Deficiência Mental - 1
A partir do século XX começou-se a estabelecer uma definição para o Deficiente Mental e essa definição diz respeito ao funcionamento intelectual, que seria inferior à média estatística das pessoas e, principalmente, em relação à dificuldade de adaptação ao entorno.
Segundo a descrição do DSM.IV, a característica essencial do Retardo Mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”.
Essa é também a definição de Deficiência Mental adotada pela AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental). Na Deficiência Mental, como nas demais questões da psiquiatria, a capacidade de adaptação do sujeito ao objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente relacionado à noção de normal. Teoricamente, deveriam ficar em segundo plano as questões mensuráveis de QI, já que a unidade de observação é a capacidade de adaptação.
Acostumamos a pensar na Deficiência Mental como uma condição em si mesma, um estado patológico bem definido. Entretanto, na grande maioria das vezes a Deficiência Mental é uma condição mental relativa. A deficiência será sempre relativa em relação aos demais indivíduos de uma mesma cultura, pois, a existência de alguma limitação funcional, principalmente nos graus mais leves, não seria suficiente para caracterizar um diagnóstico de Deficiência Mental, se não existir um mecanismo social que atribua a essa limitação um valor de morbidade. E esse mecanismo social que atribui valores é sempre comparativo, portanto, relativo.
Como vimos nas definições acima, Deficiência Mental é um estado onde existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social onde se insere a pessoa. Isso significa que uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma determinada cultura e não deficiente em outra, de acordo com a capacidade dessa pessoa satisfazer as necessidades dessa cultura. Isso torna o diagnóstico relativo.
Segundo critérios das classificações internacionais, o início da Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência (QI ou equivalente).
Na maioria dos casos de Deficiência Mental (DM), especialmente os de níveis leve e moderado não se pode identificar as causas, ficando aí uma discussão acirrada entre autores organicista, que consideram a prevalência dos fatores constitucionais da DM e os autores sociológicos, para os quais prevaleceriam as causas ambientais, como por exemplo, a falta de estímulos adequados e em épocas precoces da vida.
É um erro acreditar que a maioria das crianças com DM tem um aspecto físico diferente das outras. A maioria dessas crianças é portadora de DM leve e não se distinguem fisicamente das outras crianças. As exceções são os casos de DM grave e severa, bem como na Síndrome de Dowm, onde elas guardam alguns aspectos comuns entre si. ditas sem necessidades educativas especiais
Outro engano leigo é achar que o nível de funcionamento mental se mantém sempre igual e definitivo em todos os casos. Nos casos de deficiência mental leve os programas educativos intensivos e adequados podem atenuar significativamente essa situação.
Academicamente, é possível diagnosticar o Retardo Mental em indivíduos com QIs entre 70 e 75, porém, que exibam déficits significativos no comportamento adaptativo. Cautelosamente o DSM.IV recomenda que o Retardo Mental não deve ser diagnosticado em um indivíduo com um QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos no funcionamento adaptativo.
Na Deficiência Mental, como nas demais questões da psiquiatria, a capacidade de adaptação do sujeito ao objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente ligado à noção de normal. Teoricamente, já que a unidade de observação é a capacidade de adaptação, deveriam ficar em segundo plano as questões mensuráveis de QI.
Segundo critérios das classificações internacionais, o início da Deficiência Mental deve ocorrer antes dos 18 anos, caracterizando assim um transtorno do desenvolvimento e não uma alteração cognitiva como é a Demência. Embora o assunto comporte uma discussão mais ampla, de modo acadêmico o funcionamento intelectual geral é definido pelo Quociente de Inteligência (QI ou equivalente).
Academicamente, é possível diagnosticar o Retardo Mental em indivíduos com QIs entre 70 e 75, porém, que exibam déficits significativos no comportamento adaptativo. Cautelosamente o DSM.IV recomenda que o Retardo Mental não deve ser diagnosticado em um indivíduo com um QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos no funcionamento adaptativo.
Classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde)
Coeficiente intelectual
Denominação
Nível cognitivo segundo Piaget
Idade mental correspondente
Menor de 20
Profundo
Período Sensório-Motriz
0-2 anos
Entre 20 e 35
Agudo grave
Período Sensório-Motriz
0-2 anos
Entre 36 e 51
Moderado
Período Pré-operativo
2-7 anos
Entre 52 e 67
Leve
Período das Operações Concretas
7-12 anos
De um modo geral, resumindo, costuma-se ter como referência para avaliar o grau de deficiência, mais os prejuízos no funcionamento adaptativo que a medida do QI. Por funcionamento adaptativo entende-se o modo como a pessoa enfrenta efetivamente as exigências comuns da vida e o grau em que experimenta uma certa independência pessoal compatível com sua faixa etária, bem como o grau de bagagem sócio-cultural do contexto comunitário no qual se insere.
O funcionamento adaptativo da pessoa pode ser influenciado por vários fatores, incluindo educação, treinamento, motivação, características de personalidade, oportunidades sociais e vocacionais, necessidades práticas e condições médicas gerais. Em termos de cuidados e condutas, os problemas na adaptação habitualmente melhoram mais com esforços terapêuticos do que o QI cognitivo. Este tende a permanecer mais estável, independente das atitudes terapêuticas, até o momento.
Baseado nos critérios adaptativos, mais que nos índices numéricos de QI, a classificação atual da Deficiência Mental não aconselha mais que se considere o retardo leve, moderado, severo ou profundo, mas sim, que seja especificado o grau de comprometimento funcional adaptativo. Importa mais saber se a pessoa com Deficiência Mental necessita de apoio em habilidades de comunicação, em habilidades sociais, etc, mais que em outras áreas.
Estes critérios qualitativos (adaptativos) constituem descrições muito mais funcionais e mais relevantes que o sistema quantitativo (de QI) em uso ate agora. Esse novo enfoque centraliza-se mais no indivíduo deficiente, independentemente de seu escore de QI, sob o ponto de vIsta das oportunidades e autonomias. Trata-se de uma avaliação qualitativa da pessoa.
O sistema qualitativo de classificação da Deficiência Mental reflete o fato de que muitos deficientes não apresentam limitações em todas as áreas das habilidades adaptativas, portanto, nem todos precisam de apoio nas áreas que não estão afetadas. Não devemos supor, de antemão, que as pessoas mentalmente deficientes não possam aprender a ocupar-se de si mesmos. Felizmente a maioria das crianças deficientes mentais pode aprender muitas coisas, chegando à vida adulta de uma maneira parcialmente e relativamente independente e, mais importante, desfrutando da vida como todo mundo.
Classificações
A Deficiência Mental se caracteriza assim, por um funcionamento global inferior à media, junto com limitações associadas em duas ou mais das seguintes habilidades adaptativas: comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade, saúde e segurança, habilidades escolares, administração do ócio e trabalho. Para o diagnóstico é imprescindível que a Deficiência Mental se manifeste antes dos 18 anos. As áreas de necessidades dos deficientes devem ser determinadas através de avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clínicas e nunca numa única abordagem de diagnóstico.
Tipo de classificação baseado na intensidade dos apoios necessários:
Intermitente:
O apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios intermitentes podem ser de alta ou de baixa intensidade.
Limitado: Apoios intensivos caracterizados por sua alguma duração contínua, por tempo limitado, mas não intermitente. Nesse caso incluem-se deficientes que podem requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a escola, a instituição e a vida adulta.
Extenso: Trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente diária em pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou profissional. Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente se dá em longo prazo.
Generalizado: É o apoio constante e intenso, necessário em diferentes áreas de atividade da vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.
Ainda baseada na capacidade funcional e adaptativa dos deficientes, existe uma outra classificação bastante interessante para a Deficiência Mental. Trata-se da seguinte:
Dependentes: geralmente QI abaixo de 25; casos mais graves, nos quais é necessário o atendimento por instituições. Há poucas, pequenas, mas contínuas melhoras quando a criança e a família estão bem assistidas.
Treináveis: QI entre 25 e 75; são crianças que se colocadas em classes especiais poderão treinar várias funções, como disciplina, hábitos higiênicos, etc. Poderão aprender a ler e a escrever em ambiente sem hostilidade, recebendo muita compreensão e afeto e com metodologia de ensino adequada.
Educáveis: QI entre 76 e 89; a inteligência é dita “limítrofe ou lenta” e estas crianças podem permanecer em classes comuns, embora necessitem de acompanhamento psicopedagógico especial.
Tia Mila

- Milena Lopes Borba
- Sao Joao Do Sul , SC, Brazil
- A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.
8 de fev. de 2009
Dislexia
Dislexia
Por: Dra. Clélia Argolo Estill - fonoaudióloga e psicopedagoga clínica
Dislexia, dificuldade na aprendizagem ou dificuldade de aprendizagem? Nem uma nem outra. É mais fácil conceituá-la através do que não é do que a definir pelo que é. Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tãopouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua escrita. A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo. É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem, para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente, sendo proveniente das funções corticais superiores.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros de linguagem, mas não é uma doenca neurológica. É freqüente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas histórias familiares.
O importante é aceitar-se a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão em boa companhia, junto a Einstein, Agatha Christie, Hans Christian Andersen, Nelson Rockefeller e Tom Cruise, entre muitos.
A boa compreensão da leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de desenvolvimento do pensamento e dos processamentos lingüísticos. Não é necessário destacar, é claro, a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem.
A primeira operação de leitura, a decodificação, tem como estrutura de pensamento operativo predominante o pensamento figurativo, aquele que se ocupa da construção das imagens visuais e auditivas — objeto, espaço e tempo.
O sucesso desta operação leitora inicial, a decodificação, vai depender da ação da percepção sobre o objeto a ser apreendido, no caso, a palavra escrita. É neste momento que se constróem as relações entre os sons e as formas, a ordenação sequencial das letras nas palavras e das palavras nas frases.
Quanto mais a linguagem escrita, leitura e escrita, se fazem necessárias mais a dislexia se revela, sendo confundida muitas vezes com problemas gerais de aprendizagem. Aí é que mora o perigo!
As dificuldades de aprendizagem, nestes casos, não são decorrentes de falhas no desenvolvimento do pensamento operativo, afetivo-emocional, ou sócio-cultural. São alterações decorrentes das dificuldades específicas no processamento lingüístico escrito, que tem a leitura e a escrita como suas ferramentas principais. O valor da intervenção precoce quando suspeitarmos da presença de fatores disléxicos, fala por si mesmo.
Há muitos sinais, visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente a dislexia. Citamos alguns entre tantos, tais como:
demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem, expressão e compreensão;
alterações persistentes na fala; dificuldades no desempenho motor, como jogar bola e pular corda; demora em aprender a dar laços, recortar, desenhar, escrever números e letras corretamente;
dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, organizar seqüências temporais;
dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, sílabas em palavras longas, dias da semana, meses do ano;
dificuldade em organizar-se espacialmente e distinguir entre direita e esquerda, em si e no espaço.
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale a pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e oral, e comparar as respostas. Freqüentemente encontramos respostas diferentes.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema e ter dificuldades lógico-matemáticas, quando exposta à situação de processar a mesma questão oralmente, poderá sair-se muito bem. É um caso a pensar. A pessoa com dislexia, na vida escolar, não mereceria ser atendida através de seus melhores canais de comunicação — a linguagem oral antecedendo a linguagem escrita?
Importante é pensar a dislexia como uma modalidade peculiar de processamento da linguagem, o que vem sendo cada vez mais pesquisado pelas ciências neuro-cognitivas, tendo a linguagem como vetor. A pessoa com dislexia, ou com fatores disléxicos, mereceria ser examinada e acompanhada por profissionais especializados em linguagem, para que não venham a ser confundidos os sintomas de distúrbios de linguagem com distúrbios de aprendizagem.
Vale relembrar — alguém não é apenas a dificuldade que apresenta, esta é só um detalhe de uma paisagem, rica, complexa e bela.
Dislexia
Marina S. Rodrigues Almeida
Dislexia - Marina S. Rodrigues Almeida
Definições:
DIS – distúrbio
LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem
DISLEXIA - dificuldades na leitura e escrita
A definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:
Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples.
Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade.
Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem.
A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.
Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.
Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação a dominância cerebral.
A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência.
A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio. Refere a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem.
A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se manifesta na insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”
A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1.
A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem, comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória seqüencial .”
Etiologia:
A rigor, não há nenhuma segurança em afirmar uma ou outra etiologia para a causa da dislexia, mas há algumas situações que foram descartadas:
Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual. Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, existencial e pictórica. O disléxico teria sua inteligência mais predisposta à inteligência corporal-cinestésica, musical, espacial.
Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem. Pode haver um comprometimento do emocional como conseqüência das dificuldades da dislexia, mas nunca como causa única.
A criança dislexia não tem perda auditiva.
Há vários estudos:
A) Uma falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os grafemas, isto é, as letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no âmbito da palavra.
B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das palavras.
C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.
D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação lingüística.
E) Implicações relação afetiva materno-filial, o que pode entravar a necessidade da linguagem, e mais tarde a aprendizagem da leitura e escrita.
Sinais encontrados em disléxicos
Desde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criança é disléxica. Eles não são suficientes para se fechar um diagnóstico, mas vale prestar atenção:
• Fraco desenvolvimento da atenção.
• Falta de capacidade para brincar com outras crianças.
• Atraso no desenvolvimento da fala e escrita.
• Atraso no desenvolvimento visual.
• Falta de coordenação motora.
• Dificuldade em aprender rimas/canções.
• Falta de interesse em livros impressos.
• Dificuldade em acompanhar histórias.
• Dificuldade com a memória imediata organização geral.
Dificuldades encontradas em crianças com dislexia:
• Dificuldade para ler orações e palavras simples.
• A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.
• As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por exemplo “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de uma língua, uma outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a seqüência de grafemas.
• Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.
• A ortografia é alterada, podendo estar ligada à chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).
• Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: como podem - pensam e reclamam - ela está vendo a forma correta e escreve exatamente o contrário?. Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente.
• As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo:“gato” por “casa”.
• Têm as crianças disléxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.
• Alteração na seqüência das letras que formam as sílabas e as palavras.
• Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homônimos, isto é, palavras semelhantes (seção, cessão e seção) são uma dificuldade nas crianças disléxicas.
• Os erros na separação das palavras.
• Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação e sem ritmo. Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não conseguem ter compreensão.
• Os disléxicos têm falha na construção gramatical, especialmente na elaboração de orações complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.
Tipos de dislexia:
DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança Articulatória.
DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-especial manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico oftalmologista.
DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos ao ler.
Lembre-se em observar:
• Alterações de grafia como a-o, e-d, h-n e e-d, por exemplo.
• As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
• As crianças disléxicas, ainda segundo o professor, apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como b-d. d-p, b-q, d-b, d-p, d-q, n-u e a-e. Ocorre também com os números 6;9;1;7;3;5, etc.
• Apresenta dificuldade em realizar cálculos por se atrapalhar com a grafia numérica ou não compreende a situação problema a ser resolvida.
• Confusões com os sinais (+) adição e (x) multiplicação.
• A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: d-t e c-q, por exemplo.
• Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, chamamos a atenção de educadores, e pais para as inversões de sílabas ou palavras como sol-los, som-mos bem como a adição ou omissão de sons como casa-casaco, repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.
Alfabetização do disléxico:
O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER são atividades da linguagem. FALAR E OUVIR são atividades com fundamentos biológicos. O método mais adequado tem sido o fonético e montagem de ”manuais” de alfabetização apropriada a criança disléxica.
A criança aprende a usar a linguagem falada, mas isto depende do:
• meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente.
• trato vocal.
• organização do cérebro.
• sensibilidade perceptual para falar os sons.
O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.
Estratégias que ajudam:
Uso freqüente de material concreto:
Relógio digital.
Calculadora.
Gravador.
Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha.
Uso de gravuras, fotografias.(a imagem é essencial para sua aprendizagem).
Material Curisineire / Material Dourado.
Folhas quadriculadas para matemática.
Máscara para leitura de texto.
Letras com várias texturas.
Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe.
Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
Suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas.
Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
Revisões devem ser freqüentes e importantes.
Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa.
Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes tipo: estude! precisa estudar mais! precisa melhorar!
Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.
Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.
Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima.
Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas.
Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas.
Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
Orientação aos pais:
A coisa mais importante a fazer: ajudar a melhorar a auto-estima.
Ofereça segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.
Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou psicopedagogo.
Explique que suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA e que você vai ajudá-lo a superá-las, mas que ele é o principal agente desta mudança.
Encoraje-o e encontre coisas em que se saia bem, estimulando-o nessas coisas.
Elogie por seus esforços, lembre-se como ele tem de esforçar-se muito para ter algum sucesso na leitura e na escrita.
Ajude-o nos seus trabalhos escolares, ou, em algumas lições em especial, com paciência (mas não escreva para ele, ou resolva suas tarefas de matemática).
Ajude-o a ser organizado.
Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como esportes, musica, fotografia, desenhos, etc.
Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente.
Não permita que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites. Uma coisa nada tem a ver com a outra!
Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga, Pedagoga e Psicopedagoga
Consultora Educacional
Escritora de livros sobre Educação Inclusiva
CRP 06/41029-6
marina@iron.com.br
Bibliografia:
Dislexia em questão - J. Ajuriaguerra - Ed. Artes Médicas
Dislexia-manual de leitura corretiva - Mabel Condemarin - Ed. Artes Médicas
Associação Brasileira de Dislexia – SP telefone: (011) 258-7568
Associação Nacional de Dislexia – RJ telefone (021) 529-2461
SITE: www.dislexia.org.br
Por: Dra. Clélia Argolo Estill - fonoaudióloga e psicopedagoga clínica
Dislexia, dificuldade na aprendizagem ou dificuldade de aprendizagem? Nem uma nem outra. É mais fácil conceituá-la através do que não é do que a definir pelo que é. Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tãopouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua escrita. A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo. É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem, para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente, sendo proveniente das funções corticais superiores.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros de linguagem, mas não é uma doenca neurológica. É freqüente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas histórias familiares.
O importante é aceitar-se a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão em boa companhia, junto a Einstein, Agatha Christie, Hans Christian Andersen, Nelson Rockefeller e Tom Cruise, entre muitos.
A boa compreensão da leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de desenvolvimento do pensamento e dos processamentos lingüísticos. Não é necessário destacar, é claro, a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem.
A primeira operação de leitura, a decodificação, tem como estrutura de pensamento operativo predominante o pensamento figurativo, aquele que se ocupa da construção das imagens visuais e auditivas — objeto, espaço e tempo.
O sucesso desta operação leitora inicial, a decodificação, vai depender da ação da percepção sobre o objeto a ser apreendido, no caso, a palavra escrita. É neste momento que se constróem as relações entre os sons e as formas, a ordenação sequencial das letras nas palavras e das palavras nas frases.
Quanto mais a linguagem escrita, leitura e escrita, se fazem necessárias mais a dislexia se revela, sendo confundida muitas vezes com problemas gerais de aprendizagem. Aí é que mora o perigo!
