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A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.

9 de fev. de 2009

Educação Especial, Dislexia e Gafes Linguísticas

Educação Especial, Dislexia e Gafes Linguísticas
Vicente MARTINS
Vicente Martins, brasileiro, é professor de Lingüistica e Leitura do Centro de Letras e Artes da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), de Sobral, Estado do Ceará, Brasil. Graduado e pós-graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com mestrado em educação brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
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ÍNDICE
1. Introdução
2. A Dislexia e a educação especial
3. A Dislexia e a delinqüência juvenil
4. A dislexia e a intervenção psicolingüística
5. A dislexia e o Projeto Genoma Humano
6. A dislexia e as gafes lingüísticas
7. Bibliografia
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Resumo: O presente artigo, resultado de investigações sobre Lingüística Aplicada às Dificuldades de Aprendizagem relacionadas à Linguagem, traz aspectos importantes sobre conceito, características e diagnóstico da dislexia, transtorno do aprendizado de leitura

Palavras-chaves: leitura – dislexia – lectoescrita – Lingüística aplicada – Aprendizagem – Linguagem – Disgrafia – Disortografia – Projeto Genoma
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1. Introdução

Estima-se que, no Brasil, cerca de 15 milhões de pessoas têm algum tipo de necessidade especial. As necessidades especiais podem ser de diversos tipos: mental, auditiva, visual, físico, conduta ou deficiências múltiplas. Deste universo, acredita-se que, pelo menos, noventa por cento das crianças, na educação básica, sofram com algum tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem: dislexia, disgrafia e disortografia. Entre elas, a dislexia é a de maior incidência e merece toda atenção por parte dos gestores de política educacional, especialmente a de educação especial.
A dislexia é a incapacidade parcial de a criança ler compreendendo o que se lê, apesar da inteligência normal, audição ou visão normais e de serem oriundas de lares adequados, isto é, que não passem privação de ordem doméstica ou cultural. Encontramos disléxicos em famílias ricas e pobres.
Enquanto as famílias ricas podem levar o filho a um psicólogo, neurologista ou psicopedagogo, uma criança, de família pobre, estudando em escola pública, tende a asseverar a dificuldade persistir com o transtornos de linguagem na fase adulta. Talvez, por essa razão, isto é, por uma questão de classe social, a dislexia seja uma doença da classe média, exatamente porque, temporão, os pais conseguem diagnosticar a dificuldade e partir para intervenções médicas e psicopedagógicas.
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2. A Dislexia e a educação especial

No âmbito das instituições da Educação Básica, no Brasil, relatos de professores, especialmente os de línguas materna e estrangeira, registram situações em que crianças, aparentemente brilhantes e muito inteligentes, não podem ler, escrever nem têm boa ortografia para idade. Nos exames vestibulares, as comissões executivas descrevem casos "bizarros" (às vezes, motivo de chacotas) em que candidatos apresentam baixo nível de compreensão leitora ou a ortografia ainda é fonética (baseada na fala) e inconstante.
Assim, urge a realização de testes de leitura nas escolas públicas e privadas, desde cedo, de modo a diagnosticar e avaliar a dificuldade de leitura.
Por trás do fracasso escolar ou da evasão escolar, sempre há fortes indícios de dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Nos casos de abandono escolar, em geral, também, verificamos crianças que deixam a escola por enfrentarem dificuldades de leitura e escrita.
A dispedagogia, isto é, o desconhecimento por parte dos professores, pais e gestores educacionais, do que é a dislexia e suas mazelas na vida das crianças e dos adultos também só piora a aprendizagem da leitura de seus alunos. Infelizmente, a legislação educacional (CF, LDB, resoluções etc) não trata as diversas necessidades especiais dos educandos de forma clara, objetiva, pragmática e programática. Sua omissão tem de certa forma dificultado ações governamentais por parte dos gestores, do professor ao secretário de educação.
A Constituição Federal ,ao tratar sobre a educação especial, diz: " O dever do estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializada aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino"(Artigo 208, III, CF). E perguntaria ao leitor: uma criança, com dislexia, isto é, com dificuldade de ler bem, é um portador de deficiência? Claro que não. A Lei 9.394/96, a de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, apresenta uma melhor redação sobre a matéria. Diz assim: " O dever do estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino" (Art. 4º, LDB). Melhorou e, em muito, porque faz referências às necessidades especiais.
Chegamos, por dedução ou exegese jurídica, à conclusão de que a dislexia é uma necessidade especial. Mas qual a natureza dessa necessidade especial? Por exclusão, diríamos que uma criança com dislexia não é portadora de deficiência nem mental, física, auditiva, visual ou múltipla. O disléxico, também, não é uma criança de alto risco. Uma criança não é disléxica porque teve seu desenvolvimento comprometido em decorrência de fatores como gestação inadequada, alimentação imprópria ou nascimento prematuro. A dislexia tem um componente genético, exceto em caso de acidente cérebro-vascular (AVC).
Ser disléxico é condição humana. O disléxico pode, sim, ser um portador de alta habilidade. Daí, em geral, os disléxicos, serem talentosos na arte, música, teatro, deportes, mecânica, vendas, comércio, desenho, construção e engenharia. Não se descarta ainda que venha a ser um superdotado, com uma capacidade intelectual singular, criativo, produtivo e líder. O disléxico pode, também, ser um portador de conduta típica, com síndrome e quadro de ordem psicológica, neurológica e lingüística, de modo que sua síndrome compromete a aprendizagem eficaz e eficiente de leitura e escrita, mas não chega a comprometer seus ideais, idéias, talentos e sonhos. Por isso, diagnosticar, avaliar e tratar a dislexia, conhecer seu tipo, sua natureza, é um dever do Estado e da Sociedade e um direito de todas as famílias com crianças disléxicas em idade escolar.
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3 . A Dislexia e a delinqüência juvenil

Uma dificuldade de leitura pode levar uma criança à delinqüência juvenil? Cremos que sim. Há uma relação muito estreita entre leitura e pensamento, entre leitura e atitude e mais estreita ainda é a relação entre rechaço e maus leitores, de que modo que as investigações recentes, na psicopedagogia e Lingüística Aplicada, apontam para um grau de contiguidade entre leitura e delinqüência juvenil.
O comportamento do delinqüente, no meio escolar, em geral está associado com alguma dificuldade de aprendizagem relacionada linguagem. As crianças com dificuldade parcial de ler bem, quase sempre, são alunos isolados, mas alunos que procuram superar suas limitações lingüísticas com comportamentos mais agressivos, rebeldes e violentos.
As notas baixas nas disciplinas escolas refletem muito as limitações cognitivas e lingüísticas dos maus leitores, mas a destreza no esporte, na arte, muitas vezes podem, doutra sorte, revelar um sentimento de rebeldia que pode perdurar na fase adulta. Não há aqui, intenção de estabelecer dicotomia ou maniqueísmo, todavia os maus leitores são potencialmente os alunos que mais oferecerão problemas de indisciplina ao setor psicopedagógico da escola.
Durante dois anos observamos e constatamos que as dificuldades de leitura e a delinqüência juvenil são tipos de problemas que caminham juntos e, portanto, exigem uma intervenção por parte dos agentes e autoridades educacionais. Uma política de leitura não apenas compensaria o déficit cultural dos alunos como também iria engajá-los no discurso da sociedade da informação.
Enquanto isso, sobra a difícil tarefa de domesticação de atitudes dos alunos por parte dos abnegados professores, em particular, os da rede pública de ensino, que se deparam hoje não apenas com dificuldades domésticas, materiais e pedagógicas nas salas de aula, mas têm , também, como tarefa árdua o enfrentamento da questão social a que a escola pública está inserta. Refiro-me à delinqüência juvenil revelada na gangs e nas brincadeiras violentas e agressivas no meio escolar.
Muitos alunos cometem atos anti-sociais não porque são pobres ou por passarem privação cultural, e sim, porque, estando nas escolas (sejam públicas ou não), não têm rendimento escolar e padecem com transtornos de linguagem como as dificuldades de ler e escrever bem e, conseqüentemente, têm baixo rendimento na avaliação escolar. Quanto mais a criança é inculta, mais propensa à violência por motivos frívolos e banais. Quanto mais a criança é arisca, mais tímida para os embates da vida.
Na minha rápida passagem pela rede estadual de ensino, tomei algumas providências iniciais para o trabalho com os alunos agressivos e com problemas de conduta: a primeira, conhecer seus pais e conhecendo sua família ter uma “etiologia” mais clara e definida da forma de intervenção pedagógica a tomar com relação ao educando; a segunda providência foi a de levar meu aluno à consciência de suas limitações cognitivas, de natureza secundária, e mostrar-lhes, por exemplo, que, através de uma boa orientação ou reeducação da leitura, poderiam mudar as próprias atitudes, ideais aspirações pessoais e, finalmente, promover através da leitura aquisição de conhecimentos e a integração social. Quanto mais a criança compreende ideologicamente o mundo mais se envolve com uma práxis da concidadania e se inquieta com as questões de ordem social.
Os alunos com dificuldades de leitura e, a cada tentativa, frustrados, são levados a gazear aulas e a freqüentar companhias indesejáveis. Um aluno que fracassa na leitura, fracassa também na hora de ler um problema na matemática ou na hora de fazer um exercício de gramática. Um aluno que fracassa na leitura não encontra sentido algum em ler um Machado de Assis ou ler os versos de um Camões que estão parafraseados na sua canção predileta de Legião Urbana. Um aluno que constantemente fracassa é empurrado de forma perversa para a delinqüência.
Uma última palavra: a privação da leitura interfere no desenvolvimento da personalidade dos alunos. Um aluno com deficiência de leitura é triste e deprimido, agressivo e angustiado, potencialmente um delinqüente.
Numa sociedade de informação, ler ou escrever bem é condição de superação da desigualdade social: se alguns duvidam da tese, eis a rede mundial de computadores revelando um mundo de novas ocupações fundadas na fluência verbal e na comunicação eficaz. Se desejarem, voltaremos ao assunto.
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4. A dislexia e a intervenção psicolingüística

