fazendo a sua própria história, mas a partir de condições dadas, concretas do cotidiano.
O professor já nasce inserido em seu cotidiano. A vida diária não está fora da história, mas, ao contrário, está no centro do acontecer histórico. Como todo indivíduo, o professor é simultaneamente um ser particular e um ser genérico. Isto significa dizer que quase toda a sua atividade tem caráter genérico, embora seus motivos sejam particulares. No seu cotidiano ele trabalha com estas duas forças: as que vêm da generalização da sua função e as que partem dele enquanto individualidade. Nem sempre ambas caminham no mesmo sentido. Muitas vezes é do conflito entre elas que se origina a mudança das atitudes do professor.
Estudar o cotidiano do professor é um meio para a compreensão dos fenômenos sociais que o cercam e, com esta compreensão, entender o próprio professor neste contexto.
Este estudo mostra que, apesar da política da não valorização formal do professor, a sociedade mais ampla, aqui representada pelos alunos, valoriza bastante o papel docente. Nesta valorização aparece a idéia do professor que responde aos desafios de uma sociedade moderna, industrializada, em que se valoriza mais o espírito crítico promotor da indagação do que a boa memória e a confiança cega na palavra depositária da verdade.
Mesmo nesta perspectiva da sociedade moderna, continua-se reconhecendo no professor, além da capacidade de ensinar conhecimentos especializados, a tarefa de transmitir, consciente ou inconscientemente, valores, normas, maneiras de pensar e padrões de comportamento que contribuem eficazmente para a permanência da vida social. As relações são os aspectos mais ressaltados pelos alunos, ainda que elas não possam ser separadas completamente do todo que é o professor.
As relações devem ser entendidas pelo lado afetivo, ainda que não apareça como desejável para o aluno o professor “bonzinho”. O que eles querem é um professor intelectualmente capaz e afetivamente maduro.
O posicionamento político do professor não faz parte dos critérios de escolha que os alunos fizeram do BOM PROFESSOR hoje. Este dado é importante ser compreendido na dimensão do papel do dever-ser, estipulado socialmente. Mostra ainda, com clareza, como o cotidiano é construído pela história, pelo concreto das relações sociais. Uma sociedade que baniu a dimensão política do saber pedagógico por tanto tempo não poderia deixar de arcar com esta conceituação sobre o BOM PROFESSOR, ainda hoje.
Não há intenção de construir uma teoria didática a partir de seu desempenho. Estudá-lo pode contribuir muito para a formação de um conhecimento pedagógico .específico. Mas não como paradigma do desempenho docente.
As conclusões desse estudo foram as seguintes:
– A idéia de BOM PROFESSOR é variável entre as pessoas porque contém em si a expressão de um valor. O momento da vida das instituições escolares determina, em algum grau, a situação do aluno. Esta situação cria necessidades. O professor que responde a elas tem maior probabilidade de ser considerado o melhor.
– Os dados descritivos dos BONS PROFESSORES não me permitem fazer qualquer generalização. Entre o grupo há variação em idade, experiência profissional, formação acadêmica e pedagógica, produção de pesquisa e extensão etc.
– Os BONS PROFESSORES reconhecem influências significativas da família com relação a valores. A condição de classe social é também percebida como interveniente no processo de encaminhamento profissional. A questão da vocação parece sofrer maior influência do ambiente social e das relações que ele oportuniza do que ser uma questão de pendor natural.
– 60% dos nossos interlocutores afirmaram estar no magistério por razões circunstanciais e não como opção profissional primeira. Todos eles, entretanto, mostraram um profundo sentimento de valorização do magistério, afirmando que gostam muito do que fazem.
Organizando os dados da análise descritiva, com relação às principais influências que os BONS PROFESSORES reconhecem sobre si, encontrei o seguinte:
– É de sua história enquanto aluno, do resultado da sua relação com ex-professores que os BONS PROFESSORES reconhecem ter maior influência. Em muitos casos esta influência se manifesta na tentativa de repetir atitudes consideradas positivas. Em outras, há o esforço de fazer exatamente o contrário do que faziam ex-professores, considerados negativamente. De qualquer forma, no dizer dos nossos respondentes, a maior força sobre o seu comportamento docente é a do exemplo de ex-professores. Este dado é fundamental para quem trabalha na educação de professores, pois identifica o ciclo de reprodução que se realiza nas relações escolares.
– Outra influência reconhecida pelos BONS PROFESSORES refere-se ao saber que constroem na própria experiência, enquanto docentes. Nela localizam a possibilidade de aprenderem com colegas de trabalho, com alunos e de, refletindo sobre a sua própria docência, reformularem sua forma de agir e de ser. Este dado confirma que a prática é um elemento importante na aprendizagem e que a experiência que o indivíduo vive é insubstituível no seu significado educativo. O fazer e o refletir sobre este fazer tem sido, no dizer dos BONS PROFESSORES, um mecanismo fundamental para delinearem seu desempenho docente.