As dificuldades de aprendizagem, nestes casos, não são decorrentes de falhas no desenvolvimento do pensamento operativo, afetivo-emocional, ou sócio-cultural. São alterações decorrentes das dificuldades específicas no processamento lingüístico escrito, que tem a leitura e a escrita como suas ferramentas principais. O valor da intervenção precoce quando suspeitarmos da presença de fatores disléxicos, fala por si mesmo.
Há muitos sinais, visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente a dislexia. Citamos alguns entre tantos, tais como:
demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem, expressão e compreensão;
alterações persistentes na fala; dificuldades no desempenho motor, como jogar bola e pular corda; demora em aprender a dar laços, recortar, desenhar, escrever números e letras corretamente;
dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, organizar seqüências temporais;
dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, sílabas em palavras longas, dias da semana, meses do ano;
dificuldade em organizar-se espacialmente e distinguir entre direita e esquerda, em si e no espaço.
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale a pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e oral, e comparar as respostas. Freqüentemente encontramos respostas diferentes.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema e ter dificuldades lógico-matemáticas, quando exposta à situação de processar a mesma questão oralmente, poderá sair-se muito bem. É um caso a pensar. A pessoa com dislexia, na vida escolar, não mereceria ser atendida através de seus melhores canais de comunicação — a linguagem oral antecedendo a linguagem escrita?
Importante é pensar a dislexia como uma modalidade peculiar de processamento da linguagem, o que vem sendo cada vez mais pesquisado pelas ciências neuro-cognitivas, tendo a linguagem como vetor. A pessoa com dislexia, ou com fatores disléxicos, mereceria ser examinada e acompanhada por profissionais especializados em linguagem, para que não venham a ser confundidos os sintomas de distúrbios de linguagem com distúrbios de aprendizagem.
Vale relembrar — alguém não é apenas a dificuldade que apresenta, esta é só um detalhe de uma paisagem, rica, complexa e bela.
Dislexia
Marina S. Rodrigues Almeida
Dislexia - Marina S. Rodrigues Almeida
Definições:
DIS – distúrbio
LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem
DISLEXIA - dificuldades na leitura e escrita
A definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association - IDA, que diz:
Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples.
Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade.
Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem.
A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.
Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.
Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação a dominância cerebral.
A DISLEXIA é uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência.
A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio. Refere a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem.
A DISLEXIA é um transtorno, uma perturbação, uma dificuldade estável, isto é duradoura ou parcial e, portanto, temporária, do processo de leitura que se manifesta na insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem.”
A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1.
A DISLEXIA é caracterizada por dificuldades na leitura, escrita (ortografia e semântica), matemática (geometria, cálculo), atraso na aquisição da linguagem, comprometimento da discriminação visual e auditiva e da memória seqüencial .”
Etiologia:
A rigor, não há nenhuma segurança em afirmar uma ou outra etiologia para a causa da dislexia, mas há algumas situações que foram descartadas:
Em hipótese alguma o disléxico tem comprometimento intelectual. Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, existencial e pictórica. O disléxico teria sua inteligência mais predisposta à inteligência corporal-cinestésica, musical, espacial.
Quanto ao emocional, é preciso avaliar muito bem. Pode haver um comprometimento do emocional como conseqüência das dificuldades da dislexia, mas nunca como causa única.
A criança dislexia não tem perda auditiva.
Há vários estudos:
A) Uma falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os grafemas, isto é, as letras ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no âmbito da palavra.
B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das palavras.
C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito.
D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação lingüística.
E) Implicações relação afetiva materno-filial, o que pode entravar a necessidade da linguagem, e mais tarde a aprendizagem da leitura e escrita.
Sinais encontrados em disléxicos
Desde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas que a criança é disléxica. Eles não são suficientes para se fechar um diagnóstico, mas vale prestar atenção:
• Fraco desenvolvimento da atenção.
• Falta de capacidade para brincar com outras crianças.
• Atraso no desenvolvimento da fala e escrita.
• Atraso no desenvolvimento visual.
• Falta de coordenação motora.
• Dificuldade em aprender rimas/canções.
• Falta de interesse em livros impressos.
• Dificuldade em acompanhar histórias.
• Dificuldade com a memória imediata organização geral.
Dificuldades encontradas em crianças com dislexia:
• Dificuldade para ler orações e palavras simples.
• A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.
• As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial, por exemplo “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática dos léxicos de uma língua, uma outra coisa é, sem intencionalidade, a criança ou adulto trocar a seqüência de grafemas.
• Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por/ b /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.
• A ortografia é alterada, podendo estar ligada à chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).
• Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: como podem - pensam e reclamam - ela está vendo a forma correta e escreve exatamente o contrário?. Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente.
• As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem, por exemplo:“gato” por “casa”.
• Têm as crianças disléxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita.
• Alteração na seqüência das letras que formam as sílabas e as palavras.
• Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os homônimos, isto é, palavras semelhantes (seção, cessão e seção) são uma dificuldade nas crianças disléxicas.
• Os erros na separação das palavras.
• Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação e sem ritmo. Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não conseguem ter compreensão.
• Os disléxicos têm falha na construção gramatical, especialmente na elaboração de orações complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da redação espontânea.
Tipos de dislexia:
DISLEXIA ACÚSTICA: manifesta-se na insuficiência para a diferenciação acústica (sonora ou fonética) dos fonemas e na análise e síntese dos mesmos, ocorrendo omissões, distorções, transposições ou substituições de fonemas. Confundem-se os fonemas por sua semelhança Articulatória.
DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-especial manifestando-se na confusão de letras com semelhança gráfica. Não temos dúvida que o primeiro procedimento dos pais e educadores é levar a criança a um médico oftalmologista.
DISLEXIA MOTRIZ: evidencia-se na dificuldade para o movimento ocular. Há uma nítida limitação do campo visual que provoca retrocessos e principalmente intervalos mudos ao ler.
Lembre-se em observar:
• Alterações de grafia como a-o, e-d, h-n e e-d, por exemplo.
• As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
• As crianças disléxicas, ainda segundo o professor, apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como b-d. d-p, b-q, d-b, d-p, d-q, n-u e a-e. Ocorre também com os números 6;9;1;7;3;5, etc.
• Apresenta dificuldade em realizar cálculos por se atrapalhar com a grafia numérica ou não compreende a situação problema a ser resolvida.
• Confusões com os sinais (+) adição e (x) multiplicação.
• A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: d-t e c-q, por exemplo.
• Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, chamamos a atenção de educadores, e pais para as inversões de sílabas ou palavras como sol-los, som-mos bem como a adição ou omissão de sons como casa-casaco, repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.
Alfabetização do disléxico:
O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER são atividades da linguagem. FALAR E OUVIR são atividades com fundamentos biológicos. O método mais adequado tem sido o fonético e montagem de ”manuais” de alfabetização apropriada a criança disléxica.
A criança aprende a usar a linguagem falada, mas isto depende do:
• meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente.
• trato vocal.
• organização do cérebro.
• sensibilidade perceptual para falar os sons.
O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.
Estratégias que ajudam:
Uso freqüente de material concreto:
Relógio digital.
Calculadora.
Gravador.
Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha.
Uso de gravuras, fotografias.(a imagem é essencial para sua aprendizagem).
Material Curisineire / Material Dourado.
Folhas quadriculadas para matemática.
Máscara para leitura de texto.
Letras com várias texturas.
Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe.
Ela não deve ser forçada a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
Suas habilidades devem ser julgadas mais em sua respostas orais do que nas escritas.
Sempre que possível , a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
Revisões devem ser freqüentes e importantes.
Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa.
Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes tipo: estude! precisa estudar mais! precisa melhorar!
Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.
Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.
Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima.
Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas.
Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas.
Uma língua estrangeira é muito difícil para eles, faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
Orientação aos pais:
A coisa mais importante a fazer: ajudar a melhorar a auto-estima.
Ofereça segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.
Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou psicopedagogo.
Explique que suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA e que você vai ajudá-lo a superá-las, mas que ele é o principal agente desta mudança.
Encoraje-o e encontre coisas em que se saia bem, estimulando-o nessas coisas.
Elogie por seus esforços, lembre-se como ele tem de esforçar-se muito para ter algum sucesso na leitura e na escrita.
Ajude-o nos seus trabalhos escolares, ou, em algumas lições em especial, com paciência (mas não escreva para ele, ou resolva suas tarefas de matemática).
Ajude-o a ser organizado.
Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como esportes, musica, fotografia, desenhos, etc.
Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente.
Não permita que os problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites. Uma coisa nada tem a ver com a outra!
Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga, Pedagoga e Psicopedagoga
Consultora Educacional
Escritora de livros sobre Educação Inclusiva
CRP 06/41029-6
marina@iron.com.br
Bibliografia:
Dislexia em questão - J. Ajuriaguerra - Ed. Artes Médicas
Dislexia-manual de leitura corretiva - Mabel Condemarin - Ed. Artes Médicas
Associação Brasileira de Dislexia – SP telefone: (011) 258-7568
Associação Nacional de Dislexia – RJ telefone (021) 529-2461
SITE: www.dislexia.org.br
A criança com deficiência tem sexualidade como as outras. Tentar escondê-la é o que pode criar barreiras para seus prazeres
A criança com deficiência tem sexualidade como as outras. Tentar escondê-la é o que pode criar barreiras para seus prazeres
Alessander tinha 4 anos quando sua mãe o surpreendeu numa brincadeira com os primos. "Eles queriam ver se o pênis do meu filho era diferente porque ele tem síndrome de Down", conta Deisy Mohr Bauml. Nesse dia, ela se deu conta de que Alessander estava envolvido em explorações sexuais típicas da infância, que tinha sexualidade e precisava de orientação. A certeza veio um tempo depois num aviso da escola. "Havia uma queixa de que ele ficava se masturbando no recreio", diz Deisy. Ela foi convidada a observar o filho junto com a professora e ambas constataram que o menino não fazia nada demais. "Ele ficava de vez em quando com a mão no pênis, assim como os colegas, mas as pessoas viam nisso um distúrbio por ele ser deficiente", lembra a mãe. Deisy procurou a orientação de especialistas. Descobriu que em crianças com deficiência mental esse processo pode ser mais delicado porque elas percebem seu desenvolvimento corporal com atraso. Isso interfere no comportamento sexual, que fica exacerbado pela dificuldade que essa criança tem de se condicionar às normas sociais. "Sua energia e atenção precisam ser direcionadas para atividades que proporcionem prazer, como jogos e exercícios. Assim, ela não fica tão vulnerável aos estímulos de erotização", diz Deisy, que se tornou pedagoga especialista em educação sexual para crianças especiais.
Eles têm desejo
Para a pediatra Luci Pfeiffer Miranda, coordenadora do Grupo de Trabalho de Crianças e Adolescentes Especiais da Sociedade Brasileira de Pediatria, as mudanças físicas e hormonais que despertam para a sexualidade estão presentes na criança com deficiência seja qual for sua limitação. "A evolução dessa sexualidade depende da autonomia da criança para explorar seu corpo e das condições oferecidas a ela para se relacionar", explica Luci. O problema, segundo ela, é que a superproteção de muitos deficientes atinge também o campo sexual. "Muitos são tratados como assexuados. Crescem, mas continuam a ser vistos como bebês. A gente nota isso na forma como são vestidos. Não existe a preocupação de caracterizar a criança como menino ou menina", aponta Luci.
O psicólogo e educador sexual Fabiano Puhlmann lembra que quanto maior a orientação, mais recursos o deficiente mental terá para expressar seu desejo de forma adequada. "Ele precisa de informação e limites em doses maiores do que as outras crianças, mas isso não significa ter o desejo reprimido. Apenas ouvir mais vezes, por exemplo, que pode se masturbar no quarto sem ninguém ou no banheiro de portas fechadas, e não a qualquer hora e lugar na frente dos outros." A médica Luci diz que esse reforço é importante, pois o deficiente é dependente de carinho. "Essa criança é presa fácil de abusadores ou até de paixões de curta duração. Por isso, merece um olhar mais atento."
A criança que não enxerga tem desenvolvimento sexual normal. A diferença é que ela precisa de muita liberdade para descobrir seu corpo, pois é essa exploração que lhe permite sentir as mudanças físicas. "Se ela é reprimida, ficará insegura sobre como é e como os outros a vêem", diz a pediatra Luci. Os pais devem valorizar as transformações para o filho, indicar que ele está crescendo e conversar sobre como essas mudanças o preparam para a vida sexual. "Os pais não podem tratá-lo como um bobinho. A idéia de que deve ser protegido dos outros é equivocada. A ausência de visão o faz ter percepção mais aguçada do que a nossa para a presença de alguém", explica a médica.
Amor sem voz
Para a criança surda, o problema maior é a dificuldade de se comunicar. "Desde cedo os pais precisam ajudá-la, menos com palavras e mais com exemplos que a estimulem a construir uma linguagem própria para suas sensações e a identificar os sentimentos dos outros", explica Nancy Maria Pinto Milani, que trabalha na Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência do Banco do Brasil, em Curitiba. Se isso não ocorrer, a criança surda tende a basear sua atração pelas pessoas em aspectos externos. "Ela se envolve com o primeiro que lhe dá atenção e demonstra carinho. Com isso, corre o risco de não ser compreendida, e desenvolve o medo da rejeição. Vai então limitar suas aproximações, procurando em geral outro deficiente auditivo", diz.
Atração sobre rodas
Com o deficiente físico um parceiro igualmente deficiente não é a preferência ideal. "Por uma questão de bom senso. Imagine duas cadeiras de rodas num motel", brinca o psicólogo Fabiano Puhlmann, que se tornou paraplégico aos 19 anos e escreveu o livro Revolução Sexual sobre Rodas - Conquistando o Afeto e a Autonomia (Editora O Nome da Rosa, 2000). Segundo ele, nada impede o deficiente físico de ter vida sexual normal. "Com o avanço da medicina e dos recursos tecnológicos de reabilitação, 99% dos casos de lesão medular têm tratamento e permitem sexualidade ativa. Quando isso não existe, é por questões psicológicas", diz. Ele aponta a atitude de muitos pais, de esconder o filho com deficiência, como responsável pelas barreiras emocionais. "A criança tem de aprender que pode e deve ser vaidosa, fazer qualquer coisa para se sentir bonita. À medida que tiver prazer com seu corpo, terá prazer com o sexo." A sexualidade é igual para todos. "Cabe à família e à escola valorizar essa questão e orientar a criança deficiente com informação", resume a psicóloga Susete Figueiredo Bacchereti, orientadora de projetos de educação sexual para deficientes em escolas.
Orientação sexual
Instituto Beneficente Nosso Lar, São Paulo, Tel. (11) 272-5266
Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana, com serviço gratuito de orientação sexual pelo Tel. 0800-552533, das 9 às 20 horas, de segunda à sexta-feira, ou pelo site http://www.sosex.org.br/
Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, Rio de Janeiro, Tel. (21) 2494-1087/2493-9657; http://www.sbrash.org.br/
Revolução Sexual sobre Rodas - Conquistando o Afeto e a Autonomia, da Editora O Nome da Rosa, 2000, de Fabiano Puhlmann, R$ 18, a partir de 12 anos, Tel. (11) 3817-5000
Alessander tinha 4 anos quando sua mãe o surpreendeu numa brincadeira com os primos. "Eles queriam ver se o pênis do meu filho era diferente porque ele tem síndrome de Down", conta Deisy Mohr Bauml. Nesse dia, ela se deu conta de que Alessander estava envolvido em explorações sexuais típicas da infância, que tinha sexualidade e precisava de orientação. A certeza veio um tempo depois num aviso da escola. "Havia uma queixa de que ele ficava se masturbando no recreio", diz Deisy. Ela foi convidada a observar o filho junto com a professora e ambas constataram que o menino não fazia nada demais. "Ele ficava de vez em quando com a mão no pênis, assim como os colegas, mas as pessoas viam nisso um distúrbio por ele ser deficiente", lembra a mãe. Deisy procurou a orientação de especialistas. Descobriu que em crianças com deficiência mental esse processo pode ser mais delicado porque elas percebem seu desenvolvimento corporal com atraso. Isso interfere no comportamento sexual, que fica exacerbado pela dificuldade que essa criança tem de se condicionar às normas sociais. "Sua energia e atenção precisam ser direcionadas para atividades que proporcionem prazer, como jogos e exercícios. Assim, ela não fica tão vulnerável aos estímulos de erotização", diz Deisy, que se tornou pedagoga especialista em educação sexual para crianças especiais.
Eles têm desejo
Para a pediatra Luci Pfeiffer Miranda, coordenadora do Grupo de Trabalho de Crianças e Adolescentes Especiais da Sociedade Brasileira de Pediatria, as mudanças físicas e hormonais que despertam para a sexualidade estão presentes na criança com deficiência seja qual for sua limitação. "A evolução dessa sexualidade depende da autonomia da criança para explorar seu corpo e das condições oferecidas a ela para se relacionar", explica Luci. O problema, segundo ela, é que a superproteção de muitos deficientes atinge também o campo sexual. "Muitos são tratados como assexuados. Crescem, mas continuam a ser vistos como bebês. A gente nota isso na forma como são vestidos. Não existe a preocupação de caracterizar a criança como menino ou menina", aponta Luci.
O psicólogo e educador sexual Fabiano Puhlmann lembra que quanto maior a orientação, mais recursos o deficiente mental terá para expressar seu desejo de forma adequada. "Ele precisa de informação e limites em doses maiores do que as outras crianças, mas isso não significa ter o desejo reprimido. Apenas ouvir mais vezes, por exemplo, que pode se masturbar no quarto sem ninguém ou no banheiro de portas fechadas, e não a qualquer hora e lugar na frente dos outros." A médica Luci diz que esse reforço é importante, pois o deficiente é dependente de carinho. "Essa criança é presa fácil de abusadores ou até de paixões de curta duração. Por isso, merece um olhar mais atento."
A criança que não enxerga tem desenvolvimento sexual normal. A diferença é que ela precisa de muita liberdade para descobrir seu corpo, pois é essa exploração que lhe permite sentir as mudanças físicas. "Se ela é reprimida, ficará insegura sobre como é e como os outros a vêem", diz a pediatra Luci. Os pais devem valorizar as transformações para o filho, indicar que ele está crescendo e conversar sobre como essas mudanças o preparam para a vida sexual. "Os pais não podem tratá-lo como um bobinho. A idéia de que deve ser protegido dos outros é equivocada. A ausência de visão o faz ter percepção mais aguçada do que a nossa para a presença de alguém", explica a médica.
Amor sem voz
Para a criança surda, o problema maior é a dificuldade de se comunicar. "Desde cedo os pais precisam ajudá-la, menos com palavras e mais com exemplos que a estimulem a construir uma linguagem própria para suas sensações e a identificar os sentimentos dos outros", explica Nancy Maria Pinto Milani, que trabalha na Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de Deficiência do Banco do Brasil, em Curitiba. Se isso não ocorrer, a criança surda tende a basear sua atração pelas pessoas em aspectos externos. "Ela se envolve com o primeiro que lhe dá atenção e demonstra carinho. Com isso, corre o risco de não ser compreendida, e desenvolve o medo da rejeição. Vai então limitar suas aproximações, procurando em geral outro deficiente auditivo", diz.