Nos últimos sete anos, venho desenvolvendo estudos sobre a contribuição da lingüística para o diagnóstico da dislexia e intervenção psicolingüística.
A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio)
A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê.
O que nos chama atenção, à primeira vista, é que uma criança disléxica é inteligente, habilidosa em tarefas manuais, mas persiste um quadro de dificuldade de leitura da educação infantil à educação superior.
Minha estimativa, por baixo, é a de que, no Brasil, pelo menos, 15 milhões crianças e jovens sofram com distúrbios de letras. Creio que a dislexia é a maior causa do baixo rendimento escolar. A dislexia é o principal fator de insucesso dos alunos nos exames de leitura, nacional e internacional.
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. Ela está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações.
Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.
Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.
É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade.
Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.
Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.
Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral.
Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas.
No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, educadores, professores e pais devem ter atenção para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.
Por fim, com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a criança a ter algum distúrbio de letras. Até agora, não há estudos científicos sobre o assunto, mas, pelo relato de pais e professores, dirigidos ao meu site (http://sites.uol.com.br/vicente.martins), na Internet, revelam que posições pouco ergonômicas perante a um computador, pode comprometer o sistema perceptivo da criança, levando à dificuldade de leitura e escrita.
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5. A dislexia e o Projeto Genoma Humano

A dislexia é um problema que se detecta em crianças que sofrem dificuldades de leitura. Os testes psicopedagógicos, com uma relativa precisão, diagnosticam as dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem. Todavia, qual a origem da dislexia ou das dislexias? Os maus leitores são conseqüências de maus métodos do ensino da leitura? A dislexia é hereditária?
Há uma lista interminável de causas atribuídas à dislexia. Psicólogos, oftalmologistas, neurologistas, neuropsicólogos, pediatras, pedagogos, psicopedagogos, lingüistas, neurolingüistas e psicolingüistas, todos têm uma explicação ou uma etiologia da dislexia, apontando, entre outros fatores, problemas sócio-efetivos, visuais, auditivos, motores, neurológicos, fonológicos e, agora, com o Projeto Genoma Humano, geneticistas europeus acreditam que as alterações cromossômicas estão associadas ao transtorno da leitura.
Como lingüista, tenho uma forte inclinação para considerar que as dificuldades de leitura são problemas de consciência fonológica das crianças, na educação infantil e no processo de alfabetização escolar, indicando o déficit lingüístico como a principal causa da dislexia.
Minha investigação sobre o assunto, nos últimos sete anos, revela que a incapacidade do reconhecimento dos fonemas e letras é um componente que pesa muito na hora de a criança ler e compreender o que lê ou no simples ato lingüístico de soletrar palavras. Sem embargo, confesso que me rendo às recentes descobertas dos quatro genes ligados à dislexia.
Chega-nos, através da revista britânica Journal Of Medical Genetics, a informação de que são quatro os genes de suscetibilidade à dislexia: o DYX1, o DYX2, o DYX3 e o DYX4. Observem que determino cada gene, antepondo o artigo definido em todos os símbolos genéticos, o que significa que já foram localizados e mapeados pelos pesquisadores. São genes em diferentes posições, o que nos leva a suspeitar do caráter heterogêneo dos transtornos de leitura.
O gene de descoberta mais recente é o DYX3, do cromossomo 2, que vem merecendo especial atenção dos estudiosos na área de Linguagem, especialmente os neurolingüistas e psicolingüistas, por ser resultado de uma pesquisa levada a cabo pelo doutor Toril Fagerheim, do Hospital Universitário de Tromsoe, na Noruega. O doutor Fagerheim coordenou uma equipe multinacional de médicos e descobriu o gene DYX3 após estudar 36 membros de uma família noruega com antecedentes de dislexia.
O segundo passo agora é clonagem dos genes. Clonando o gene DYX3, os geneticistas poderão demonstrar a natureza e a freqüência dos genes envolvidos nas alterações de leitura e linguagem.
A descoberta do gene e de seu funcionamento é de extrema importância para a pedagogia da leitura. Uma vez sendo identificado um gene ligado à dislexia, na criança em idade escolar, provavelmente não poderemos, ainda, oferecer uma cura, não obstante, para a pediatria ou neurologia a intervenção médica será reorientada e os professores, por sua vez, poderão intervir pedagogicamente, isto é, de forma mais individual, precisa e eficaz, no processo de aprendizagem da leitura.
Certo é que os pesquisadores do Projeto Genoma Humano descobrem, a cada momento, que não existem mais dúvidas de que componentes genéticos estão envolvidos com os transtornos de leitura e escrita. Os médicos e os profissionais da educação escolar se rendem também à biotecnologia.
Uma outra pesquisa, não menos importante do que a de Toril Fagerheim, está sendo feita pelo neuropsicólogo Frank Wood, da Universidade de Forest Wake, e revela que outros cromossomos (6, 1,2 e 15) têm relações com a inabilidade de algumas crianças no processamento do texto.
Estas descobertas genômicas, no momento, levam-nos a especulações de diversas ordens. Uma delas é a implicação ética do fazer pedagógico. É bem provável que, no futuro, a identificação dos leitores será feita através de um microchip, que descreverá nossos defeitos e qualidades nas habilidades lingüísticas (leitura, escrita, fala e escuta).
Estamos aqui a esperar que a lingüística se transforme em uma biotecnolingüística(o neologismo é meu) em que a dificuldade de leitura não será mais chamada de dislexia e sim , simplesmente, desordem genética.
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6. Dislexia e as gafes lingüísticas

O que pode ocorrer quando os pais e a família não diagnosticam a dislexia da criança ainda na fase escolar? O que ocorre com o adulto disléxico?
As recentes gafes lingüísticas do presidente Georg W. Bush Jr são evidências muito concretas de uma dislexia que se severa a cada ano, a cada evento, a cada nova circunstância política. Mais recentemente, em fevereiro de 2002, durante sua visita ao Japão, em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi, Bush disse “desvalorização” em vez de “deflação”, o que acabou por provocar pânico no mercado de câmbios. Qual a origem dos lapsos de Bush Jr?
Os tropeços verbais de Bush não são de hoje. Ele é famoso por suas inumeráveis gafes lingüísticas em matéria de política internacional. Decerto, isso não ocorre somente por ignorância ou desinformação, mas por ser portador de dislexia. Durante sua campanha à Presidência dos EUA, seus lapsos gramaticais e, principalmente, ao inventar, nos discursos de improviso, palavras inusitadas e estranhas ao idioma inglês, tal comportamento lingüístico indicava, para os opositores, um despreparo para assumir a presidência dos EUA. Todavia, a dislexia de Bush, herança familiar, não compromete nem comprometeu, até agora, sua inteligência e capacidade de liderar o País.
Bush é um disléxico com visão de mundo, e ficará na história, não apenas pelos atentados de 11 de setembro, mas também como um homem que faz a auto-anulação de seus erros, ao admitir e rir dos lapsos de linguagem. Quando erra, quando troca letra ou palavra, não pensa em duas vezes para, em seguida, pedir desculpas ao interlocutor pela troca involuntária e dá um sorriso franco, próprio de quem aprendeu a vencer os próprios limites de linguagem verbal. O que acontece com Bush aconteceu com figuras proeminentes como Leonardo Da Vinci, William Butler Yeats, Albert Einstein e também o ex-governador de Nova York David Rockefeller.
Ao que tudo indica a dislexia de Bush é hereditária. O avô de George Bush Jr, Prescott Bush, era disléxico. As dificuldades de leitura também podem ser constatadas no seu irmão Neil, que já recebeu um diagnóstico de dislexia. Da família, Bush Jr, em que pese ter consciência do problema lingüístico, ainda não se submeteu aos testes de diagnóstico de dislexia. Sua mãe, Barbara, porém, tem participado de várias campanhas sobre o esclarecimento dessa síndrome e admite, publicamente, as dificuldade de leitura e de compreensão de textos nos demais membros da família.
No caso da troca de “deflação” por “desvalorização”, esta clara manifestação de comportamento disléxico recebe, no âmbito dos estudos sobre as dificuldades de leitura , o nome de paralexia verbal. A paralexia designa o comportamento de um paciente que substitui uma palavra por outra quando lê ou escreve.
O disléxico escuta bem, mas não pode processar rapidamente todos os sons de uma palavra. Desse modo, quando repete uma palavra que escutou o faz omitindo ou alterando o lugar ou contexto dos sons da palavra. Por isso, em geral, falta ao disléxico, a consciência fonológica.
Por ser um presidente de uma grande potência mundial, o comportamento disléxico de Bush tem sido desastroso não só para a sua própria imagem de estadista, objeto de muita chacota por parte de políticos e jornalistas do mundo inteiro, mas compromete, por vezes, a paz mundial, quando apresenta sinais de beligerância, cansaço, stress ou humor visceral, como os verificados na declaração de guerra ao Afeganistão.
Uma outra compreensão de sua dislexia pode nos levar a afirmar que suas dificuldades verbais revelam seu desconhecimento para tratar com a etnolingüistica do mundo ocidental e oriental, o que certamente, justificaria que, em muitos de seus discursos, chame “kosovarianos” aos kosovares, “grecianos” aos gregos, “timorianos” aos timorenses. Ou, ainda, que confunda, Eslováquia por Eslovenia e aos talibães com um grupo de rock.
Mais recentemente, termos como “ declaração de guerra” e “eixo do mal”, sem o peso da carga semântica que a mídia parece supor, indicam o risco, sempre iminente, de confronto mundial.
Em todo caso, consciente de suas limitações no plano da linguagem verbal, Bush Jr tem se comportado como um “ator de discurso memorizado” e tem procurado, outrossim, convencer seus eleitores de que pode ser Presidente não apenas com palavras, mas com gestos. Eis então a explicação porque um disléxico conseguiu chegar à Presidência dos EUA: desenvolveu a capacidade de gostar das pessoas, de ouvir e de estar sempre próximo do povo.
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7. Bibliografia

1. CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. (1989). Dislexia: manual de leitura corretiva. Tradução de Ana Maria Netto Machado;;
2. DOCKRELL, Julie e MESHANC, John. (2000). Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma abordagem cognitiva. Tradução de Andrea Negreda. Porto Alegre: Artes Médicas.
3. ELLIS, Andrew W. (1995). Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artes Médicas.
4. ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação e tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed.
5. FONSECA, Vítor. (1995). Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas.
6. GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas.
7. GERBER, Adele . (1996). Problemas de aprendizagem relacionados à linguagem: sua natureza e tratamento. Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas. 362p.
8. GREGÓIRE, Jacques e PIÉRART, Bernardette. (1997). Avaliação dos problemas de leitura: os novos modelos teóricos e suas implicações diagnósticas. Tradução de Maria Regina Borges Osório. Porto Alegre: Artes Médicas.
9. HARRIS, Theodore L, HODGES, Richard E. (1999). Dicionário de alfabetização: vocabulário de leitura e escrita. Porto Alegre: Artes Médicas
10. HOUT, Anne Van, ESTIENNE, Françoise. (2001). Dislexias: descrição, avaliação, explicação e tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed.
11. LECOURS, André Roch, PARENTE, Maria Alice de Mattos Pimenta (1997). Dislexia: implicações do sistema de escrita do português. Porto Alegre: Artes Médicas.
12. SISTO, Fermino Fernandes et ali. (orgs.). (2000). Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis, RJ: Vozes.
13. SMITH, Frank. (1999). Leitura significativa. Tradução de Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas.


























O que é Dislexia?

Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula.
Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial é disléxica.
Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico.
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar, sobre a qual falaremos mais adiante. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento pós diagnóstico mais efetivo, direcionado às particularidades de cada indivíduo, ou resultados concretos.
Pré-escola:
Fique alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
. Imaturidade no trato com outras crianças.

. Fraco desenvolvimento da atenção.

. Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem.

. Atraso no desenvolvimento visual.

. Dificuldade em aprender rimas e canções.

. Fraco desenvolvimento da coordenação motora.

. Dificuldade com quebra-cabeças.

. Falta de interesse por livros impressos.
O fato de apresentar alguns desses sintomas não indica necessariamente que ela seja disléxica; há outros fatores a serem observados. Porém, com certeza estaremos diante de um quadro que pede uma maior atenção e/ou estimulação.
Idade escolar
Nesta fase, se a criança continua apresentando alguns ou vários dos sintomas a seguir, é necessário um diagnóstico e acompanhamento adequado, para que possa prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e não tenha prejuízos emocionais:
. Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita.

. Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras).

. Desatenção e dispersão.

. Dificuldade em copiar de livros ou da lousa.

. Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura, etc.) e/ou grossa (ginástica, dança, etc.).

. Desorganização geral, podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares.

. Dificuldades visuais, como por exemplo, podemos, perceber com certo impacto, a desordem dos trabalhos no papel e a própria postura da cabeça ao escrever.

. Confusão entre direita e esquerda.

. Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas, etc..

. Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas.

. Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados, etc..

. Dificuldade em decorar seqüências, como meses do ano, alfabeto, etc..

. Dificuldade na matemática e desenho geométrico.

. Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão, e menos comum, mas também possível, tornar-se o "palhaço" da turma.

. Grande desempenho em provas orais.
Se nessa fase a criança não for acompanhada adequadamente, os sintomas persistirão e irão permear a fase adulta, com possíveis prejuízos emocionais, além de sociais e laborais.
Adulto
Se não teve um acompanhamento adequado na fase escolar, ou se possível pré-escolar, o adulto disléxico ainda apresentará dificuldades:

. Continuada dificuldade na leitura e escrita.

. Dificuldade para soletrar.

. Memória imediata prejudicada.

. Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia).

. Dificuldade com direita e esquerda.

. Dificuldade em aprender uma Segunda língua.

. Dificuldade em organização geral.

. Comprometimento emocional.
Diagnóstico
Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnostico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não para por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes, etc.
Então, como diagnosticar a dislexia?
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar, formada por psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de Avaliação Multidisciplinar e de Exclusão.
Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas ou adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com os constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são conseqüência, não causa da dislexia), e outros distúrbios de aprendizagem, como: o déficit de atenção, a hiperatividade (ambos podem ocorrer juntas, é o DAAH - Déficit e Atenção e Aprendizagem com Hiperatividade; lembrando que a hiperatividade também pode ocorrer em conjunto com a dislexia).
Neste processo ainda é muito importante: tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente.
Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, através de um relatório por escrito.
No caso da dislexia, o encaminhamento orienta o acompanhamento consoante as particularidades de cada caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não precisará daquele tempo, (muitas vezes indeterminado) para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes para o caso. Conhecendo as causas das dificuldades e os potenciais do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente. Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva. O acompanhamento profissional dura de dois a cinco anos, dependendo do caso.
Ao contrário de que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades. Ele responde muito bem a tudo que passa para o concreto. Tudo que envolve os sentidos é mais facilmente absorvido. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
Outro passo importante a ser dado é definir um programa em etapas, e somente passar para a seguinte , após confirmar que a anterior foi devidamente absorvida e sempre retomando as etapas anteriores. É o que chamamos de sistema Multissensorial e Cumulativo.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Lembre-se sempre que a ABD é Seu Ponto de Apoio.






































































A avaliação é importante?
Muito importante. Ela é fundamental para entender o que está acontecendo com o indivíduo que está apresentando sintomas de distúrbio de aprendizagem. Além do que, é através da avaliação multidisciplinar que se tem condições de um encaminhamento adequado a cada caso, considerando as várias possibilidades, inclusive de manifestação da própria dislexia.
E por que um diagnóstico multidisciplinar e de exclusão?
Somente um diagnóstico multidisciplinar pode identificar com precisão o que está ocorrendo. Os distúrbios de leitura e escrita são os fatores de maior incidência em sala de aula, mas nem todos têm uma causa comum. Embora a dislexia seja o maior índice, outros fatores também podem causar os mesmos sintomas: distúrbios psicológicos, neurológicos, oftalmológicos, etc.
Uma equipe multidisciplinar analisa o indivíduo como um todo, verificando todas as possibilidades. Não se parte da dislexia, mas se chega à dislexia excluindo qualquer outra possibilidade. Por outro lado, se um outro fator for confirmado, o encaminhamento também se dará de modo que o avaliado possa ter um acompanhamento adequado.
Quanto à dislexia ocorre o mesmo; são considerados os inúmeros fatores e as características de cada paciente, para se fazer um encaminhamento adequado a cada caso. No caso da ABD, um relatório entregue ao paciente, ou no caso de menores, aos responsáveis, deve ser apresentado ao profissional que fará o acompanhamento, permitindo a este, adotando a linha que mais lhe convier, direcionar imediatamente suas intervenções, alcançando assim resultados mais eficazes em menor tempo.
O disléxico precisará sempre de um suporte/acompanhamento profissional?
O disléxico sempre será disléxico, não podemos alterar esse fato, mas com acompanhamento adequado, mediante um avaliação adequada, o disléxico evoluirá de forma consistente em seu acompanhamento até obter alta. Esse tempo de acompanhamento vai variar de disléxico para disléxico, além do que temos que considerar os diferentes graus da dislexia (leve, moderado e severo). Ele pode variar de dois a cinco anos. Embora esse tempo seja considerado longo para algumas pessoas, desde o princípio do acompanhamento o próprio disléxico, como os familiares e a escola poderão notar as mudanças, o que vai ser altamente positivo para sua vida acadêmica, familiar, social e laboral.
Aliás, uma observação, se não forem sentidas mudanças significativas no primeiro ano de acompanhamento (vamos considerar um tempo de entrosamento entre profissional e paciente e ainda de entrosamento com o próprio tratamento), entre em contato com membros da equipe que realizou o diagnóstico. Verifique se o relatório foi redigido adequadamente e se este está sendo considerado para elaborar o plano de acompanhamento.
Deve-se lembrar sempre, que o disléxico tem uma dificuldade, não uma impossibilidade. Devidamente acompanhado ele vai paulatinamente superando ou contornando suas dificuldades.

