Tia Mila

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A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.

6 de fev. de 2012

Projeto Pedagógico - Pesquisa - Desenvolvimento

O Projeto Pedagógico na Perspectiva de Pesquisa & Desenvolvimento




POR CLÁUDIO B. GOMIDE DE SOUZA

O homem, pelo seu trabalho, produz transformações intencionais no meio físico e social em que está inserido. Tais transformações podem ser de natureza material, simbólica ou psicossocial. Fabricar uma lança é exemplo de transformação material. Falar, contar, escrever e pintar, são exemplos de transformações simbólicas. Ensinar, doutrinar, convencer, persuadir e condicionar são exemplos de transformações psicossociais, enquanto mudanças provocadas pela ação de um grupo ou agente social em outro(s).

Transformação intencional é o processo que produz, pela ação humana, a diferença entre dois estados materiais, simbólicos ou psicossociais. O quadro abaixo apresenta um exemplo de cada modalidade:


TRANSFORMAÇÃO
Material
Psicossocial


ESTADO INICIAL
Pedra bruta
Analfabeto


ESTADO FINAL
Ponta de lança
Alfabetizado


Simbólica



Embora em um dado processo predomine uma forma de transformação, geralmente as outras também estão presentes. Um desenho é feito sobre uma base material e pode servir para ensinar, mas, considerado em si, enquanto transformação primária, é de natureza simbólica. Uma lança é uma arma, instrumento para transformações materiais, mas, também é um símbolo. Por outro lado, enquanto transforma a matéria, o homem transforma a si mesmo, por exemplo, representando e aprendendo o processo em questão.


Processo é o conjunto de operações, que permite a transformação de um estado inicial observado no estado final pretendido. Pode ser assim representado:
O

O

On+1


Tendo-se (E0 = Estado inicial) e (En+1 = Estado final), tal conjunto de operações caracteriza um determinado processo, como no quadro seguinte:

Produção de Vaso de Argila

E0 = Argila Bruta

01 = Modelagem

E1 = Vaso Modelado

02 = Secagem

E2 = Vaso Seco

03 = Pintura

E3 = Vaso Pintado


Cada uma dessas atividades, executadas de acordo com um dado referencial, é constituída de operações de nível inferior. Sua seqüência constitui um processo, cuja execução requer tempo e recursos humanos e materiais.

Intencionalidade significa que o processo está associado a uma finalidade, a um resultado compatível com o estado final pretendido. Podendo recuperar experiências passadas, reais ou vicárias e, a partir delas, decidir-se por uma forma de ação; o ser humano constrói, no dizer de Cassirer um elo simbólico entre o passado e o futuro. É o passado, representado a partir de experiências reais ou vicárias, que permite a projeção de transformações futuras e, em conseqüência, ações nesse sentido.

Herskovitz refere-se à endoculturação como conjunto de processos, conscientes ou inconscientes, pelos quais o indivíduo assimila padrões culturais que permitam sua adaptação à vida social e a satisfação de suas necessidades. Tais padrões definem a própria percepção de necessidades enquanto discrepâncias entre estados iniciais observados e estados finais pretendidos. Apresentam também, na forma de referenciais culturais, o conjunto das ações possíveis envolvidas nos respectivos processos de transformação. Assim sendo, a um estágio cultural correspondem necessidades sociais e meios para satisfazê-lo.

O processo endoculturativo possibilita que o sujeito assimile representações, valores e relações úteis para sua vida em sociedade. Nas etapas iniciais do desenvolvimento é de natureza predominantemente inconsciente. À medida em que o indivíduo se desenvolve, aumenta seu grau de escolha entre as diferentes possibilidades que a cultura lhe oferece. Bettelhein (1986) lembra que o desenvolvimento do sujeito dá-se pelo avanço da razão, da escolha consciente, sobre os condicionamentos infantis, ou áreas de sombra, onde predominam temores e anseios gerados nas fases iniciais do processo.

Em termos filogenéticos, como lembra Piaget, a inteligência foi a forma de adaptação primordial da espécie humana. Ela possibilitou ao homem o uso de extensões. Antes que força muscular, velocidade, acuidade dos sentidos e outras possibilidades de adaptação, o Homo faber, por assim dizer, investiu no processamento de informações, que permitem a produção e o uso de diferentes instrumentos. Paralelamente, desenvolveram-se a mão e o cérebro.

A clava é uma extensão do braço, como também o são a lança e o míssil. Com o desenvolvimento paralelo da cultura e da inteligência, a espécie foi criando extensões. Primeiro de seus membros, como a lança, a flecha, o uso do cavalo e a roda, por exemplo. Depois, dos órgãos dos sentidos, como a luneta, o telefone, o rádio e a televisão. Finalmente, com o computador, de algumas funções cerebrais, como o processamento de dados, textos e imagens. Percebe-se uma progressão de estágios culturais, que se inicia com extensões dos membros, passa pelos órgãos dos sentidos e culmina com a extensão do próprio cérebro.

Sistemas são extensões do potencial humano de transformação. Máquinas são sistemas que produzem transformações materiais. Computadores (hardware+software) são sistemas que produzem transformações simbólicas como, por exemplo, processamento de textos, imagens e dados. Escolas são sistemas sociais (organizações) que produzem transformações psicossociais, nas dimensões cognitivas, afetivas e psicomotoras, a partir das experiências anteriores e do potencial neurofisiológico dos sujeitos.

O potencial humano em um dado estágio é, assim, ampliado pelas extensões e pela organização social. A um referencial cultural estão associadas capacidades humanas, extensões e formas de organização do trabalho. As capacidades humanas envolvem dimensões afetivas, cognitivas e psicomotoras. As extensões constituem-se de instrumentos, ferramentas, máquinas e equipamentos. A organização do trabalho caracteriza-se por representações, valores, procedimentos e relações em diferentes graus de formalização.

Visto de uma perspectiva ampla, o processo de adaptação da espécie humana implicou no desenvolvimento de potenciais neurofisiológicos em interação com o desenvolvimento da cultura. Os potenciais, geneticamente transmitidos, permitem o desenvolvimento de capacidades cognitivas (raciocínio/memória), afetivas (atitudes/valores) e psicomotoras (coordenação/hábitos). A cultura apresenta um conjunto de referenciais e crenças, paradigmas culturais, que configuram a percepção de necessidades humanas e oferecem possibilidades de ação (processos) para satisfazê-las, com as correspondentes extensões e formas de organização do trabalho.

Pelo processo endoculturativo, representações, valores e padrões de relação são assimilados, modificados e transmitidos de geração em geração. A educação é a parte intencional do processo endoculturativo, a que visa o desenvolvimento de capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras consideradas importantes e úteis para a vida em uma determinada sociedade, de acordo com a respectiva cultura.


ORGANIZAÇÃO
Paralelamente à endoculturação, dá-se o processo de socialização. A organização social (Cf. Blau & Scott, 1970) caracteriza-se por valores, representações e padrões de relações observados em um dado grupo social. A organização formal caracteriza-se por finalidades, procedimentos, regras e relações explícitas. Na realidade, os agrupamentos humanos apresentam diferentes graus de formalização em suas relações. Potencializam, de diferentes maneiras, a ação humana de transformação da realidade.

Uma organização é um agrupamento de recursos humanos e materiais que interagem em um dado cenário para a produção de resultados compatíveis com suas finalidades. O plano formal é constituído por finalidades, regras e procedimentos explícitos. O plano informal é constituído por valores, representações e padrões de relação que se estabelecem entre as pessoas que a integram. A cultura organizacional caracteriza-se pela interação dos dois planos e envolve processos de percepção de necessidades, tomada de decisões, procedimentos e relações internas e externas.

As finalidades e diretrizes organizacionais estabelecem os resultados pretendidos e os princípios a serem observados para sua obtenção. Tanto no plano formal quanto no informal estão associadas a valores. Constituem a razão de ser da organização, que é criada e mantida para sua consecução. Em economias de mercado, a finalidade precípua das organizações privadas é, segundo Peter Drucker, a lucratividade, decorrente da produção de bens e serviços. A finalidade precípua das organizações públicas é o atendimento das necessidades sociais, condição fundamental para o desenvolvimento sócio-econômico.

O cenário organizacional é constituído pelo conjunto de fatores sobre os quais a organização não tem controle, embora afetem suas decisões. Trata-se de variáveis de estado, limites ou restrições, que determinam os recursos e as possibilidades organizacionais. Embora não possam alterar seus limites por decisão própria, as organizações podem influir nos valores por eles assumidos. Em economias de mercado, a demanda é, para uma dada organização, uma variável de estado.

Embora não possa determinar, a organização pode estimar seu valor em cenários atuais e futuros, bem como influenciar seu comportamento por meio de procedimentos de propaganda, marketing e outros. A caracterização de um cenário é feita pelo estabelecimento dos fatores mais relevantes para uma dada organização, entre eles, legislação e normas, ética, fatores culturais, econômicos, tempo, recursos humanos, tecnologia disponível e outros.

Para a consecução de determinadas finalidades em um dado cenário organizacional, são implementadas funções requeridas pelos respectivos processos de transformação. Em toda organização se desenvolvem dois grupos de processos: processos de gestão e apoio técnico-operacional e processos de base. Processos de gestão dizem respeito ao planejamento, à decisão e ao controle. Processos de base produzem as transformações materiais, simbólicas ou psicossociais diretamente ligadas às finalidades organizacionais. A estrutura organizacional apresenta o agrupamento e a relação entre as funções. Uma estrutura organizacional básica pode ser assim representada:

ADM
APOIO
UFA 1

STAFF
UFA n

BASE
UFB 1
UFB n


A unidade funcional de Administração é constituída pelo agrupamento das funções de planejamento, coordenação, decisão, avaliação e controle. As unidades funcionais de staff ou assessoria produzem planos, estudos, pesquisas, avaliações e informações técnicas requeridas pela administração, sem contudo, deter autoridade hierárquica em relação às demais unidades. Suas propostas só são implementadas, se autorizadas pela administração. As unidades funcionais de apoio são responsáveis pela infra-estrutura técnico-operacional da organização, ou seja, pelas condições requeridas pelos processos que nela se desenvolvem. Nas unidades funcionais de base realizam-se as transformações precípuas da organização, aquelas diretamente ligadas às suas finalidades.

Um processo, desenvolvido de acordo com um dado referencial, requer tempo e recursos. Para o implemento das funções são necessários recursos humanos e materiais, aos quais correspondem custos.

Os resultados dos processos organizacionais podem ser considerados benefícios, quando os produtos ou serviços neles gerados são compatíveis com as finalidades organizacionais. Além dos benefícios, podem ser gerados resultados incompatíveis com as finalidades organizacionais. A eficiência organizacional é decorrente da maximização dos benefícios e da otimização dos recursos. Processos eficientes são aqueles que utilizam o potencial organizacional maximizando a qualidade e a quantidade dos produtos e serviços neles gerados.

A escola é uma organização que tem por finalidade o desenvolvimento de um conjunto de capacidades cognitivas, afetivas e psicomotoras em uma dada clientela de acordo com o estágio atual do conhecimento (referenciais culturais) das áreas consideradas relevantes. Visa o desenvolvimento da autonomia moral e intelectual dos sujeitos como condição para formação, cidadania e preparação para o trabalho.

Ao ingressar em um ciclo escolar, os sujeitos apresentam determinados potenciais (estado inicial observado), que permitirão a aquisição das capacidades correspondentes (estado final pretendido). A eficiência do processo de interação professor-aluno e a qualidade dos referenciais culturais determinarão a qualidade da formação e o grau de domínio das capacidades pretendidas.

Ao processo de gestão cabe criar condições para que o processo de base conte com referenciais e recursos, principalmente humanos, adequados. Caso isso não ocorra, os resultados observados podem ser incompatíveis com as finalidades estabelecidas, ou seja, o potencial dos alunos será desperdiçado. Pode até ocorrer a reprodução de valores, representações e relações contrárias à cidadania, à ética e à competência profissional futura dos sujeitos.

A eficiência da escola enquanto organização depende, em primeiro lugar, da capacitação e da motivação dos recursos humanos. Uma cultura organizacional de melhoria contínua dos processos de gestão e de base é necessária para assegurar qualidade dos serviços prestados e formação com competência em um cenário sócio-econômico de mudança constante.