Atração sobre rodas
Com o deficiente físico um parceiro igualmente deficiente não é a preferência ideal. "Por uma questão de bom senso. Imagine duas cadeiras de rodas num motel", brinca o psicólogo Fabiano Puhlmann, que se tornou paraplégico aos 19 anos e escreveu o livro Revolução Sexual sobre Rodas - Conquistando o Afeto e a Autonomia (Editora O Nome da Rosa, 2000). Segundo ele, nada impede o deficiente físico de ter vida sexual normal. "Com o avanço da medicina e dos recursos tecnológicos de reabilitação, 99% dos casos de lesão medular têm tratamento e permitem sexualidade ativa. Quando isso não existe, é por questões psicológicas", diz. Ele aponta a atitude de muitos pais, de esconder o filho com deficiência, como responsável pelas barreiras emocionais. "A criança tem de aprender que pode e deve ser vaidosa, fazer qualquer coisa para se sentir bonita. À medida que tiver prazer com seu corpo, terá prazer com o sexo." A sexualidade é igual para todos. "Cabe à família e à escola valorizar essa questão e orientar a criança deficiente com informação", resume a psicóloga Susete Figueiredo Bacchereti, orientadora de projetos de educação sexual para deficientes em escolas.
Orientação sexual
Instituto Beneficente Nosso Lar, São Paulo, Tel. (11) 272-5266
Instituto Kaplan - Centro de Estudos da Sexualidade Humana, com serviço gratuito de orientação sexual pelo Tel. 0800-552533, das 9 às 20 horas, de segunda à sexta-feira, ou pelo site http://www.sosex.org.br/
Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, Rio de Janeiro, Tel. (21) 2494-1087/2493-9657; http://www.sbrash.org.br/
Revolução Sexual sobre Rodas - Conquistando o Afeto e a Autonomia, da Editora O Nome da Rosa, 2000, de Fabiano Puhlmann, R$ 18, a partir de 12 anos, Tel. (11) 3817-5000
As Nove Pequenas Coisas
As Nove Pequenas Coisas que os Pais, Avós, Professores e outros parentes, dispostos a ajudar, podem fazer para auxiliar seus pequenos a aprenderem e a criar neles o gosto pela leitura.
1. Leia em Voz Alta, para seu filho diáriamente. Do nascimento até os seis meses, ele provávelmente não vai entender nada do que você está lendo, mas tudo bem assim mesmo.
A idéia é que ele fique familiarizado com o som de sua voz e se acostume a ver e a tocar em Livros.
2. Para começar, use Livros Ilustrados sem textos ou com bem poucas palavras. Aponte para as cores e figuras e diga seus nomes. Livros simples podem ensinar a criança coisas que mais tarde vão ajudá-la a aprender a ler.
Por exemplo, ela aprenderá sobre a estrutura da linguagem - que existem espaços entre as palavras e que a escrita vai da esquerda para a direita.
3. Conte Histórias. Encoraje sua criança a fazer perguntas e a falar sobre a história que acabou de ouvir. Pergunte-lhe se pode adivinhar o que vai acontecer em seguida conforme for contando a história, com os personagens ou coisas da trama. Aponte para as coisas no livro que ela possa associar com o seu dia a dia. "Veja este desenho de macaco. Você lembra do macaco que vimos no Circo?"
4. Procure por Programas de Leitura. Se você não for um bom leitor, programas voluntários ou governamentais, na sua comunidade ou cidade, voltados para o desenvolvimento da leitura, lhe darão a oportunidade de melhorar sua própria leitura ou então ler para seu filho. Amigos e parentes podem também ler para seu filho, e também pessoas voluntárias que na maioria dos centros comunitários ou outras instituições estão disponíveis e gostam de fazer isso.
5. Compre um Dicionário Infantil. Procure por um que tenha figuras ao lado das palavras. Então começe a desenvolver o hábito de brincando com a criança, provocá-la dizendo frases tais como: "Vamos descobrir o que isto significa?"
6. Faça com que Materiais de Escrever, tais como lápis, giz de cera, lápis coloridos, canetas, etc, estejam sempre disponíveis e a vista de todos.
7. Procure assistir programas Educativos na TV e Vídeo. Programas infantis onde a criança possa se divertir, aprender o alfabeto e os sons de cada letra.
8. Visite com frequencia uma Biblioteca. Começe fazendo visitas semanais à biblioteca ou livraria quando seu filho for ainda muito pequeno. Se possível cuide para que ele tenha seu próprio cartão de acesso e empréstimo de livros da biblioteca. Muitas bibliotecas permitem que crianças tenham seus próprios cartões personalizados com seu nome impresso, caso ela queira, exigindo apenas que um adulto seja o responsável e assine por ela.
9. Leia você mesmo. O que você faz serve de exemplo para o seu filho.
1. Leia em Voz Alta, para seu filho diáriamente. Do nascimento até os seis meses, ele provávelmente não vai entender nada do que você está lendo, mas tudo bem assim mesmo.
A idéia é que ele fique familiarizado com o som de sua voz e se acostume a ver e a tocar em Livros.
2. Para começar, use Livros Ilustrados sem textos ou com bem poucas palavras. Aponte para as cores e figuras e diga seus nomes. Livros simples podem ensinar a criança coisas que mais tarde vão ajudá-la a aprender a ler.
Por exemplo, ela aprenderá sobre a estrutura da linguagem - que existem espaços entre as palavras e que a escrita vai da esquerda para a direita.
3. Conte Histórias. Encoraje sua criança a fazer perguntas e a falar sobre a história que acabou de ouvir. Pergunte-lhe se pode adivinhar o que vai acontecer em seguida conforme for contando a história, com os personagens ou coisas da trama. Aponte para as coisas no livro que ela possa associar com o seu dia a dia. "Veja este desenho de macaco. Você lembra do macaco que vimos no Circo?"
4. Procure por Programas de Leitura. Se você não for um bom leitor, programas voluntários ou governamentais, na sua comunidade ou cidade, voltados para o desenvolvimento da leitura, lhe darão a oportunidade de melhorar sua própria leitura ou então ler para seu filho. Amigos e parentes podem também ler para seu filho, e também pessoas voluntárias que na maioria dos centros comunitários ou outras instituições estão disponíveis e gostam de fazer isso.
5. Compre um Dicionário Infantil. Procure por um que tenha figuras ao lado das palavras. Então começe a desenvolver o hábito de brincando com a criança, provocá-la dizendo frases tais como: "Vamos descobrir o que isto significa?"
6. Faça com que Materiais de Escrever, tais como lápis, giz de cera, lápis coloridos, canetas, etc, estejam sempre disponíveis e a vista de todos.
7. Procure assistir programas Educativos na TV e Vídeo. Programas infantis onde a criança possa se divertir, aprender o alfabeto e os sons de cada letra.
8. Visite com frequencia uma Biblioteca. Começe fazendo visitas semanais à biblioteca ou livraria quando seu filho for ainda muito pequeno. Se possível cuide para que ele tenha seu próprio cartão de acesso e empréstimo de livros da biblioteca. Muitas bibliotecas permitem que crianças tenham seus próprios cartões personalizados com seu nome impresso, caso ela queira, exigindo apenas que um adulto seja o responsável e assine por ela.
9. Leia você mesmo. O que você faz serve de exemplo para o seu filho.
Pode-se escrever
Pode-se escrever
(Pedro Oom)
Pode-se escrever sem ortografia
Pode-se escrever sem sintaxe
Pode-se escrever sem português
Pode-se escrever numa língua sem saber essa língua
Pode-se escrever sem saber escrever
Pode-se pegar na caneta sem haver escrita
Pode-se pegar na escrita sem haver caneta
Pode-se pegar na caneta sem haver caneta
Pode-se escrever sem caneta
Pode-se sem caneta escrever caneta
Pode-se sem escrever escrever plume
Pode-se escrever sem escrever
Pode-se escrever sem sabermos nada
Pode-se nada sem sabermos
Pode-se escrever sabermos sem nada
Pode-se escrever nada
Pode-se escrever com nada
Pode-se escrever sem nada
Pode-se não escrever..
Hipótese pré-silábica
A criança não registra traços no papel com a intenção de realizar o registro sonoro do que foi proposto para a escrita
Nível 1 – Escrita indiferenciada
Baixa diferenciação entre a grafia de uma palavra e outra;
Traços semelhantes entre si;
Traços descontínuos – se a criança tem maior contato com letras de imprensa;
Traços contínuos – se a criança tem mais contato com a escrita com letra cursiva;
O que diferencia uma palavra da outra é a intenção do produtor, portanto, a interpretação só poderá ser feita por quem escreveu;
Muitas vezes a criança não consegue identificar o que escreveu – leitura instável;
Costumam grafar palavras de acordo com o tamanho do que está representando;
Algumas vezes usam como estratégia o pareamento de desenhos com as palavras – para poder ler com mais segurança – mas também pode caracterizar uma certa insegurança ao decidir que letras deva usar. Essa dificuldade acontece porque ainda não compreendem a função da escrita e confundem o que é escrita com desenhos.
Nível 2 – Diferenciação da escrita
A característica principal das escritas desse nível é a tentativa sistemática de criar diferenciações entre os grafismos produzidos; mas a escrita continua não analisável em partes levando a criança a interpretá-la globalmente;
Hipótese da quantidade mínima de caracteres e a necessidade de variá-los;
Já possuem a intenção de objetivar as diferenças do significados das palavras;
Arranjam as letras que conhecem – por poucas que sejam
Na figura abaixo, Bárbara demonstra notável aquisição cognitiva quando arranja as 6 letras que conhece (I-E-A-F-L-P) de forma a representar as palavras sugeridas
Nesta idade ainda não tem mecanismo para comparar palavras que não estejam próximas.
Neste nível poderá ter se apropriado de algumas escritas estáveis – principalmente do próprio nome
Hipótese silábica
A criança inicia a tentativa de estabelecer relações entre o contexto sonoro da linguagem e o contexto gráfico do registro;
A estratégia da criança é a de atribuir a cada letra ou marca escrita o registro de uma sílaba falada; essa marca poderá ser uma letra (com valor sonoro convencional ou não), pseudoletra, número;
A criança começa a perceber que a escrita representa partes sonoras da fala;
Conflito, principalmente quando tem que escrever palavras monossílabas – para eles é necessário um número mínimo de letras para cada palavra;
Muitas vezes enxertam letras no meio ou final das palavras para que possa parecer estar escrito uma palavra correta;
Não é necessário empregar o valor sonoro convencional das letras – P poderá representar a sílaba BA, por exemplo.
Esse conflito (número mínimo de letra), acaba por ser deixado de lado, num determinado momento da evolução da criança predominando apenas a lógica da hipótese silábica .
Hipótese silábico-alfabética
Neste nível a criança utiliza a hipótese silábica e alfabética da escrita, ao mesmo tempo - momento de transição: a criança não abandonou a hipótese anterior, mas já ensaia novos avanços.
Esses avanços só podem ocorrer se forem oferecidas informações às crianças através de formas fixas que permitam o refinamento da aprendizagem do valor sonoro convencional das letras e das oportunidades de comparar os diversos modos de interpretação da mesma escrita.
Hipótese alfabética
Aqui a criança já venceu todos os obstáculos conceituais para a compreensão da escrita – cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba – e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever.
Não há a superação total dos problemas – ainda não domina as regras normativas da ortografia.
Nesta produção, a criança dominou o código da escrita, mas não as regras ortográficas – perceba que ela não teve medo de escrever, o que não ocorre com a maioria das crianças quando iniciam a escolaridade;
Essa inconstância com a ortografia não é permanente e a superação das falas depende de ensino sistemático, já que não são dedutíveis como a construção da escrita.
Observações Importantes
• O tempo necessário para avançar de um nível para outro varia muito.
• A evolução pode ser facilitada pela atuação significativa do educador, sempre atento às necessidades observadas no desempenho de cada estudante, organizando atividades adequadas e colocando, oportunamente, os conflitos que conduzirão ao nível seguinte.
• O uso da metodologia contrastiva, permitindo que a criança confronte sua hipótese de escrita com a forma padrão (nos diversos materiais de leitura já conhecidos) são um importante recurso para a estabilização da escrita ortográfica.
• A sistematização do processo de alfabetização se dará ao longo dos anos subseqüentes.
• Na medida em que a criança adquire segurança no contato prazeroso, contextualizado e significativo com a língua escrita, sua leitura torna-se mais fluente e compreensiva.
• Por meio da leitura, o estudante assimila, aos poucos, as convenções ortográficas e gramaticais, adquirindo competência escritora compatível com as exigências da escrita socialmente aceita.
• Desenvolve-se, assim, o gosto e o interesse pela leitura e a habilidade de inferir, interpretar e extrapolar as idéias do autor, formando-se o leitor crítico.
Importância da sondagem
É por meio da sondagem que o professor poderá conhecer as hipóteses das crianças sobre a língua escrita e dessa forma planejar as atividades, organizar as duplas e os grupos de acordo com as necessidades de cada criança. A sondagem é uma atividade essencial para que o professor conheça o quê e como cada criança está pensando. Deve ser feita individualmente e sempre com palavras e atividades inéditas.
Palavras de um mesmo campo semântico (animais da floresta, doces, frutas, material escolar...)
1 palavra polissílaba - 1 palavra trissílaba - 1 palavra dissílaba - 1 palavra monossílaba - 1 frase com uma das palavras ditadas.
A sondagem deve ser feita com uma certa regularidade, uma vez a cada 15 dias ou uma vez por mês, para que o professor possa acompanhar as etapas de cada criança. Neste caso, o professor não deve interferir na escrita da criança.
Agrupamentos significativos:
Pré-silábicos com silábicos
Silábicos s/ valor sonoro com silábicos c/ valor sonoro
Silábicos com valor sonoro com silábicos alfabéticos
Silábicos alfabéticos com alfabéticos (ortográficos ou não)
Alfabéticos não ortográficos com alfabéticos ortográficos
Sugestões de atividades para o nível pré silábico
• iniciar pelos nomes das crianças escritos em crachás, listados no quadro ou em cartazes;
•identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem pertencer às crianças menores e vice-versa;
•classificar os nomes pelo som inicial ou por outros critérios;
•organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou desenhos;
•criar jogos com os nomes (“lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo);
•fazer contagem das letras e confronto dos nomes; confeccionar gráficos de colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho (número de letras).
•Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alunos: rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras conhecidas).
Atividades para nível silábico em diante:
•fazer listas e ditados variados (de estudantes ausentes/ presentes, livros de histórias, ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um projeto);
•usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
•organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras aprendidas, diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com ilustrações e legendas;
• propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias, histórias, pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.
Descubra para que nível são esses jogos
1- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, substitui uma letra por outra que não faça parte da palavra. A criança deve localizar essas 7 substituição.
2- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, inverte a ordem de 2 letras (ex: cachorro – cachroro). A criança deve achar esses 7 erros.
3- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, omite uma letra. O aluno deve localizar os 7 erros.
4- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, acrescenta 1 letra que não existe. A criança deve localizar quais são elas.
5- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e substitui 7 palavras por outras, que não façam parte do texto. O aluno deve achar quais são elas.
6- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e omite 7 palavras. O aluno deve descobrir quais são elas.
7- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e inverte a ordem de 7 palavras. O aluno deve localizar essas inversões.
8- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e acrescenta 7 palavras que não façam parte dele. A criança deve localizar quais são elas.
9- Caça palavras: a profª monta o quadro e dá só uma pista: “Ache 5 nomes de animais” por exemplo.
10- Caça palavras: a profª monta o quadro e escreve, ao lado, as palavras que o aluno deve achar.
11- Caça palavras no texto: a profª dá um texto ao aluno e destaca palavras a serem encontradas por ele, dentro do texto.
12- Jogo da memória: o par deve ser composto pela escrita da mesma palavra nas duas peças, sendo uma em letra bastão, e a outra, cursiva.
13- Jogo da memória: o par deve ser idêntico e, em ambas as peças, deve haver a figura acompanhada do nome.
14- Jogo da memória: o par deve ser composto por uma peça contendo a figura, e a outra, o seu nome.
15- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz uma tabela com todas as palavras da cruzadinha em ordem aleatória. Assim, a criança consulta a tabela e “descobre” quais são os nomes pelo número de letras, letra inicial, final, etc.
16- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz um quadro com todos os desenhos e seus respectivos nomes, para que a criança só precise copiá-los, letra a letra.
17- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança escreva seus nomes.
18- Bingo de letras: as cartelas devem conter letras variadas. Algumas podem conter só letras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos, misturadas.
19- Bingo de palavras: as cartelas devem conter palavras variadas. Algumas podem conter só palavras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos.
20- Bingo: a profª deve eleger uma palavra iniciada por cada letra do alfabeto e distribuí-las, aleatoriamente, entre as cartelas. (+/- 6 palavras por cartela). A profª sorteia a letra e o aluno assinala a palavra sorteada por ela.
21- Bingo: as cartelas devem conter letras variadas. A profª dita palavras e a criança deve procurar, em sua cartela, a inicial da palavra ditada.
22- Quebra cabeça de rótulos: a profª monta quebra cabeças de rótulos e logomarcas conhecidas e, na hora de montar, estimula a criança a pensar sobre a “ordem das letras”
23- Dominó de palavras: em cada parte da peça deve estar uma palavra, com a respectiva ilustração.
24- Ache o estranho: a profª recorta, de revistas, rótulos, logomarcas, embalagens, etc. Agrupa-os por categoria, deixando sempre um “estranho” (ex: 3 alimentos e um produto de limpeza; 4 coisas geladas e 1 quente; 3 marcas começadas por “A” e uma por “J”; 4 marcas com 3 letras e 1 com 10, etc.) Cola cada grupo em uma folha, e pede ao aluno para achar o estranho.
25- Procure seu irmão: os pares devem ser um rótulo ou logomarca conhecidos e, seu respectivo nome, em letra bastão.
26- “Procure seu irmão”: os pares devem ser uma figura e sua respectiva inicial.
(Pedro Oom)
Pode-se escrever sem ortografia
Pode-se escrever sem sintaxe
Pode-se escrever sem português
Pode-se escrever numa língua sem saber essa língua
Pode-se escrever sem saber escrever
Pode-se pegar na caneta sem haver escrita
Pode-se pegar na escrita sem haver caneta
Pode-se pegar na caneta sem haver caneta
Pode-se escrever sem caneta
Pode-se sem caneta escrever caneta
Pode-se sem escrever escrever plume
Pode-se escrever sem escrever
Pode-se escrever sem sabermos nada
Pode-se nada sem sabermos
Pode-se escrever sabermos sem nada
Pode-se escrever nada
Pode-se escrever com nada
Pode-se escrever sem nada
Pode-se não escrever..