Há algum método ou linha eficaz?
Não há nenhuma linha de tratamento que seja considerado "a melhor" ou "única". O importante é a aceitação e adaptação do próprio disléxico à linha adotada pela profissional e o próprio relacionamento com ela. O que podemos dizer é que como a principal característica dos disléxicos, é a dificuldade da relação entre a letra e o som (fonema-grafema) na terapia deveria ser enfatizado o método fônico. Devemos também treinar a memória imediata a percepção visual e a auditiva.
É sugerido que se adote, o método multisensorial, cumulativo e sistemático . Ou seja, deve se utilizar ao máximo todos os sentidos. Um exemplo básico é poder ler e ouvir enquanto se escreve. O disléxico assimila muito bem tudo que é vivenciado concretamente.
Qual a idade ideal para se fazer um diagnóstico?
Qualquer idade. Sendo adulto, jovem ou criança, os testes serão adequados a cada faixa etária. É certo que antes do primeiro ano de alfabetização, poderá ocorrer um "quadro de risco", ou seja, não pode ser confirmada a dislexia, mas também não se descarta outros fatores. Podemos sugerir um acompanhamento e fazer uma observação mais cuidadosa, até podermos diagnosticar com mais precisão após a alfabetização.
Como é feito o diagnóstico na ABD?
O diagnóstico é multidisciplinar de exclusão. A ABD conta com uma equipe de profissionais das áreas de fonoaudiologia, psicologia e psicopedagogia. As equipes estão preparadas para o diagnóstico diferencial dos distúrbios de aprendizagem e não se fecham em si mesmas. Havendo necessidade, há encaminhamento para outros profissionais para pareceres quanto à possibilidade de ocorrência de outros fatores.
Na ABD são ao todo sete consultas: uma primeira entrevista com os pais ( anamnese), onde estes receberão um questionário para responder em família; no caso de crianças e adolescentes, também receberão um questionário para ser respondido pelo professor da escola e no caso de adulto um questionário para o próprio responder individualmente. Também são pedidos uma audiometria e um exame oftalmológico.
Os locais para esses exames podem ser indicados pela ABD, ou feitos em locais onde o convênio do paciente cubra as despesas. Após a primeira entrevista com os pais ou responsáveis, inicia-se a avaliação com a criança, sendo três consultas com a psicóloga e uma com a fonoaudióloga e psicopedagoga clínica. Após realizadas todas as sessões e entregues todos os questionários e exames pedidos, a equipe se reúne, juntamente com a Coordenadora Técnica e Científica da ABD para o estudo do caso e fechamento do diagnóstico. É marcada uma última entrevista, para a devolutiva. O relatório contém os resultados dos testes aplicados e observações dos/das profissionais com conclusão e encaminhamento.
Se a pessoa mora fora de São Paulo o diagnostico é realizado em um único dia, para evitar o desgaste físico e outros gastos para o paciente.
A ABD, como afiliada da IDA, já realizou diagnósticos brasileiros que residem fora do Brasil e que souberam de sua existência. Essas pessoas vieram de Israel, Alemanha, Japão, Estados Unidos e Inglaterra.
O que é preciso para se fazer uma avaliação na ABD?
Entrar em contato pelos telefones (11) 3231-3296 ou (11) 3258-7568 e marcar uma primeira entrevista. Não é preciso encaminhamento. Os pais podem entrar em contato diretamente com a ABD. Caso haja encaminhamento, por parte de profissional ou escola, é interessante que seja através de um pequeno relatório ou histórico contendo os motivos da indicação. Mesmo assim, os pais é que devem entrar em contato para agendar a primeira consulta.
Por que a ABD também tem orientação vocacional?
É cada vez mais freqüente encontrarmos pessoas que cedo ou tarde se mostram insatisfeitas com suas profissões. Sem contar que a escolha da profissão não é algo simples para um adolescente.
Provoca tensões e ansiedades num período, de intensa transformação. Escolher quer dizer decidir a favor desta ou daquela profissão. Decisão é um processo difícil para qualquer pessoa, mas para o adolescente que se sente pressionado pelos pais, professores, colegas e por si mesmo, o processo fica mais difícil e penoso. Agora imagine todo esse processo para o adolescente que além desse quadro de tensão, ainda tem que enfrentar a dislexia ou um distúrbio de aprendizagem!
No teste vocacional da ABD, além dos testes psicológico diversos, e do auxílio do computador, são colhidos dados sobre a vida, as fantasias, as aptidões, as ansiedades e os principais interesses do adolescente, em vários encontros, tantos quantos forem necessários, entre o jovem e orientador.
Esse teste pode ser feito por adolescentes acima de 14 anos, que apresentem ou não distúrbios de aprendizagem.
Obs.: Para os que apresentam distúrbios de aprendizagem é muito mais interessante que esses já tenham um diagnóstico fechado, apontando exatamente os sintomas específicos de suas dificuldades.
Os custos de atendimento na ABD são altos?
A ABD é uma entidade sem fins lucrativos e cobra parte de suas atividades para poder manter a entidade em funcionamento. Quanto às avaliações a ABD cobra apenas 60% do custo real para a sua realização. Além disso, a ABD mantém um procedimento de "Avaliação Sócio Econômica", onde é preenchido um questionário pelas famílias que não podem arcar com os custos e formas de pagamentos propostas, adequando os valores cobrados à realidade de cada um, chegando até ao atendimento gratuito.
Quanto a eventos, a ABD realiza alguns eventos gratuitamente, principalmente os destinados aos disléxicos e familiares de disléxicos diagnosticados pela ABD. Para os eventos cobrados há descontos para sócios. A ABD oferece também descontos nos materiais que comercializa.
Portanto, a filosofia da ABD é: quem pode ajudar a manter as atividades da Associação através da utilização dos serviços da mesma, também estará ajudando a ABD a atender aquelas pessoas que precisam de auxílio e não podem arcar com o custo.


Alguns dos grandes contribuidores da nossa sociedade eram "grandes mentes" como você!
Esta é uma lista parcial destas pessoas.
Lord Addington
Hans Christian Anderson
Leslie Ash (Atriz inglesa)
Sir Francis Bacon
David Bailey (Fotógrafo inglês)
Michael Barrymore (comediante)
Harry Belafonte
Nicholas Brady (US Secy Treasury)
Joyce Bulifant (Atriz)
Nicholas Bush (Filho do presidente americano/Executivo de petróleo)
Darcy Bussel (Bailarina inglesa)
Lewis Carroll (Autor)
Julius Caesar
Stephen J. Cannell
Roy Castle (Ator inglês)
Richard Chamberlain
Cher
Agatha Christie
Sir Winston Churchill
King Constantine of Greece
Tom Cruise
Dr. Harvey Cushing (Pai da cirurgia neurológica moderna)
Leonardo DaVinci
Charles Darwin
Walt Disney
Thomas A. Edison
Albert Einstein
Whoopi Goldberg
Duncan Goodhew (Campeão de natação)
Susan Hampshire (Atriz inglesa)
Sir Phil Harris (do Harris Queensway)
Michael Hesetine (MP Inglês)
Margaux Hemmingway
Nicola Hicks (Escultora Inglesa)
Bruce Jenner
Ben Johnson
Greg Louganis
Amy Lowell
Lawrence Lowell
Dexter Manley (Jogador de futebol americano profissional)
Michaelangelo
Sarah Miles (Atriz inglesa)
David Murdock (Financiador)
Rob Nelson (Jogador de baseball profissional)
Napoleon
Nicholas Parsons (Ator inglês)
General George S. Patton
Pablo Picasso
Alexander Pope
Raphael
Oliver Reed (Ator Inglês)
Beryl Reid (Atriz inglesa)
Sir Joshua Reynolds
John Rigby (Dono de parque temático)
Nelson Rockefeller
Auguste Rodin
Richard Rogers (Arquiteto inglês)
Franklin D. Roosevelt
Anwar Sadat
Peter Scott (pintor)
Tom Smothers
Jackie Stewart (Piloto de corridas)
Mark Stewart (Ator/Filho de Jackie Stewart)
Paul Stewart (Piloto de corridas/Filho de Jackie Stewart)
Don Stroud (Ator/Campeão mundial de Surf)
Mark Twain
Vincent VanGogh
Lindsay Wagner
George Washington
Margaret Whitton
Willard Wiggins (Escultor)
Robin Williams
The Earl of Yarmouth
Woodrow Wilson
Henry Winkler
William Butler Yates
Loretta Young
The King of Norway
Stanley Antonoff, D.D.S.
Artigos

PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Prof. Dra. Liliane Desgualdo Pereira
Docente da disciplina dos distúrbios da audição da UNIFESP-Escola Paulista de Medicina
Ouvir têm um papel fundamental no desenvolvimento e uso da linguagem normal. Processar as informações sensoriais auditivas experienciadas no meio em que se está inserido, principalmente no que se refere a sons verbais é importante para se adquirir linguagem.
Alterações no processamento auditivo podem contribuir de algum modo para certas deficiências de aprendizado da comunicação, seja ela manifestada através da linguagem falada ou escrita.
Indivíduos com alterações do processamento auditivo podem apresentar problemas de fala (habilidade pobre em discriminar fonemas), ou de aprendizado da leitura e/ou da escrita, e/ou problemas comportamentais, como por exemplo baixa auto-estima.
Esta inabilidade auditiva em lidar com sons da língua pode ser a base de alguns distúrbios de aprendizagem. Sendo assim, qualquer evidência em como a criança ouve e/ou fala e/ou lê, que chame a atenção, como por exemplo: falar projetando a língua para fora da boca; falar deixando escapar saliva pelas laterais da boca, falar distorcendo ou trocando alguns sons, falar rápido demais, ou quando a mãe não sabe se a criança não ouve bem ou não compreende bem, ou refere que “a criança só ouve quando quer” deve ser considerada e procurada a ajuda de um fonoaudiólogo.
A maneira mais eficiente de se tratar um problema é atuar na prevenção dele. Por isto, acredita-se que a melhor maneira de se cuidar do aprendizado da linguagem é propiciar um meio ambiente favorável para o seu desenvolvimento, e estar atento as condições de saúde auditiva da criança.




MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO E A DISLEXIA
Maria Angela Nogueira Nico
Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica; Diretora e Coordenadora Técnica e Científica da ABD

FALAR-OUVIR-LER-ESCREVER, são atividades da linguagem.
FALAR E OUVIR, são atividades com fundamentos biológicos.
A criança aprende a usar a linguagem falada com velocidade incrível e isto depende de:

meio ambiente
trato vocal
organização do cérebro
sensibilidade perceptual para falar os sons
Ela adquire a linguagem escrita em parte INVENTADA e em parte DESCOBERTA. INVENTADA porque criou-se símbolos visuais (grafemas = letras) para representar elementos da linguagem. DESCOBERTA, porque esses elementos serão reconhecidos na linguagem falada (relação grafema / fonemas = sons das letras).
LER não depende somente da capacidade de segmentação fonêmica (reconhecer sons e símbolos). Ela é necessária, mas não é sufuciente para formar um bom leitor. A criança precisa descobrir que uma palavra é composta por sons significantes e aprender também a identificá-los. Mas principalmente, para se adquirir a habilidade da leitura e escrita, é necessário que haja a automatização desta função, além da capacidade de síntese (interpretação).
Esta habilidade não se desenvolve naturalmente nem maturacionalmente, o aprendizado se incumbirá desta tarefa.
No entanto, há um número de crianças, bastante representativo, com dificuldade para aquisição e/ou automação do aprendizado da leitura e escrita. Entre as diversas causas possíveis dessa dificuldade está a dislexia. A dislexia, uma dificuldade acentuada na leitura e na escrita, atinge de 10 % a 15% da população mundial. Ainda não é reconhecida e muitas vezes não é aceita por professores. Crianças com 6 ou 7 anos de idade que apresentam inteligência normal (geralmente acima da média ), mas tem uma dificuldade atípica de aprender a ler, escrever e soletrar podem ser disléxicas. A leitura lenta, trabalhosa e individual de palavras impede a habilidade da criança, adolescente ou adulto de compreender o que leu ou escreveu, mesmo que sua capacidade de compreensão da língua falada seja adequada. Há muita dificuldade também em transformar a soletração em som. Deficiências no processo fonológico, que são fortes indicadores de que haverá dificuldade na leitura e escrita, podem ser identificados no jardim da infância ou na 1a série.
A alfabetização precoce não produz a dislexia, mas facilita o seu diagnóstico. Os métodos da alfabetização mais modernos, como na alfabetização GLOBAL, onde a criança aprende a identificar as palavras como um todo tem conduzido a uma identificação mais rápida de disléxicos. O método SINTÉTICO ou FÔNICO, que não impõe tanta carga ao disléxico, permite que alguns casos passem mais tempo desapercebidos.
O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos ), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras. O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos da mão para escrevê-la. O aprendizado deve ser feito de forma sistemática e cumulativa. Sendo ainda cada caso um caso específico, devem ser levadas em consideração as particularidades de cada um.



DISLEXIA

Maria Angela Nogueira Nico
Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica; Diretora e Coordenadora Técnica e Científica da ABD
Histórico
Segundo Margareth Rawson (1968), a história do reconhecimento da dislexia de evolução como problema constitucional, remonta do trabalho de Berlin, que usou o termo “dislexia” já em 1872 e ainda de W. Pringle Morgan em 1896 e de James Kerr em 1897.
James Hinshelwood, em 1917, publicou uma monografia sobre “Cegueira Verbal Congênita”, quando trabalhou com adultos afásicos. Ele encontrou distúrbios infantis com sintomas similares, mas sugeriu que os problemas da dislexia seriam orgânicos, e ainda levantou a possibilidade de serem hereditários. Encontrou também mais meninos do que meninas com este tipo de distúrbio.
Nos Estados Unidos, a classe profissional que primeiro ajudou no reconhecimento da dislexia foi a de médicos oftalmologistas. Sua observações mostraram que a dificuldade não estaria nos olhos, mas no funcionamento de áreas de linguagem no cérebro: “Não são os olhos que leêm, mas o cérebro”.
Os psicólogos e educadores do início do século deram pouca importância aos distúrbios específicos de linguagem. Só se concentravam no aspecto pedagógico do problema; com exceção de Brooner (1917) e Hollingworth (1918, 1925). Ao mesmo tempo, a classe médica negligenciava o problema na sala de aula, o que contribuia para estabelecer uma grande lacuna entre a recuperação das crianças e o seu problema.
Em 1925, se iniciou em Iowa uma pesquisa sobre as causas de se encaminharem crianças para unidades de saúde mental. A dificuldade de ler, escrever e soletrar surgiu como uma das causas principais.
Foi então que surgiu como um grande interessado no campo do distúrbio de aprendizado, Dr. Samuel Orton, psiquiatra, neuroanatomista, que fez vários estudos post-mortem em cérebros humanos. Orton propôs várias hipóteses para a ocorrência da dislexia e também vários procedimentos para a redução das suas dificuldades.
Em continuação aos estudos de Orton, que atribuía a causa do problema a distúrbios de dominância lateral, encontramos Penfield e Roberts (1959), Zangwill (1960), Sperry (1964), Masland (1967), Miklebust (1954 - 1971) e atualmente Albert Galaburda, que descreveu a dislexia de forma mais complexa.
Na França há trabalhos de Varlot e Deconte (1926) e Ombredama (1937), mas não tiveram continuidade. No campo da linguagem escrita aparecem Borel Maysony, Arlet Boucier e outros. Atualmente, Jacques Melher.
Hoje, os estudos mais recentes estão no campo psiconeurológico. O Brasil também tem sua contribuição com a pesquisa sobre “A diferença dos volumes dos lobos temporais direito e esquerdo”.

Definição
“É uma dificuldade acentuada que ocorre no processo da leitura, escrita e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio com uma série de características. Ela torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sócio cultural e sem distúrbios cognitivos fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem. Ela independe de causas intelectuais, emocionais ou culturais. Ela é hereditária e a incidência é maior em meninos, numa proporção de 3/1. A ocorrência é de cerca de 10% da população Mundial.”
Esta é, aproximadamente, a definição usada por Orton (1925), Herman (1959), Eisenberg, Money, Rabinovitch e Saunders (1962), Crichley, Cole e Walker (1964), Flover e Lawson (1965), Thompson (1966) e outros.
Para Jane Schulman e Alan Leviton (1978): “Um distúrbio de leitura á geralmete definido como uma discrepância de, pelo menos, dois anos entre o nível de leitura real e o nível esperado em relação à idade cronológica”. Esta definição não poderia se aplicar a uma população carente.
Há também uma definição recente de Miklebust: “É uma desordem de linguagem que impede a aquisição de sentido através das palavras escritas, por causa de um déficit na habilidade de simbolização. Pode ser endógena ou exógena, congênita ou adquirida. As limitações na linguagem escrita são demonstradas por uma discrepância entre a aquisição real e a esperada. Estas limitações derivam-se de disfunções cerebrais, manifestadas por perturbações na cognição. Não atribuídas a impedimentos motores, sensoriais, intelectuais ou emocionais, nem ensino inadequado ou falta de oportunidade”.

Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. Não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, fatores coexistentes de importância para o tratamento. A criança deve então ser avaliada por um psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista. O diagnóstico deve ser significativo para ospais e educadores, assim como para a criança. Simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação.
É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, sua performance e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação.
Segundo Elena Border, a dislexia é diagnosticada dos seguintes modos: a) por processo de exclusão; b) indiretamente, à base de elementos neurológicos; c) diretamente, à base da freqüência e persistência de certos erros na escrita e na leitura.
Em todos os diagnósticos o fato da criança não ter sido alfabetizada pelos processos comuns, ou um histórico familiar com distúrbios de aprendizagem, são importantes.

Classificação
Miklebust classifica a dislexiaem três grupos: Dislexia Visual, Dislexia Auditiva e Dislexia Mista.
Ingram (1970), realizou uma pesquisa com crianças com dificuldades de aprendizagem e dividiu-as em dois grupos: Específicos - cuja dificuldade estava limitada à leitura-escrita; Gerais - com outras dificuldades, como matemática (discalculia).
Bannatyne (1966), descreve dois tipos de dislexia: Dislexia Genética e Dislexia por Disfunção Neurológica Mínima. Ele caracteriza o disléxico genético, como tendo dificuldades em discriminação auditiva, sequenciação auditiva e associação do fonema-grafema. Já o disléxico com disfunções mínimas, teria dificuldades viso-espaciais, cinestésico-motoras, táteis e de conceitos.
Smith (1970), baseando-se na análise dos sub-testes de WISC, testou 300 crianças com problemas de leitura, identificando-as três grupos:

67% mostraram-se bem nos sub-testes, relacionados com habilidades espaciais e fracos na manipulação de símbolos e habilidades de sequênciação temporal.
15% tiveram déficits em organização espacial e perceptiva visual e coordenação viso-motora.
18% tiveram características dos dois grupos anteriores.
Em 1971, Elena Boorder e Miklebust, classificaram vários grupos: Dislexia Disfonética, Dislexia Diseidética, Dislexia Visual, Dislexia Auditiva, Dislexia Mista - Alexia:
Dislexia Disfonética - dificuldade auditiva, dificuldade de análise e síntese, dificuldade de discriminação, dificuldades temporais (em perceber sucessão e duração). Sintomas mais comuns:
trocas de fonemas e grafemas diferentes
dificuldades com logatomas
alterações grosseiras na ordem das letras e sílabas
omissões e acréscimos
maior dificuldade com a escrita do que com a leitura
substituições de palavras por sinônimos, ou trocas de palavras por outras visualmente semelhantes (reconhece-as globalmente)
Dislexia Diseidética - dificuldades visuais, na percepção guestáltica, na análise e síntese e dificuldades espaciais (percepção das direções, localizações, relações e distâncias). Sintomas mais comuns:
leitura silabada, sem conseguir a síntese
aglutinação - fragmentação
troca por equivalentes fonéticos
maior dificuldade para a leitura do que para a escrita
Dislexia Visual - deficiência na percepção visual. Sintomas:
dificuldade na percepção viso-motora
dificuldade na habilidade visual (não visualiza cognitivamente o fonema)
Dislexia Auditiva - deficiência na percepção auditiva. Sintomas:
deficiente memória auditiva
deficiente discriminação auditiva (não audibiliza cognitivamente o fonema)
Segundo as escolas mais modernas e os teóricos mais atualizados em linguística, o fenômeno da linguagem escrita não é a transição da linguagem oral. Ela temsuas próprias sequências e deve ser adquirida como uma nova linguagem; antes de tudo, com aspectos semânticos enfatizados e não como simples decodificação e codificação, que requerem síntese e análise visual e auditiva, assim como discriminação temporo-espacial.
A CRIANÇA DISLÉXICA E A CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA
Profa. Áurea Maria Stavale Gonçalves
Psicóloga e Psicopedagoga, Profissional Voluntária do CAE

Para os professores é um aluno desatento.
Para os pais : preguiçoso.
Ele mesmo considera-se “ burro “.
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia. É com uma vivência de múltiplos insucessos e com sua auto-estima bastante rebaixada que a criança (ou adolescente) disléxica chega ao consultório do psicopedagogo.
Dificuldades na leitura e na escrita, letra ruim, troca de letras , lentidão caracterizam esse distúrbio de aprendizagem. Essa criança com inteligência, geralmente , acima da média , enxerga e ouve bem , expressa-se com fluência oralmente , no entanto ,seu desempenho escolar não combina com seu padrão geral de atuação.
O mais freqüente é os pais buscarem um psicopedagogo quando a criança está com 10, 11 anos, iniciando a 5ª série. Nessa fase , enfrentam múltiplas exigências , de diferentes professores e sua desorganização e dificuldade na leitura e expressão escrita ficam muito evidentes.
Grande parte da intervenção psicopedagógica estará em buscar os talentos - muitas vezes , escondidos - dessa criança; os fracassos , sem dúvida , ela já os conhece bem ; são constantemente explicitados na escola, na família e entre seus pares. Outra tarefa da clínica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do processo de intervenção. à medida que essa criança se percebe capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima.
No atendimento a qualquer criança com dificuldade de aprendizagem se faz necessária uma parceria envolvendo o psicopedagogo , pais e a escola . No caso da dislexia essa parceria é vital no processo de aprender da criança.
Muitas vezes , na escola, são necessários esclarecimentos sobre a dislexia, e estratégias favoráveis ao seu desempenho acadêmico.
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem que ,por envolver áreas básicas da linguagem ,pode tornar árduo esse processo ; porém , com acompanhamento adequado , a criança pode redescobrir suas capacidades e o prazer de aprender.













A INFLUÊNCIA DO PERFIL DE LEITOR NAS HABILIDADES ORTOGRAFICAS
Prof. Dr. Jaime Luiz Zorzi
Autor de diversos livros, vice-presidente do Cefac (Centro de Especialização e Fonoaudiologia Clínica), Doutro em Educação pela UNICAMP, Mestre em Distúrbios da Comunicação pela PUC-SP, professor na mesma universidade, presidente da Associação Brasileira de Fonoaudiologia e diretor-secretário do Conselho Regional de Fonoaudiologia - 2ª Região.
Tem sido apontada, freqüentemente, no meio clínico e educacional, uma relação entre freqüência de leitura e aprendizagem da ortografia, acreditando-se que, para escrever bem do ponto de vista das convenções ortográficas, a criança deve ler muito. Deste modo, na prática clínica, espera-se que, com o aumento da freqüência de leitura a criança possa superar suas dificuldades em termos de ortografia. Esta hipótese parece tomar como base a idéia de que aprender a escrever depende exclusivamente de processos de memorização, como se as palavras lidas ficassem automaticamente gravadas na mente.
Entretanto, a prática clínica tem mostrado que esta relação entre freqüência de escrita e domínio da ortografia não parece tão automática ou simples. É possível encontrar crianças que lêem ativamente, que gostam de ler e que, mesmo assim, apresentam dificuldades em relação a escrever palavras, revelando que, embora elas vejam as palavras impressas de uma determinada forma, elas escrevem a mesma palavra de outra maneira, fazendo substituições de letras, por exemplo.
Uma pesquisa, sob minha coordenação, está em andamento tendo em vista estudar possíveis relações entre o perfil de leitor e a aprendizagem da ortografia. Seu objetivo é o de analisar, de modo mais aprofundado, a hipótese de que crianças que são leitores freqüentes escrevem de forma mais correta uma vez que, estando mais expostas às palavras impressas, elas teriam maiores chances de memorizá-las e, inversamente, crianças que lêem pouco não conseguem memorizar a forma gráfica das palavras e, por esta razão, elas tendem a escrever com muitos erros ortográficos. Em outras palavras, haveria, realmente, uma relação entre ler muito e escrever bem e ler pouco e escrever mal?
Nesta pesquisa, foram selecionadas 380 crianças com idades variando de 7 a 10 anos e que estão freqüentando desde a primeira até a quarta séries da escola primária. Em primeiro lugar, todas as crianças responderam às perguntas de um questionário com o objetivo de verificar a freqüência de leitura, a atitude afetiva (gostar ou não gostar) e tipo de textos ou material que elas costumam ler, com a preocupação de traçar um perfil de leitor, principalmente em termos de freqüência de leitura. Em segundo lugar, as mesmas crianças foram solicitadas a escrever histórias e a realizar ditados programados pelo examinador. Os textos foram corrigidos a fim de quantificar o número de erros ortográficos produzidos por cada uma das crianças. As relações entre perfil de leitor e habilidades ortográficas medidas em termos da quantidade de erros realizados na escrita foram analisadas a partir dos dados assim obtidos. A partir dos questionários as crianças puderam ser classificadas como leitoras freqüentes ou pouco freqüentes enquanto que, uma análise dos escritos das crianças permitiu o levantamento do número de erros ortográficos que cada uma delas produziu na atividade de elaborar histórias e realizar ditados.
Quanto aos resultados iniciais, quatro grupos foram selecionados com a seguinte relação:
1) crianças leitoras freqüentes com poucos erros;
2) crianças leitoras freqüentes com muitos erros;
3) crianças leitoras pouco freqüentes com muitos erros e
4) crianças leitoras pouco freqüentes com poucos erros.
O fato de haver crianças que embora sejam leitores freqüentes e que mesmo assim produzem muitos erros e, inversamente, o fato de haver crianças que lêem pouco e que, apesar disto, escrevem com poucos erros, não confirma hipótese inicial fazendo crer que a aprendizagem da ortografia depende não somente da leitura mas também do desenvolvimento de uma atitude de análise de como as palavras são escritas.