As organizações operam por ciclos de diferente duração. Os ciclos organizacionais podem ser assim representados:
CONTROLE
PLANEJAMENTO
OPERAÇÃO
AVALIAÇÃO

O controle é o conjunto de mecanismos, formais e informais, de que a organização dispõe para fazer com que os processos desenvolvam-se de acordo com suas finalidades e diretrizes. O planejamento é a descrição do contexto e dos ciclos organizacionais futuros. A operação é a execução dos processos. A avaliação é o procedimento de obtenção de informação relevante e confiável para a tomada de decisões quanto ao ciclo em desenvolvimento (formativa) ou aos ciclos futuros (diagnóstica e somativa).

A sucessão de ciclos organizacionais pode configurar três modalidades:

Regressão: quando a eficiência de um ciclo é pior que a do anterior (R: E0>E1..>En).

Estagnação: quando os ciclos apresentam o mesmo padrão (E: E0=E1....=En).

Desenvolvimento: quando a eficiência de um ciclo é melhor que a do anterior (D: E0

O desenvolvimento organizacional depende diretamente da obtenção de informação relevante e confiável sobre os ciclos passados e da tomada de decisões, que permitam a alteração dos fatores que neles apresentaram pior desempenho. A incapacidade de avaliar corretamente os fatores organizacionais ou de tomar decisões, que permitam melhorar seu desempenho, leva à estagnação (inércia), ou à regressão (degeneração). A mudança para melhor requer uma cultura organizacional com mecanismos e processos de obtenção de informação e tomada de decisões consistentes.

O desenvolvimento organizacional depende da melhoria contínua dos seus processos de gestão e de base. A eficiência dos processos depende dos referenciais e recursos neles utilizados. Os recursos humanos são determinantes, pois sua capacitação e motivação é que tornam possível o aumento da eficiência dos processos. A vontade e a capacidade dos agentes organizacionais, em última instância, configuram uma cultura organizacional de desenvolvimento, estagnação ou regressão.

O planejamento pode ser considerado em três níveis:
Estratégico (macro): estabelece finalidades, objetivos e diretrizes gerais, a partir das possibilidades e contingências em um dado cenário organizacional.

Intermediário (setorial): estabelece objetivos, diretrizes e procedimentos para uma área de atuação.

Tático (operacional): detalha objetivos, procedimentos, recursos e atribuições sob comando único.

Em função de sua natureza e abrangência, os documentos gerados pelo planejamento, enquanto descrições de ciclos organizacionais futuros, podem ser assim classificados:

Plano
Programa (sub-programas)
Projeto


Um plano organizacional pode ser dividido em vários programas, como de atividades-fins (ensino, pesquisa, extensão) ou atividades-meio (administração, apoio técnico-administrativo). Cada programa, se for o caso, pode ser detalhado em sub-programas. Os projetos constituem as menores unidades de planejamento.


PROJETO PEDAGÓGICO
Projeto pedagógico é uma proposta de trabalho integrado que descreve um conjunto de capacidades, a serem desenvolvidas em uma dada clientela em um ciclo organizacional, os referenciais a elas associados e a metodologia a ser adotada.

As capacidades compreendem dimensões cognitivas (raciocínio/memória), afetivas (valores/atitudes) e psicomotoras (condicionamentos/habilidades), consideradas em suas inter-relações e em níveis progressivos de detalhamento.

Os referenciais são os conteúdos programáticos, que refletem o estágio atual das diferentes áreas de conhecimento correspondentes aos componentes curriculares.

A metodologia envolve o processo de gestão e o processo de ensino-aprendizagem. Integram o processo de gestão o planejamento, a coordenação e a avaliação do projeto pedagógico. O processo de ensino-aprendizagem é descrito, de acordo com objetivos e diretrizes gerais, no programa de cada disciplina.

O planejamento refere-se à elaboração e adequação (revisão periódica) do projeto pedagógico. A coordenação refere-se à execução das disciplinas, estágios e demais atividades didáticas. A avaliação formativa é feita durante a execução do projeto e permite a introdução de alterações, que se façam necessárias. A avaliação somativa é feita ao final de um ciclo e permite, sejam introduzidas alterações no ciclo seguinte, para melhor adequá-lo às finalidades e contingências organizacionais.

O projeto pedagógico corresponde a uma necessidade de formação dos sujeitos pelo desenvolvimento de capacidades relevantes para sua atuação na sociedade. Implica, pelo menos, em uma dimensão cognitiva (conhecimento/raciocínio) e uma dimensão moral (ética). Envolve capacitação nas dimensões profissionais e de cidadania.

Deve fornecer resposta a algumas questões fundamentais, dentre elas, as seguintes:

Estado final pretendido (objetivos): Qual o perfil do sujeito que se quer formar?

Referencial cultural: Quais os componentes curriculares relevantes para tal perfil? Qual o papel de cada um na formação do sujeito?

Estado inicial observado: Qual o perfil de entrada do sistema? Quais as tendências observadas?

Estrutura curricular: Como os componentes curriculares são desdobrados em disciplinas e atividades?

Planejamento: Quais os objetivos a serem atingidos? Quais as diretrizes gerais para os processos? Como serão detalhados e operacionalizados? Quais são os métodos e os recursos humanos e materiais necessários?

Coordenação: Quem acompanha a execução do projeto pedagógico? Como são solucionados os problemas?

Avaliação: Quais as informações relevantes para tomada de decisões quanto ao projeto pedagógico? Como são obtidas?

Ensino-Aprendizagem: Quais são as diretrizes gerais, quanto aos processos de ensino-aprendizagem? Como são aplicadas nos programas de disciplinas e atividades?

Estado final observado: Qual o perfil de saída do sistema? Qual é o desempenho dos formados? Qual é a imagem interna e externa do curso?


ESTRUTURA DO PROJETO PEDAGÓGICO
Objetivos gerais: Definição do perfil do sujeito a ser formado, envolvendo dimensões cognitivas, afetivas e (se for o caso) psicomotoras, nas seguintes áreas: (a) formação geral: conhecimentos e atitudes relevantes para a formação científico-cultural do aluno; (b) formação profissional: capacidades relativas às ocupações correspondentes; (c) cidadania: atitudes e valores correspondentes à ética profissional e ao compromisso com a sociedade.

Diretrizes gerais: Definição das diretrizes a serem observadas no processo de formação, tais como: participação, avaliação, qualidade, ética nas relações professor-aluno, atendimento ao aluno, disciplina consciente, pontualidade, serviço à comunidade e outras, julgadas relevantes.

Componentes curriculares: Delimitação das diferentes áreas do conhecimento, que integram o currículo e descrição do seu papel na formação do aluno.

Estrutura curricular: Desdobramento dos componentes curriculares em matérias, disciplinas e atividades, com cargas horárias e créditos correspondentes, seriação e pré-requisitos.

Elenco de disciplinas: Relação de disciplinas e respectivos programas, contendo: (a) objetivo geral e objetivos específicos; (b) conteúdo programático; (c) metodologia de trabalho; (d) forma de avaliação; (e) bibliografia básica.

Atividades complementares: Descrição de atividades e possibilidades complementares de formação envolvendo: estágios, centros e grupos de estudo, iniciação científica e outras, consideradas relevantes.


IMPLANTAÇÃO
A implantação do projeto pedagógico significa a existência de uma proposta de trabalho conhecida e aceita por todos, professores e alunos, envolvidos. Mais que um documento a ser guardado em um gaveta, um projeto pedagógico é uma filosofia comum de trabalho. A aceitação decorre do fato de ser ele encarado como obra coletiva, legitimada pelos mecanismos democráticos de representatividade, que asseguram a participação e o engajamento.

O catálogo de curso é o instrumento que possibilita a programação curricular em base material única, acessível à administração, professores, alunos e outras instituições.

O procedimento a ser adotado para a implantação do projeto pedagógico envolve as seguintes etapas:

Elaboração do catálogo preliminar pelo conselho de curso ou grupos de trabalho, constituídos por representantes dos segmentos e áreas do conhecimento.

Edição do catálogo para ampla discussão na comunidade escolar.

Aprovação do catálogo pelos órgãos colegiados competentes.

Edição do catálogo para uso da administração, professores e alunos.

Revisão periódica do catálogo e edição das versões com o projeto pedagógico resumido para divulgação do curso.

Além dos elementos já relacionados, o catálogo pode conter outras informações, tais como: normas gerais, freqüência e rendimento escolar, expedição de documentos escolares, calendário geral de atividades, layout das instalações, grupos e atividades de pesquisa, atividades de extensão, biblioteca (descrição/normas), formas e horários de atendimento ao aluno, serviços de atendimento ao aluno e outros, julgados relevantes.

O projeto pedagógico e o catálogo correspondente possibilitam benefícios adicionais, em termos de: imagem institucional interna e externa, facilidade na expedição de programas, processo de avaliação curricular, antecipação de leituras (bibliografia), programas atualizados, instrução de processos, recepção de novos professores e alunos, decisões colegiadas.

Se, por um lado, tais informações requerem atualização constante, por outro, sua aprovação pode dar-se em bloco pelos colegiados competentes.

Editado anualmente, o catálogo constitui importante instrumento para atualização e integração da comunidade acadêmica. Pode, por exemplo, ser distribuído e explicado aos ingressantes no início de cada ano letivo.

Seus benefícios para a vida acadêmica justificam plenamente os custos de edição. Se for o caso, tais custos podem ser reduzidos com patrocínio de empresas e instituições de alguma forma relacionadas com a comunidade acadêmica.

AVALIAÇÃO
A abordagem de pesquisa & desenvolvimento pressupõe a avaliação de indicadores de eficiência dos processos e de qualidade dos serviços neles gerados. O projeto pedagógico é concebido como passível de melhoria contínua pela identificação dos fatores, que apresentarem menor desempenho, tanto em termos de rendimento, quanto em termos de aceitação pela clientela. A avaliação deve contemplar os seguintes aspectos:

Avaliação formativa: O Conselho de Curso deve acompanhar a execução do projeto pedagógico, propondo medidas adequadas, sempre que ocorram problemas.

Avaliação somativa: Periodicamente, deve ser feita uma avaliação do projeto pedagógico e das condições para sua execução. Caso necessário, o projeto deve ser revisto.

As informações, de diferentes fontes, tais como consultas aos corpos docente e discente, devem contemplar, entre outros, os seguintes fatores:


Contexto:
(a) perfil de entrada dos alunos;

(b) mercado de trabalho;

(c) tendências na evolução das áreas do conhecimento;

(d) imagem externa e interna do curso.


Finalidades:
(a) objetivos, metas e diretrizes de trabalho;

(b) programas institucionais, políticas públicas, publicações de órgãos de classe.


Funções:
(a) administrativas: proposta de gestão, planos e programas, avaliação institucional, mecanismos de controle;

(b) apoio: serviços de atendimento ao aluno, instalações, equipamentos, materiais;

(c) base: processo de ensino-aprendizagem, relações professor-aluno, programas de ensino, avaliação do rendimento escolar.


Resultados:
(a) padrões de desempenho terminal dos alunos;

(b) acompanhamento (follow up) dos alunos formados;

(d) evasão (índices, causa);

(e) reprovação (índices).

Para que seja útil, a avaliação deve fornecer informações relevantes e confiáveis. Caso contrário, as decisões podem ser tomadas de forma subjetiva, comprometendo assim a eficiência do processo, a qualidade dos serviços e, conseqüentemente, a imagem da instituição.


CONCLUSÕES
Projeto pedagógico é uma proposta conjunta de trabalho, que visa o engajamento dos segmentos, a eficiência do processo e a qualidade da formação plena do aluno em termos científico-culturais, profissionais e de cidadania.

A sua inadequação gera conflitos, baixos níveis de eficiência dos processos e resultados na formação do aluno incompatíveis com o papel que a escola deve assumir perante a sociedade.

Sua implantação requer esforço conjunto e vontade política. Não se restringe à mera reprodução de práticas sedimentadas, eventualmente contaminadas por um corporativismo, que bloqueia a percepção dos problemas e, assim fazendo, dificulta sua solução.

A abordagem proposta implica na avaliação contínua da eficiência do processo e da aceitação pelos clientes dos serviços prestados. Requer a identificação de fatores organizacionais relevantes e operacionalização de indicadores de qualidade.