Hipótese pré-silábica
A criança não registra traços no papel com a intenção de realizar o registro sonoro do que foi proposto para a escrita
Nível 1 – Escrita indiferenciada
Baixa diferenciação entre a grafia de uma palavra e outra;
Traços semelhantes entre si;
Traços descontínuos – se a criança tem maior contato com letras de imprensa;
Traços contínuos – se a criança tem mais contato com a escrita com letra cursiva;
O que diferencia uma palavra da outra é a intenção do produtor, portanto, a interpretação só poderá ser feita por quem escreveu;
Muitas vezes a criança não consegue identificar o que escreveu – leitura instável;
Costumam grafar palavras de acordo com o tamanho do que está representando;
Algumas vezes usam como estratégia o pareamento de desenhos com as palavras – para poder ler com mais segurança – mas também pode caracterizar uma certa insegurança ao decidir que letras deva usar. Essa dificuldade acontece porque ainda não compreendem a função da escrita e confundem o que é escrita com desenhos.
Nível 2 – Diferenciação da escrita
A característica principal das escritas desse nível é a tentativa sistemática de criar diferenciações entre os grafismos produzidos; mas a escrita continua não analisável em partes levando a criança a interpretá-la globalmente;
Hipótese da quantidade mínima de caracteres e a necessidade de variá-los;
Já possuem a intenção de objetivar as diferenças do significados das palavras;
Arranjam as letras que conhecem – por poucas que sejam
Na figura abaixo, Bárbara demonstra notável aquisição cognitiva quando arranja as 6 letras que conhece (I-E-A-F-L-P) de forma a representar as palavras sugeridas
Nesta idade ainda não tem mecanismo para comparar palavras que não estejam próximas.
Neste nível poderá ter se apropriado de algumas escritas estáveis – principalmente do próprio nome
Hipótese silábica
A criança inicia a tentativa de estabelecer relações entre o contexto sonoro da linguagem e o contexto gráfico do registro;
A estratégia da criança é a de atribuir a cada letra ou marca escrita o registro de uma sílaba falada; essa marca poderá ser uma letra (com valor sonoro convencional ou não), pseudoletra, número;
A criança começa a perceber que a escrita representa partes sonoras da fala;
Conflito, principalmente quando tem que escrever palavras monossílabas – para eles é necessário um número mínimo de letras para cada palavra;
Muitas vezes enxertam letras no meio ou final das palavras para que possa parecer estar escrito uma palavra correta;
Não é necessário empregar o valor sonoro convencional das letras – P poderá representar a sílaba BA, por exemplo.
Esse conflito (número mínimo de letra), acaba por ser deixado de lado, num determinado momento da evolução da criança predominando apenas a lógica da hipótese silábica .
Hipótese silábico-alfabética
Neste nível a criança utiliza a hipótese silábica e alfabética da escrita, ao mesmo tempo - momento de transição: a criança não abandonou a hipótese anterior, mas já ensaia novos avanços.
Esses avanços só podem ocorrer se forem oferecidas informações às crianças através de formas fixas que permitam o refinamento da aprendizagem do valor sonoro convencional das letras e das oportunidades de comparar os diversos modos de interpretação da mesma escrita.
Hipótese alfabética
Aqui a criança já venceu todos os obstáculos conceituais para a compreensão da escrita – cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba – e realiza sistematicamente uma análise sonora dos fonemas das palavras que vai escrever.
Não há a superação total dos problemas – ainda não domina as regras normativas da ortografia.
Nesta produção, a criança dominou o código da escrita, mas não as regras ortográficas – perceba que ela não teve medo de escrever, o que não ocorre com a maioria das crianças quando iniciam a escolaridade;
Essa inconstância com a ortografia não é permanente e a superação das falas depende de ensino sistemático, já que não são dedutíveis como a construção da escrita.
Observações Importantes
• O tempo necessário para avançar de um nível para outro varia muito.
• A evolução pode ser facilitada pela atuação significativa do educador, sempre atento às necessidades observadas no desempenho de cada estudante, organizando atividades adequadas e colocando, oportunamente, os conflitos que conduzirão ao nível seguinte.
• O uso da metodologia contrastiva, permitindo que a criança confronte sua hipótese de escrita com a forma padrão (nos diversos materiais de leitura já conhecidos) são um importante recurso para a estabilização da escrita ortográfica.
• A sistematização do processo de alfabetização se dará ao longo dos anos subseqüentes.
• Na medida em que a criança adquire segurança no contato prazeroso, contextualizado e significativo com a língua escrita, sua leitura torna-se mais fluente e compreensiva.
• Por meio da leitura, o estudante assimila, aos poucos, as convenções ortográficas e gramaticais, adquirindo competência escritora compatível com as exigências da escrita socialmente aceita.
• Desenvolve-se, assim, o gosto e o interesse pela leitura e a habilidade de inferir, interpretar e extrapolar as idéias do autor, formando-se o leitor crítico.
Importância da sondagem
É por meio da sondagem que o professor poderá conhecer as hipóteses das crianças sobre a língua escrita e dessa forma planejar as atividades, organizar as duplas e os grupos de acordo com as necessidades de cada criança. A sondagem é uma atividade essencial para que o professor conheça o quê e como cada criança está pensando. Deve ser feita individualmente e sempre com palavras e atividades inéditas.
Palavras de um mesmo campo semântico (animais da floresta, doces, frutas, material escolar...)
1 palavra polissílaba - 1 palavra trissílaba - 1 palavra dissílaba - 1 palavra monossílaba - 1 frase com uma das palavras ditadas.
A sondagem deve ser feita com uma certa regularidade, uma vez a cada 15 dias ou uma vez por mês, para que o professor possa acompanhar as etapas de cada criança. Neste caso, o professor não deve interferir na escrita da criança.
Agrupamentos significativos:
Pré-silábicos com silábicos
Silábicos s/ valor sonoro com silábicos c/ valor sonoro
Silábicos com valor sonoro com silábicos alfabéticos
Silábicos alfabéticos com alfabéticos (ortográficos ou não)
Alfabéticos não ortográficos com alfabéticos ortográficos
Sugestões de atividades para o nível pré silábico
• iniciar pelos nomes das crianças escritos em crachás, listados no quadro ou em cartazes;
•identificar o próprio nome e depois o de cada colega, percebendo que nomes maiores podem pertencer às crianças menores e vice-versa;
•classificar os nomes pelo som inicial ou por outros critérios;
•organizar os nomes em ordem alfabética, ou em “galerias” ilustradas com retratos ou desenhos;
•criar jogos com os nomes (“lá vai a barquinha”, dominó, memória, boliche, bingo);
•fazer contagem das letras e confronto dos nomes; confeccionar gráficos de colunas com os nomes seriados em ordem de tamanho (número de letras).
•Fazer estas mesmas atividades utilizando palavras do universo dos alunos: rótulos de produtos conhecidos ou recortes de revistas (propagandas, títulos, palavras conhecidas).
Atividades para nível silábico em diante:
•fazer listas e ditados variados (de estudantes ausentes/ presentes, livros de histórias, ingredientes para uma receita, nomes de animais, questões para um projeto);
•usar jogos e brincadeiras (forca, cruzadinhas, caça-palavras);
•organizar supermercados e feiras; fazer “dicionário” ilustrado com as palavras aprendidas, diário da turma, relatórios de atividades ou projetos com ilustrações e legendas;
• propor atividades em dupla (um dita e outro escreve), para reescrita de notícias, histórias, pesquisas, canções, parlendas e trava-línguas.
Descubra para que nível são esses jogos
1- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, substitui uma letra por outra que não faça parte da palavra. A criança deve localizar essas 7 substituição.
2- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, inverte a ordem de 2 letras (ex: cachorro – cachroro). A criança deve achar esses 7 erros.
3- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, omite uma letra. O aluno deve localizar os 7 erros.
4- Jogo dos 7 erros: a profª elabora uma lista de palavras e, em 7 delas, acrescenta 1 letra que não existe. A criança deve localizar quais são elas.
5- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e substitui 7 palavras por outras, que não façam parte do texto. O aluno deve achar quais são elas.
6- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e omite 7 palavras. O aluno deve descobrir quais são elas.
7- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e inverte a ordem de 7 palavras. O aluno deve localizar essas inversões.
8- Jogo dos 7 erros: a profª escreve um texto conhecido (musica, parlenda, etc.) e acrescenta 7 palavras que não façam parte dele. A criança deve localizar quais são elas.
9- Caça palavras: a profª monta o quadro e dá só uma pista: “Ache 5 nomes de animais” por exemplo.
10- Caça palavras: a profª monta o quadro e escreve, ao lado, as palavras que o aluno deve achar.
11- Caça palavras no texto: a profª dá um texto ao aluno e destaca palavras a serem encontradas por ele, dentro do texto.
12- Jogo da memória: o par deve ser composto pela escrita da mesma palavra nas duas peças, sendo uma em letra bastão, e a outra, cursiva.
13- Jogo da memória: o par deve ser idêntico e, em ambas as peças, deve haver a figura acompanhada do nome.
14- Jogo da memória: o par deve ser composto por uma peça contendo a figura, e a outra, o seu nome.
15- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz uma tabela com todas as palavras da cruzadinha em ordem aleatória. Assim, a criança consulta a tabela e “descobre” quais são os nomes pelo número de letras, letra inicial, final, etc.
16- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança pôr o nome. Mas, para ajudá-las, faz um quadro com todos os desenhos e seus respectivos nomes, para que a criança só precise copiá-los, letra a letra.
17- Cruzadinha: A profª monta a cruzadinha convencionalmente, colocando os desenhos para a criança escreva seus nomes.
18- Bingo de letras: as cartelas devem conter letras variadas. Algumas podem conter só letras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos, misturadas.
19- Bingo de palavras: as cartelas devem conter palavras variadas. Algumas podem conter só palavras do tipo bastão; as outras, somente cursivas; e outras, letras dos dois tipos.
20- Bingo: a profª deve eleger uma palavra iniciada por cada letra do alfabeto e distribuí-las, aleatoriamente, entre as cartelas. (+/- 6 palavras por cartela). A profª sorteia a letra e o aluno assinala a palavra sorteada por ela.
21- Bingo: as cartelas devem conter letras variadas. A profª dita palavras e a criança deve procurar, em sua cartela, a inicial da palavra ditada.
22- Quebra cabeça de rótulos: a profª monta quebra cabeças de rótulos e logomarcas conhecidas e, na hora de montar, estimula a criança a pensar sobre a “ordem das letras”
23- Dominó de palavras: em cada parte da peça deve estar uma palavra, com a respectiva ilustração.
24- Ache o estranho: a profª recorta, de revistas, rótulos, logomarcas, embalagens, etc. Agrupa-os por categoria, deixando sempre um “estranho” (ex: 3 alimentos e um produto de limpeza; 4 coisas geladas e 1 quente; 3 marcas começadas por “A” e uma por “J”; 4 marcas com 3 letras e 1 com 10, etc.) Cola cada grupo em uma folha, e pede ao aluno para achar o estranho.
25- Procure seu irmão: os pares devem ser um rótulo ou logomarca conhecidos e, seu respectivo nome, em letra bastão.
26- “Procure seu irmão”: os pares devem ser uma figura e sua respectiva inicial.
Frases
Educação
Diz-me, e eu esquecerei; ensina-me e eu lembrar-me-ei; envolve-me, e eu aprenderei.
(Autor desconhecido)
É mais fácil construir um menino do que consertar um homem.
(Charles Chick Govin)
O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre.
(Aristóteles)
Semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a acção; semeia a acção e colherás um hábito; semeia o hábito e colherás o carácter.
(Tihamer Toth)
Ensinar não é uma função vital, porque não tem o fim em si mesma; a função vital é aprender.
(Aristóteles)
O objectivo da educação é a virtude e o desejo de converter-se num bom cidadão.
(Platão)
Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. - É a única.
(Albert Schweitzer)
Para falar ao vento bastam quatro palavras; para falar ao coração são necessárias obras.
(Padre António Vieira)
Se os teus projectos forem para um ano, semeia o grão. Se forem para dez anos, planta uma árvore. Se forem para cem anos, educa o povo.
(Provérbio chinês)
As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas.
(Joubert)
Guie uma criança pelo caminho que deve seguir e guie-se por ela de vez em quando.
(J. Bilings)
Podemos converter alguém pelo que somos, nunca pelo que dizemos.
(H. Rohden)
Como melhoram as pessoas depois de passarmos a gostar delas!...
(Grayon)
Veja tudo, deixe passar muita coisa, corrija um pouco.
(João XXIII)
Quando damos a uma criança tudo o que ela quer, damos-lhe também o aborrecimento.
(Frank Clark)
Usa a linguagem que quiseres; nunca poderás dizer senão o que és.
(Emerson)
A única disciplina que reconheço é a do coração que domina.
(Saint-Exupéry)
Corrigir, ajuda; encorajar, ajuda ainda mais.
(Goethe)
É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom.
(Albert Einstein)
Quando os animais que metes num estábulo morrem uns atrás dos outros, não te debruces sobre eles à procura da cura do mal. Debruça-te sobre o estábulo e queima-o.
(Saint-Exupéry)
O homem nada pode aprender senão em virtude daquilo que sabe.
(Aristóteles)
É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.
(Epíteto)
Se deres um peixe a um homem, ele alimentar-se-á uma vez; se o ensinares a pescar, alimentar-se-á durante toda a vida.
(Kuan-Tsu)
Não se sabe bem seja o que for senão muito tempo depois de ter aprendido.
(Autor desconhecido)
Procuremos acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão.
(Provérbio chinês)
Educai as crianças e não será preciso castigar os homens.
(Pitágoras)
Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
(Padre António Vieira)
A educação é aquilo que permanece depois de esquecermos tudo o que nos foi ensinado.
(Halifax)
O talento é feito na solidão; o carácter, nos embates do mundo.
(Goethe)
Nada perturba tanto a vida humana como a ignorância do bem e do mal.
(Cícero)
Antigamente tinha seis teorias sobre o modo de educar as crianças. Agora tenho seis filhos e nenhuma teoria.
(Lord Rochester)
O futuro de um filho é sempre obra da sua mãe.
(Napoleão Bonapart)
Quem não castiga o mal ordena que ele se faça.
(Leonardo da Vinci)
A educação pelo medo deforma a alma.
(Coelho Neto)
Primeiro, eu vos ensino os fundamentos. Depois, sereis mais sábio do que eu.
(Autor desconhecido)
Sendo superior, nunca repreendas ninguém com ira, mas só depois de ela passar. Assim, a repreensão será mais proveitosa.
(Santa Teresa do Menino Jesus)
Quem embala um berço governa o mundo.
(Autor desconhecido)
É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo.
(Séneca)
Nada é mais perigoso que um bom conselho acompanhado de um mau exemplo.
(Autor desconhecido)
Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela.
(D. Elhers)
Veja as qualidades e elogie; os defeitos logo desaparecerão.
(Autor desconhecido)
O homem que a dor não educou será sempre uma criança.
(N. Tommaseo)
A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.
(Horácio)
Cada lágrima nos ensina uma verdade.
(Ugo Fóscolo)
Não podes ensinar nada a um homem; podes apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo.
(Galileu Galilei)
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.
(Aristóteles)
Não se ganha uma corrida na primeira curva, mas pode-se perdê-la lá.
(Juan Manuel Fangio, piloto argentino de Fórmula 1)
Pode-se ser cruel ao perdoar e misericordioso ao castigar.
(Santo Agostinho)
Um professor influi para a eternidade; nunca se pode dizer até onde vai a sua influência.
(Henry B. Adams)
Diz-me, e eu esquecerei; ensina-me e eu lembrar-me-ei; envolve-me, e eu aprenderei.
(Autor desconhecido)
É mais fácil construir um menino do que consertar um homem.
(Charles Chick Govin)
O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre.
(Aristóteles)
Semeia um pensamento e colherás um desejo; semeia um desejo e colherás a acção; semeia a acção e colherás um hábito; semeia o hábito e colherás o carácter.
(Tihamer Toth)
Ensinar não é uma função vital, porque não tem o fim em si mesma; a função vital é aprender.
(Aristóteles)
O objectivo da educação é a virtude e o desejo de converter-se num bom cidadão.
(Platão)
Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. - É a única.
(Albert Schweitzer)
Para falar ao vento bastam quatro palavras; para falar ao coração são necessárias obras.
(Padre António Vieira)
Se os teus projectos forem para um ano, semeia o grão. Se forem para dez anos, planta uma árvore. Se forem para cem anos, educa o povo.
(Provérbio chinês)
As crianças têm mais necessidade de modelos do que de críticas.
(Joubert)
Guie uma criança pelo caminho que deve seguir e guie-se por ela de vez em quando.
(J. Bilings)
Podemos converter alguém pelo que somos, nunca pelo que dizemos.
(H. Rohden)
Como melhoram as pessoas depois de passarmos a gostar delas!...
(Grayon)
Veja tudo, deixe passar muita coisa, corrija um pouco.
(João XXIII)
Quando damos a uma criança tudo o que ela quer, damos-lhe também o aborrecimento.
(Frank Clark)
Usa a linguagem que quiseres; nunca poderás dizer senão o que és.
(Emerson)
A única disciplina que reconheço é a do coração que domina.
(Saint-Exupéry)
Corrigir, ajuda; encorajar, ajuda ainda mais.
(Goethe)
É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom.
(Albert Einstein)
Quando os animais que metes num estábulo morrem uns atrás dos outros, não te debruces sobre eles à procura da cura do mal. Debruça-te sobre o estábulo e queima-o.
(Saint-Exupéry)
O homem nada pode aprender senão em virtude daquilo que sabe.
(Aristóteles)
É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.
(Epíteto)
Se deres um peixe a um homem, ele alimentar-se-á uma vez; se o ensinares a pescar, alimentar-se-á durante toda a vida.
(Kuan-Tsu)
Não se sabe bem seja o que for senão muito tempo depois de ter aprendido.
(Autor desconhecido)
Procuremos acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão.
(Provérbio chinês)
Educai as crianças e não será preciso castigar os homens.
(Pitágoras)
Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
(Padre António Vieira)
A educação é aquilo que permanece depois de esquecermos tudo o que nos foi ensinado.
(Halifax)
O talento é feito na solidão; o carácter, nos embates do mundo.
(Goethe)
Nada perturba tanto a vida humana como a ignorância do bem e do mal.
(Cícero)
Antigamente tinha seis teorias sobre o modo de educar as crianças. Agora tenho seis filhos e nenhuma teoria.
(Lord Rochester)
O futuro de um filho é sempre obra da sua mãe.
(Napoleão Bonapart)
Quem não castiga o mal ordena que ele se faça.
(Leonardo da Vinci)
A educação pelo medo deforma a alma.
(Coelho Neto)
Primeiro, eu vos ensino os fundamentos. Depois, sereis mais sábio do que eu.
(Autor desconhecido)
Sendo superior, nunca repreendas ninguém com ira, mas só depois de ela passar. Assim, a repreensão será mais proveitosa.
(Santa Teresa do Menino Jesus)
Quem embala um berço governa o mundo.
(Autor desconhecido)
É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo.
(Séneca)
Nada é mais perigoso que um bom conselho acompanhado de um mau exemplo.
(Autor desconhecido)
Não corra atrás das borboletas; plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas virão até ela.
(D. Elhers)
Veja as qualidades e elogie; os defeitos logo desaparecerão.