– A formação pedagógica é, para esses professores, também fator de influência no seu modo de ser. Constatei, entretanto, que não se pode falar em uma formação pedagógica como algo unitário, com um referencial comum. Os depoimentos dos professores mostraram que ela ocorre de forma diferencial no que se refere a objetivos, filosofia, duração, significado etc. Percebi ainda que, quanto mais ela responde às necessidades do professor no momento que a realiza, mais eles a valorizam. Para alguns, a formação pedagógica deu uma resposta às necessidades sentidas ou fê-los refletir sobre a realidade vivenciada. Para estes, tal formação foi significativa e influenciou novas formas de ser.
– A prática social do professor é quantitativamente o último fator apontado como de influência pelos nossos BONS PROFESSORES. Até porque pouco são os docentes que atuam nessa área com clareza de propósitos e ações. É importante ressaltar, porém, que aqueles que atribuem à prática social influências sobre o seu comportamento docente o fazem enfaticamente. São pessoas que têm clareza nos caminhos que escolheram para alcançar as modificações sociais e dão ao papel docente uma dimensão bem mais ampla do que apenas o contato com os alunos na sala de aula.
– Os BONS PROFESSORES destacaram outros fatores de influência no seu modo de ser. Apontam, por exemplo, profissionais de alta competência na área em que atuam etc. O que se depreende deste fato é que há uma tendência entre eles de repetirem práticas das pessoas que admiram.
Os dados sobre a visão que os BONS PROFESSORES têm da realidade social e educacional brasileira hoje resumidamente nos dizem que:
– Os BONS PROFESSORES são capazes de analisar a realidade nacional como numa fase de crise, localizando como principal indicador deste fato o descaso do governo com a educação e a conseqüente desvalorização do magistério. Alguns expandiram a crítica à incompetência do modelo escolar na nossa realidade, ainda que todos tenham valorizado a escola como instituição necessária à sociedade.
Para alguns professores os pressupostos políticos e sociais da crise são claros. Para outros parece que ainda não, pois os efeitos são abordados sem referências às causas.
– Observei que os BONS PROFESSORES que possuem uma prática social mais ativa (participação em movimento docente, profissional, religioso, sindical, partido político etc.) têm maior facilidade de fazer uma análise das questões da educação dentro do atual contexto social brasileiro.
Através da análise descritiva já realizada sobre a representação que o BOM PROFESSOR faz de sua prática pedagógica, consegui concluir que:
– Podemos identificar, para fins de análise, três áreas de verbalização: relação com o ser e o sentir, relação com o saber e relação com o fazer.
– Na relação com o ser e o sentir o professor dá grande valor ao prazer de ensinar e à gratificação que sente nas relações com os alunos.
– Na relação com o saber há um destaque significativo na afetividade que o liga à sua matéria de ensino, que leva ao gosto pelo estudo e à possibilidade de produzir conhecimento junto com os alunos.
– Na relação com o fazer há um esforço de coerência entre o que ele faz e o que ele pensa. Vejo, entretanto, que o professor em geral não faz uma análise reflexiva de sua prática. O seu fazer é muito intuitivo. Por isso, também, nem sempre estabelece relações claras entre a prática e os pressupostos teóricos que a embasam. A prática tende a repetir a prática.
– Ao fazer a representação de sua prática pedagógica o BOM PROFESSOR fala de suas dificuldades. Em geral elas decorrem da desvalorização da educação e do magistério. Há ênfase nas dificuldades estruturais, aquelas que estão próximas ao professor e que interferem diretamente no seu trabalho. Parece, contudo, que nem sempre o professor entende que sua aceitação ou resistência fazem parte deste quadro da realidade.
– Para sugerir aspectos que deveriam estar presentes na sua tarefa de formar professores, os nossos BONS PROFESSORES tiveram alguma dificuldade. Percebi que as sugestões que acabaram fazendo estavam muito relacionadas com a representação de seus próprios valores e daquilo que eles mesmos gostariam de estudar mais.
A apreensão da atuação do professor no cotidiano escolar nos leva, além de perceber as questões relacionadas ao papel social que ele representa, entender a idéia de projeto presente no professor. Projeto seriam suas aspirações de vida, sua utopia pedagógica, seus objetivos maiores de realização. Percebi, também, que este projeto é construído no contexto da sua vida, fruto de suas experiências, numa sociedade historicamente localizada.
O ponto de partida da noção de projeto é a idéia de que os indivíduos escolhem ou podem escolher alternativas de vida. Os professores me relatavam o que acontecia no seu cotidiano, numa tentativa consciente de dar sentido ou coerência às experiências fragmentadas da vida social e, conseqüentemente, pedagógicas.
Em alguns casos, foi possível ver que, permeando o projeto do professor, aparecia o projeto da instituição com seus valores, peculiaridades e expressões. Contudo, estes não são mais fortes do que os primeiros.