Demonstra o compromisso de todos com a qualidade e eficiência e, em decorrência, consolida uma imagem institucional interna e externa compatível com as finalidades organizacionais.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fonte:
http://302284.vilabol.uol.com.br/OPROJETO.html

Música no Contexto Escolar

Santos


Por Josilene Queiroz Santos
RESUMO
O presente estudo tem por objetivo tratar de questões inerentes à importância da música no contexto escolar, bem como sua importância para o processo de ensino e aprendizagem, de acordo com a abordagem de autores que tratam sobre esse assunto. E do papel do professor como mediador na inserção da música em sala de aula, procurando dessa forma não tratar somente dos procedimentos, mas de outros elementos diretamente a ele vinculados e necessários para a compreensão do tema. A música é um importante meio de comunicação e expressão existente em nossa vida e por isso faz parte do contexto educacional. Trabalhar no cotidiano escolar significa ampliar a variedade de linguagens e permitir a descoberta de novos caminhos de aprendizagem, é antes de tudo é trabalhar com a sensibilidade humana, de uma forma prazerosa e saudável para a criança.


INTRODUÇÃO
O trabalho com a Música na escola já vem sendo desenvolvido há muito tempo, tendo bem em mente a missão de formar cidadãos plenos, capazes de exercer sua cidadania. É possível uma reflexão diante dessa missão, pois é necessária algumas mudanças para tornar mais atrativo e eficiente. A música é uma das linguagens que o aluno precisa conhecer, mas não somente por essas características. A maior razão é ele poder aprender a sentir, a expressar e a pensar as manifestações sonoras, tão presentes no cotidiano e sempre em constante transformação como pode ser observado na linha do tempo. As imagens de instrumentos e os diversos rítmos e notações musicais podem ser relacionados com outras manifestações culturais, como a dança e o teatro , permitem uma análise da evoluçao do pensamento e suas manifestações.

Mas por que a música mexe tanto com o ser humano? O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios até o cérebro, onde são interpretadas. Lá, elas chegam primeiro a uma região onde são processadas as emoções e os sentimentos, antes de serem percebidas pelos centros envolvidos com a razão. E, quando isso acontece, ocorre a liberação de neurotransmissores responsáveis por deixar os circuitos cerebrais mais rápidos. Por isso, pesquisadores da teoria das inteligências múltiplas, afirma que a habilidade musical é tão importante quanto a logicamatemática e a lingüística por auxiliar outros tipos de raciocínio. Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas nas pessoas que escutam,estudam e praticam a música. Por isso, que o ensino da música tem como objetivo: propor a reflexão quanto à aplicação da educação musical nas escola da rede pública e privada; fazer reflexão sobre a importância da música na educação infantil para a formação dos futuros cidadãos.

A metodologia usada para a elaboração desse trabalho de conclusão de curso foi uma pesquisa simples, pesquisados alguns autores que abordam a importância da música no âmbito escolar como também a importância da música no cotidiano do ser humano. É composto de três capítulos : o que é a música; desenvolvimento psicomotor e a música no contexto escolar.

Para justificar o despreparo da parte docente, é importante salientar a falta de material de apoio, desconhecimento na área musical por parte dos educadores , excesso de conteúdos a serem aplicados em sala de aula e falta de disciplina dos alunos...



O QUE É A MÚSICA?
A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações. Na Grécia Clássica o ensino da música era obrigatório e há indícios de que já havia orquestras naquela época. Pitágoras, filósofo grego da Antiguidade, ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias criavam reações definidas no organismo humano. Pitágoras demonstrou que a seqüência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode mudar padrões de comportamento e acelerar o processo de cura (BRÉSCIA, P.31,2003).

Antes mesmo de nascer, o bebê já é capaz de escutar. A partir do quinto mês de gestação, ele ouve batidas do coração da mãe ( além de todos os outros barulhos do organismo ) reconhece a voz dela. E reage a esses estímulos, virando a cabeça, chutando ou mexendo os braços, além de ficar com o coração batendo mais rápido. O bebê nasce, cresce, torna-se adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações mais sofisticadas: ele evocam mémorias e pensamentos, comunicam, provocam sensações, emocionam e movimentam.

Existem diversas definições para música. Mas, de modo geral, ela é considerada ciência e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas; a arte manifesta-se pela escolha dos arranjos e combinações.



O que é musicalização?
A musicalização é um poderoso instrumento que desenvolve, na criança, além da sensibilidade à música, qualidades preciosas como: concentração, a coordenação motora, a sociabilização, a audição, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do racíocinio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocionais e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo. O processo de musicalização deve destina-se a todos, buscando desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical. Durante o processo de aprendizagem, adquire-se uma sensibilidade que é construída num ambiente em que:

(....) as potencialidades de cada indíviduo (sua capacidade de discriminação auditiva, suas emotividades etc). são trabalhadas e preparadas de modo a compreender e reagir ao estímulo musical (PENNA, 1990, p.22).

Musicalizar é, ainda:
(...) desenvolver os instrumentos de percepção necessários para que o indíviduo possa ser sensível à musica, apreendê-la, recebendo o material sonoro/musical, como significativo (PENNA, 1990, p.22).

Quando o docente ensina com alegria, vibrações, através de uma metodologia lúdica e dinâmica própria do mundo de criança, estarão formando futuros ouvintes, talentosos artístas ou simplesmente pessoas sensíveis e equilibradas. Tudo o que a criança sente e vive é importante para ela. Essa vivênia facilitará a compreensão das estruturas musicais ( se for o caso) que virá depois. A musicalização objetiva as práticas musicais e não o estudo de um instrumento.


DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
As atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilibrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento adaptado a um ritmo á resultado de um conjunto completo de atividades coordenadas. Por isso, atividades como cantar fazendo gestos, bater palmas, bater os pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.


Desenvolvimento sócio-afetivo
O ser humano o único ser vivo pensante, pode agir de acordo com suas escolhas, podendo construir seu mundo, espaço e conhecimento através e com a fetividade. Suas percepções, sua expressão, sua crítica, sua imaginação, seus sentidos e sentimentos são adquiridos através do relacionamento com outras pessoas, que para poder ser valioso e enriquecedor, só pode transcorrer de manter harmoniosa e afetiva.

A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros. Nesse processo a autoestima e a auto-realização desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento da auto-estima ela aprende a se aceitar como é com suas capacidades e limitações. As atividades musicais coletivas fovorecem o desenvolvimento da socialização , estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em atividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, libera suas emoções, desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-realização.


Desenvolvimento cognitivo/ lingüistico
A fonte de conhecimento da criança são situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia a dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela recebe melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmicas musicais que permitem uma participação ativa favorem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua parte auditiva; ao acompanhar gestos e movimentar o corpo ela está trabalhando a coordenação motora e concentração; ao cantar ou imitar sons ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive.


A linguagem da música e sensório-motor
A linguagem da musica parece ter estado sempre presente na vida dos seres humanos e desde há muito faz parte da educação de crianças e adultos ( ROSA,2000). Para uma visão cognitivista, o conhecimento musical se inicia por meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas , que de pouco em pouco numa respota estruturada. Ao nascer à criança é cercada de sons e linguagem musical é favorável ao desenvolvimento das percepções sensório-motoras, dessa forma a sua aprendizagem se dá inicialmente através dos seus próprios sons ( choro, grito, risada ), sons de objetos e da natureza ( chuva, vento), o que possibilita a criança descobrir que ela faz parte de um mundo cheio de vibrações sonoras, segundo BRITO (2003, p.35). O envolvimento das crianças com o universo sonoro começa ainda antes do nascimento, pois na fase intra-uterina os bebês já convivem com um ambiente de sons provocados pelo corpo da mãe, como sangue que flui na véias, a respiração e a movimentação intestinais.

A voz da mãe também constitui material sonoro especial e referência afetiva para eles. Portanto, a interação da criança com a música, como podemos observar já se inicia logo cedo, ouvir música é quase inevitável em nossa paisagem sonora, pois como foi dito, é interessante observar o reconhecimento dos bebês ao ouvir a voz da mãe, o barulho do pai chegando do trabalho, das cantigas de ninar para dormir, o barulho dos objetos ao cair, o que desperta na criança a curiosidade, a alegria, entusiasmo ocasionados pela sonoridade. Estando presente à música em nossas vidas podemos então afirmar que a linguagem musical surge espontaneamente à criança por meio do contato com o ambiente sonoro da cultura na qual está imersa. Segundo BRITO (2003), as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical tem grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem os repertórios que permitirá as criança comunicarem pelos sons. O RCNEI ( Referêncial Curricular Nacional para a Educação Infantil) afirma que a música é uma das formas importantes de expressão humana, o que por si justifica sua presença no contexto da educação, (BRASIL,1998, v3, p.45).

Segundo Monique Andries através de seus estudos tem objetivo conhecer e analisar saberes e práticas pedagógicas Musical de professoras uniu docentes no cotidiano de salas de Educação Infantil. A pesquisa foi realizada com três professoras uni docentes que atuam na segunda etapa da educação Infantil abrangendo a faixa etária de cinco e seis anos de idade em uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. A escola pesquisada localiza-se na zona rural e atende alunos oriundos de assentamentos de reforma agrária, filhos de pequenos proprietários rurais e trabalhadores assalariados do campo. Os objetivos específicos da pesquisa são: 1) compreender as políticas públicas para a educação infantil no período pós-LDB de 1996; 2) construir e apresentar o caminho metodológico desenvolvido na investigação; 3) analisar os saberes e fazeres musicais de professor as da educação infantil. A presente pesquisa fundamentou-se numa abordagem qualitativa com caráter etnográfico. Os dados foram construídos por meio das seguintes técnicas: entrevistas, observação participante e análise documental. Por meio das entrevistas e da observação participante do trabalho das professoras na sala de aula e em outros espaços escolares pudemos compreender sobre seus saberes e suas práticas pedagógico. Também foram analisados os documentos oficiais e escolares, os quais auxiliaram na análise e na interpretação dados.

A convivência com as professoras e seus alunos permitiu conhecer sobre sua formação, suas experiências musicais, sobre os gostos, preferências e repertórios utilizados na sala de aula; permitiu também compreender os pensamentos relacionados com suas práticas bem como suas necessidades para realização de práticas pedagógico-musicais. O estudo revelou que as professoras uniram docentes, mesmo com pouca ou nenhuma formação musical, desenvolvem trabalhos com música no cotidiano de suas salas de aula e consideram a música importante no contexto de suas práticas pedagógicas.

As professoras fazem uso da música principalmente no desenvolvimento das relações afetivas, no processo de socialização, como recurso didático para o ensino de conteúdos de outras áreas desconhecimento, como relaxamento e lazer, no processo de alfabetização, em momentos de recreação, em festividades do calendário escolar e em datas comemorativas. Portanto, concluímos que os momentos em que a música se faz presente na escola ainda são poucos e as atividades musicais se resumem as atividades de cantar. Decorre disto, a necessidade de formação musical continuada para as professoras uni docentes de educação infantil e de oferta de disciplinas nos cursos de graduação em Pedagogia que contemplem a música. Além da formação musical de professores uni docentes é necessária à presença do professor especialista em música na escola, de recursos materiais e estrutura física adequada para as atividades com música para que a educação musical se consolide nas escolas de educação básica, especificamente de educação infantil.

Segundo Roberta Alves Tiago através de sua pesquisa investiga o papel que a música desempenha dentro das instituições de Educação Infantil. Partindo de uma análise que a considera elemento essencial para a formação da criança, busca traçar sua trajetória na Educação Infantil, contextualizando, refletindo sobre suas práticas e comparando a realidade de vivência numa unidade escolar com as suas possibilidades de utilização preconizada por estudiosos do tema. Para atingir esses objetivos e construir o quadro referencial teórico, sistematizaram-se leituras sobre o que é a música, seu papel no desenvolvimento infantil e como se dá a formação dos educadores para atuarem na área. A primeira parte do trabalho é de ordem histórica, localizando-se a trajetória de atendimento às crianças de quatro a seis anos, desde a criação dos Parques Infantis até a sua transformação em Escolas Municipais de Educação Infantil. Na seqüência, são analisados os seguintes aspectos: a música e a criança; a arte musical presente nos currículos dos cursos de formação para o Magistério, Normal Superior e Pedagogia; e os subsídios que os educadores recebem para atuar com esta área do conhecimento.