(Autor desconhecido)
O homem que a dor não educou será sempre uma criança.
(N. Tommaseo)
A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.
(Horácio)
Cada lágrima nos ensina uma verdade.
(Ugo Fóscolo)
Não podes ensinar nada a um homem; podes apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo.
(Galileu Galilei)
Pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples.
(Aristóteles)
Não se ganha uma corrida na primeira curva, mas pode-se perdê-la lá.
(Juan Manuel Fangio, piloto argentino de Fórmula 1)
Pode-se ser cruel ao perdoar e misericordioso ao castigar.
(Santo Agostinho)
Um professor influi para a eternidade; nunca se pode dizer até onde vai a sua influência.
(Henry B. Adams)
Os corações não são iguais.
Os corações não são iguais.
Você tem o tempo que quiser.
De você aceito o que vier.
Menos solidão.
Me promete tudo outrra vez.
Na esperança louca de um talvez.
Me basta a ilusão.
Só peço o brilho do luar.
Eu só quero um sonho para amar.
Um lugar a pra mim.
Eu só quero um tem pra viver.
Versos de um poema pra dizer.
Que eu te aceito assim.
O que eu sei é que jamais vou te esquecer.
Eu me agarro nessas fantasias pra sobreviver.
Eu não se se estou vivendo de emoção.
Mas invento você todo dia pra meu coração.
Deixe saudade e nada mais.
Por que é que os corções não são iguais.
Diga que um dia vai voltar.
Pra que eu pase a vida inteira me enganando.
DEIXE SAUDADE NADA MAIS.
POR QUE OS CORAÇÕES NÃO SÃO IGUAIS.
DIGA QUE UMDIA VAI VOLTAR.
PRA QUE EU PASSE A MINHA VIDA INTEIRA TE ESPERANDO.
Roupa Nova
Você tem o tempo que quiser.
De você aceito o que vier.
Menos solidão.
Me promete tudo outrra vez.
Na esperança louca de um talvez.
Me basta a ilusão.
Só peço o brilho do luar.
Eu só quero um sonho para amar.
Um lugar a pra mim.
Eu só quero um tem pra viver.
Versos de um poema pra dizer.
Que eu te aceito assim.
O que eu sei é que jamais vou te esquecer.
Eu me agarro nessas fantasias pra sobreviver.
Eu não se se estou vivendo de emoção.
Mas invento você todo dia pra meu coração.
Deixe saudade e nada mais.
Por que é que os corções não são iguais.
Diga que um dia vai voltar.
Pra que eu pase a vida inteira me enganando.
DEIXE SAUDADE NADA MAIS.
POR QUE OS CORAÇÕES NÃO SÃO IGUAIS.
DIGA QUE UMDIA VAI VOLTAR.
PRA QUE EU PASSE A MINHA VIDA INTEIRA TE ESPERANDO.
Roupa Nova
7 de fev. de 2009
APOIO PEDAGÓGICO
IDENTIFICAÇÂO:ESCOLA BASICA ANGELO SCARPA
APOIO PEDAGÓGICO
Justificativa: Percebe-se de que alguns alunos que precisam de reforço durante um período para que eles possam conhecer e ter o dom para a leitura na escola com a turma de 1ª a 4ª serie
Objetivo:
Contribuir com as aulas de reforço para que as crianças com dificuldades de leitura e escrita possam superá-las
Objetivo específico:
• Ler histórias infantis;
• Fazer interpretação de Texto;
•Fazer releituras e novas escrituras da história;
•Confeccionar jogos didáticos para leitura;
• Elaborar fichas de leitura.
• Colaborar com as crianças na produção dos deveres.
Fundamentos Teóricos:
O objetivo é propor uma sala de apoio pedagógico, para que os alunos possam ter o prazer de ler e de escrever na escola, que é contribuir para o enfrentamento do trabalho,muitas vezes solitários e individualizando, o isolamento e o despreparo dos que fazem a escola para lidar com a complexidade do contexto educacional marcado pela a demanda urgentes e preocupantes,tais como a distorção e abandono escolar.
Numa perspectiva de educação inclusiva, em cujos princípios nos ancoramos, repertório de cada professor/a é considerado um recurso rico para trocas de experiências com o objetivo de aperfeiçoamento da prática docente. Desta forma, as atividades de planejamento pedagógico devem se constituir um momento de compartilhamento de experiências docentes e de reflexão sobre a prática pedagógica com vistas a responder diversidade (étnica, cultural, econômica, social, e outras) existente na sala de aula, bem como aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem dos/as alunos/as.
Metodologia:
•Através de jogos Pedagógicos;
•Oportunizar aos alunos outras vivências de aprendizagem;
•Ajudar os alunos a fazerem as tarefas;
• Fazer leitura e produção textual
Recursos
• Sala especifica;
• Jogos;
• Livros infantis da biblioteca
Cronograma:
A aula de reforço acontecera 2 vezes por semana.
Avaliação.
Acompanhar o interesse do aluno com a aula e o rendimento dele perante o reforço.
Referências:
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez,2002,17-19
APOIO PEDAGÓGICO
Justificativa: Percebe-se de que alguns alunos que precisam de reforço durante um período para que eles possam conhecer e ter o dom para a leitura na escola com a turma de 1ª a 4ª serie
Objetivo:
Contribuir com as aulas de reforço para que as crianças com dificuldades de leitura e escrita possam superá-las
Objetivo específico:
• Ler histórias infantis;
• Fazer interpretação de Texto;
•Fazer releituras e novas escrituras da história;
•Confeccionar jogos didáticos para leitura;
• Elaborar fichas de leitura.
• Colaborar com as crianças na produção dos deveres.
Fundamentos Teóricos:
O objetivo é propor uma sala de apoio pedagógico, para que os alunos possam ter o prazer de ler e de escrever na escola, que é contribuir para o enfrentamento do trabalho,muitas vezes solitários e individualizando, o isolamento e o despreparo dos que fazem a escola para lidar com a complexidade do contexto educacional marcado pela a demanda urgentes e preocupantes,tais como a distorção e abandono escolar.
Numa perspectiva de educação inclusiva, em cujos princípios nos ancoramos, repertório de cada professor/a é considerado um recurso rico para trocas de experiências com o objetivo de aperfeiçoamento da prática docente. Desta forma, as atividades de planejamento pedagógico devem se constituir um momento de compartilhamento de experiências docentes e de reflexão sobre a prática pedagógica com vistas a responder diversidade (étnica, cultural, econômica, social, e outras) existente na sala de aula, bem como aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem dos/as alunos/as.
Metodologia:
•Através de jogos Pedagógicos;
•Oportunizar aos alunos outras vivências de aprendizagem;
•Ajudar os alunos a fazerem as tarefas;
• Fazer leitura e produção textual
Recursos
• Sala especifica;
• Jogos;
• Livros infantis da biblioteca
Cronograma:
A aula de reforço acontecera 2 vezes por semana.
Avaliação.
Acompanhar o interesse do aluno com a aula e o rendimento dele perante o reforço.
Referências:
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez,2002,17-19
1ª Festa do ORKUT ( Centro Comunitario Frei Adercides )
1ª Festa do ORKUT ( Centro Comunitario Frei Adercides )
dia 30 de abril- Quarta Feira
Bada Industria Nacional
Banda Gaúcha
Ainda
ILUMINAÇÂO
Distribiçaõ de brinde
-
Ingressos Antecipados a 15, Locadora (a partir de 22/04)
São João Do SuL
Turma da Pedagogia
Loja Claro
Eletrobens
Supermercado Friosul
Passo de Torres
Auto Posto
Praia Grande
Papelaria do maninho
Posto Texaco
Sombrio
Santa Rosa do Sul
Jacinto Machado
Ararangua
Turvo
Torres
Essa ideia do baile veio antes de terminar a faculdade de pedagogia. Foi uma ideia minha que foi realizado.
dia 30 de abril- Quarta Feira
Bada Industria Nacional
Banda Gaúcha
Ainda
ILUMINAÇÂO
Distribiçaõ de brinde
-
Ingressos Antecipados a 15, Locadora (a partir de 22/04)
São João Do SuL
Turma da Pedagogia
Loja Claro
Eletrobens
Supermercado Friosul
Passo de Torres
Auto Posto
Praia Grande
Papelaria do maninho
Posto Texaco
Sombrio
Santa Rosa do Sul
Jacinto Machado
Ararangua
Turvo
Torres
Essa ideia do baile veio antes de terminar a faculdade de pedagogia. Foi uma ideia minha que foi realizado.
O que é Autismo?
O que é Autismo?
O autismo é um transtorno do desenvolvimento, que manifesta-se tipicamente antes dos 3 anos de idade. Este transtorno compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação, (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental. Segundo pesquisas, cerca de 60% dos indivíduos autistas apresentam epilepsias.
Por ainda não ter uma causa específica definida, é chamado de Síndrome (=conjunto de sintomas) e foi primeiro classificado em 1943 por Leo Karner. Hans Asperger pesquisou e em 1944 classificou a Síndrome de Asperger, um dos espectros mais conhecidos do Autismo, a grosso modo, um autismo brando. Ao conjunto de determinadas variações, chamamos de Espectro do Autismo, pois somam-se as características autísticas, outras específicas de cada grupo de outros sintomas.
Em recente estatística publicada pela revista americana Time Magazine (Maio/2002), a incidência de autismo atualmente é 1 em cada 175 nascimentos sendo 4 meninos para 1 menina. Como em qualquer síndrome o grau de comprometimento pode variar do mais severo ao mais brando e atinge todas as classe sociais, em todo o mundo. Já em 2003 as estatísticas apontam 1 caso de autismo para cada 150 nascimentos.
O autismo é geralmente diagnosticado por um médico neuropediatra ou por um psiquiatra especializado em autismo.
Ainda não se tem uma causa específica, mas há várias suspeitas de possíveis causas e as pesquisas não param.
Recentes estudos apontam a contaminação por mercúrio (Thimerosal) e outros metais pesados como possíveis causas. Em alguns países já é proibido o uso de vacinas com Thimerosal e outros agentes portadores de mercúrio na fabricação de vacinas.
Os critérios de diagnósticos mais aceitos são avaliações completas com base na DSM IV (da Associação Americana de Psiquiatria) ou CID-10 (publicado pela Organização Mundial de Saúde), disponíveis na área de download deste site. Lembre-se o diagnóstico deve ser feito por profissional especializado.
Alguns espectros mais conhecidos de autismo são:
Síndrome de Angelman
Síndrome de Asperger
Síndrome do X Frágil
Hiperlexia
Síndrome de Landau Kleffner
Distúrbio Obsessivo-Compulsivo
Distúrbio Abrangente do Desenvolvimento
Síndrome de Rett
Síndrome de Prader-Willi
TDA Transtorno do Déficit de Atenção/hiperatividade
Os Caminhos da Inclusão no Brasil Aspectos Legais: Não se pode falar em inclusão, sem lembrar ao menos um pouco, da parte legal que a envolve. Precisamos voltar à época do Brasil – Império, onde na Constituição de 1824, foi consagrado o direito à educação para todos os Brasileiros. Tendo esse direito se mantido nas Constituições de 1934, 1937 e 1946. Tendo ainda em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, onde se afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação.
Entre as décadas de 50 e 60, surge a discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa retardada (como se referia ao de déficit intelectivo), se assemelhe às condições normais de sociedade, questionando assim, as tendências segregativas e centralizadora com que eram atendidas. A educação especial no Brasil começa a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas.
A partir dos princípios de normalização, a Educação Especial passou por importantes mudanças. No ano de 1959 com a aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo 7º. , o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar. Esses direitos foram mantidos nas Constituições Brasileiras de 1976 e 1969 respectivamente.
Em nossa atual Constituição (1988), esses direitos não só foram mantidos, como entendidos como sendo dever do Estado e da família, no seu art. 205. Temos ainda no Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 54 e 66, de forma mais específica assegurado o direito à educação, onde se faz referência aos Portadores de Necessidade Educacionais Especiais e seus direitos, não só a educação, como também ao trabalho.
No ano de 1990, aconteceu a Conferência Mundial Sobre Educação Para Todos. Felizmente a educação aparece como preocupação mundial. O tema foi motivo de vários estudos e encontros. Na Espanha, durante a Conferência Mundial de Necessidades Educacionais Especiais, foi aprovada a Declaração de Salamanca no ano de 1994, cujos princípios norteadores são:
- O reconhecimento das diferenças;
- O atendimento às necessidades de cada um;
- A promoção de aprendizagem;
- O reconhecimento da importância da "escola para todos";
- A formação de professores.
Os aspectos políticos – ideológicos que estão embutidos nos princípios desta Declaração, nos leva a pensar num mundo inclusivo, onde todos têm direito à participação na sociedade, fazendo valer a democracia de forma cada vez mais ampla.
Não se pode deixar de mencionar que as grandes linhas estabelecidas pela Constituição, foram regulamentadas em seus mínimos detalhes pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei no. 9.394/96. Onde pela primeira vez temos um capítulo (capítulo V) destinado à Educação Especial, cujos detalhamentos são fundamentais:
- Garantia de matrícula para os Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
- Criação de apoio especializado, para atender às peculiaridades dos alunos especiais;
- Oferta de educação especial durante a educação infantil;
- Especialização de professores.
Alguns autores destacam a importância da Lei no. 9.394/96 ter um capítulo destinado a esta modalidade. No entanto, como coloca Rosita Edler (1998), esta não amplia a discussão sobre inclusão, uma vez que seria necessário que esta estivesse presente em todas as modalidades de educação.
Podemos observar a importância e urgência em aplicar esses textos legais, se levarmos em conta, que no Brasil apenas 3% dos P.N.E.E, têm acesso e permanência na escola, necessitando muitas vezes, recorrer aos Conselhos Tutelares, para fazer valer esse direito inquestionável.
Com a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, onde se aborda a diversidade, temos no tocante à Adaptação Curricular a clara necessidade de adequar objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, de forma a atender as peculiaridades dos alunos. Temos numa abordagem geral, o tema Interação e Cooperação, onde um dos objetivos da educação escolar é que os alunos, aprendam a conviver em grupos, valorizando sua contribuição, respeitando suas características e limitações, e de forma mais específica, as Adaptações Curriculares Estratégias para Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Porém com todas essas leis, adaptações, estabelecimento de parâmetros e tantas outras ações pensadas e elaboradas, é ainda muito pouco ainda se oferece, na prática nos deparamos com obstáculos de toda ordem, principalmente quando pensamos nessas questões em relação ao aluno portador de autismo e outros transtornos invasivos do desenvolvimento. Quem está preparado para receber nossas crianças autistas? Quem conhece, ao menos um pouco, do que é ser autista? Ou ainda, quem conhece o autismo? Que criança poderá ser incluída e o que será oferecido às que não puderem ser?
São tantas as perguntas, que daria para escrever um livro, mas não é esse o objetivo, e sim mais uma vez lembrar que cabe aos que conhecem (ao menos um pouco) sobre o autismo, divulgar, esclarecer, enfim, informar!
Vania Viana – Professora de Educação Especial
E-mail Outros Artigos da Professora Vania Viana:
- Professora de Educação Especial Autismo e Educação A educação de pessoas autistas não têm recebido até então a atenção necessária, disso estamos cientes. Nem mesmo a educação especial tem dado conta desse alunado, cuja sensibilidade se mistura com ares de quem não compreende a vida, provoca inúmeros sentimentos e abala a segurança de profissionais cuja competência é evidente. Mas, se há profissionais capazes o que falta? Informação! Esta é a palavra chave. E é esta informação que precisamos fazer chegar a estes profissionais.
O novo, desconhecido, diferente, não abala e fragiliza somente nossos alunos autistas, mas ao homem de maneira geral.
Há quatro anos trabalho com crianças autistas e até hoje vivo a solidão de ser única na escola onde leciono. Tenho investido na divulgação do que é possível, nos vários trabalhos e das competências que podem ser desenvolvidas com nossas crianças, desta capacidade que está no interior de cada uma delas esperando para ser exposta, para desabrochar e dar os frutos que sabemos ser doce...
Na solidão de minha sala de recursos, sonho dia-a-dia com o investimento na educação de nosso pequeninos, no despertar de mais profissionais, de ter e dar opções e adequar o trabalho que hoje é oferecido de forma tímida e isolada. Mas sei, que sozinha, sem o investimento dos sistemas de ensino, pouco posso pode fazer.
Estamos a muito, em banho maria, é preciso aumentar a chama do profissional determinado, empreendedor. Mostrar que todo bom trabalho é como a terra, precisa ser preparada, adubada, para então germinar as sementes nela depositada.
Nosso trabalho, como essa semente para se tornar uma bela árvore necessita de carinho (investimento pessoal), água (capacitação/informação), e calor (união de esforços), coisas fundamentais para que se possa ter e desenvolver uma prática educacional adequada e eficaz. Que supra a necessidade de nossas crianças e dê maior satisfação profissional, e esta vem do progresso de nosso alunos, que na sutileza do seu modo de ser, clama por seus direitos, tão bem declarados nos inúmeros documentos e leis mas, tão esquecidos na prática.
Vania Viana – Professora de Educação Especial E-mail Outros Artigos da Professora Vania Viana:
A Escolha da Escola (por Lucy Santos)
A procura por uma escola adequada deve levar em conta uma série de fatores; primeiramente de acordo com o quadro da criança, você deve ver se é melhor para ela uma escola normal (a chamada educação inclusiva) ou uma escola especial adequada a síndrome da criança. Para esta decisão é preciso examinar com calma se a escola normal têm as condições para atender bem seu filho(a), se os educadores da escola estão concientes e preparados (não basta aceitar a criança, não se trata disto, é preciso que possam ajudá-lo a desenvolver-se).
As outras crianças costumam lidar melhor com este assunto que os adultos, elas auxiliam em muito o desenvolvimento do amiguinho e geralmente o recebem de coração. Naturalmente se adaptam sem problemas. São os adultos que costumam complicar, criam métodos isto, métodos aquilo, mas as crianças de um modo geral levam mais progresso ao amigo especial que todos estes métodos juntos.
Se você já procurou por educação inclusiva, deve ter levado muitos sustos e choques também. Teoricamente toda a escola deveria "aceitar" a criança, sem discriminá-la, é lei, mas não é isto que acontece. Na prática por mais bem arrumado e bonito que seu filho esteja muitas vão discriminá-lo.Prepare-se.A mediocridade é tanta que chegarão a lhe dizer frases do tipo: "Eu gostaria muito mas não estamos preparados para esta criança; Como vou misturá-los aos outros? Por mim eu matricularia, mas os outros pais não irão concordar!" e por aí a fora. Não se incomode, estas pessoas estão educadoras mas não são educadoras. Realmente elas não servem para nossos filhos (creio que para ninguém).
Se por fim, você conseguir uma escola normal que vai trabalhar bem com seu filho, parabéns (merecerá o Nobel de pesquisa!).