Ainda está mais no professor a tomada de decisões sobre o seu fazer docente do que na instituição, ainda que se reconheça que o clima, os objetivos, os valores e preconceitos institucionais pesem no projeto individual do professor. Os projetos institucionais constituem expressão simbólica e estão diretamente ligados à história das Unidades de Ensino. Sua estabilidade e continuidade ficam muito na dependência de uma definição de realidade convincente e coerente. E nem sempre isto acontece. Primeiro porque, na maior parte das vezes, as instituições não expressam claramente o seu projeto. Segundo, percebe-se que, quando o fazem, há uma distância grande entre um discurso que procura ser pouco claro e uma realidade que é concreta e definida. Talvez seja este o momento institucional da escola brasileira hoje que permite que o projeto individual do professor tenha mais força, em função do espaço existente. Se isto, por um lado, pode ser positivo, na medida em que represente liberdade e autonomia docente, por outro pode ser nefasto, pois pode significar uma total dependência da individualidade do professor e de seu grau de compromisso e competência.
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Além das habilidades, no contexto da sala de aula os BONS PROFESSORES emitiram juízos de valor, tais como a importância do estudo e o desenvolvimento de habilidades a ele relacionadas. Mostra que é necessário recuperar o prazer de aprender e que a escola, necessariamente, não precisa ser chata e ritualista.
O pensamento crítico foi também valorizado no sentido de fazer o aluno raciocinar sobre o conhecimento. Nem sempre, porém, este pensamento crítico explora as condições sociais e políticas da produção de conhecimento e os interesses da sociedade capitalista subjacentes a ela.
O fato em questão é fundamental aos objetivos deste estudo. O delineamento feito mostra que os BONS PROFESSORES têm muitas condições pedagógicas e didáticas tidas como significativas nas nossas instituições escolares de hoje.
Tendo presente a questão da expectativa dos alunos, da construção histórica que a sociedade tem feito do BOM PROFESSOR e do papel do dever-ser que o professor se atribui, é possível concluir que o BOM PROFESSOR está assentado numa perspectiva de ensino que:
– tem no docente o centro do processo de ensinar e aprender;
– coloca no professor as condições do melhor ensinar, no sentido de transferir seu próprio conhecimento aos alunos.
Como exemplo, podemos citar de acordo com a autora os BONS PROFESSORES desenvolvem um grande número de habilidades de ensino, tais como : fazer perguntas, variar estímulos, relacionar o conteúdo com outras áreas etc. Todavia, não temos ainda BONS PROFESSORES que estejam mais voltados a desenvolver habilidades nos alunos. O professor é capaz de apresentar o melhor esquema do conteúdo a ser desenvolvido em aula, mas não conhece procedimentos sobre como fazer o aluno chegar ao mapeamento próprio da aprendizagem que está realizando. O BOM PROFESSOR relata e referencia resultados de suas pesquisas. mas pouco estimula o aluno a fazer as suas próprias, mesmo que de forma simples. E assim em tantos outros exemplos.
Compreendo que os alunos esperam pelo discurso do professor e têm como certeza a idéia de que um bom ensino depende das condições melhores que o professor apresenta de explicar o conteúdo.
Nessa perspectiva percebe-se que, mesmo os BONS PROFESSORES, repetem uma pedagogia passiva, muito pouco crítica e criativa. Pelo menos uma pedagogia tradicional onde, como diz Paulo Freire (1984, p. 64) “... o professor é sempre o iluminador do conhecimento” e não a perspectiva de uma pedagogia dialógica, que implica uma realidade que é “iluminada” pelo educador e pelo educando juntos. & diferente a transferência do conhecimento especializado através de uma preleção muito bem feita e a colocação de um problema que contesta o conhecimento oficial, motivando os estudantes para ação.
Compreendo também que é bastante difícil construir esta nova pedagogia, onde as principais intenções e habilidades do professor estivessem voltadas para a produção do aluno. Nossos interlocutores afirmaram – e pude constatar na prática – que a maior influência na definição do seu comportamento docente vem da sua experiência enquanto aluno e, depois, de sua prática como docente. Ora, dificilmente teremos hoje professores que tenham vivenciado experiências diferentes da que tentam construir. Eles procuram melhorar a sua ação docente, mas sobre um paradigma pedagógico que, a priori, contém um pressuposto da ação de ensinar. Para uma ação dialógica, transformadora, seria preciso deslocar do professor para o aluno a produção do conhecimento. Seria necessário modificar o paradigma que é presente historicamente nas concepções escolares.
Os nossos BONS PROFESSORES são os melhores dentro de uma concepção de educação, de ensino e de aprendizagem. Se essas concepções forem alteradas, o conceito de BOM PROFESSOR certamente também o será.
Pensando assim, , em quantas sugestões poderiam ser arroladas para a formação e educação de nossos professores. Como encaminhar os nossos programas e as nossas ações junto a professores no seu processo de educação?