Dislexia: “Nem sempre é o que parece”
Talvez por soar como se fosse uma palavra que caracteriza uma doença, é que o termo dislexia afasta tanto as pessoas e alguns pais, que acreditam ser o fim do mundo ter um filho disléxico. Isto ocorre por total falta de informação. O disléxico está muito bem acompanhado por personalidades em todos os campos da genialidade. Adequadamente diagnosticado e encaminhado, se transformará em um profissional de destaque na área em que atuar. Isto é tão comum de ocorrer que na ABD-Associação Brasileira de Dislexia cunhamos um slogan: “Você é disléxico. Então você pode ser um gênio.” Outro problema é que a maioria das pessoas, mesmo não sendo disléxicas, apresenta pelo menos um dos sinais que identifica a dislexia. O medo e o desconhecimento são companheiros inseparáveis da omissão. E é isto que ocorre no ensino brasileiro, em cerca de 99% das escolas públicas e particulares, não só com a dislexia, mas com tudo que diz respeito aos distúrbios de aprendizagem. Só na área de dislexia pesquisas comprovam a incidência em cerca de 15% da população. O número é assustador, mas ainda não assustou as autoridades, nem sensibilizou empresários, principalmente aqueles atuantes nas áreas de comunicação escrita, que estão perdendo clientes e deixando de lado a oportunidade de ampliar seus quadros de potenciais leitores, assinantes e compradores. Além disso, qual a situação dos pais que têm seus filhos com dificuldades de aprendizagem com problemas na escola, matando aulas e insistindo com eles no abandono da escola? A maioria das deserções escolares são devidas aos distúrbios de aprendizagem. Eles levam também ao caminho das drogas e do alcoolismo. Será que pais que enfrentam esses problemas têm condições de tocarem suas vidas de forma normal? As empresas estão preocupadas com isso? As áreas de recursos humanos sabem como agir, para apoiar esses pais?
Os disléxicos se sentem diferentes. Eles são diferentes. Mas possuem potenciais, em determinadas áreas, que os destacarão, pois, geralmente, possuem QI superior. Justificam-se as preocupações dos pais, mas, seguindo o caminho correto, o resultado é altamente gratificante para eles e para seus filhos. As transformações que vivenciamos na ABD nas crianças, jovens e adultos disléxicos, depois de identificadas as razões de suas dificuldades, a evolução e a mudança de postura, após o encaminhamento adequado, são emocionantes, são gratificantes. È por isto que um grupo de abnegados, pais, disléxicos e profissionais, mantêm a entidade funcionando sem apoio de recursos públicos e com parcos recursos de doações. Portanto, as diferenças dos disléxicos são perfeitamente contornadas. Em vez de se constituirem em pontos negativos, podem se transformar em condições para uma vida escolar normal e de destaque na vida profissional.
Após todas estas considerações, é importante definirmos sobre o que estamos falando. A palavra dislexia é derivada de: dis = distúrbio e lexia que, em grego, quer dizer linguagem e, em latim, leitura, portanto, dislexia é um distúrbio de linguagem e/ou leitura.

“VIVÊNCIAS DE UMA FAMÍLIA DISLÉXICA”
Beto é um menino de 12 anos, que está na 6ª série e agora consegue acompanhar os estudos, mesmo com dificuldade.
Beto nos conta:
“Somos 4 irmãos e meus dois irmãos mais velhos sofreram muito no colégio. Eu me lembro que quando era pequeno, eu dizia em casa:
- Estou ouvindo, mas não entendo!
Mesmo agora tenho que fazer um grande esforço para entender o que dizem na escola. Até em casa, não consigo acompanhar bem as estórias da Televisão!
Meu irmão mais velho vive perguntando à mulher dele o que aconteceu no programa de TV. E por isso eu não me sinto tão burro pois eu sei que meu irmão não é burro!
Antigamente eu pensava que eu era idiota e não me relacionava bem com meus colegas. Eles me chamavam de “burro”. E claro que era mais fácil me relacionar com os adultos. Agora, que estou mais velho, eu já consigo me dar bem com outras crianças.
Na 2ª série eu comecei a receber ajuda – fui para a fono e comecei a perceber que eu podia aprender, só que meu tempo era maior. Precisei de muita ajuda para aprender a ler.

“VIVÊNCIAS DE UMA FAMÍLIA DISLÉXICA”
Meu irmão de 21 anos ainda tem problemas com a leitura e a escrita (ortografia), mas ele é muito vivo para outras coisas. Ele compreende tudo quando ele ouve e, aprende rapidinho. Ele é melhor do que eu nessa parte.
Eu tive também aulas de computador, o que me ajudou muito no meu trabalho escolar. Todos meus livros, exceto matemática e gramática, estão gravados em fitas. Preciso, ainda, de muita ajuda em casa: minha mãe é, para mim, uma professora muito especial! Conto também com a ajuda da FONO!
Aliás, toda nossa família é especial – fora do comum! Nós três temos problemas com a aprendizagem, mas todos os meus irmãos estão indo bem na faculdade, embora tenham ingressado mais tarde. Um dos meus irmãos tem uma colega que anota tudo para ele, pois ele não consegue ler o que escreve! Nas matérias com muita leitura, minha mãe faz resumos digitados no computador. Pouco a pouco também vou me sentindo bem.
Sei que meus irmãos são legais. Nós rimos muito das nossas besteiras; por exemplo, quando meu irmão mais velho se perde dirigindo, ou também, quando ele anota ao contrário o número do prédio que procura.
Aliás, meu irmão é igual a minha mãe. Quando dirige, vive se perdendo... Bem, o mais importante é que estamos todos juntos, no mesmo barco, lutando para conseguir VENCER.

Sinais Comuns de Dislex Sinais Comuns de Dislexia ia

Normalmente os pais e a própria escola são os primeiros a perceberem quando a criança apresenta uma inabilidade específica. Algumas dessas características podem estar presentes num quadro de dislexia. É importante ressaltar que não é necessário apresentar a totalidade desses.
Os pais devem estar atentos para os seguintes sinais para se definir o quadro.

Na Educação Infantil

Falar tardiamente
Dificuldade para pronunciar alguns fonemas
Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário
Dificuldade para rimas
Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome
Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas
Dificuldade na habilidade motora fina
Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa
Dificuldade para lembrar nomes e símbolos




Sinais Comuns de Dislexia




Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental

Dificuldade em aprender o alfabeto
Dificuldade no planejamento motor de letras e números
Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )
Dificuldade com rimas (habilidades auditivas)
Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z)
Dificuldade em seqüência e memória de palavras
Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar
Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...)
Dificuldade na execução da letra cursiva
Dificuldade na preensão do lápis
Dificuldade de copiar do quadro



Sinais Comuns de Dislexia
Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental

Nível de leitura abaixo do esperado para sua série
Dificuldade na sequenciação de letras em palavras
Dificuldade em soletração de palavras
Não gostar de ler em voz alta diante da turma
Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos
Dificuldade na expressão através da escrita
Dificuldade na elaboração de textos escritos
Dificuldade na organização da escrita
Podem ter dificuldade na compreensão de textos
Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas
Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias
Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas
Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas
Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo
Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal
Dificuldade em memorizar a tabuada
Dificuldade com figuras geométricas
Dificuldade com mapas.
Sinais Comuns de Dislexia
Ensino Médio

Leitura vagarosa e com muitos erros
Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas
Dificuldade em planejar e fazer redações
Dificuldade para reproduzir histórias
Dificuldade nas habilidades de memória
Dificuldade de entender conceitos abstratos
Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes
Vocabulário empobrecido
Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade.



Adultos

Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva
Dificuldade em planejamento e organização
Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem)
Falta do hábito de leitura
Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas)

Características Gerais Associadas

A emissão oral é comparativamente muito melhor que do a escrita
Atenção limitada e dificuldade em manter-se na tarefa.