Escola Especial
Em se tratando de escola especial é bom lembrar que as turmas são pequenas (geralmente 5 ou 6 alunos) e as aulas são dadas por professoras especializadas. O atendimento é individual e a criança é trabalhada de forma a superar suas dificuldades. A experiência da equipe em lidar com os problemas comuns aos especiais ajudam muito a criança e a família. Quando ler as placas ou folhetos da escola e ver: psicomotricidade, fisioterapia, musicoterapia, fonoaudiologia etc, não se iluda! Apesar do alto valor das mensalidades, nada, mas nada disto, está incluso, estes trabalhos serão cobrados a parte e será preciso ver se vale a pena trocar a equipe que o atende pela da escola, você decide.
Quem assistiu ao filme Prisioneiro do Silêncio, deve ter ficado impressionado com a preocupação do Estado nos EUA em por o garoto numa escola especial, eles literalmente forçam a mãe, aqui no Brasil não tem disto!
O custo de uma escola de educação especial é alto e nenhuma destas fundações que você vê na TV (Fundação Abrinq, Fundação pelos Direitos da Criança etc) irão ajudar.Elas só trabalham com crianças carentes (penso que em breve será preciso importar pobres pois o que tem de fundação para eles) nossos filhos não estão inclusos.
Se pensou em Direitos Humanos enganou-se novamente, a organização dos "Direitos Humanos" só atua no judiciário. Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação é que responde pela educação especial.Você pode procurar o coordenador da sua região (norte, sul leste e oeste) e solicitar uma bolsa em uma das instituições conveniadas. Para isto deverá levar o laudo da criança e escolher uma escola da lista que vão lhe dar.
Em outras cidades eu não sei como funciona. Sei que em Porto Alegre é super normal o estado custear uma escola especial (e boa) sem maiores problemas.
Em todos os casos, boa sorte, com certeza você vai precisar!
Lucy Santos Para conhecer mais matérias da autora, visite o site "Especialmente Ser" ou escreva para Lucy Santos
Conversando Sobre a Escola Inclusiva
Por Marina S. Rodrigues Almeida (conheça mais sobre a autora, clique aqui)
Psicóloga e Psicopedagoga CRP 06/41029-6
Foi somente no fim do século XIX quando, diante das radicais mudanças sociais rumo a modernidade instaura-se a escolaridade obrigatória.
De fato, o desenvolvimento humano passou a ser avaliado a partir de parâmetros inéditos e novos comportamentos começaram a ser exigidos.
A Educação Inclusiva não surgiu ao acaso, ela é um produto histórico de uma época e de realidades educacionais contemporâneas, uma época que exige que nós abandonemos muitos dos nossos estereótipos e preconceitos, na identificação do verdadeiro objeto que está sendo delineado.
A Psicanálise, quando de seu surgimento, tentava resgatar o sujeito histérico da exclusão social, na medida em que possibilitava que os sintomas fossem escutados e entendidos para além de seu encobrimento pelo mal estar físico.
No paradigma da Inclusão proponho o mesmo modelo, escutar pais, educadores e alunos, de maneira que o sentido seja entendido além de seu encobrimento pelo mal estar da deficiência permanente ou temporária e suas vicissitudes envolvidas.
Um paradigma é um modelo mental, uma forma de ver o mundo, um modelo de referência, filtrando outras percepções, conteúdos determinados, etc. Ele estabelece, em suma, um modelo de pensamento e/ou de crenças através do qual o mundo pode ser interpretado.
Para WINNICOTT o modelo de prevenção inicia-se pelo conceito de preocupação materna primária, o autor descreve como sendo as primeiras atitudes que a mãe inicia ao planejar a inclusão do projeto bebê/filho e posteriormente todos as demais providencias durante a gravidez. As condutas prévias de cuidados, proteção, fantasias destrutivas e amorosas começam a partir deste percurso. Neste momento as fantasias podem ser elaboradas positivamente, favorecendo a criação de um espaço interno imaginário (na mente materna primeiramente) para depois aparecer um espaço externo real, aonde este ser humano será incluso e aceito. Portanto, antes que exista o bebê concreto ele já está vivo na mente da mãe, vai ocupando e conquistando um lugar de identidade. Neste espaço imaginário, a mãe pode odiar seu bebê antes mesmo que ele a odeie, porque ao permitir a entrada do novo, do desconhecido do diferente e talvez “deficiênte” (quando há presença de sentimentos persecutórios constantes), fere nosso narcisismo (nossa imagem de espelho perfeita e ideal). Ao mesmo tempo que alimenta as fantasias do igual e perfeito, aparece a ambivalência dos afetos: é a vez da luta entre amor e ódio, bem e mal, perfeito e imperfeito, aceitar e rejeitar, etc...
Este pressuposto teórico nos ajuda a compreender esta dinâmica relacional humana entre a maternagem imaginária e maternagem ambiente que pode acolher ou excluir: a força dos afetos destrutivos, aparecem através dos conflitos, que são projeções de fantasias destrutivas e perigosos, a defesa é o afastamento, a rigidez, o impedimento, e o distanciamento do outro, que pode ser o bebê ou o portador de necessidades especiais. Consideramos que poderão estar neste inter-jogo emocional outras demandas ( individuais, culturais, etc...) não pretendemos aqui ponderar de forma reducionista, apenas olhamos esta situação por um vértice.
Se as instituições sociais, escolares, familiares, etc.. quiserem se constituir como espaços que acolham as diferenças a meta não deve ser necessariamente enquadrar, mas sim ajudar o “diferente” a encontrar um lugar social, escolar, etc... produtivo da maneira que lhe for possível, ou ainda, auxiliá-lo a encontrar respostas por diversas vias, através de outras formas de conhecer. O que chamamos de preocupação materna primária , numa metáfora para a escola, os professores e funcionários se prepararem para receber o aluno incluso. Lembremos que o desafio psicanalítico foi, desde o início, propiciar a escuta das diferenças e contribuir para que o sujeito possa encontrar seu bem estar dentro delas.
Trabalhar com o portador de necessidades educacionais especiais exige a disponibilidade (interna e externa – maternagem imaginária e maternagem ambiente suficiente) da equipe administrativa escolar, disponibilidade do educador, dos pais e do aluno.
Acredito que talvez seja possível estabelecer um lugar, um espaço intermediário entre a escola comum e a escola especial ou classe especial, com todas suas implicações institucionais, pedagógicas e sociais.
O referencial Inclusivo está sendo entendido por mim como um lugar que deverá ser construído gradativamente antes de se construir um cidadão. A Escola Inclusiva deve tentar auxiliar, na medida do possível, a constituir um sujeito cidadão, para uma SOCIEDADE PARA TODOS.
Incluir é criar, criação no sentido das intersecções de afetos, áreas, valores, conceitos, saberes e pessoas.
Precisamos rever nossa necessidade de desejar o outro conforme nossa imagem, mas respeitá-lo numa perspectiva não-narcísica, ou seja, aquela que respeita o outro, o não-eu, o diferente de mim, aquela que não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de idéias e crenças.(FREUD, 1914).
Precisamos nos atentar para o fato do portador de necessidades especiais estar incluso não o transforma em “normal” no sentido de que suas peculiaridades estejam superadas, pelo contrário ele continua com suas limitações que deverão ser respeitadas e atendidas. Neste momento entra a capacidade afetiva e pedagógica do educador de perceber estas sutilezas.
FREUD (1913) já dizia que a Pedagogia, a Política e a Psicanálise eram profissões do impossível, porque precisamos nos deparar com as limitações com o “desejo do outro”, justamente quando isto não acontece as formas de massificação e autoritarismos são instauradas, para impor o saber pela força, então encontramos uma ilusão de saberes!
Para que tudo isto se modifique, não basta apenas nós trabalharmos com os conteúdos cognitivos/informativos no processo de formação dos educadores para o paradigma da Inclusão, pois se eles não tiverem o desejo do saber instaurado, por mais conteúdos que possamos lhes dar, permanecerão na mesma posição. Acreditamos que devemos sempre estar atentos com o fato da impossibilidade, porque para aprender é necessário que a experiência seja resignificada, posteriormente a tomada de consciência, que será sempre incompleta e parcial. (LAJONQUIÈRE, 1999).
O que torna uma aprendizagem livre é a possibilidade da presença da confusão, do inesperado, porque derruba a teoria, abre para a reflexão e leva a modificação da práxis, este é o maior medo dos professores, e cujo lugar se encaixa o paradigma da inclusão com a entrada do portador de necessidades educacionais especiais. (SEN 1999).
A Psicologia Social vem nos ajudar a compreender a identidade dos seres humanos como sendo atribuições de predicados e adjetivos atribuídos pelo grupo social. No caso do portador de necessidades educacionais especiais, ele carrega um estigma social, bem como tantos outros grupos marginalizados pela sociedade. Entretanto, é importante lembrar que o indivíduo não é apenas algo que lhe atribuem, mas também o que faz e como faz.
Compreendemos a identidade do portador de necessidades educacionais especiais, no paradigma da Inclusão tendo a possibilidade de pensar, de ser e de fazer, resignificando sua identidade através do convívio na diversidade. (HALL, 1997).
O portador de necessidades educacionais especiais não deve então ser visto isoladamente, mas como um ser em relação e portanto nas relações sociais que o aluno deverá estar envolvido, sua identidade poderá ser resignificada e concretizada de maneira positiva.
Para uma Inclusão bem sucedida tanto depende do desejo do professor, dos pais assim como do desejo do aluno querer fazer ou não esta mudança.
O poder das políticas públicas poderá contribuir para criar espaços, assegurar direitos e deveres, promover projetos mais eficientes, mas não dá garantia nenhuma sobre uma verdadeira inclusão entre pessoas se de fato não nos envolvermos. Envolver dá trabalho, leva a responsabilidade e compromisso, é caminhar a passos curtos.
“Aonde não exista afeto de fato não há relação humana possível e portanto não haverá Inclusão”.
História do movimento da escola inclusiva De onde veio a proposta da escola inclusiva?
ADAPTAÇAO do texto da Profa. Dra Leny Magalhães Mrech
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Matéria enviada por Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
Os quatro eixos básicos que constituíram o Paradigma da Inclusão partiram do entroncamento de quatro fontes básicas: a emergência da Psicanálise ; a luta pelos Direitos Humanos, a Pedagogia Institucional e o movimento de Desinstitucionalização Manicomial ou Antipsiquiatria.
Foram estes desencadeadores que delinearam um problema social, um problema público - a questão da inclusão social - que vem tomando forma e exigindo novas práticas educacionais e sociais.
As contribuições de Sigmund Freud e Jacques Lacan , trouxeram uma nova forma de se conceber os seres humanos: a importância da linguagem, do inconsciente e da sexualidade nos processos de constituição dos sujeitos.
Através dos ensinamentos de Freud e Lacan foi possível identificar que havia em relação à sociedade e aos sujeitos uma leitura ingênua do mundo. Uma crença na intencionalidade direta e linear das ações dos sujeitos e da sociedade.
Freud revelou que o sujeito e a sociedade podem ir contra si mesmo. Os sujeitos não criam apenas através das suas ações, o que chamou de pulsão de vida. Eles podem também se destruir ou destruir ao outro, um processo bastante sofisticado que Freud denominou de pulsão de morte.
Com isto foi tornando-se cada vez mais evidente que a sexualidade, a inteligência e a afetividade dos seres humanos não eram apenas produtos já dados, mas construções sociais e individuais. Para Freud e Lacan a ênfase estava nas relações e não em processos biológicos previamente concebidos e estruturados. Um exemplo é a questão atualíssima da violência nas escolas, vem revelando que não basta lidar apenas com o cognitivo, nós precisamos também trabalhar com a afetividade dos alunos, existe um desamparo familiar, social, político, ético, moral etc... encobrindo essa violência manifesta.
Mais tarde, a luta pelos Direitos Humanos veio ampliar ainda mais esta proposta. Ela delineou uma outra passagem que é a luta pelos direitos políticos. De 1964 a 1968, no meio universitário e fora dele, emergiu, no mundo todo, a defesa pelos Direitos Humanos aplicados a todos os sujeitos. Independente do fato de se pertencer a uma dada raça, cor, religião, situação financeira, etc. O objetivo é que todos os sujeitos tivessem acesso e direito garantido aos mesmos parâmetros de ingresso nos processos sociais e educativos.
A luta pela Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, veio revelar o papel estratégico que a Educação vem ocupando na manutenção, ao longo de décadas, de processos estigmatizadores.
Em decorrência, não foi ao acaso que emergiu, na França, na década de 60, a Pedagogia Institucional ou Pedagogia revolucionária, aquela cujas raízes se encontram no movimento frenetiano e no grupo dos Situacionistas Internacionais que, desencadearam no mundo todo, uma nova forma de ver a cultura e a Educação. Esse conceito situacionista, revela a importância de não mais focalizarmos o sujeito isoladamente. É preciso que se identifique também o contexto social - a situação ou ambiência - onde sujeito se encontra colocado.
O movimento mais transformador da cultura na década de 60 e 70, foi o Movimento de Desinstitucionalização Manicomial, ou seja, da quebra das cadeias manicomiais, como lugares de atendimento e tratamento excludentes dos doentes mentais.
Os movimentos de Desintitucionalização e Antipsiquiatria propiciaram novas luzes aos processos de atendimento e tratamento dos doentes mentais. Eles revelaram a importância de situações saudáveis para o bom andamento dos sujeitos. Situações onde os doentes mentais não ficassem excluídos dos ambientes comuns, mas fosse dado o direito de participar de uma forma mais ampla e digna dos contextos sociais comuns.
Acreditamos que os conteúdos que atualmente surgiram em Educação Inclusiva não sejam referidos apenas ao momento presente. Revelam a existência de um problema social maior, um problema público, em relação à maneira como os deficientes têm sido tratados ao longo da história da nossa civilização.
”O brincar e o jogar da criança ao adulto" Uma visão psicopedagógica
Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
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“O homem brinca e ele somente é um homem no sentido
Total do mund, quando brinca.”
(Schiller)
Introdução
Foi pensando em minha experiência clínica e institucional, como psicóloga, pedagoga, e posteriormente psicopedagoga, que despertou-me o desejo de investigar mais de perto as relações do “Brincar Infantil”.
Observamos nos últimos anos, que nunca se deu tanto destaque ao brinquedo, como se vem dando ultimamente. As indústrias investem nesta área, desenvolvem toda sorte de brinquedos eletrônicos, jogos, fazem comerciais, propagandas, brindes em supermercado, até as lojinhas de um e noventa e nove atacaram também, (com brinquedos muitas vezes sem qualidade , sem fiscalização e controle do IMETRO. Evidentemente tudo isto tem um fim: o consumo perverso. Descobriram uma fatia do mercado, as crianças e os jovens, que são consumidores em potencial, manipulados, seduzidos, ingênuos. Porém, constatamos que há o lado bom deste estímulo, mas não encontramos nossas crianças brincando com espontaneidade e espírito criador. Logo o brinquedo é descartado e querem outro, ou brincam um pouquinho e depois vão mexer no que não deve. Por que será?
Notamos vários teóricos pesquisando e escrevendo a respeito, como o brinquedo sendo um instrumento enriquecedor , possibilitando a aprendizagem de várias habilidades.
No dia-a-dia, é comum ouvirmos comentários sobre o brincar, num tom queixoso e esvaziado de significado: os pais comentam “Hoje meu filho não foi para a escolinha, também não perdeu nada, só vai para brincar!”; ou os professores falam “Aquela menina não tem feito nada, só pensa em brincar!”. Portanto, o brincar parece estar associado à uma ação irrelevante, ou pelo menos nada que tenha alguma importância para a vida humana.
Os pais valorizam mais as atividades como: “Meu filho faz, natação, inglês, ginástica, faz conservatório musical, teatro, computação, etc....”. Estas atividades são importantes e necessárias, mas está sobrando pouco tempo para a espontaneidade, para o brincar em conjunto, para a fantasia.
A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar as questões relativas à aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.
Podemos dizer que, a capacidade de brincar faz parte de um processo de desenvolvimento, sendo imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço social do homem. Notamos isto na própria história antropológica humana.
Sabemos pela maneira que uma criança, adolescente, adulto, brinca como algo revelador de suas estruturas mentais, pensamentos, sentimentos, interações, ou seja seus níveis de maturidade cognitiva, afetiva – emocional e social.
Faço então uma pergunta: “O que acontece com o brincar; pois ora é tão valioso ora é tão desvalorizado?”
O brincar e o jogar da criança ao adulto
Vejamos a origem das palavras:
- Jogar: do latim “jocare”: entregar-se ao; ou tomar parte no jogo de; executar as diversas combinações de um jogo; aventurar-se ou arriscar-se ao jogo; perder no jogo; dizer ou fazer brincadeira; harmonizar-se.
- Brincar: “de brinco+ar”; divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de criança; recrear-se; distrair-se;saltar; pular; dançar, (...) (Dicionário da Língua Portuguesa – Aurélio, 1986, pp. 286-98)
Percebemos que há uma dificuldade em definir os termos “jogar” e “brincar”, pois ambos tem uma fronteira comum, indicando um grau de subjetividade, em que estas atividades estão implícitas.
Segundo, BOMTEMPO (1987 p.13) “a atividade do brincar, geralmente é vista como uma situação livre de conflitos e tensões, havendo sempre um elemento de prazer. Também é uma atividade com um fim em si mesma, pois não há resultado biológico imediato que altere a existência do indivíduo.”
O brincar da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recreação, o adulto que brinca/joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.
Precisamos saber que o brincar da criança é uma forma infantil da capacidade humana de experimentar, criar situações, modelos e como dominar a realidade, experimentando e prevendo os acontecimentos.
Quando induzimos a criança a brincar com jogos educativos, chega um momento em que ela interrompe dizendo: -“Bem agora, vamos brincar, tá?”. Portanto a criança não estava brincando no verdadeiro sentido do verbo, quando percebe o objetivo e intenção pedagógica que a cansou, interrompe, pois o brincar é destituído de qualquer objetivo externo e determinado, brincar requer espontaniedade, criatividade, liberdade com limites.
A brincadeira a partir dos 2 aos 4 anos, desenvolve-se com base nas organizações mentais, ou seja a simbolização. Diferencia o “eu” do outro, fantasia de realidade.
No início apresenta características de “pensamento mágico pré conceitual”, ou seja a a criança dá vida aos objetos, atribui sensações e emoções, conversa com eles. É também uma brincadeira solitária, na qual vive diferentes papéis. Pouco a pouco, ensaia um simbolismo coletivo, exigindo dela esforço e descentralização para acrescentar o outro e poder continuar brincando.
A partir dos 4 anos, a brincadeira vai adquirindo um aspecto mais social surgindo as brincadeiras com regras, onde o combinado deve ser respeitado.
Na compreensão da brincadeira simbólica a criança revela situações carregadas de emoções e afetos, as organizações lógicas : classificações, seriações, quantidades, cores, cenário onde aparece seus medos, dificuldades, tensões, inversão de papéis, etc...
Huizinga (1980), filósofo da história em 1938, escreveu seu livro “HOMO LUDENS” no qual argumenta que o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quando o raciocínio (HOMO SAPIENS) e a fabricação de objetos (HOMO FABER), então a denominação HOMO LUDENS, é cujo elemento lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da civilização.