A pesquisa conclui que, apesar das correntes teóricas enfatizarem a importância da música na formação das crianças, e a despeito de resultados satisfatórios que se obtêm quando a música é introduzida no cotidiano das unidades pré-escolares, ela desempenha ainda um papel vago e impreciso, pois depende mais da sensibilidade do profissional que atua na área do que dos reais subsídios para que ela aconteça, uma vez que falta formação específica ao educador de Educação Infantil para atuar na área musical. A linguagem musical é uma área de conhecimento em construção, mas necessita ser repensada à luz de novos paradigmas educacionais e musicais. De acordo com artigo de Sidirley de Jesus Barreto do Instituto Catarinense de Pós-Graduação tem por objetivo apresentar a música e a musicalização como elementos contribuintes para o desenvolvimento da inteligência e a integração do ser. Explica como a musicalização pode contribuir com a aprendizagem, traz algumas sugestões de atividades e analisa o papel da música na educação. Remete também ‘a Inteligência Musical, apontada por Howard Gardner, como uma das múltiplas inteligências e à capacidade que a música tem de influenciar o homem física e mentalmente, podendo contribuir para a harmonia pessoal, facilitando a integração e a inclusão social.

Ainda que esta investigação possibilite outras frentes de interpretação e que se constitua em uma tímida iniciativa neste carente campo de estudos, acreditamos que algumas ponderações devam ser reafirmadas, a guisar de conclusão. Nesta pesquisa ficou claro que o grande entrave ainda reside na formação, inicial e continuada, das educadoras infantis. Obviamente não estamos desconhecendo a relevância de iniciativas como a da aquisição de material musical de qualidade para as instituições de Educação Infantil: no caso específico deste estudo, ainda que as conseqüências imediatas tenham sido tímidas, continuam sendo louváveis, pois, em nossa opinião, se pelo menos uma educadora for atingida, muitas crianças já terão sido beneficiadas. No entanto, em termos de política pública, não é possível deixar de reconhecer que as deficiências na formação das educadoras apontam boa parte do alcance destas iniciativas.

Já nos referimos ao pouco espaço dedicado às linguagens artísticas, em particular a música, na formação dos educadores infantis, o que se faz visível nas grades curriculares dos cursos de Pedagogia em boa parte do país. Por outro lado, também ainda é tímida e desigual a movimentação dos cursos de licenciatura em música na busca de um melhor embasamento na produção teórica sobre Educação Infantil. Prova desta desigualdade é o fato de que nos estados da região sul do país esta aproximação vem rendendo bons frutos e é responsável pela maior parte da produção teórica sobre educação musical; contudo, se levarmos em conta as dimensões do país, é fácil reconhecer que em uma grande parte dos cursos de licenciatura em música, a produção teórica da área de Educação Infantil é ignorada. É mais do que urgente à consolidação dessa parceria: tanto pedagogos quanto especialistas em música teriam muito a contribuir no avanço do trabalho musical com a criança pequena. Por ora, esperamos comparecer a este debate no sentido de
construir canais que efetivamente possam resultar em propostas concretas e viáveis para a inserção da linguagem musical nos espaços de Educação Infantil, não em momentos fragmentados e estanques, mas presente no cotidiano destas crianças como mais uma de suas inúmeras formas de expressão.

Segundo a Isa Stavaraca através de seu estudou suas experiências sonoras com crianças pequenininhas, entre zero e três anos de idade, que freqüentam uma creche pública do Município de São Paulo (Centro de Educação Infantil, CEI). Traz para reflexão e contextualiza a ausência da Arte na formação das profissionais de creche, mesmo sendo apontada pela LDB/96 como área de conhecimento em suas quatro linguagens? Música dança teatro e artes plásticas; analisa tal ausência na rede municipal de São Paulo nos últimos 25 anos, em decorrência de alterações na legislação que rege o magistério municipal e, também, de mudanças de administração, seguindo o percurso profissional da autora. Este estudo inova apresentando e discutindo uma bibliografia italiana em que os estudiosos da infância destacam a temática da música e a criança pequenininha. Analisa a construção da paisagem sonora durante as atividades do dia-a-dia no CEI, pleiteando o contato das crianças com diferentes formas musicais, que podem constituir fatores importantes para o refinamento da audição, a produção de culturas infantis e o reconhecimento do ambiente onde vivem.



MÚSICA NO CONTEXTO ESCOLAR
Refletindo a música na Educação atual requer que os envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem dos futuros cidadãos estejam sempre em constante aprimoramento. O conteúdo programático, a didática, os recursos devem fazer sentido ao educador, tornando-o sujeito construtor do conhecimento, pois assim o aluno situa-se no que é proposto o ambiente escolar não fica virtual abstrato, mas concreto só então , irá sentir-se motivado a um comprometimento para levar respostas aos dilemas do cotidiano. Nesse sentido, a “ música e uma linguagem que possibilita ao ser humano a criar, expressar-se, conhecer e até mesmo transformar a realidade” (TAVARES, 2008).

Diante da variedade musical a que estamos expostos, certamente os alunos vão preferir este ou aquele gênero de acordo com o seu gosto, que é construído historicamente na relação com o contexto cultural. Para SNYDERS ( 1997,p.62) , “ as variações do gosto não anulam as obras-primas, mas fazem com que elas sejam ouvidas diferentemente segundo a época – é por issso que elas vivem: seu sentido permanece aberto, jamais está acabado, não se esgota jamais”. Daí a importância de estarmos atentos para a diversidade do acervo musical da humanidade, para podermos oferecer aos nossos alunos a oportunidade de conhecer outros gêneros musicais aos quais eles não têm acervo imediato. Não é possível gostar daquilo que não se conhece. Afinal de contas, “A escola é o local onde se apresenta aos jovens, a todos os jovens um tipo de poesia, modos de raciocínio rigoroso que eles não tinham atingido até então”, (SNYDERS, 1997, p.211). O autor ainda comenta , que é possível ao professor ultrapassar sua vida cotidiana sem desprezá-la nem desaprová-lo. E nessa perspectiva de diálogo entre mundos diferentes e por vezes conflitantes que a linguagem musical no contexto escolar deve ser ensinada.

Para SNYDERS, (1997, p.79), “ A experiência mais familiar aos jovens é a da música que toma conta deles: sabem bem que a música não os prende apenas de um determinado lado, não os atinge só em um determinado aspecto deles mesmos, mas toca o centro de sua existência, atinge o conjunto de sua pessoa, coração, espírito, corpo”.

Quando a criança chega à escola já traz ritmos, sons etc.,que devem ser considerados no processo educativo. As crianças deve ser dada a oportunidade de viver a Música, apreciando, cantando e criando, fazendo arte e compondo música...

A música é um instrumento facilitador no processo de aprendizagem, pois o aluno aprende a ouvir de maneira ativa e refletida, já que quando for o exercício de sensibilidade para os sons, maior será a capacidade para o aluno desenvolver sua atenção e memória. Diante dos desafios que o ser humano encontra durante sua vida em sociedade, perante as evoluções e acontecimentos que estão em constante aprimoramento, é necessário no ãmbito escolar que os alunos deparem com atividades e exercícios que permeiam as práticas educativas e que ao mesmo tempo estejam relacionados às suas vivências fora da escola. A música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à aprendizagem, afinal propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a dimensão essencial da pedagogia, e é preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados, compensados e recompensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente (SNYDERS, 1992, p. 14).

As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser. A esse respeito Kitsch , Merle-Fishman e Bréscia (2003, p.60) afirmam que a música pode melhorar o desempenho e a concentração, além de ter um impacto positivo na prendizagem de matemática, leitura e outras habilidades lingüstícas nas crianças.
a) Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga;

b) Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro;

c) Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.

As atividades relacionadas à música também servem de estímulo para criança com dificuldades de aprendizagem e contribuem para a inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. As atividades de musicalização por exemplo, servem como estímulo a realização e o controle de movimentos específicos, contribuem na organização do pensamento e as atividades em grupo favorecem a cooperação e a comunicação. Além disso, a criança fica envolvida numa atividade cujo objetivo é ela mesma, onde o importante é o fazer, participar, não existe cobrança de rendimento, sua forma de expressão é respeitada, sua ação é valorizada, e através do sentimento de realização ela desenvolve a auto-estima.

É preciso ampliar o universo sonoro das crianças, para só depois pensar na grafia musical, o que não caberia à educação infantil:
(...) uma aprendizagem, voltada apenas para os aspectos técnicos da música é inútil e até prejudicial, se ela não despertar o senso musical, não desenvolver a sensibilidade. Tem que formar na criança o musicista, que talvez não disponha de uma bagagem técnica ampla, mas será capaz de sentir, viver e apreciar a música ( Jeandot, 1993,p.21).

A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades de fala e de linguagem. Por mais que a atividade musical esteja diretamente relacionada ao entretenimento, a música na escola precisa assumir um papel relevante enquanto forma de conhecimento, e isto só será possível a partir da inclusão da disciplina e da sua continuidade nos ensinos fundamental e médio. É preciso que se aprimorem as organizações curriculares e que cada linguagem artística tenha presença garantida de forma digna e real. Integrar música às atividades educacionais não quer dizer cantar para decorar fórmulas matemáticas ou datas cívicas, ou ainda cantar para aprender elementos gramaticais de idiomas estrangeiros, mas, sim, incorporar efetivamente música como experiência educacional que permita aos indivíduos se relacionarem com esta forma de expressão humana.

É importante destacar que a música deve estar presente na escola como um dos elementos formadores do indivíduo. Para que isso aconteça, é imprescindível que o professor:
(...) seja capaz de observar as necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão suprir as necessidades de formação desses alunos ( JOLY, 2003, p.118),

Leis que precisa levar em consideração:
• A lei vale para o ensino fundamental e médio, mas as definições sobre em quantos anos e com que periodicidade o ensino de música será ministrado vão caber aos conselhos estaduais e municipais de Educação, em parceria com os governos locais.

• Escassez de professores especialistas contratados para ensinar a disciplina música nas séries iniciais do curso fundamental nas escolas do ensino regular

• À promulgação da Lei 11769/2008 segue-se a polêmica quanto ao veto do parágrafo segundo, que exigiria do professor de música o curso de Licenciatura na área. Ao mesmo tempo, o artigo 62 da LDB prevê a formação em nível superior em curso de licenciatura para atuação na educação básica. .

• Os conteúdos da educação musical nos diferentes níveis de escolaridade deveriam ser disponibilizados através de atividades de Criação, Execução e Apreciação. Atividades, proporcionando vivências que permitam reflexões e elaborações acerca de materiais musicais diversos, pré-existentes ou construídos pelos próprios alunos.


O objetivo do ensino da música
O professor deve estar atento à faixa etária de seus alunos quando apresentar uma atividade ; consta nos RCNEIs (BRASIL, p. 72-73) que:

(...) O trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora; brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade. È preciso lembrar que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é a fonte de produção sonora.

Em linhas gerais, são objetivos da educação musical escolar:
. Incorporar a educação musical como parte integrante da formação do indivíduo, fortalecendo a idéia de que a música faz parte da cultura e atinge direta ou indiretamente todos os indivíduos, contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade e possibilitando o aprimoramento do senso estético.

. Propiciar ampla discussão sobre o papel da música na sociedade, resgatando conceitos estéticos de diferentes origens, incluindo música de diferentes povos, estilos, épocas e tendências.

. Desenvolver sistematicamente conceitos e habilidades musicais através da criação, realização e apreciação de obras musicais através do estabelecimento de conteúdos significativos adequados à realidade escolar.

. Estimular a pesquisa musical nas diversas localidades escolares, estabelecendo vínculos com músicos locais e profissionais ligados à música, promovendo aproximações culturais, demonstrando perspectivas de mercado e produção musical e estimulando a formação de novos profissionais.


Alguns conteúdos que podem ser trabalhados:
- percepção sonora;

- timbre, altura, duração, intensidade, melodia, ritmo, forma e textura.

- exploração de variados meios de produção sonora;

- elementos de acústica básica;

- propagação sonora, relações material e som, tamanho, som.

- exploração de diversos sistemas musicais;

- registros gráficos convencionais e não-convencionais;

- execução, improvisação, recriação e arranjos;

- apreciação significativa;

- audição, comparação, discussão;

- participação em apresentações que envolvam música;

- sinais, códigos, símbolos, leitura e escrita;

- música ao vivo, gravações e outras manifestações com música.

- mercado de trabalho, produção musical, profissionais da música.