A contribuição que o desenrolar desta pesquisa sugere que:
a) É fundamental que seja desvendado o contexto onde o professor vive. A análise da realidade, das forças sociais, da linguagem, das relações entre as pessoas, dos valores institucionais é muito importante para que o professor compreenda a si mesmo como alguém contextualizado, participante da história.
b) A formação do professor deve passar pelo exercício de descoberta e análise da projeção que ele como sujeito faz de um BOM PROFESSOR. Se a pesquisa mostrou a tendência de reprodução da ação docente, é necessário pelo menos que o professor tenha clara e organizadamente esta idéia de dever-ser em sua mente.
c) A formação do educador é um processo, acontecendo no interior das condições históricas em que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que se faz no cotidiano. Por isso, é importante que este cotidiano seja desvendado. O retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada como educando e como educador é que pode fazer avançar o seu fazer pedagógico.
d) A pesquisa que o professor realiza com os alunos e o incentivo que ele faz para que os alunos produzam conhecimento, constitui-se numa alternativa confiável para fazer progredir a idéia de uma educação dialógica, onde o aluno seja o principal sujeito da aprendizagem. Nesse sentido, estaríamos partindo de um novo paradigma de ensino, aquele que procura produzir um conhecimento divergente e formas alternativas de utilizar o conhecimento existente. Se isto fosse uma constante nos cursos de formação de professores, já se teriam experiências no cotidiano do futuro professor que garantiriam a absorção das práticas neste sentido.
e) A prática é que dá sentido às inquietações do ser humano. É preciso que a formação pedagógica se faça sobre ela. O significado dos estudos na área da educação depende da capacidade de auscultar o momento do educando, que transparece principalmente por seu discurso. Nele há a expressão de suas experiências, condições de vida, interesses e aspirações. É preciso partir daí.
f) Por fim, novamente levanto a importância que os programas de formação e educação de professores precisam dar à dualidade competência técnica e compromisso político. Uma pedagogia transformadora só se fará com o concurso de ambas as dimensões. O esclarecimento do significado de cada uma é fundamental para que se operacionalize uma prática eficiente e comprometida.
As conclusões desse trabalho não se conflituam com as propostas e reflexões que se têm feito ultimamente sobre o professor. Elas se somam e desvendam, através da investigação da realidade, maiores dados sobre o que está acontecendo na prática escolar.
Retomando a revisão de literatura e, em especial, os resultados do esforço de alguns educadores e associações educacionais nos últimos tempos, localizo um processo que evolui para pontos comuns. As propostas, em geral, privilegiam a idéia de que é necessário um professor consciente das questões sociais e competente tecnicamente para engajar-se na luta em favor da melhoria das condições de vida do povo brasileiro.
Os caminhos para se chegar a este propósito é que se apresentam diferentes. O desvendamento da prática é que, provavelmente, possa dar mais luzes à trajetória rumo à transformação, uma vez que não há mudança que não ocorra a partir do concreto, da realidade.
A constatação de que a educação de professores tem sido mais efetiva pelas influências da prática cotidiana pode influir no repensar dos cursos de formação de professores. Os esforços dos cursos de Licenciaturas e de Pedagogia têm sido maiores sobre a formação do futuro professor, tendo uma conotação mais teórica do que prática. A história e as práticas educacionais do aluno, assim como o seu exercício educacional futuro, têm sido pouco priorizadas nas ações universitárias e nas demais instituições que se envolvem com a educação de professores. Esta pesquisa, assim como outros estudos a respeito, constituem-se num alerta para o repensar a prática que vem sendo realizada. Tudo indica que não bastam esforços na formação prévia do professor. E, preciso estender ações e influências sobre o professor em exercício, favorecendo situações de análise e reflexão sobre a sua própria condição e experiência.
Os desafios são muitos. Creio ser necessário um esforço coletivo no reconhecer e refletir sobre as contradições da sociedade em que vivemos, e nela, muito especialmente, as questões relacionadas com a nossa área de atuação. Só assim poderemos fazer avançar a educação brasileira.
O estudo desenvolvido conseguiu mostrar algumas respostas sobre o que acontece com o BOM PROFESSOR. Vale agora o esforço de tentar fazer uma leitura que vá além dos fatos, isto é, que procure explicações para os fatos e para o cotidiano do professor.
A primeira idéia a ser explorada foi de que o conceito de BOM PROFESSOR é valorativo, com referência a um tempo e a um lugar. Como tal é também ideológico, isto é, representa a idéia que socialmente é construída sobre o professor.
O definir e o satisfazer expectativas dá corpo aos comportamentos de tipo papel e modificam a função do dever-ser na vida cotidiana. De acordo com Heller (1985, p. 94), “no ‘dever-ser’ revela-se a relação do homem inteiro com os seus deveres, com suas vinculações, sejam essas econômicas, políticas, morais ou de outro tipo”. É comum, entre os professores, a existência de valores como “preciso ser responsável e honrado”, “os alunos devem ser tratados todos iguais” e outras manifestações que se tornam usuais e aceitáveis ao seu papel. Cria-se historicamente um rol de atributos que fazem parte do papel do professor, que são assimilados socialmente, sem muita consciência ou atitude reflexiva sobre os mesmos. Esta assimilação tanto se dá entre os alunos através de expectativas, quanto ao professor, através de respostas a elas. A idéia do dever-ser presente entre os professores e os alunos é socialmente construída, na medida em que é fruto dos valores da sociedade que a produz.