O autor define jogo como: “uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.”
Em seu livro Huizinga nos conta que:
Nas sociedades antigas, não havia destinação entre jogos infantis e adultos, eram coletivos.
O jogo era considerado como um vínculo entre as pessoas, grupos, classes e gerações, entre passado e futuro. Gradualmente este caráter foi sendo perdido ao longo da história, transformando-o mais individual.
A influência educacional, religiosa e social altera os valores morais, considerava a criança como, um ser não maduro para convívio com adulto, sendo que deveria ser submetida a um “regime especial”.
Os jogos e divertimentos coletivos foram abandonados e o ato de brincar desvalorizado, por não ter função aparente.
Com o surgimento do capitalismo esta idéia teve mais força, pois não podia ser associado a produção e trabalho, se tornou algo inútil.
O importante no brincar não é tanto como a criança, o jovem ou o adulto brinca, mas sim como ela se envolve, lidando de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo.
O fato de uma criança jogar xadrez, onde há presença de regras explícitas, pode ser considerado também por ela como uma brincadeira, ou o fato de brincar de boneca aparentemente sem regras explicitas, possa ser uma reprodução de papéis sociais, pré estabelecidos por ela.
Os pais e educadores devem levar em consideração os seguintes aspectos ao observar a criança ou o jovem brincando:
Ela tem brincado ultimamente? Quanto tempo fica nesta atividade? O que faz com aquela brincadeira?
Brinca sozinha? Brinca com alguém? Brinca em grupo?
O que ela está expressando?
Quais as regras?
Como está brincando?
Criou novas regras?
Permaneceu em regras impostas?
Qual sua reação?
O que aparece neste jogo?
Para que serve este jogo ou brincadeira?
Como cuida dos brinquedos?
Quais os brinquedos prefere?
Na verdade não existem delimitações claras sobre o ato de brincar e jogar e sim uma fusão entre as duas atividades. Quando uma criança não brinca, não se desenvolve, não se aventura em algo novo, desconhecido, isto é muito preocupante. Se a criança brinca está revelando ter aceito o desafio do crescimento, de ter a possibilidade de errar, de tentar a arriscar para progredir e evoluir.
Enquanto pais, educadores e profissionais afins, precisamos ser mais tolerantes com as atividades do cotidiano e criarmos um espaço para o lúdico, para nós também podermos sonhar, fantasiar, brincar.
Bibliografia
Bomtempo, E. aprendizagem e brinquedo em Witter, G.P. e Romeraco, T.F. “Psicologia da Aprendizagem”
Ed. EPU.
Erikson, E.H. Infância e Sociedade”
Ed. Zahar
Huizinga,J. “Homo Ludens – O Jogo como elemento da Cultura”
Ed. Perspectiva
Lebovici e Diatkine, R. “Significado e Função do Brinquedo na Criança”
Ed. Artes Médicas
Oliveira, P. S. “O que é brinquedo ?”
Ed. Brasiliense
Benjamin, N. “Reflexões: A criança, o brinquedo e a educação”
Ed. Summus
Oliveira, V.B. “O símbolo e o brinquedo”
E “Avaliação Psicopedagógica da Criança de 0 a 6 anos”
Ed. Vozes
Piaget, J. “A Formação do Símbolo na Criança”
Ed. Guanabara Koogam
Fernandes, A. “Inteligência Aprisionada”
Ed. Artes Médicas
O autismo é um transtorno do desenvolvimento, que manifesta-se tipicamente antes dos 3 anos de idade. Este transtorno compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação, (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental. Segundo pesquisas, cerca de 60% dos indivíduos autistas apresentam epilepsias.
Por ainda não ter uma causa específica definida, é chamado de Síndrome (=conjunto de sintomas) e foi primeiro classificado em 1943 por Leo Karner. Hans Asperger pesquisou e em 1944 classificou a Síndrome de Asperger, um dos espectros mais conhecidos do Autismo, a grosso modo, um autismo brando. Ao conjunto de determinadas variações, chamamos de Espectro do Autismo, pois somam-se as características autísticas, outras específicas de cada grupo de outros sintomas.
Em recente estatística publicada pela revista americana Time Magazine (Maio/2002), a incidência de autismo atualmente é 1 em cada 175 nascimentos sendo 4 meninos para 1 menina. Como em qualquer síndrome o grau de comprometimento pode variar do mais severo ao mais brando e atinge todas as classe sociais, em todo o mundo. Já em 2003 as estatísticas apontam 1 caso de autismo para cada 150 nascimentos.
O autismo é geralmente diagnosticado por um médico neuropediatra ou por um psiquiatra especializado em autismo.
Ainda não se tem uma causa específica, mas há várias suspeitas de possíveis causas e as pesquisas não param.
Recentes estudos apontam a contaminação por mercúrio (Thimerosal) e outros metais pesados como possíveis causas. Em alguns países já é proibido o uso de vacinas com Thimerosal e outros agentes portadores de mercúrio na fabricação de vacinas.
Os critérios de diagnósticos mais aceitos são avaliações completas com base na DSM IV (da Associação Americana de Psiquiatria) ou CID-10 (publicado pela Organização Mundial de Saúde), disponíveis na área de download deste site. Lembre-se o diagnóstico deve ser feito por profissional especializado.
Alguns espectros mais conhecidos de autismo são:
Síndrome de Angelman
Síndrome de Asperger
Síndrome do X Frágil
Hiperlexia
Síndrome de Landau Kleffner
Distúrbio Obsessivo-Compulsivo
Distúrbio Abrangente do Desenvolvimento
Síndrome de Rett
Síndrome de Prader-Willi
TDA Transtorno do Déficit de Atenção/hiperatividade
Os Caminhos da Inclusão no Brasil Aspectos Legais: Não se pode falar em inclusão, sem lembrar ao menos um pouco, da parte legal que a envolve. Precisamos voltar à época do Brasil – Império, onde na Constituição de 1824, foi consagrado o direito à educação para todos os Brasileiros. Tendo esse direito se mantido nas Constituições de 1934, 1937 e 1946. Tendo ainda em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, onde se afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação.
Entre as décadas de 50 e 60, surge a discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa retardada (como se referia ao de déficit intelectivo), se assemelhe às condições normais de sociedade, questionando assim, as tendências segregativas e centralizadora com que eram atendidas. A educação especial no Brasil começa a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas.
A partir dos princípios de normalização, a Educação Especial passou por importantes mudanças. No ano de 1959 com a aprovação da Declaração dos Direitos da Criança, tem assegurado no seu capítulo 7º. , o direito à educação gratuita e obrigatória, ao menos em nível menos elementar. Esses direitos foram mantidos nas Constituições Brasileiras de 1976 e 1969 respectivamente.
Em nossa atual Constituição (1988), esses direitos não só foram mantidos, como entendidos como sendo dever do Estado e da família, no seu art. 205. Temos ainda no Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu art. 54 e 66, de forma mais específica assegurado o direito à educação, onde se faz referência aos Portadores de Necessidade Educacionais Especiais e seus direitos, não só a educação, como também ao trabalho.
No ano de 1990, aconteceu a Conferência Mundial Sobre Educação Para Todos. Felizmente a educação aparece como preocupação mundial. O tema foi motivo de vários estudos e encontros. Na Espanha, durante a Conferência Mundial de Necessidades Educacionais Especiais, foi aprovada a Declaração de Salamanca no ano de 1994, cujos princípios norteadores são:
- O reconhecimento das diferenças;
- O atendimento às necessidades de cada um;
- A promoção de aprendizagem;
- O reconhecimento da importância da "escola para todos";
- A formação de professores.
Os aspectos políticos – ideológicos que estão embutidos nos princípios desta Declaração, nos leva a pensar num mundo inclusivo, onde todos têm direito à participação na sociedade, fazendo valer a democracia de forma cada vez mais ampla.
Não se pode deixar de mencionar que as grandes linhas estabelecidas pela Constituição, foram regulamentadas em seus mínimos detalhes pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei no. 9.394/96. Onde pela primeira vez temos um capítulo (capítulo V) destinado à Educação Especial, cujos detalhamentos são fundamentais:
- Garantia de matrícula para os Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
- Criação de apoio especializado, para atender às peculiaridades dos alunos especiais;
- Oferta de educação especial durante a educação infantil;
- Especialização de professores.
Alguns autores destacam a importância da Lei no. 9.394/96 ter um capítulo destinado a esta modalidade. No entanto, como coloca Rosita Edler (1998), esta não amplia a discussão sobre inclusão, uma vez que seria necessário que esta estivesse presente em todas as modalidades de educação.
Podemos observar a importância e urgência em aplicar esses textos legais, se levarmos em conta, que no Brasil apenas 3% dos P.N.E.E, têm acesso e permanência na escola, necessitando muitas vezes, recorrer aos Conselhos Tutelares, para fazer valer esse direito inquestionável.
Com a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997, onde se aborda a diversidade, temos no tocante à Adaptação Curricular a clara necessidade de adequar objetivos, conteúdos e critérios de avaliação, de forma a atender as peculiaridades dos alunos. Temos numa abordagem geral, o tema Interação e Cooperação, onde um dos objetivos da educação escolar é que os alunos, aprendam a conviver em grupos, valorizando sua contribuição, respeitando suas características e limitações, e de forma mais específica, as Adaptações Curriculares Estratégias para Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Porém com todas essas leis, adaptações, estabelecimento de parâmetros e tantas outras ações pensadas e elaboradas, é ainda muito pouco ainda se oferece, na prática nos deparamos com obstáculos de toda ordem, principalmente quando pensamos nessas questões em relação ao aluno portador de autismo e outros transtornos invasivos do desenvolvimento. Quem está preparado para receber nossas crianças autistas? Quem conhece, ao menos um pouco, do que é ser autista? Ou ainda, quem conhece o autismo? Que criança poderá ser incluída e o que será oferecido às que não puderem ser?
São tantas as perguntas, que daria para escrever um livro, mas não é esse o objetivo, e sim mais uma vez lembrar que cabe aos que conhecem (ao menos um pouco) sobre o autismo, divulgar, esclarecer, enfim, informar!
Vania Viana – Professora de Educação Especial
E-mail Outros Artigos da Professora Vania Viana:
- Professora de Educação Especial Autismo e Educação A educação de pessoas autistas não têm recebido até então a atenção necessária, disso estamos cientes. Nem mesmo a educação especial tem dado conta desse alunado, cuja sensibilidade se mistura com ares de quem não compreende a vida, provoca inúmeros sentimentos e abala a segurança de profissionais cuja competência é evidente. Mas, se há profissionais capazes o que falta? Informação! Esta é a palavra chave. E é esta informação que precisamos fazer chegar a estes profissionais.
O novo, desconhecido, diferente, não abala e fragiliza somente nossos alunos autistas, mas ao homem de maneira geral.
Há quatro anos trabalho com crianças autistas e até hoje vivo a solidão de ser única na escola onde leciono. Tenho investido na divulgação do que é possível, nos vários trabalhos e das competências que podem ser desenvolvidas com nossas crianças, desta capacidade que está no interior de cada uma delas esperando para ser exposta, para desabrochar e dar os frutos que sabemos ser doce...
Na solidão de minha sala de recursos, sonho dia-a-dia com o investimento na educação de nosso pequeninos, no despertar de mais profissionais, de ter e dar opções e adequar o trabalho que hoje é oferecido de forma tímida e isolada. Mas sei, que sozinha, sem o investimento dos sistemas de ensino, pouco posso pode fazer.
Estamos a muito, em banho maria, é preciso aumentar a chama do profissional determinado, empreendedor. Mostrar que todo bom trabalho é como a terra, precisa ser preparada, adubada, para então germinar as sementes nela depositada.
Nosso trabalho, como essa semente para se tornar uma bela árvore necessita de carinho (investimento pessoal), água (capacitação/informação), e calor (união de esforços), coisas fundamentais para que se possa ter e desenvolver uma prática educacional adequada e eficaz. Que supra a necessidade de nossas crianças e dê maior satisfação profissional, e esta vem do progresso de nosso alunos, que na sutileza do seu modo de ser, clama por seus direitos, tão bem declarados nos inúmeros documentos e leis mas, tão esquecidos na prática.
Vania Viana – Professora de Educação Especial E-mail Outros Artigos da Professora Vania Viana:
A Escolha da Escola (por Lucy Santos)
A procura por uma escola adequada deve levar em conta uma série de fatores; primeiramente de acordo com o quadro da criança, você deve ver se é melhor para ela uma escola normal (a chamada educação inclusiva) ou uma escola especial adequada a síndrome da criança. Para esta decisão é preciso examinar com calma se a escola normal têm as condições para atender bem seu filho(a), se os educadores da escola estão concientes e preparados (não basta aceitar a criança, não se trata disto, é preciso que possam ajudá-lo a desenvolver-se).
As outras crianças costumam lidar melhor com este assunto que os adultos, elas auxiliam em muito o desenvolvimento do amiguinho e geralmente o recebem de coração. Naturalmente se adaptam sem problemas. São os adultos que costumam complicar, criam métodos isto, métodos aquilo, mas as crianças de um modo geral levam mais progresso ao amigo especial que todos estes métodos juntos.
Se você já procurou por educação inclusiva, deve ter levado muitos sustos e choques também. Teoricamente toda a escola deveria "aceitar" a criança, sem discriminá-la, é lei, mas não é isto que acontece. Na prática por mais bem arrumado e bonito que seu filho esteja muitas vão discriminá-lo.Prepare-se.A mediocridade é tanta que chegarão a lhe dizer frases do tipo: "Eu gostaria muito mas não estamos preparados para esta criança; Como vou misturá-los aos outros? Por mim eu matricularia, mas os outros pais não irão concordar!" e por aí a fora. Não se incomode, estas pessoas estão educadoras mas não são educadoras. Realmente elas não servem para nossos filhos (creio que para ninguém).
Se por fim, você conseguir uma escola normal que vai trabalhar bem com seu filho, parabéns (merecerá o Nobel de pesquisa!).
Escola Especial
Em se tratando de escola especial é bom lembrar que as turmas são pequenas (geralmente 5 ou 6 alunos) e as aulas são dadas por professoras especializadas. O atendimento é individual e a criança é trabalhada de forma a superar suas dificuldades. A experiência da equipe em lidar com os problemas comuns aos especiais ajudam muito a criança e a família. Quando ler as placas ou folhetos da escola e ver: psicomotricidade, fisioterapia, musicoterapia, fonoaudiologia etc, não se iluda! Apesar do alto valor das mensalidades, nada, mas nada disto, está incluso, estes trabalhos serão cobrados a parte e será preciso ver se vale a pena trocar a equipe que o atende pela da escola, você decide.
Quem assistiu ao filme Prisioneiro do Silêncio, deve ter ficado impressionado com a preocupação do Estado nos EUA em por o garoto numa escola especial, eles literalmente forçam a mãe, aqui no Brasil não tem disto!
O custo de uma escola de educação especial é alto e nenhuma destas fundações que você vê na TV (Fundação Abrinq, Fundação pelos Direitos da Criança etc) irão ajudar.Elas só trabalham com crianças carentes (penso que em breve será preciso importar pobres pois o que tem de fundação para eles) nossos filhos não estão inclusos.
Se pensou em Direitos Humanos enganou-se novamente, a organização dos "Direitos Humanos" só atua no judiciário. Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação é que responde pela educação especial.Você pode procurar o coordenador da sua região (norte, sul leste e oeste) e solicitar uma bolsa em uma das instituições conveniadas. Para isto deverá levar o laudo da criança e escolher uma escola da lista que vão lhe dar.
Em outras cidades eu não sei como funciona. Sei que em Porto Alegre é super normal o estado custear uma escola especial (e boa) sem maiores problemas.
Em todos os casos, boa sorte, com certeza você vai precisar!
Lucy Santos Para conhecer mais matérias da autora, visite o site "Especialmente Ser" ou escreva para Lucy Santos
Conversando Sobre a Escola Inclusiva
Por Marina S. Rodrigues Almeida (conheça mais sobre a autora, clique aqui)
Psicóloga e Psicopedagoga CRP 06/41029-6
Foi somente no fim do século XIX quando, diante das radicais mudanças sociais rumo a modernidade instaura-se a escolaridade obrigatória.
De fato, o desenvolvimento humano passou a ser avaliado a partir de parâmetros inéditos e novos comportamentos começaram a ser exigidos.
A Educação Inclusiva não surgiu ao acaso, ela é um produto histórico de uma época e de realidades educacionais contemporâneas, uma época que exige que nós abandonemos muitos dos nossos estereótipos e preconceitos, na identificação do verdadeiro objeto que está sendo delineado.
A Psicanálise, quando de seu surgimento, tentava resgatar o sujeito histérico da exclusão social, na medida em que possibilitava que os sintomas fossem escutados e entendidos para além de seu encobrimento pelo mal estar físico.
No paradigma da Inclusão proponho o mesmo modelo, escutar pais, educadores e alunos, de maneira que o sentido seja entendido além de seu encobrimento pelo mal estar da deficiência permanente ou temporária e suas vicissitudes envolvidas.
Um paradigma é um modelo mental, uma forma de ver o mundo, um modelo de referência, filtrando outras percepções, conteúdos determinados, etc. Ele estabelece, em suma, um modelo de pensamento e/ou de crenças através do qual o mundo pode ser interpretado.
Para WINNICOTT o modelo de prevenção inicia-se pelo conceito de preocupação materna primária, o autor descreve como sendo as primeiras atitudes que a mãe inicia ao planejar a inclusão do projeto bebê/filho e posteriormente todos as demais providencias durante a gravidez. As condutas prévias de cuidados, proteção, fantasias destrutivas e amorosas começam a partir deste percurso. Neste momento as fantasias podem ser elaboradas positivamente, favorecendo a criação de um espaço interno imaginário (na mente materna primeiramente) para depois aparecer um espaço externo real, aonde este ser humano será incluso e aceito. Portanto, antes que exista o bebê concreto ele já está vivo na mente da mãe, vai ocupando e conquistando um lugar de identidade. Neste espaço imaginário, a mãe pode odiar seu bebê antes mesmo que ele a odeie, porque ao permitir a entrada do novo, do desconhecido do diferente e talvez “deficiênte” (quando há presença de sentimentos persecutórios constantes), fere nosso narcisismo (nossa imagem de espelho perfeita e ideal). Ao mesmo tempo que alimenta as fantasias do igual e perfeito, aparece a ambivalência dos afetos: é a vez da luta entre amor e ódio, bem e mal, perfeito e imperfeito, aceitar e rejeitar, etc...
Este pressuposto teórico nos ajuda a compreender esta dinâmica relacional humana entre a maternagem imaginária e maternagem ambiente que pode acolher ou excluir: a força dos afetos destrutivos, aparecem através dos conflitos, que são projeções de fantasias destrutivas e perigosos, a defesa é o afastamento, a rigidez, o impedimento, e o distanciamento do outro, que pode ser o bebê ou o portador de necessidades especiais. Consideramos que poderão estar neste inter-jogo emocional outras demandas ( individuais, culturais, etc...) não pretendemos aqui ponderar de forma reducionista, apenas olhamos esta situação por um vértice.