A música trabalhada desde da Educação Infantil
Segundo a Teca Alencar Brito experiência com música antes do aprendizado do código convencional é muito importante. Num trabalho pedagógico entende-se a música como um processo contínuo de construção que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir. Teca Alencar Brito em “A Musica na Educação Infantil”, a teoriza como sendo um movimento comprometido com os processos criativos. A obra visa aproximá-la dos educadores que não tem formação na área, para reconhecerem sua importância na formação integral da criança em idade pré-escolar. Primeiramente, a autora define-se o som e o silencio como opostos complementares. Aquele possui qualidades, como: altura, duração, intensidade, timbre e densidade. Como existe grande variedade deles, deve se atentar para a importância da ecologia acústica, equilibrando e evitando que a exposição excessiva a diversos estímulos sonoros possa comprometer a qualidade de vida. De acordo com a época e a com cultura, interpreta-se a linguagem musical. Segundo Hans-Joachin Koellrenutter, “a música é uma linguagem, pois é um sistema de signos e , nela, se faz presente um jogo dinâmico de relações que simbolizam, em “a dinâmica do jogo dinâmico de relações que simbolizam, em microestruturas sonoras, a macroestrutura do universo”. Essa linguagem define-se pela criação de formas sonoras com base nos opostos e existe em tipos variados: tom, ruído e mescla. Além disso, diferentes modos lúdicos convivem no interior de uma mesma peça. Conforme François Delalande, podemos relacionar as formas de jogo infantil piagetianas com as três dimensões presentes na música: sensório motor, simbólico e com regras. Para trazê-la para a sala de aula é preciso atenção ao modo como às crianças se relacionam com ela em cada fase de seu desenvolvimento.

Baseando-se ainda na teoria de Piaget em analogia aos estágios de atividade lúdica, se classificam as condutas da vivência em três categorias:
a de exploração ou manipulação de objetos que produzam ruído, dos oito meses até os cinco anos; a de expressão, que representa o jogo simbólico na criança, dos cinco até os dez anos; e, a de construção, que é a preocupação em organizar a música, dar-lhe forma, dos seis ou sete anos, quando a criança passa a respeitar as regras no jogo, como as brincadeiras cantadas. Dessa maneira, a expressão musical infantil segue uma trajetória que vai do impreciso ao preciso. Entre os dois ou três anos, pode-se variar a velocidade, intensidade, explorar e realizar sons de diversas alturas, de diferentes durações, sem a orientação de um pulso regular. Aos quatro anos, fazer música significa o contato com elementos pertinentes a ela. Não há ainda a preocupação em precisar alturas e durações, pois a criança desconhece os conceitos de melodia, ritmo e harmonia em sua forma tradicional.

Ao aproximar-se da etapa com jogo com regras, propicia a sistematização e a organização do conhecimento. Por fim, aos cinco ou seis anos, a criança pode familiarizar-se com sua escala, cujas regras interessam-na. Entretanto, é preciso considerar que cada criança é única. Na Educação Infantil, observa-se a valorização de práticas que excluem a criação. A música é linguagem cujo conhecimento se constrói com base em vivências e reflexões orientadas. Todos devem poder tocar um instrumento, através dessas práticas, valorizadas pelo processo construtivo. Essa produção deve ocorrer através de dois eixos, a criação e a reprodução, que garantem três possibilidades de ação: a interpretação, a improvisação e a composição. Na escola é necessário que a linguagem musical contemple: o trabalho vocal; interpretação e criação de canções; brinquedos cantados e rítmicos; jogos que reúnem som, movimento e dança; jogos de improvisação; sonorização de histórias; elaboração e execução de arranjos; construção de instrumentos e objet
os sonoros; registro e notação; escuta sonora e musical; reflexões sobre a produção e a escrita. Também é preciso reunir diversas fontes, produzindo com as crianças um grande acervo.

Assim, a criança pode se sentir parte do processo de criação e reproduzir a trajetória humana em busca da construção de seus instrumentos. Já, no trabalho com a voz, o professor é uma referência. Desenvolve-se um grande vinculo afetivo ao cantar com as crianças. Cantando coletivamente, aprende-se a ouvir-nos e aos outros e desenvolver aspectos da personalidade como atenção, cooperação e espírito de coletividade. Elas também precisam ser incentivadas a improvisar e inventar canções. Assim, se ampliará seu universo. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ressalta-se a importância dos brinquedos musicais. A “hora da história” é um importante momento para o processo de educação musical, pois podemos interpretá-la usando o recurso da voz. Para ilustrar sonoramente a narrativa podem-se usar objetos ou materiais sonoros, utilizando a sonoplastia. Já, para contá-las usando instrumentos, estes podem servir à sonoplastia imitando o efeito sonoro real. Além do mais, a história pode servir de roteir
o para o desenvolvimento de um trabalho musical. No entanto deve-se atentar que essa fase não é apropriada para o registro de notações musicais. Porém, é possível trabalhar o conceito de registro, a partir de atividades significativas que construam sentidos a partir da apropriação de sons. Sua observação e sua análise revelam o modo às crianças percebem e se relacionam com os efeitos sonoros. Ação e recepção se integram a partir da atividade de escuta consciente e análise. Cabe ao educador, pesquisar obras que tenham afinidades com trabalhos infantis produzidos, ampliando seu universo musical.

Segundo a o estudo da vila lobos ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de propiciar a vivência de elementos estruturais dessa linguagem. A criança através da brincadeira relaciona-se com o mundo que a cada dia descobre e é dessa forma que faz música: brincando. Receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, "descobre instrumentos", inventa melodias e ouve com prazer a música de todos os povos. De forma ativa e contínua, a aprendizagem musical integra prática, reflexão e conscientização, encaminhando a experiência para níveis cada vez mais elaborados. Um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade. ”É preciso ensinar o mundo inteiro a cantar”. Há de se considerar como fundamental importância nesse processo o papel do professor com ou coordenador, que tendo clareza dos seus objetivos, ajuda o aluno intencionalmente na construção do conhecimento, problematizando o cotidiano e fornecendo os elementos necessários para compartilhar do trabalho pedagógico. No momento de montar um projeto para com a classe ou outro grupo, é necessário ter classe que os objetivos que mobilizam os dois pólos da relação pedagógica. Por isso exigem papeis e tarefas diferenciadas a serem desempenhadas por ambos. Mostra um conjunto de pesquisas desenvolvidas sob abordagem qualitativa possibilitando uma visão abrangente e multidimensional no tratamento da educação musical e um processo formativo e práticas uniram docentes, principalmente no que tange as discussões centralizadas na formação inicial e de professor já em serviços, bem como o papel dos coordenadores pedagógicos das escolas frente à educação musical escolar. Para a realização deste trabalho o método utilizado será o survey ou estudo de levantamento.

A escolha deste método deve-se também ao desejo de acolher um número maior de professores, realizando a pesquisa em mais de uma escola e possibilitando a coleta de um número maior de dados. Para Babbie [1], após os objetivos estarem definidos, será possível escolher o desenho do método, empregado com o sentido implícito de “survey por amostragem”. Assim neste estudo o desenho será de um survey intersecional, significando que as amostras serão coletadas em um determinado momento. A amostra será selecionada a partir do levantamento de professores de educação infantil da rede pública municipal e particular de Pelotas. Será realizada uma explanação aos professores de música, como também, às direções escolares, sobre o trabalho que irá ser desenvolvido e a importância e necessidade de suas respectivas participações na pesquisa. A partir dos tipos de amostragem não-probabilista, será utilizado nesta investigação o princípio de amostragem intencional ou por julgamento, onde os sujeitos são selecionados a partir das características as quais deseja o estudo. Os professores selecionados para participar da investigação deverão ter práticas de ensino de música na educação infantil e estarem dispostos a participar da investigação. Para colher informações precisas sobre com se configuram as práticas musicais deste trabalho foi preciso ter investigação e reflexão acerca dos documentos norteadores para o ensino de música no país para o Ensino Infantil. Inserção na realidade educacional para observação, diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da proposta didático-pedagógica.


Aplicação da música no âmbito escolar
- Crianças de 02 a 03 anos:
Importante estabelecer uma relação dos itens que serão trabalhadas na faixa de 02 a 03 anos com situações ou relações concretas pertinentes ao universo da criança ( ex.: animais, objetos, etc.).

Altura do som: grave e agudo

Como: através de estímulos sonoros produzidos por objetos ou instrumentos que estejam de acordo com as alturas propostas.

O que fazer: cada criança deverá ter um objeto ou instrumento referente às alturas a serem exploradas, que serão percutidas conforme o estímulo solicitado. Poder-se estabelecer um código, como por exemplo: andar rastejante no grave, na ponta dos pés no agudo.

Como: associar os andamentos propostos à histórias ou animais (ex.: tartaruga, coelho etc.).

Pulso: deixar a criança acompanhar uma música livremente, batendo palmas ou percutindo algum objeto ao ritmo (pulso) da melodia.

Lateralidade: para cima/para baixo, para um lado/ para outro lado, para frente/para trás.

O que fazer: utilizar canções e gestual que surgiram os movimentos.

Histórias: utilizar livros com figuras grandes e bem próximas da referência real. Contar histórias utilizando canções referentes às figuras,


- Crianças de 04 a 06 anos:
Movimento do som ascende e descendente ( na realidade o som não sobe nem desce, porém a idéia de subir e descer são sem dúvida, associados).

O que fazer: as crianças deverão movimentar-se ( corporal) ou manipular objetos ao estímulo proposto.

Como: utilizar uma flauta, sons vocais etc.

Altura do som: introduzir o som médio da mesma forma que forma trabalhadas sons graves e agudos.

Lateralidade: uma mão/outra mão, um pé/outro pé- direito-esquerda.

Histórias: introduzir dramatização com sonorização ( cantada ou percutida). Explorar sons vocais e corporais.

Pulso: relacionar pulso musical a pulsação do coração.

Como: as crianças devem sentir o próprio batimento cardíaco e o orientador poderá ajudá-las a achar.

O que fazer: crianças devem sentir a própria pulsação e tentarão andar nesse pulso. O professor solicitará às crianças que corram e a um sinal pré-estabelecido parem e sintam o pulsar do seu coração. O que acontece? Relacionar as batidas regulares do coração ao pulso musical, embora acelerados.

Como: use um instrumento de percussão para marcar o pulso de algumas músicas de roda. Marcando sempre a batida mais forte no primeiro tempo e um mais fraco.

Timbre: diferenciação entre vozes; diferenciação entre batidas de objetos; diferenciação entre instrumento; diferenciação entre batidas dos pés ( cada sapato produz um tipo de som).

O que fazer: utilizar jogos e brincadeiras com os olhos vendados ou não, para que somente o ouvido identifique a fonte sonora.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar que através da música as diversas áreas do conhecimento podem ser estimuladas. Temos na musicalização uma ferramenta para ajudar os alunos a desenvolverem o universo que conjuga expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo. Portanto cabe a nós buscarmos a maior variedade de informações e aplicarmos o conhecimento no nosso dia a dia para que assim influenciemos positivamente e levemos aos alunos ao verdadeiro mestre dos mestres.

A educação musical necessita ponderar que o ensino e a aprendizagem de música não ocorrem apenas na sala de aula, mas em contexto mais amplo. Por isso, o educador não deve discutir a música na escola, mas refletir sobre em que a educação musical pode ajudar no cotidiano dos alunos, dificuldades e interesses, buscando sempre entender a realidade em que vivem e atuam e quais formas de conhecer e aprender.

A prática musical no ambiente escolar auxilia no processo de aprendizagem estimulando e despertando a área afetiva, lingüística e cognitiva da criança. Os benefícios que a música proporciona nesta fase, seja pela expressão de emoções, sociabilidade, seja pelo raciocínio, concentração, comunicação, é de grande valor para a vida.

Diante da realidade encontrada nas escolas, o ensino da música é desenvolvida de maneira superficial, por meio de imitação e repetição, algo quase automático, sem uma reflexão. Podendo realizar um trabalho significativo com sucatas, confecção de instrumentos para exploração de sons e outras atividades que poderia contribuir para o desenvolvimento da inteligência musical.


REFERÊNCIAS:
PINTO, Priscila Graner Silva.Musicalização Escolar.Vivenciando a música erudita. Campinas(s.n), 1998.

JEANDOT, Nicole. Explorando o universo da Música. 2 edição, Scipione. São Paulo, 1993.

HOWARD, Walter. A música e a criança. Sumus editorial. São Paulo, 1984.

BRITO, Teca Alencar de . Música na Educação Infantil. Editora Peirópolis, 2004.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.Brasília: MEC/ SEF, 1998.

DEHEINZELIN, Monique. Brincar são cantados com pouco som e envolve o movimento corporal, as parlendas são brincadeiras rítmicas com rimas e sem música. Editora: a fome com a vontade de comer. Petrópolis: Vozes, 1996.