Como a sociedade é dinâmica nas suas relações, observa-se que o dever-ser sofre alterações no decorrer do tempo. Quando o dever-ser converte-se numa manifestação puramente externa, ou o indivíduo tem uma atitude de simples adaptação ao papel que representa ou se insurge contra a idéia proposta e exerce a recusa do papel que lhe está sendo imposto.
Muitos professores estão em conflito com o dever-ser e estão à procura de uma nova relação que implique a redefinição de seu papel. Isto significa dizer que em muitas situações eles exercem atitudes de acordo com a expectativa do dever-ser, mas em outras procuram construir um novo papel, um novo dever-ser, que responde a uma nova idéia de professor.
A necessidade de construir essa nova idéia de professor pode ser mais ou menos consciente. Pode ser fruto intencional da reflexão criteriosa. Mas pode ser, também, apenas a resposta às pressões da sociedade e ao aparecimento de situações não previstas. Vale salientar, porém, que estas últimas podem levar à primeira, isto é, a pressão da realidade pode provocar a reflexão.
Podemos observar, porém, que não há um movimento linear na modificação do papel do professor. Este vai se alterando de diferentes formas em diferentes situações conforme os indivíduos. Sem dúvida, os professores estão fazendo a sua própria história, mas a partir de condições dadas, concretas do cotidiano.
O professor já nasce inserido em seu cotidiano. A vida diária não está fora da história, mas, ao contrário, está no centro do acontecer histórico. Como todo indivíduo, o professor é simultaneamente um ser particular e um ser genérico. Isto significa dizer que quase toda a sua atividade tem caráter genérico, embora seus motivos sejam particulares. No seu cotidiano ele trabalha com estas duas forças: as que vêm da generalização da sua função e as que partem dele enquanto individualidade. Nem sempre ambas caminham no mesmo sentido. Muitas vezes é do conflito entre elas que se origina a mudança das atitudes do professor.
Estudar o cotidiano do professor é um meio para a compreensão dos fenômenos sociais que o cercam e, com esta compreensão, entender o próprio professor neste contexto.
Este estudo mostra que, apesar da política da não valorização formal do professor, a sociedade mais ampla, aqui representada pelos alunos, valoriza bastante o papel docente. Nesta valorização aparece a idéia do professor que responde aos desafios de uma sociedade moderna, industrializada, em que se valoriza mais o espírito crítico promotor da indagação do que a boa memória e a confiança cega na palavra depositária da verdade.
Mesmo nesta perspectiva da sociedade moderna, continua-se reconhecendo no professor, além da capacidade de ensinar conhecimentos especializados, a tarefa de transmitir, consciente ou inconscientemente, valores, normas, maneiras de pensar e padrões de comportamento que contribuem eficazmente para a permanência da vida social. As relações são os aspectos mais ressaltados pelos alunos, ainda que elas não possam ser separadas completamente do todo que é o professor.
As relações devem ser entendidas pelo lado afetivo, ainda que não apareça como desejável para o aluno o professor “bonzinho”. O que eles querem é um professor intelectualmente capaz e afetivamente maduro.
O posicionamento político do professor não faz parte dos critérios de escolha que os alunos fizeram do BOM PROFESSOR hoje. Este dado é importante ser compreendido na dimensão do papel do dever-ser, estipulado socialmente. Mostra ainda, com clareza, como o cotidiano é construído pela história, pelo concreto das relações sociais. Uma sociedade que baniu a dimensão política do saber pedagógico por tanto tempo não poderia deixar de arcar com esta conceituação sobre o BOM PROFESSOR, ainda hoje.
Não há intenção de construir uma teoria didática a partir de seu desempenho. Estudá-lo pode contribuir muito para a formação de um conhecimento pedagógico .específico. Mas não como paradigma do desempenho docente.
As conclusões desse estudo foram as seguintes:
– A idéia de BOM PROFESSOR é variável entre as pessoas porque contém em si a expressão de um valor. O momento da vida das instituições escolares determina, em algum grau, a situação do aluno. Esta situação cria necessidades. O professor que responde a elas tem maior probabilidade de ser considerado o melhor.
– Os dados descritivos dos BONS PROFESSORES não me permitem fazer qualquer generalização. Entre o grupo há variação em idade, experiência profissional, formação acadêmica e pedagógica, produção de pesquisa e extensão etc.
– Os BONS PROFESSORES reconhecem influências significativas da família com relação a valores. A condição de classe social é também percebida como interveniente no processo de encaminhamento profissional. A questão da vocação parece sofrer maior influência do ambiente social e das relações que ele oportuniza do que ser uma questão de pendor natural.
– 60% dos nossos interlocutores afirmaram estar no magistério por razões circunstanciais e não como opção profissional primeira. Todos eles, entretanto, mostraram um profundo sentimento de valorização do magistério, afirmando que gostam muito do que fazem.