Se as instituições sociais, escolares, familiares, etc.. quiserem se constituir como espaços que acolham as diferenças a meta não deve ser necessariamente enquadrar, mas sim ajudar o “diferente” a encontrar um lugar social, escolar, etc... produtivo da maneira que lhe for possível, ou ainda, auxiliá-lo a encontrar respostas por diversas vias, através de outras formas de conhecer. O que chamamos de preocupação materna primária , numa metáfora para a escola, os professores e funcionários se prepararem para receber o aluno incluso. Lembremos que o desafio psicanalítico foi, desde o início, propiciar a escuta das diferenças e contribuir para que o sujeito possa encontrar seu bem estar dentro delas.
Trabalhar com o portador de necessidades educacionais especiais exige a disponibilidade (interna e externa – maternagem imaginária e maternagem ambiente suficiente) da equipe administrativa escolar, disponibilidade do educador, dos pais e do aluno.
Acredito que talvez seja possível estabelecer um lugar, um espaço intermediário entre a escola comum e a escola especial ou classe especial, com todas suas implicações institucionais, pedagógicas e sociais.
O referencial Inclusivo está sendo entendido por mim como um lugar que deverá ser construído gradativamente antes de se construir um cidadão. A Escola Inclusiva deve tentar auxiliar, na medida do possível, a constituir um sujeito cidadão, para uma SOCIEDADE PARA TODOS.
Incluir é criar, criação no sentido das intersecções de afetos, áreas, valores, conceitos, saberes e pessoas.
Precisamos rever nossa necessidade de desejar o outro conforme nossa imagem, mas respeitá-lo numa perspectiva não-narcísica, ou seja, aquela que respeita o outro, o não-eu, o diferente de mim, aquela que não quer catequizar ninguém, que defende a liberdade de idéias e crenças.(FREUD, 1914).
Precisamos nos atentar para o fato do portador de necessidades especiais estar incluso não o transforma em “normal” no sentido de que suas peculiaridades estejam superadas, pelo contrário ele continua com suas limitações que deverão ser respeitadas e atendidas. Neste momento entra a capacidade afetiva e pedagógica do educador de perceber estas sutilezas.
FREUD (1913) já dizia que a Pedagogia, a Política e a Psicanálise eram profissões do impossível, porque precisamos nos deparar com as limitações com o “desejo do outro”, justamente quando isto não acontece as formas de massificação e autoritarismos são instauradas, para impor o saber pela força, então encontramos uma ilusão de saberes!
Para que tudo isto se modifique, não basta apenas nós trabalharmos com os conteúdos cognitivos/informativos no processo de formação dos educadores para o paradigma da Inclusão, pois se eles não tiverem o desejo do saber instaurado, por mais conteúdos que possamos lhes dar, permanecerão na mesma posição. Acreditamos que devemos sempre estar atentos com o fato da impossibilidade, porque para aprender é necessário que a experiência seja resignificada, posteriormente a tomada de consciência, que será sempre incompleta e parcial. (LAJONQUIÈRE, 1999).
O que torna uma aprendizagem livre é a possibilidade da presença da confusão, do inesperado, porque derruba a teoria, abre para a reflexão e leva a modificação da práxis, este é o maior medo dos professores, e cujo lugar se encaixa o paradigma da inclusão com a entrada do portador de necessidades educacionais especiais. (SEN 1999).
A Psicologia Social vem nos ajudar a compreender a identidade dos seres humanos como sendo atribuições de predicados e adjetivos atribuídos pelo grupo social. No caso do portador de necessidades educacionais especiais, ele carrega um estigma social, bem como tantos outros grupos marginalizados pela sociedade. Entretanto, é importante lembrar que o indivíduo não é apenas algo que lhe atribuem, mas também o que faz e como faz.
Compreendemos a identidade do portador de necessidades educacionais especiais, no paradigma da Inclusão tendo a possibilidade de pensar, de ser e de fazer, resignificando sua identidade através do convívio na diversidade. (HALL, 1997).
O portador de necessidades educacionais especiais não deve então ser visto isoladamente, mas como um ser em relação e portanto nas relações sociais que o aluno deverá estar envolvido, sua identidade poderá ser resignificada e concretizada de maneira positiva.
Para uma Inclusão bem sucedida tanto depende do desejo do professor, dos pais assim como do desejo do aluno querer fazer ou não esta mudança.
O poder das políticas públicas poderá contribuir para criar espaços, assegurar direitos e deveres, promover projetos mais eficientes, mas não dá garantia nenhuma sobre uma verdadeira inclusão entre pessoas se de fato não nos envolvermos. Envolver dá trabalho, leva a responsabilidade e compromisso, é caminhar a passos curtos.
“Aonde não exista afeto de fato não há relação humana possível e portanto não haverá Inclusão”.
História do movimento da escola inclusiva De onde veio a proposta da escola inclusiva?
ADAPTAÇAO do texto da Profa. Dra Leny Magalhães Mrech
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Matéria enviada por Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
Os quatro eixos básicos que constituíram o Paradigma da Inclusão partiram do entroncamento de quatro fontes básicas: a emergência da Psicanálise ; a luta pelos Direitos Humanos, a Pedagogia Institucional e o movimento de Desinstitucionalização Manicomial ou Antipsiquiatria.
Foram estes desencadeadores que delinearam um problema social, um problema público - a questão da inclusão social - que vem tomando forma e exigindo novas práticas educacionais e sociais.
As contribuições de Sigmund Freud e Jacques Lacan , trouxeram uma nova forma de se conceber os seres humanos: a importância da linguagem, do inconsciente e da sexualidade nos processos de constituição dos sujeitos.
Através dos ensinamentos de Freud e Lacan foi possível identificar que havia em relação à sociedade e aos sujeitos uma leitura ingênua do mundo. Uma crença na intencionalidade direta e linear das ações dos sujeitos e da sociedade.
Freud revelou que o sujeito e a sociedade podem ir contra si mesmo. Os sujeitos não criam apenas através das suas ações, o que chamou de pulsão de vida. Eles podem também se destruir ou destruir ao outro, um processo bastante sofisticado que Freud denominou de pulsão de morte.
Com isto foi tornando-se cada vez mais evidente que a sexualidade, a inteligência e a afetividade dos seres humanos não eram apenas produtos já dados, mas construções sociais e individuais. Para Freud e Lacan a ênfase estava nas relações e não em processos biológicos previamente concebidos e estruturados. Um exemplo é a questão atualíssima da violência nas escolas, vem revelando que não basta lidar apenas com o cognitivo, nós precisamos também trabalhar com a afetividade dos alunos, existe um desamparo familiar, social, político, ético, moral etc... encobrindo essa violência manifesta.
Mais tarde, a luta pelos Direitos Humanos veio ampliar ainda mais esta proposta. Ela delineou uma outra passagem que é a luta pelos direitos políticos. De 1964 a 1968, no meio universitário e fora dele, emergiu, no mundo todo, a defesa pelos Direitos Humanos aplicados a todos os sujeitos. Independente do fato de se pertencer a uma dada raça, cor, religião, situação financeira, etc. O objetivo é que todos os sujeitos tivessem acesso e direito garantido aos mesmos parâmetros de ingresso nos processos sociais e educativos.
A luta pela Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, veio revelar o papel estratégico que a Educação vem ocupando na manutenção, ao longo de décadas, de processos estigmatizadores.
Em decorrência, não foi ao acaso que emergiu, na França, na década de 60, a Pedagogia Institucional ou Pedagogia revolucionária, aquela cujas raízes se encontram no movimento frenetiano e no grupo dos Situacionistas Internacionais que, desencadearam no mundo todo, uma nova forma de ver a cultura e a Educação. Esse conceito situacionista, revela a importância de não mais focalizarmos o sujeito isoladamente. É preciso que se identifique também o contexto social - a situação ou ambiência - onde sujeito se encontra colocado.
O movimento mais transformador da cultura na década de 60 e 70, foi o Movimento de Desinstitucionalização Manicomial, ou seja, da quebra das cadeias manicomiais, como lugares de atendimento e tratamento excludentes dos doentes mentais.
Os movimentos de Desintitucionalização e Antipsiquiatria propiciaram novas luzes aos processos de atendimento e tratamento dos doentes mentais. Eles revelaram a importância de situações saudáveis para o bom andamento dos sujeitos. Situações onde os doentes mentais não ficassem excluídos dos ambientes comuns, mas fosse dado o direito de participar de uma forma mais ampla e digna dos contextos sociais comuns.
Acreditamos que os conteúdos que atualmente surgiram em Educação Inclusiva não sejam referidos apenas ao momento presente. Revelam a existência de um problema social maior, um problema público, em relação à maneira como os deficientes têm sido tratados ao longo da história da nossa civilização.
”O brincar e o jogar da criança ao adulto" Uma visão psicopedagógica
Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga e Psicopedagoga
“O homem brinca e ele somente é um homem no sentido
Total do mund, quando brinca.”
(Schiller)
Introdução
Foi pensando em minha experiência clínica e institucional, como psicóloga, pedagoga, e posteriormente psicopedagoga, que despertou-me o desejo de investigar mais de perto as relações do “Brincar Infantil”.
Observamos nos últimos anos, que nunca se deu tanto destaque ao brinquedo, como se vem dando ultimamente. As indústrias investem nesta área, desenvolvem toda sorte de brinquedos eletrônicos, jogos, fazem comerciais, propagandas, brindes em supermercado, até as lojinhas de um e noventa e nove atacaram também, (com brinquedos muitas vezes sem qualidade , sem fiscalização e controle do IMETRO. Evidentemente tudo isto tem um fim: o consumo perverso. Descobriram uma fatia do mercado, as crianças e os jovens, que são consumidores em potencial, manipulados, seduzidos, ingênuos. Porém, constatamos que há o lado bom deste estímulo, mas não encontramos nossas crianças brincando com espontaneidade e espírito criador. Logo o brinquedo é descartado e querem outro, ou brincam um pouquinho e depois vão mexer no que não deve. Por que será?
Notamos vários teóricos pesquisando e escrevendo a respeito, como o brinquedo sendo um instrumento enriquecedor , possibilitando a aprendizagem de várias habilidades.
No dia-a-dia, é comum ouvirmos comentários sobre o brincar, num tom queixoso e esvaziado de significado: os pais comentam “Hoje meu filho não foi para a escolinha, também não perdeu nada, só vai para brincar!”; ou os professores falam “Aquela menina não tem feito nada, só pensa em brincar!”. Portanto, o brincar parece estar associado à uma ação irrelevante, ou pelo menos nada que tenha alguma importância para a vida humana.
Os pais valorizam mais as atividades como: “Meu filho faz, natação, inglês, ginástica, faz conservatório musical, teatro, computação, etc....”. Estas atividades são importantes e necessárias, mas está sobrando pouco tempo para a espontaneidade, para o brincar em conjunto, para a fantasia.
A Psicopedagogia tem se constituído no espaço privilegiado para pensar as questões relativas à aprendizagem. Sendo assim, está intimamente ligada ao ato de brincar, como fonte de conhecimento.
Podemos dizer que, a capacidade de brincar faz parte de um processo de desenvolvimento, sendo imprescindível para a sobrevivência psíquica e para o avanço social do homem. Notamos isto na própria história antropológica humana.
Sabemos pela maneira que uma criança, adolescente, adulto, brinca como algo revelador de suas estruturas mentais, pensamentos, sentimentos, interações, ou seja seus níveis de maturidade cognitiva, afetiva – emocional e social.
Faço então uma pergunta: “O que acontece com o brincar; pois ora é tão valioso ora é tão desvalorizado?”
O brincar e o jogar da criança ao adulto
Vejamos a origem das palavras:
- Jogar: do latim “jocare”: entregar-se ao; ou tomar parte no jogo de; executar as diversas combinações de um jogo; aventurar-se ou arriscar-se ao jogo; perder no jogo; dizer ou fazer brincadeira; harmonizar-se.
- Brincar: “de brinco+ar”; divertir-se infantilmente; entreter-se em jogos de criança; recrear-se; distrair-se;saltar; pular; dançar, (...) (Dicionário da Língua Portuguesa – Aurélio, 1986, pp. 286-98)
Percebemos que há uma dificuldade em definir os termos “jogar” e “brincar”, pois ambos tem uma fronteira comum, indicando um grau de subjetividade, em que estas atividades estão implícitas.
Segundo, BOMTEMPO (1987 p.13) “a atividade do brincar, geralmente é vista como uma situação livre de conflitos e tensões, havendo sempre um elemento de prazer. Também é uma atividade com um fim em si mesma, pois não há resultado biológico imediato que altere a existência do indivíduo.”
O brincar da criança não é equivalente ao jogo para o adulto, pois não é uma simples recreação, o adulto que brinca/joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para novas etapas de domínio do mundo que a cerca.
Precisamos saber que o brincar da criança é uma forma infantil da capacidade humana de experimentar, criar situações, modelos e como dominar a realidade, experimentando e prevendo os acontecimentos.
Quando induzimos a criança a brincar com jogos educativos, chega um momento em que ela interrompe dizendo: -“Bem agora, vamos brincar, tá?”. Portanto a criança não estava brincando no verdadeiro sentido do verbo, quando percebe o objetivo e intenção pedagógica que a cansou, interrompe, pois o brincar é destituído de qualquer objetivo externo e determinado, brincar requer espontaniedade, criatividade, liberdade com limites.
A brincadeira a partir dos 2 aos 4 anos, desenvolve-se com base nas organizações mentais, ou seja a simbolização. Diferencia o “eu” do outro, fantasia de realidade.
No início apresenta características de “pensamento mágico pré conceitual”, ou seja a a criança dá vida aos objetos, atribui sensações e emoções, conversa com eles. É também uma brincadeira solitária, na qual vive diferentes papéis. Pouco a pouco, ensaia um simbolismo coletivo, exigindo dela esforço e descentralização para acrescentar o outro e poder continuar brincando.
A partir dos 4 anos, a brincadeira vai adquirindo um aspecto mais social surgindo as brincadeiras com regras, onde o combinado deve ser respeitado.
Na compreensão da brincadeira simbólica a criança revela situações carregadas de emoções e afetos, as organizações lógicas : classificações, seriações, quantidades, cores, cenário onde aparece seus medos, dificuldades, tensões, inversão de papéis, etc...
Huizinga (1980), filósofo da história em 1938, escreveu seu livro “HOMO LUDENS” no qual argumenta que o jogo é uma categoria absolutamente primária da vida, tão essencial quando o raciocínio (HOMO SAPIENS) e a fabricação de objetos (HOMO FABER), então a denominação HOMO LUDENS, é cujo elemento lúdico está na base do surgimento e desenvolvimento da civilização.
O autor define jogo como: “uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente de vida cotidiana.”
Em seu livro Huizinga nos conta que:
Nas sociedades antigas, não havia destinação entre jogos infantis e adultos, eram coletivos.
O jogo era considerado como um vínculo entre as pessoas, grupos, classes e gerações, entre passado e futuro. Gradualmente este caráter foi sendo perdido ao longo da história, transformando-o mais individual.
A influência educacional, religiosa e social altera os valores morais, considerava a criança como, um ser não maduro para convívio com adulto, sendo que deveria ser submetida a um “regime especial”.
Os jogos e divertimentos coletivos foram abandonados e o ato de brincar desvalorizado, por não ter função aparente.
Com o surgimento do capitalismo esta idéia teve mais força, pois não podia ser associado a produção e trabalho, se tornou algo inútil.
O importante no brincar não é tanto como a criança, o jovem ou o adulto brinca, mas sim como ela se envolve, lidando de forma cada vez mais criativa e interativa com seu mundo interno e externo.
O fato de uma criança jogar xadrez, onde há presença de regras explícitas, pode ser considerado também por ela como uma brincadeira, ou o fato de brincar de boneca aparentemente sem regras explicitas, possa ser uma reprodução de papéis sociais, pré estabelecidos por ela.
Os pais e educadores devem levar em consideração os seguintes aspectos ao observar a criança ou o jovem brincando:
Ela tem brincado ultimamente? Quanto tempo fica nesta atividade? O que faz com aquela brincadeira?
Brinca sozinha? Brinca com alguém? Brinca em grupo?
O que ela está expressando?
Quais as regras?
Como está brincando?
Criou novas regras?
Permaneceu em regras impostas?
Qual sua reação?
O que aparece neste jogo?
Para que serve este jogo ou brincadeira?
Como cuida dos brinquedos?
Quais os brinquedos prefere?
Na verdade não existem delimitações claras sobre o ato de brincar e jogar e sim uma fusão entre as duas atividades. Quando uma criança não brinca, não se desenvolve, não se aventura em algo novo, desconhecido, isto é muito preocupante. Se a criança brinca está revelando ter aceito o desafio do crescimento, de ter a possibilidade de errar, de tentar a arriscar para progredir e evoluir.
Enquanto pais, educadores e profissionais afins, precisamos ser mais tolerantes com as atividades do cotidiano e criarmos um espaço para o lúdico, para nós também podermos sonhar, fantasiar, brincar.
Bibliografia
Bomtempo, E. aprendizagem e brinquedo em Witter, G.P. e Romeraco, T.F. “Psicologia da Aprendizagem”
Ed. EPU.
Erikson, E.H. Infância e Sociedade”
Ed. Zahar
Huizinga,J. “Homo Ludens – O Jogo como elemento da Cultura”
Ed. Perspectiva
Lebovici e Diatkine, R. “Significado e Função do Brinquedo na Criança”
Ed. Artes Médicas
Oliveira, P. S. “O que é brinquedo ?”
Ed. Brasiliense
Benjamin, N. “Reflexões: A criança, o brinquedo e a educação”
Ed. Summus
Oliveira, V.B. “O símbolo e o brinquedo”
E “Avaliação Psicopedagógica da Criança de 0 a 6 anos”
Ed. Vozes
Piaget, J. “A Formação do Símbolo na Criança”
Ed. Guanabara Koogam
Fernandes, A. “Inteligência Aprisionada”
Ed. Artes Médicas

Quando a gente se encontrar
tudo vai ser t�o perfeito
eu quero te curtir demais
eu vou aliviar esse aperto no meu peito
Que vontade n�o da mais
Se no telefone � bom
Imagine aqui bem perto
Eu sentindo o teu calor
Sem medo de ser feliz, t� com o cora��o aberto
Com voc� eu to esperto
~
J� me acostumei com o seu jeitinho,
de falar no telefone besteirinhas pra me provocar
Quando eu te pegar "c�" ta perdida
vai se arrepender
de um dia ter me tirado do meu lugar
~
Pe�o, por favor, n�o se apaixone
pois n�o sou aquele homem que um dia o seu pai sonhou
~
Eu s� tenho cara de santinho
sempre fa�o com jeitinho
coitada de quem acreditou.
~
Eu prometo te dar carinho
mais gosto de ser sozinho livre pra voar
quem sabe um outro dia a gente possa se encontra de novo prometo te da carinho
mas gosto de ser sozinho livre pra voar
quem sabe um outro dia a gente possa Se encontrar...
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