GAINZA, Violeta Hemsy, de Estudos de Psicopedagogia Musical. 3 edição. São Paulo: Summus, 1988.

GOMES, Neide. Música e a criança. 1 Edição. São Paulo: Fermata do Brasil , 1996.

MÁRSICO, Leda Osório. A criança e a música.Editora Globo. Rio de Janeiro, 1982.

NOGUEIRA, M.A. A música e o desenvolvimento da criança.Revista da UFG, vol.5, n. 2, dezembro de 2003, on line ( artigo de Monique Andries Nogueira). www.proec.ufg.br.

HUMMES, Julia maria. Por que é importante o ensino de Música? Revista da Abem, Porto Alegre, v.11, p.17-35, setembro de 2004.
PENNA, Maura. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1990.



Texto enviado às 20:53 - 03/12/2010
Autor: Josilene Queiroz

Altas Habilidades/Superdotação

O Papel do Professor

"1. Estimular a independência de estudo do aluno, ensinando-o a ser “eficiente e efetivo” nessa tarefa. Assim, é interessante que o professor estimule o aluno a ler, a pesquisar, a buscar novas informações em material extra-classe, de forma que ele aprenda a estudar pesquisando. Desta forma, o aluno não precisa ficar “amarrado” ao conteúdo regular do plano de ensino da série ou nível em que se encontra (por ele, muitas vezes, já dominado), andando em seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que se evitam problemas na interação com colegas e mesmo com o professor.

2. Estimular que os alunos utilizem processos cognitivos complexos, tais como o pensamento criativo, a análise crítica, análises de prós e contras, etc... Esse tipo de atividade permite ao aluno exercitar suas competências de forma construtiva e favorecedora de um desenvolvimento dentro de seu próprio ritmo.

3. Estimular os alunos a discutirem amplamente sobre questões, fatos, idéias, aprofundando gradativamente o nível de complexidade da análise, até culminar em um processo de tomada de decisão e de comunicação com os demais acerca de planos, relatórios e soluções esperadas a partir das decisões tomadas. Este procedimento não só estimula as operações de análise (reflexão sobre os múltiplos componentes da realidade enfocada, a identificação de possibilidades alternativas para a solução de problemas) e de síntese, como também a organização do pensamento, o raciocínio lógico, o planejamento de ações, a avaliação de possíveis conseqüências e efeitos das ações planejadas, a comunicação social das idéias, dentre outras competências.

4. Estabelecer as habilidades de comunicação interpessoal necessárias para que os alunos trabalhem tranqüilamente com parceiros de diferentes faixas etárias, e de todos os níveis do desenvolvimento cognitivo. O fato de ter altas habilidades, sejam elas as competências que forem, pode tornar-se impeditivo para a convivência entre pares, razão pela qual é de grande importância que a interação e a comunicação interpessoal constituam objetivos de ensino, de igual importância aos demais conteúdos curriculares.

5. Estimular o desenvolvimento do respeito pelos demais seres humanos, independentemente de suas características, talentos e competências. A criança portadora de altas habilidades pode se tornar alguém impaciente com pessoas que funcionam em nível ou ritmo diferente do seu, ou desenvolver um padrão de a elas desqualificar. Isto é prejudicial para seu desenvolvimento pessoal e social, podendo ter conseqüências destrutivas para seu próprio processo de aprendizagem, bem como para a sociedade. Assim, tratar do desenvolvimento e da prática do respeito humano enquanto conteúdo curricular é de importância e relevância educacional e social.

6. Desenvolver expectativas positivas do aluno quanto a escolhas profissionais que possam otimizar o uso de seus talentos e competências."

Texto daqui.
Postado por Suelene às 09:44

O PAPEL DO PROFESSOR - DO CONTEXTO PRESENCIAL PARA O AMBIENTE ONLINE E VICE-VERSA


A explosão de usos da rede mundial de computadores para os mais variados propósitos educacionais têm proporcionado um novo contexto de atuação para os professores - o ambiente online.

Como os professores que vêm atuando em cursos online normalmente têm experiência em contextos presenciais, uma boa parte da literatura sobre o papel do professor online (aquele que atua em cursos via Internet) trata de comparações entre as modalidades presencial e virtual e da passagem de uma para outra.

É preciso lembrar, entretanto, que não existe uma única forma de educação presencial, nem uma única forma de educação a distância (EaD) online. O que se pode comparar são as possibilidades e potencialidades de cada meio, as práticas mais comuns na sala de aula convencional e aquelas que vêm sendo utilizadas em cada tipo de curso online.

Nunan (1999:71) ressalta, por exemplo, que, "embora a instrução mediada pela rede facilite a aprendizagem independente e colaborativa e esteja em harmonia com a visão construtivista do conhecimento, e embora ela ofereça um grande potencial para aqueles que aderem a abordagens de aprendizagem construtivistas, centradas no aluno e colaborativas" (tradução minha), não há nada inerente ao meio virtual que conduza a isso. A rede pode também ser utilizada para dar suporte a cursos e programas tradicionais, centrados no professor e baseados na transmissão de conhecimentos. Nunan (1999) argumenta que, apesar de óbvia, essa observação é freqüentemente esquecida em meio à excitação gerada pelos novos meios emergentes de ensinar e aprender.

De qualquer forma, as possibilidades de mudanças na educação pela introdução progressiva da tecnologia têm gerado questionamentos nos professores sobre o seu papel social e sua prática pedagógica. Pode-se dizer que, a princípio, diante dos desafios dos novos instrumentos, os professores engajados neste processo tendem a se preocupar em desenvolver habilidades tecnológicas. Conforme observado por Sherry, Lawyer-Brook e Black (1997), com uma mudança de foco para o conteúdo instrucional e seu aperfeiçoamento, o impacto da comunicação via computador se torna muito maior. Os professores passam a estimular a comunicação em rede, compartilhar informação e encorajar seus alunos a construir seu próprio conhecimento ao realizar atividades online.

Segundo Sherry (1998), o professor passa a se ver como um orientador - que apresenta modelos, faz mediações, explica, redireciona o foco e oferece opções - e como um co-aprendiz que colabora com outros professores e profissionais. A maioria dos professores ou instrutores que utilizam atividades de ensino mediadas pelo computador prefere assumir o papel de moderador ou facilitador da interação em vez do papel do especialista que despeja conhecimento no aluno (Sherry, 1998; Berge, 1997).

Sherry (1998) destaca, entretanto, que cabe ao professor decidir seu grau de envolvimento e intervenção nas diversas atividades e contextos de comunicação em rede, optando, por exemplo, por se excluir de discussões e dando mais liberdade para os alunos ou, por outro lado, mantendo uma forte presença na conversação para corrigir, informar, opinar, convidar alunos para participar.

A redefinição dos papéis dos professores pelo uso da tecnologia envolve questões como estilos de ensino, necessidade de controle por parte do professor, concepções de aprendizagem e a percepção da sala de aula como um sistema ecológico mais amplo, no qual os papéis de professores e alunos estão começando a mudar.

Na verdade, as diferenças entre o contexto educacional presencial e o virtual fazem com que o processo de transição de um meio para o outro não seja fácil para muitos professores. Feenberg (1987), por exemplo, destaca a dificuldade inicial sentida por muitos moderadores de conferências eletrônicas em transpor suas habilidades de liderança desenvolvidas em contextos repletos de sinais sociais (tais como sorrisos e balançar de cabeça em sinal de aprovação ou franzir de testas para indicar surpresa ou discordância) para o ambiente de uma lista de discussão onde o próprio contexto de comunicação e construção de sentido precisa ser explicitamente apresentado e negociado.

Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática pedagógica online um modelo centrado no aluno, na interação e cooperação entre participantes, encontrou dificuldades em abrir mão do controle da sala de aula tradicional e percebeu que alguns alunos encontraram igual dificuldade em assumir responsabilidade pela sua própria aprendizagem e solicitaram apoio constante.

Pesquisas (como Berge, 1997) sugerem que o processo de transição para o ensino online é mais fácil para professores filosoficamente orientados para o ensino centrado no aluno por estarem mais acostumados à discussão e à interação.

Com base em todos os estudos aqui discutidos, parece-me possível dar um passo adiante e levantar uma hipótese de "retro-transição", isto é, uma espécie de transição de volta, do contexto online para o presencial, em que a experiência de atuar como professor em um ambiente online que adote uma abordagem construtivista e colaborativa de aprendizagem exerceria um impacto sobre a prática pedagógica tradicional do ambiente presencial, tornando-a menos centrada no professor. Em outras palavras, a docência online levaria o professor a questionar e modificar sua atuação na sala de aula presencial. Pesquisas que investiguem estes possíveis efeitos serão muito bem-vindas.

Esse texto é da Professora
Kátia Tavares
Professora da Faculdade de Letras - UFRJ
Doutoranda em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem - PUCSP

4 de fev. de 2012

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos, de certa forma, lendo - embora, muitas vezes, não nos demos conta.

A atividade de leitura não corresponde a uma simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender o que se lê. Segundo Angela Kleiman, a leitura precisa permitir que o leitor apreenda o sentido do texto, não podendo transformar-se em mera decifração de signos linguísticos sem a compreensão semântica dos mesmos.

Nesse processamento do texto, tornam-se imprescindíveis também alguns conhecimentos prévios do leitor: os linguísticos, que correspondem ao vocabulário e regras da língua e seu uso; os textuais, que englobam o conjunto de noções e conceitos sobre o texto; e os de mundo, que correspondem ao acervo pessoal do leitor. Numa leitura satisfatória, ou seja, na qual a compreensão do que se lê é alcançada, esses diversos tipos de conhecimento estão em interação. Logo, percebemos que a leitura é um processo interativo.

Quando citamos a necessidade do conhecimento prévio de mundo para a compreensão da leitura, podemos inferir o caráter subjetivo que essa atividade assume. Conforme afirma Leonardo Boff,

cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto faz da leitura sempre um releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor.

A partir daí, podemos começar a refletir sobre o relacionamento leitor-texto. Já dissemos que ler é, acima de tudo, compreender. Para que isso aconteça, além dos já referidos processamento cognitivo da leitura e conhecimentos prévios necessários a ela, é preciso que o leitor esteja comprometido com sua leitura. Ele precisa manter um posicionamento crítico sobre o que lê, não apenas passivo. Quando atende a essa necessidade, o leitor se projeta no texto, levando para dentro dele toda sua vivência pessoal, com suas emoções, expectativas, seus preconceitos etc. É por isso que consegue ser tocado pela leitura.

Assim, o leitor mergulha no texto e se confunde com ele, em busca de seu sentido. Isso é o que afirma Roland Barthes, quando compara o leitor a uma aranha:

[...] o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido - nessa textura -, o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia.

Dessa forma, o único limite para a amplidão da leitura é a imaginação do leitor; é ele mesmo quem constrói as imagens acerca do que está lendo. Por isso ela se revela como uma atividade extremamente frutífera e prazerosa. Por meio dela, além de adquimirmos mais conhecimentos e cultura - o que nos fornece maior capacidade de diálogo e nos prepara melhor para atingir às necessidades de um mercado de trabalho exigente -, experimentamos novas experiências, ao conhecermos mais do mundo em que vivemos e também sobre nós mesmos, já que ela nos leva à reflexão.

E refletir, sabemos, é o que permite ao homem abrir as portas de sua percepção. Quando movido por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais apto a estar no mundo, capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê, do sistema em que está inserido. Assim, tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas.

Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.

Há entretanto, uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida: o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo". Quando transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitados esses direitos, o leitor, da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vínculo indissociável. A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não deseja desprender-se.
Maria Carolina
Professora de Língua Portuguesa e Redação do Ensino Médio e Normal
Língua Portuguesa

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19 de set. de 2011

Feira do livro em Torres





Leticia WierzchowsKi,esteve presente na 11º Feira do livro, comentando como inicio a sua vida comp escritora.

Biografia Antes de se dedicar às letras, Wierzchowski estudou em uma faculdade de arquitetura, curso que não chegou a completar. Foi proprietária de uma confecção de roupas e trabalhou no escritório de construção civil de seu pai. Enquanto trabalhava neste último emprego, começo
u a escrever ficção.[1]

Seu romance de estreia, publicado em 1998 e relançado em 2001, O anjo e o resto de nós, conta a saga da família Flores, ambientada no início do século XX no interior do Rio Grande do Sul.