Organizando os dados da análise descritiva, com relação às principais influências que os BONS PROFESSORES reconhecem sobre si, encontrei o seguinte:
– É de sua história enquanto aluno, do resultado da sua relação com ex-professores que os BONS PROFESSORES reconhecem ter maior influência. Em muitos casos esta influência se manifesta na tentativa de repetir atitudes consideradas positivas. Em outras, há o esforço de fazer exatamente o contrário do que faziam ex-professores, considerados negativamente. De qualquer forma, no dizer dos nossos respondentes, a maior força sobre o seu comportamento docente é a do exemplo de ex-professores. Este dado é fundamental para quem trabalha na educação de professores, pois identifica o ciclo de reprodução que se realiza nas relações escolares.
– Outra influência reconhecida pelos BONS PROFESSORES refere-se ao saber que constroem na própria experiência, enquanto docentes. Nela localizam a possibilidade de aprenderem com colegas de trabalho, com alunos e de, refletindo sobre a sua própria docência, reformularem sua forma de agir e de ser. Este dado confirma que a prática é um elemento importante na aprendizagem e que a experiência que o indivíduo vive é insubstituível no seu significado educativo. O fazer e o refletir sobre este fazer tem sido, no dizer dos BONS PROFESSORES, um mecanismo fundamental para delinearem seu desempenho docente.
– A formação pedagógica é, para esses professores, também fator de influência no seu modo de ser. Constatei, entretanto, que não se pode falar em uma formação pedagógica como algo unitário, com um referencial comum. Os depoimentos dos professores mostraram que ela ocorre de forma diferencial no que se refere a objetivos, filosofia, duração, significado etc. Percebi ainda que, quanto mais ela responde às necessidades do professor no momento que a realiza, mais eles a valorizam. Para alguns, a formação pedagógica deu uma resposta às necessidades sentidas ou fê-los refletir sobre a realidade vivenciada. Para estes, tal formação foi significativa e influenciou novas formas de ser.
– A prática social do professor é quantitativamente o último fator apontado como de influência pelos nossos BONS PROFESSORES. Até porque pouco são os docentes que atuam nessa área com clareza de propósitos e ações. É importante ressaltar, porém, que aqueles que atribuem à prática social influências sobre o seu comportamento docente o fazem enfaticamente. São pessoas que têm clareza nos caminhos que escolheram para alcançar as modificações sociais e dão ao papel docente uma dimensão bem mais ampla do que apenas o contato com os alunos na sala de aula.
– Os BONS PROFESSORES destacaram outros fatores de influência no seu modo de ser. Apontam, por exemplo, profissionais de alta competência na área em que atuam etc. O que se depreende deste fato é que há uma tendência entre eles de repetirem práticas das pessoas que admiram.
Os dados sobre a visão que os BONS PROFESSORES têm da realidade social e educacional brasileira hoje resumidamente nos dizem que:
– Os BONS PROFESSORES são capazes de analisar a realidade nacional como numa fase de crise, localizando como principal indicador deste fato o descaso do governo com a educação e a conseqüente desvalorização do magistério. Alguns expandiram a crítica à incompetência do modelo escolar na nossa realidade, ainda que todos tenham valorizado a escola como instituição necessária à sociedade.
Para alguns professores os pressupostos políticos e sociais da crise são claros. Para outros parece que ainda não, pois os efeitos são abordados sem referências às causas.
– Observei que os BONS PROFESSORES que possuem uma prática social mais ativa (participação em movimento docente, profissional, religioso, sindical, partido político etc.) têm maior facilidade de fazer uma análise das questões da educação dentro do atual contexto social brasileiro.
Através da análise descritiva já realizada sobre a representação que o BOM PROFESSOR faz de sua prática pedagógica, consegui concluir que:
– Podemos identificar, para fins de análise, três áreas de verbalização: relação com o ser e o sentir, relação com o saber e relação com o fazer.
– Na relação com o ser e o sentir o professor dá grande valor ao prazer de ensinar e à gratificação que sente nas relações com os alunos.
– Na relação com o saber há um destaque significativo na afetividade que o liga à sua matéria de ensino, que leva ao gosto pelo estudo e à possibilidade de produzir conhecimento junto com os alunos.
– Na relação com o fazer há um esforço de coerência entre o que ele faz e o que ele pensa. Vejo, entretanto, que o professor em geral não faz uma análise reflexiva de sua prática. O seu fazer é muito intuitivo. Por isso, também, nem sempre estabelece relações claras entre a prática e os pressupostos teóricos que a embasam. A prática tende a repetir a prática.
– Ao fazer a representação de sua prática pedagógica o BOM PROFESSOR fala de suas dificuldades. Em geral elas decorrem da desvalorização da educação e do magistério. Há ênfase nas dificuldades estruturais, aquelas que estão próximas ao professor e que interferem diretamente no seu trabalho. Parece, contudo, que nem sempre o professor entende que sua aceitação ou resistência fazem parte deste quadro da realidade.
– Para sugerir aspectos que deveriam estar presentes na sua tarefa de formar professores, os nossos BONS PROFESSORES tiveram alguma dificuldade. Percebi que as sugestões que acabaram fazendo estavam muito relacionadas com a representação de seus próprios valores e daquilo que eles mesmos gostariam de estudar mais.
A apreensão da atuação do professor no cotidiano escolar nos leva, além de perceber as questões relacionadas ao papel social que ele representa, entender a idéia de projeto presente no professor. Projeto seriam suas aspirações de vida, sua utopia pedagógica, seus objetivos maiores de realização. Percebi, também, que este projeto é construído no contexto da sua vida, fruto de suas experiências, numa sociedade historicamente localizada.
O ponto de partida da noção de projeto é a idéia de que os indivíduos escolhem ou podem escolher alternativas de vida. Os professores me relatavam o que acontecia no seu cotidiano, numa tentativa consciente de dar sentido ou coerência às experiências fragmentadas da vida social e, conseqüentemente, pedagógicas.
Em alguns casos, foi possível ver que, permeando o projeto do professor, aparecia o projeto da instituição com seus valores, peculiaridades e expressões. Contudo, estes não são mais fortes do que os primeiros.
Ainda está mais no professor a tomada de decisões sobre o seu fazer docente do que na instituição, ainda que se reconheça que o clima, os objetivos, os valores e preconceitos institucionais pesem no projeto individual do professor. Os projetos institucionais constituem expressão simbólica e estão diretamente ligados à história das Unidades de Ensino. Sua estabilidade e continuidade ficam muito na dependência de uma definição de realidade convincente e coerente. E nem sempre isto acontece. Primeiro porque, na maior parte das vezes, as instituições não expressam claramente o seu projeto. Segundo, percebe-se que, quando o fazem, há uma distância grande entre um discurso que procura ser pouco claro e uma realidade que é concreta e definida. Talvez seja este o momento institucional da escola brasileira hoje que permite que o projeto individual do professor tenha mais força, em função do espaço existente. Se isto, por um lado, pode ser positivo, na medida em que represente liberdade e autonomia docente, por outro pode ser nefasto, pois pode significar uma total dependência da individualidade do professor e de seu grau de compromisso e competência.
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Além das habilidades, no contexto da sala de aula os BONS PROFESSORES emitiram juízos de valor, tais como a importância do estudo e o desenvolvimento de habilidades a ele relacionadas. Mostra que é necessário recuperar o prazer de aprender e que a escola, necessariamente, não precisa ser chata e ritualista.
O pensamento crítico foi também valorizado no sentido de fazer o aluno raciocinar sobre o conhecimento. Nem sempre, porém, este pensamento crítico explora as condições sociais e políticas da produção de conhecimento e os interesses da sociedade capitalista subjacentes a ela.
O fato em questão é fundamental aos objetivos deste estudo. O delineamento feito mostra que os BONS PROFESSORES têm muitas condições pedagógicas e didáticas tidas como significativas nas nossas instituições escolares de hoje.
Tendo presente a questão da expectativa dos alunos, da construção histórica que a sociedade tem feito do BOM PROFESSOR e do papel do dever-ser que o professor se atribui, é possível concluir que o BOM PROFESSOR está assentado numa perspectiva de ensino que:
– tem no docente o centro do processo de ensinar e aprender;
– coloca no professor as condições do melhor ensinar, no sentido de transferir seu próprio conhecimento aos alunos.
Como exemplo, podemos citar de acordo com a autora os BONS PROFESSORES desenvolvem um grande número de habilidades de ensino, tais como : fazer perguntas, variar estímulos, relacionar o conteúdo com outras áreas etc. Todavia, não temos ainda BONS PROFESSORES que estejam mais voltados a desenvolver habilidades nos alunos. O professor é capaz de apresentar o melhor esquema do conteúdo a ser desenvolvido em aula, mas não conhece procedimentos sobre como fazer o aluno chegar ao mapeamento próprio da aprendizagem que está realizando. O BOM PROFESSOR relata e referencia resultados de suas pesquisas. mas pouco estimula o aluno a fazer as suas próprias, mesmo que de forma simples. E assim em tantos outros exemplos.
Compreendo que os alunos esperam pelo discurso do professor e têm como certeza a idéia de que um bom ensino depende das condições melhores que o professor apresenta de explicar o conteúdo.
Nessa perspectiva percebe-se que, mesmo os BONS PROFESSORES, repetem uma pedagogia passiva, muito pouco crítica e criativa. Pelo menos uma pedagogia tradicional onde, como diz Paulo Freire (1984, p. 64) “... o professor é sempre o iluminador do conhecimento” e não a perspectiva de uma pedagogia dialógica, que implica uma realidade que é “iluminada” pelo educador e pelo educando juntos. & diferente a transferência do conhecimento especializado através de uma preleção muito bem feita e a colocação de um problema que contesta o conhecimento oficial, motivando os estudantes para ação.