A escritora gaúcha Martha Medeiros sugeriu a leitura do primeiro romance de Letícia a um amigo paulistano de naturalidade gaúcha e descendente, como Letícia, de poloneses. O publicitário Marcelo Pires gostou tanto do livro que enviou, em dezembro de 1998, um e-mail à autora e ambos passaram a se corresponder regularmente pela rede. Menos de um ano após a primeira mensagem, em 17 de setembro de 1999, Letícia e Marcelo casaram-se. Na cerimônia de casamento, o casal distribuiu aos convidados um pequeno livro com algumas das mensagens trocadas por eles. Um dos participantes da festa, o editor Ivan Pinheiro Machado, da LP&M, acreditou que o livro poderia fazer sucesso e lançou uma edição comercial. Nascia assim, em 1999, o livro Eu@teamo.com.br, que teve suas duas edições rapidamente esgotadas.

O grande sucesso literário de Letícia viria com o romance A casa das sete mulheres, adaptado pela Rede Globo numa minissérie que foi ao ar em 2003 e reexibida em 2006. Instada por seus editores a escrever uma continuação da saga das sete mulheres gaúchas durante a Revolução Farroupilha, recusou-se de início, pois tinha outros projetos literários. No entanto, acabou cedendo às pressões e lançou Um farol no pampa, em que retoma a vida dos personagens d’A casa.

Lançou em 2006 sua décima-primeira obra, Uma ponte para Terebin,em que narra a história de seu avô polonês. Ao mesmo tempo, trabalha, em parceria com Tabajara Ruas, no roteiro cinematográfico de O Continente, baseado na obra de Érico Veríssimo.

[editar] Bibliografia[editar] RomancesO Anjo e o Resto de Nós, 1998;
Prata do Tempo, 1999;
eu@teamo.com.br (com Marcelo Pires), 1999;
A Casa das Sete Mulheres, 2002;
O Pintor que Escrevia, 2003;
Cristal Polonês, 2003;
Um Farol no Pampa, 2004;
Uma Ponte para Terebin, 2005;
De um Grande Amor e uma Perdição Maior Ainda, 2007;
Os Aparados, 2009;
[editar] Livros infantisO Dragão de Wawel e outras lendas polonesas, 2005;
Todas as Coisas querem ser Outras Coisas, 2006;
O Menino Paciente, 2007;
Era uma Vez um Gato Xadrez, 2008;

18 de set. de 2011

feira do livro em Torres

 

 

 

 

 

 


A
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terça-feira, 13 de setembro de 2011Feira do Livro de Torres
"Uma intensa programação para adultos e crianças acontece a partir da próxima sexta-feira (16/9) integrando a 11ª Feira do Livro de Torres, que se estenderá até terça (20/9). O espetáculo cultural será realizado em tendas ao ar livre, na Praça Borges de Medeiros, localizada na Prainha. Uma das novidades deste ano é programação integrada às comemorações da 24ª Semana Farroupilha. A temática deste ano é a Literatura Construindo História que busca a valorização, resgate e incentivo da cultura, literatura e costumes tradicionalistas.
A anfitriã da feira é a professora Liége Frainer Barbosa e a patrona é escritora, Leticia Wierzchowisk, de Porto Alegre. Também participarão da feira os escritores gaúchos Tabajara Ruas, Paixão Cortês, Hermes Bernardi Jr, Dilan Camargo, Marcelo Carneiro da Cunha, Ana Cristina Vargas, Fernanda Carlos Borges, Elisabeth Brasil. A realização da Feira do Livro é da Prefeitura, Sesc, Ulbra Torres e SuperLivros. Os organizadores estimam a participação de 15 mil pessoas nos quatro dias de feira.
Muito mais do que vender livros, a iniciativa tem como objetivo incentivar o hábito da leitura. Durante os cinco dias de evento estão programados diversas manifestações culturais como contação de histórias, bate-papo com autor, sessão de autógrafos, apresentações artísticas, sarau de poesia, outras atrações.O funcionamento da Feira é das 9h às 21h. Na feira ainda haverá o Espaço Criança, Café da Feira, Espaço SENAC e Espaço Yazigi. O patrocínio é da Caixa Economica Federal e Associação da Indústria Moveleira de Torres. O apoio é do Senac, AVM Aventura, Escola Pastor Dohms, Yazigi, Câmara do Livro, Jamboo Viagens e Turismo, Gráfica TC, Compensados Pereira, Pedro Batista Imóveis, Nversos e Cultural FM.


Confira a programação completa no site www.torres.rs.gov.br/feiradolivro

9 de set. de 2011

Projeto para o dia da Criança


COMO É BOM SER CRIANÇA
Como é bom ser criança; Ter amigos é nunca estar só; Com Jesus não temos nada; Jesus ama todos nós; Pra quê ir a igreja? E oração agradecimento à Deus.
Com estes quadros mais as musicas que fazem parte dos mesmos, há um envolvimento das crianças na cena da homenagem:
Programa para o Dias das Crianças:
Personagem:
Apresentador (A)
Rosinha:
Guto:
Romário:
Duda:
J.P
Lipe
Bruxa
Marina

MÚSICA: Voltar a ser Criança
1º ATO Apresentação
Entrada do Apresentador pela a porta da frente
MÚSICA: Retrato
(grupo de dança entra pela a porta ao lado)
Apresentador (A): Boa noite pessoal! Como é bom ser Criança não é mesmo?! Correr, pular, brincar, comer doce sem querer de saber de engordar! Pois é, quem já foi criança vamos relembrar? E quem é criança vamos gargalhar? Vamos começar a contar 1,2,3 e já! (conta junto com o publico e sai pela porta do fundo). (assim quer dizer já o grupo de dança entra pela a porta da frente, saída pela porta da frente)
MÚSICA: Pula, pula
2º ATO Ter amigo é nuca estar só
MÚSICA: Sonho de um Palhaço

(Guto entra de Cabisbaixo. Porta do Fundo)
GUTO: Bom dia gente, eu sou o Guto, quer dizer Gustavo, mas meus amigos me chamam de Guto. Meus amigos? Acho que não tenho mais amigos, é que me mudei faz pouco tempo e não conheço ninguém por aqui. (Entra Romário chutando uma bola de futebol pela frente).
ROMÁRIO: E ele vai, dribla o primeiro, depois passa pelo o segundo... E é gol! Gol!
Goooooooolllll do Romário! ( a bola bate em Guto)
Guto: Ei, você não ta me vendo aqui não?
ROMÁRIO: Desculpe amigo, é que estava distraído com meu jogo, você me desculpe?
GUTO: Tudo bem, nem doeu mesmo
ROMÁRIO: Você quer brincar comigo? Meu nome é Romário
GUTO: (feliz) Quero sim! O meu nome é Guto! Quer ser o meu amigo? (pergunta estendendo a mão pra Romário)
ROMÁRIO: (aperta a mão de Guto) Claro que sim!
(entram conversando pela a porta da frente Rosinha, Duda, Lipe e J.P)
ROMÁRIO: (apontando pra eles) Olhe ali vem meus amigos! Ei pessoal venham aqui, quero que conheçam meu novo amigo, ele é o Guto!
( Rosinha se intromete pegando na mão de Guto para cumprimentá-lo)
ROSINHA: Oi Guto, seja bem vindo eu sou a Maria Rosa, muito prazer.
J.P Deixe de ser enxerida Rosinha, se assuste não Guto, ela é assim mesmo, eu sou o João Pedro, mas pode me chamar de ... Todos ( gritam alto exceto Guto)- J.P!!!
DUDA ( fala meiga) Oi amiguinho, sou a Duda, prazer em te conhecer!
LIPE: Sou Felipe, Lipe para os meus amigos!
ROSINHA : Guto, você parece ser um menino bem legal, se você quiser pode fazer parte de nossa turma.
LIPE: É mesmo , podemos nos divertir muito juntos, junte-se de nós! Afinal , um amigo nunca é demais.
GUTO: (feliz) Claro que quero. Já me sentindo melhor depois que vocês chegaram!
Agora não me sinto mais sozinho!
DUDA: Pois é Guto, quem tem amigo, nunca está só ! Mesmo de longe podemos contar com um amigo de verdade!
J.P: Venham vamos brincar quem chegar por ultimo a é mulher do sapo!
( Saem correndo pela a porta da frente)
(grupo de dança entra pela a porta do fundo e Saem pela porta do fundo)
MÚSICA : EU quero ter um milhão de amigos
3º ATO Com Jesus não tenho nada
MUSICA: Senhor Cuida de mim
(entram correndo pela porta da frente e caem no chão de cansados)
DUDA: ( respirando bem alto) Cansei de correr,vamos brincar de outra coisa?
( todos sentam)
GUTO: Vamos sim,mas vamos brincar de quê?
LIPE: Por favor, nada de correr de novo, já estou cansado!
ROSINHA: Já tive uma idéia! Vamos brincar de contar histórias?
ROMÁRIO: Boa idéia Rosinha, mas quem vai começar?
J.P: Eu começo, eu começo?
( Muda o fundo do palco, como se tudo aparentasse a ser um sonho)
J.P: Era uma vez uma bruxa bem má que adorava fazer sopa de criancinhas!
( a bruxa entra pela porta da frente gargalhando bem alto)
BRUXA: Nossa quantas criancinha, hum chega me deu fome (barulho de trovão) Ouviram? Minhas tripas roncam alto, precioso me alimentar, mas quero uma criança bem gordinha pro meu caldo engrossar!
(a bruxa vai e pega uma criança já combinada na platéia e leva a criança pra panela) ( os atores demonstram muito medo tremendo as pernas)
Hahaha!!!! Deixe eu por um pouquinho de sal, adoro crianças bem temperadinhas ( lambe a criança) Hum, hum , esta bem gostosinha, mas ainda falta alguma coisa! ( para pra pensar) Ah, já sei! Falta uma pitadinha de tristeza, ninguém merece comer criancinha feliz, não é verdade? Hahaha ( continua a mexendo) mexer,mexer e quando no ponto vou devora-la com batata-frita! Hahaha
DUDA: Aí Meu Deus ela vai comer aquela criancinha, coitadinha dela, eu não quero nem ver (tapa os olhos)
ROMÁRIO:Gente! Precisamos fazer alguma coisa para salvá-la!
GUTO: É vamos acabar com essa bruxa malvada!
ROSINHA: Eu não chego perto dessa bruxa de jeito nenhum,vai que ela me come também!
J.P: Calma gente, ela só existe na nossa imaginação! É só mandar ela ir embora que ela desaparece!
LIPE: É verdade, a minha avó me falou que quando eu tiver com medo é só orar que o medo vai embora!
DUDA: Então vamos juntos?! (convidam a platéia)
( Duda fala e os outros repetem)
DUDA: Jesus, eu gosto de Ti, muito obrigado pela vida que deste! Muito obrigado pelo papai e pela mamãe, e por todas as pessoas, que colocaste bem perto de mim.Jesus, eu estou a crescer não só por fora, para ter um corpo bonito e forte, mas ajuda-me a crescer também por dentro, para ter um coração cheio de bondade. Jesus, eu gosto de Ti, de todo coração, e vou gostar de todo mundo, como Tu gostas de mim. Amém.
BRUXA: (desaparece) Não, socorro! Assim não tem medo que vá embora.
Vou ter que ir, fui! (sai gritando pela a porta frente)
(a turminha entra pela a porta do fundo)
( entra o grupo de dança pela a porta da frente)
MÚSICA: Criança feliz

4º Jesus ama todos nós
MÚSICA: Carrossel
(todos cantam)