Compreendo também que é bastante difícil construir esta nova pedagogia, onde as principais intenções e habilidades do professor estivessem voltadas para a produção do aluno. Nossos interlocutores afirmaram – e pude constatar na prática – que a maior influência na definição do seu comportamento docente vem da sua experiência enquanto aluno e, depois, de sua prática como docente. Ora, dificilmente teremos hoje professores que tenham vivenciado experiências diferentes da que tentam construir. Eles procuram melhorar a sua ação docente, mas sobre um paradigma pedagógico que, a priori, contém um pressuposto da ação de ensinar. Para uma ação dialógica, transformadora, seria preciso deslocar do professor para o aluno a produção do conhecimento. Seria necessário modificar o paradigma que é presente historicamente nas concepções escolares.
Os nossos BONS PROFESSORES são os melhores dentro de uma concepção de educação, de ensino e de aprendizagem. Se essas concepções forem alteradas, o conceito de BOM PROFESSOR certamente também o será.
Pensando assim, , em quantas sugestões poderiam ser arroladas para a formação e educação de nossos professores. Como encaminhar os nossos programas e as nossas ações junto a professores no seu processo de educação?
A contribuição que o desenrolar desta pesquisa sugere que:
a) É fundamental que seja desvendado o contexto onde o professor vive. A análise da realidade, das forças sociais, da linguagem, das relações entre as pessoas, dos valores institucionais é muito importante para que o professor compreenda a si mesmo como alguém contextualizado, participante da história.
b) A formação do professor deve passar pelo exercício de descoberta e análise da projeção que ele como sujeito faz de um BOM PROFESSOR. Se a pesquisa mostrou a tendência de reprodução da ação docente, é necessário pelo menos que o professor tenha clara e organizadamente esta idéia de dever-ser em sua mente.
c) A formação do educador é um processo, acontecendo no interior das condições históricas em que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que se faz no cotidiano. Por isso, é importante que este cotidiano seja desvendado. O retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada como educando e como educador é que pode fazer avançar o seu fazer pedagógico.
d) A pesquisa que o professor realiza com os alunos e o incentivo que ele faz para que os alunos produzam conhecimento, constitui-se numa alternativa confiável para fazer progredir a idéia de uma educação dialógica, onde o aluno seja o principal sujeito da aprendizagem. Nesse sentido, estaríamos partindo de um novo paradigma de ensino, aquele que procura produzir um conhecimento divergente e formas alternativas de utilizar o conhecimento existente. Se isto fosse uma constante nos cursos de formação de professores, já se teriam experiências no cotidiano do futuro professor que garantiriam a absorção das práticas neste sentido.
e) A prática é que dá sentido às inquietações do ser humano. É preciso que a formação pedagógica se faça sobre ela. O significado dos estudos na área da educação depende da capacidade de auscultar o momento do educando, que transparece principalmente por seu discurso. Nele há a expressão de suas experiências, condições de vida, interesses e aspirações. É preciso partir daí.
f) Por fim, novamente levanto a importância que os programas de formação e educação de professores precisam dar à dualidade competência técnica e compromisso político. Uma pedagogia transformadora só se fará com o concurso de ambas as dimensões. O esclarecimento do significado de cada uma é fundamental para que se operacionalize uma prática eficiente e comprometida.
As conclusões desse trabalho não se conflituam com as propostas e reflexões que se têm feito ultimamente sobre o professor. Elas se somam e desvendam, através da investigação da realidade, maiores dados sobre o que está acontecendo na prática escolar.
Retomando a revisão de literatura e, em especial, os resultados do esforço de alguns educadores e associações educacionais nos últimos tempos, localizo um processo que evolui para pontos comuns. As propostas, em geral, privilegiam a idéia de que é necessário um professor consciente das questões sociais e competente tecnicamente para engajar-se na luta em favor da melhoria das condições de vida do povo brasileiro.
Os caminhos para se chegar a este propósito é que se apresentam diferentes. O desvendamento da prática é que, provavelmente, possa dar mais luzes à trajetória rumo à transformação, uma vez que não há mudança que não ocorra a partir do concreto, da realidade.
A constatação de que a educação de professores tem sido mais efetiva pelas influências da prática cotidiana pode influir no repensar dos cursos de formação de professores. Os esforços dos cursos de Licenciaturas e de Pedagogia têm sido maiores sobre a formação do futuro professor, tendo uma conotação mais teórica do que prática. A história e as práticas educacionais do aluno, assim como o seu exercício educacional futuro, têm sido pouco priorizadas nas ações universitárias e nas demais instituições que se envolvem com a educação de professores. Esta pesquisa, assim como outros estudos a respeito, constituem-se num alerta para o repensar a prática que vem sendo realizada. Tudo indica que não bastam esforços na formação prévia do professor. E, preciso estender ações e influências sobre o professor em exercício, favorecendo situações de análise e reflexão sobre a sua própria condição e experiência.
Os desafios são muitos. Creio ser necessário um esforço coletivo no reconhecer e refletir sobre as contradições da sociedade em que vivemos, e nela, muito especialmente, as questões relacionadas com a nossa área de atuação. Só assim poderemos fazer avançar a educação brasileira.
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