APRESENTADOR (A): Pois é pessoal, com Jesus não temos quer medo do mal!
Vocês sabiam que o amor de Jesus é muito grande por nós?! Tão grande que morreu para nos salvar! Isso mesmo! Gente Jesus me ama, preciso contar isso pra todo mundo! ( sai gritando) Jesus me ama,Jesus me ama!
( a turma entra e ouve senta no chão e começa a brincar de passar a bola, quando chega a Rosinha ela não segura, pois se encontra distraída)
ROMÁRIO:Rosinha segura à bola,ta dormindo é? (Rosinha continua distraída)
LIPE: (grita bem alto) Rosinha! Acorde! Gente será que ela ta doente! (todos gritam por ela e Rosinha pisca assustada)
ROSINHA: Ai Lipe que susto, precisava gritar?!
LIPE: Faz um tempão que agente te chama,tava viajando era?
ROMÁRIO: É verdade Rosinha, se não quiser brincar mais brincar avise!
DUDA: É Rosinha, se você não estiver bem é só falar.
ROSINHA: Desculpe não ouvir porque estava com o pensamento longe.
GUTO: Longe? Tava com a cabeça nas nuvens?
ROSINHA: Não gente, estou bem! Só estava pensando: Será que Deus nos ama mesmo como as pessoas dizem?
J.P: Claro que ama Rosinha! A bíblia diz que Deus nos ama de tal maneira que enviou Jesus para morrer por nós! Quer prova de amor maior que essa?
DUDA: Isso mesmo, Jesus sofreu numa cruz e morreu por todos nós!
LIPE: É, mas ressuscitou também por amor!
ROSINHA: Que lindo então Jesus me ama também vou contar isso pra toda minha família! Tchau! (Sai Correndo pela porta do fundo)
Guto: Espera Rosinha nós vamos com você! (Todos correm atrás de Rosinha)
(o grupo de dança entra pela porta da frente e sai porta do fundo)
MÚSICA: Você pode ser Feliz
5º ATO Pra quê ir à igreja
MÚSICA: Eu e a minha casa
( Duda e Romário entram correndo pela porta da frente e formam uma casinha da brincadeira bom barqueiro. A turminha passa por dentro cantando. Duda e Romário prendem Mariana na casinha)
ROMÁRIO: Quer uma maçã ou uva? (olha assustado para Marina)
ROMÁRIO e DUDA: Quem é você?(todos os outros correm curiosos até Marina)
MARIANA: Desculpe!Eu não estou brincando, é que eu ia passando ouvir a musica e resolvi vim ver quem era que estava a cantando.
LIPE: E quem é você dona curiosa?
ROMÁRIO: É! Quem é você hein? Você tem nome?
DUDA: Calma pessoal deixe a menina falar!
MARINA: Obrigada eu sou a Marina
J.P: Olá Mariana seja bem vinda! Quer brincar conosco?
MARINA: Não, obrigada, mas não posso! Estou atrasada pra igreja!
ROSINHA: Igreja? Mas pra quê ir á igreja?
LIPE: É melhor ficar aqui na rua brincando
MARINA: Vou a Igreja para louvar a Deus. Lá é muito bom, agente canta, louvemos e ouve historinha de Jesus!
GUTO: É eu também já fui, é muito bom mesmo!
ROMÁRIO: Mas quem vai a igreja é gente velha!
J.P: Deixe de ser bobo que não tem idade para louvar a Deus!
MARINA: A igreja é a casa de Deus, precisamos sempre visitá-lo! Vocês podiam vir comigo qualquer dia, é logo ali,venham comigo eu posso mostrar ! (todos segue Marina pela porta do fundo,Duda volta rapidinho)
DUDA: Deus disse: a minha casa será chamada casa de oração ( Depois sai correndo)
( entra o grupo de dança pela porta do fundo e saem pela mesma porta)

MÚSICA: Entra na minha casa
6º ATO Oração e agradecimento a todas as crianças
MÙSICA : Oração da criança
APRESENTADOR(A): Então criança, gostaram da nossa turminha? Jesus abraçou todas as crianças e hoje ele também te abraça ( convida o elenco) venha pessoal vamos orar para Deus por seu amor a todas as crianças! Vamos juntar as mãos e orar a Deus por todas as crianças.
Crianças, todos os pais têm a consciência da importância de passar para as crianças o conhecimento, o respeito e a postura correta para que se tornem cidadãos de sucesso na vida material,social e emocional. È algo com que se preocupam e procuram fazer sempre o melhor. Porem, eles não sabem exatamente o que as crianças precisam e querem nessa fase da vida. O importante, poucos se preocupam em dar ou ensinar. Jesus, meu caminho esta só começando, sou quase uma semente nascendo. Ensinei-me Jesus, a ver em tudo, a Sua bondade e amor. Obrigado Jesus, por ter me dado papai e mamãe, minha casa, comida e carinho, e por todos os meus amiguinhos. Ajude-me a ser sempre bom, obediente e amigo.Obrigado Jesus, por ter me permitido viver, quando muitas crianças como eu não tem nada disso. Eu sou pequeno, mas o meu amor por Você é muito grande. Obrigado Jesus.
MÚSICA: Oração- Santo Anjo do senhor.
8º ATO
MÚSICA: É bom ser Criança
APRESENTADOR (A) Todas as crianças e mulheres grávidas venham aqui na frente para receber a homenagem ao dia da criança. Com o pensamento:
“Ser criança é acreditar que tudo é possível. É ser infinitamente feliz com muito pouco, É se tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos. Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles. É conseguir perdoar muito fácil do que brigar, Ser criança é ter p dia mais feliz da vida, todos os dias.Ser crianças é o que a gente nunca deveria deixar de ser.Ser criança é criar um mundo só seu,sem defeitos, com muita guloseima e muitos bichinhos de estimação”.
“Ser criança é chegar do colégio e jogar as meias e a mochila em qualquer lugar e não se importa muito com a bronca dos pais. Ser criança é comer pipoca, é levantar tarde, é lambuzar a cara comendo chocolate, é tirar moleca do nariz sem se importar com ninguém, é falar errado,é rir,rir alto, é cantar,é ver o céu sempre azul. È viver cada minutinho de sua vida aproveitando o que tem ela tem de melhor” .
“Ser criança é ter medo do bicho-papão, é correr e se esconder atrás das portas, é esperar pelo presente do Papai Noel... Ser criança, é uma brincadeira sem fim. Ser criança é depois de um dia atarefado, deitar no colinho dos pais e adormecer, feito um aninho, tendo a certeza de que eles sempre estarão ali do seu lado, para protegê-la e amá-la e ainda acreditar que o outro dia será sempre melhor que o anterior”.
MÚSICA. Hino da Criança

2 de set. de 2011

Um belo presente a uma criança é um livro

Um livro nas mãos de uma criança pode levá-la a voar por mundos de fantasia, imaginação, de magia... e chegar a transformar este encontro em um verdadeiro turbilhão de sensações, vozes e ruídos.É que um livro é também uma grande ferramenta de jogo, e como tal, tem que estar presente na vida de uma criança desde seu nascimento.Um gesto tão simples como ler um conto para uma criança pode eternizar uma afeição (hobby) enriquecedora durante toda a sua vida.

1 de set. de 2011

Qual é o verdadeiro lado de um educador

Eu amo a educação, mas só q eu não quero mais sala de aula, quero continuar a ensinar as crianças sem estar na sala de aula pois na escola em si é um fechamento de olhos pelos os problemas das crianças e isso eu não sei se vou conseguir fechar os meus olhos para os problemas q as crianças carregam entre elas a carência as dificuldades de aprendizagem, e a discriminação que tem na escola pois eu vi q numa escola q eu trabalhei pois eu vi q numa escola q eu trabalhei, filhos de professores não estudo com crianças que tem dificuldades q são crianças carentes financeiros e de pai e mãe,ai falam q a educação tem fronteira q tem q incluir, mas os próprios professores que exclui as crianças. Mas qual é o lado verdadeiro da educação? Será que é ensinar por interesse ou por amor...
Como é ensinar uma criança com amor? Quem ensina com amor veja a evolução da criança no seu dia, pois ensinar com amor é se dedicar o seu dia a dia em sala de aula, para que as crianças aprendam lidar com a vida mais entusiasmo.
Como é ensinar a criança por interesse? É aquele professor que esta preocupada em receber por aquilo que esta a fazer, e não esta nem ai se o aluno apreendeu ou não, pois o professor que ensina por interesse não tem interesse no desenvolvimento da criança.
Mas um bom professor é aquele que veja tudo, que investiga a vida da criança, e que incentiva a criança a estudar com trocas de carinho e não com palavras que faz da criança ser menor do que nós...
Uma criança pode se tornar grande se um educador mostrar o valor que a criança tem.

29 de ago. de 2011

CONVITE AO SARAU DA LEITURA INFANTIL



Todos sabemos que o hábito da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia-a-dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. Os livros nos enriquece a todos e nos leva a mergulhar em aventuras, histórias, e em riquíssimas informações.O livro é uma grande...... janela para a formação em todos os sentidos. Poderíamos estar falando e falando acerca dos benefícios do livro para as crianças, mas não pararíamos jamais. O importante é ter claro que os livros são importantes, mas o ato de ler, se possível todos os dias, é o que levará seu filho a este cantinho tão gostoso que é a aventura do saber, do conhecer, e do descobrir. Além disso, se os pais compartilham o momento da leitura de um livro com os filhos, estarão estabelecendo um laço especial entre ambas as partes.Por isso venho convidar as crianças para o sarau da leitura que acontecera no dia 01 de outubro as 14:30 horas local em minha casa...O sarau tera o tema Chapeuzinho Vermelho, e sera comemorado o dia da criança.

28 de ago. de 2011

Estimulando a leitura nas crianças




Cinco idéias para brincar con um livro
O JOGO DAS VOZES

Qualquer conto por pequeno que seja, pode transformar-se num jogo de vozes e ruídos. As mudanças de tons, encantam aos pequenos: as vozes agudas, as graves, as que imitam as crianças, a uma bruxa, os sons da água, do vento, dos animais... Assim aprendem a identificar aos distintos personagens: os bons, os maus, os mais jovens ou os mais velhinhos. O certo é que qualquer elemento criativo captará sua atenção!
Nota: Para crianças de 0 a 8 anos.

DESENHE A ESTÓRIA

Só são necessários lápis de cores, cartolinas e um narrador. O jogo consiste em que as crianças representem as distintas sequências do conto: o começo, meio e o fim. Podem fazer quantos desenhos quiserem. O importante é deixar sua criatividade livre. Além disso, observando seus desenhos pode-se aprender centenas de coisas: o que mais as chamam a atenção será o maior, e o que menos gostam o omitirão ou serão muito pequenos...Os encantarão ter suas próprias ilustrações dos contos!
Nota: Para crianças de 3 a 8 anos. A partir dos 6 anos também se pode propor que escrevam pequenos textos no rodapé dos desenhos, assim fabricarão seus próprios contos.

FAZENDO TEATRO

É hora de tirar do baú: um guarda-chuva, umas luvas, colares de plástico, cintos ou um colete. Qualquer roupa antiga será o perfeito disfarce. Também ajudará um set de maquilage infantil para caracterizar uns bigodes, uma cicatriz ou para "envelhecer" o semblante. Representarão o seu conto favorito!

Nota: Para crianças de 5 a 8 anos. A partir dos 7 anos também pode-se propor que escrevam um pequeno roteiro para adaptar a história do livro.

O SUPER DETETIVE

Se o que se quer é desenvolver sua atenção, só tem que sugerir a eles que sejam um "super detetive". O jogo consiste em buscar pistas secretas: podem ser cores, palavras que comecem por A, ou B, palavras no plural, no masculino, no feminino, palavras que escrevam com H. Pode estabelecer um limite de tempo ou de palavras e no final pensar em uma grande recompensa...Que tal sua sobremesa favorita? É fantástico para a ortografia, o vocabulário e a linguagem!

Nota: Para crianças de 7 a 12 anos. Cada detetive tem que ter seu próprio livro de detetive e uma caneta para poder anotar todas as pistas. Se muitas crianças participam, cada um pode utilizar uma caneta de cor diferente.

INVENTANDO OUTRO FINAL

Com certeza deve haver algum livro com um final pouco divertido, assim que a solução é combinar com toda a família um final perfeito. Cada um apresenta sua idéia e entre toda a família se decide que "pedaço da história" é o melhor. É uma forma de conversar sobre um livro: os personagens, o contexto, as diferentes situações, etc. O jogo pode se complicar em função da idade dos participantes.

Nota: Para crianças de 5 anos em diante. Este jogo não tem idade e com certeza existem centenas de finais para serem modificados.

Projeto de Leitura

O projeto leitura em casa, quer te levar para o mundo da leitura, através de visita em sua casa, com todos os cuidados possíveis. O ambiente familiar e as experiências que a criança vive em seu dia a dia têm grande influência no seu desenvolvimento. Isso é verdade também no que diz respeito à leitura: o hábito de ler em família ajuda no desempenho escolar durante a infância, contribuindo para a aprendizagem ao longo da vida. E para isso o Sarau da Tia Mila veio para reunir as famílias, para uns únicos momentos de suas vidas, pois vocês pais irão poder sentar com os seus filhos para ler.

E nesse momento de epidemia, o Sarau da Tia Mila tem como objetivos de conquistar novos leitores, pois quem lê se torna mais participativo, e nos faz nos colocar no lugar do outro. E quem lê tem mais facilidade de compartilhar conhecimento de forma ampla

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