O que Fazer O que Fazer

Mediante uma dificuldade específica de leitura e escrita, deve-se procurar profissionais especializados na área, para que sejam realizadas avaliações pertinentes a um caso de dislexia. Na busca de um diagnóstico preciso e do planejamento para uma intervenção e remediação, um completo diagnóstico diferencial deve ser administrado, considerando a totalidade da síndrome da dislexia. É necessário verificar se é uma dislexia propriamente dita, ou se é um atraso no desenvolvimento da leitura decorrente de fatores adversos como uma deficiência sensorial ou atraso cognitivo. No entanto, há casos em que podem ocorrer comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao mesmo tempo. Um exemplo disso é a presença da dislexia associada a um quadro de Transtorno de Déficit de Atenção (mais comumente conhecido pelo frequente sintoma da hiperatividade). Nesses casos, uma avaliação médica faz-se necessária.
Além de verificar os sinais clássicos (se reportar à janela Dislexia de A à Z deste site), devem ser investigadas áreas referentes a:
• capacidades de linguagem
• capacidades oral e escrita (em termos de processamento - o mecanismo da leitura e da escrita; e de uso em contexto - interpretação ou elaboração de textos).
• funções cognitivas superiores como a atenção, memória e percepção (sobretudo auditiva e visual).
• aspectos psicomotores e grafomotores (relacionados, por exemplo, aos sintomas como dificuldade de orientação ou lateralidade e às alterações gráficas da escrita).
• histórico familiar (há estudos que relatam alterações linguísticas diversas, alcoolismo, problemas de tireóide, e outras, em ascendentes de disléxicos).


Estas áreas são utilizadas nas avaliações de fonoaudiologia, e se complementam com as avaliações neuropsicológica e de psicologia cognitiva.
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de Dislexia, maiores serão as chances de tratamento especializado ou adequado, minimizando, assim, as conseqüências das dificuldades escolares e/ou sociais. Entretanto, a intervenção pode ser iniciada em qualquer idade, o que certamente tem muito a contribuir para o sucesso do indivíduo disléxico.

Como os Pais Podem Ajudar
Seu filho não está indo bem na escola. Ele é o primeiro a saber, mas não sabe o que fazer e como explicar o que acontece. Quanto mais o tempo passar sem que ele tenha ajuda, maiores serão suas dificuldades.
SEJA POSITIVO
• Descubra tudo que você puder sobre o desempenho de seu filho e os melhores caminhos para ele.
• Procure o profissional adequado para ajuda-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa.
SEJA PACIENTE E PERSEVERANTE
• Tente desenvolver um bom relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com eles.
• Sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho ou somente estou dando vazão à minha frustração?”
• Tente ficar calmo ao receber alguma notificação escolar.
• Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, dando-lhe autonomia.
• Ensine a ele como se organizar, usando seu tempo da melhor maneira.
• Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres. Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço.
SEJA ATENTO
• Ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver uma intervenção gentil, mas com firmeza.
• Vários professores, psicólogos, clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e são solidários aos disléxicos.
• Não o deixe desistir.
• Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado.
• Sua criança é disléxica e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a ela do que aos outros membros da família.
• Nunca compare crianças.
• Você pode se tornar neurótico(a) ou super protetor(a), o que é um perigo.
SEJA PRÁTICO
• Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele. Muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo e é quando você deve agir.
• Digite suas anotações escolares.
• Algumas matérias podem ser gravadas em fita cassete.
• Desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral ( teatro, música, arte e música ).
• Assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o que viram.
• Incentive as atividades livres.
• Elogie, motive, informe e estimule sua auto confiança e sua auto-estima.
BOTÕES E LAÇOS
• Não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar.
• Sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema, apesar não o resolver.
• Uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira diferente da pessoa destra. Por isso se você e seu filho não usam o mesmo lado das mãos (a mesma lateralidade), você deve ensinar essas tarefas em frente a ele. Caso vocês usem o mesmo lado, isto é, ambos são destros ou ambos são canhotos, você deve ficar atrás dele para ensiná-lo.
• Para ensinar a abotoar, sempre comece da parte inferior do botão e não em cima, pois fica embaixo de seu queixo e ele não poderá ver bem.
• Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando a tarefa.

Sugestões para os Professores
A escola tem papel fundamental no trabalho com os alunos que apresentam dificuldades de linguagem.

Destacamos algumas sugestões que consideramos importantes para que ele se sinta seguro, querido e aceito pelo professor e pelos colegas.
• O Disléxico tem uma história de fracassos e cobranças que o fazem sentir-se incapaz. Motivá-lo, exigirá de nós mais esforço e disponibilidade do que dispensamos aos demais;
• Não receie que seu apoio ou atenção vá acomodar o aluno ou fazê-lo sentir-se menos responsável. Depois de tantos insucessos e auto-estima rebaixada, ele tende a demorar mais a reagir para acreditar nele mesmo;
MELHORANDO A AUTO-ESTIMA:
• Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio, valorizando o que ele gosta e faz bem feito;
• Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros;
• Valorize o esforço e interesse do aluno;
• Atribua-lhe tarefas que possam fazê-lo sentir-se útil;
• Evite usar a expressão "tente esforçar-se" ou outras semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no momento;
• Fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las;
• Respeite o seu ritmo, pois a criança com dificuldade de linguagem tem problemas de processamento da informação. Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que ela viu e ouviu;
• Um professor pode elevar a auto-estima de um aluno estando interessado nele como pessoa;
Nós não aprendemos pelo fracasso, mas sim pelos sucessos.

MONITORANDO AS ATIVIDADES:
• Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas corretamente;
• Certifique-se de que seu aluno pode ler e compreender o enunciado ou a questão. Caso contrário, leia as instruções para ele;
• Leve em conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os deveres;
• Estimule a expressão verbal do aluno;
• Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões;
• Dê "dicas" específicas de como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina;
• Oriente o aluno sobre como organizar-se no tempo e no espaço;
• Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a sua dificuldade;
• Dê explicações de "como fazer" sempre que possível, posicionando-se ao seu lado;
• Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível. Crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas, e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos cada vez que a criança erra, só reforçará as idéias negativas que elas tem de si mesmas e aumentará sua ansiedade;
• Permita o uso de gravador;
• Esquematize o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais conceitos da matéria através de esquemas claros e didáticos;
• "Uma imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes podem ser utilizados para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los. Auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo;
• Não insista para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem consciência de seus erros. A maioria dos textos de seu nível é difícil para ele;
Alunos disléxicos podem ser bem sucedidos em uma classe regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias usadas.

AVALIAÇÃO:
• As crianças com dificuldade de linguagem têm problemas com testes e provas:

Em geral, não conseguem ler todas as palavras das questões do teste e não estão certas sobre o que está sendo solicitado.

- Elas têm dificuldade de escrever as respostas;
- Sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado
• Recomendamos que, ao elaborar, aplicar e corrigir as avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula, adote os seguintes procedimentos:

- Leia as questões/problemas junto com o aluno, de maneira que ele entenda o que está sendo perguntado;
- Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe eventuais dúvidas sobre o que está sendo perguntado;
- Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com calma;
- Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando sua(s) resposta(s)
- Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do aluno, pois frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou informações erradas;
- Você pode e deve realizar avaliações orais também.
Se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que ensinar do jeito que ele aprende.
Sugestões para os Professores
Sinais Comuns de Dislexia



Sinais de Alerta



Aqui estão alguns sinais de alerta que pais e professores devem de ter em atenção quando suspeitam da existência de problemas nas competências de leitura e escrita nos seus filhos ou alunos:


DURANTE A INFÂNCIA:



Atraso na aquisição da linguagem. Começou a dizer as primeiras palavras mais tarde do que o habitual e a construir frases mais tardiamente.

Apresentou problemas de linguagem durante o seu desenvolvimento, dificuldades em pronunciar determinados sons, linguagem ‘abebezada’ para além do tempo normal.

Apresentou dificuldades em memorizar e acompanhar canções infantis e a rima das lenga-lengas.

Dificuldade em se aperceber que os sons das palavras podem dividir-se em bocados mais pequenos.

Entre muitos outros sinais (...).

NA IDADE ESCOLAR:



Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita.

Erros por dificuldades na descodificação grafema-fonema. Dificuldade em compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas.

Bastantes dificuldades na leitura, com a presença constante de erros, inventando palavras ao ler um texto.

A velocidade da leitura é inadequada para a idade. Dificuldades na leitura de pseudopalavras.

Apresenta dificuldades na rima de palavras.

Escrita com muitos erros ortográficos e a qualidade da caligrafia é bastante deficiente.

Salta linhas durante a leitura, na leitura silenciosa consegue-se ouvir o que está a ler, acompanha a linha da leitura com o dedo.

Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa (uma hora de trabalho rende 10 minutos).

Utiliza estratégias e truques para não ler. Não revela qualquer prazer pela leitura.

Distrai-se com bastante facilidade perante qualquer estímulo, parecendo que está a "sonhar acordado".

Os resultados escolares não são condizentes com a sua capacidade intelectual.

Melhores resultados nas avaliações orais do que nas escritas.

Não gosta de ir à escola ou de realizar qualquer actividade com ela relacionada.

Confunde a direita e a esquerda.

Apresenta "picos de aprendizagem", nuns dias parece assimilar e compreender os conteúdos curriculares e noutros parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente.

Apesar das dificuldades na escola revela ser bastante imaginativo e criativo, com um bom raciocínio lógico e abstracto, podendo evidenciar capacidades acima da média em determinadas áreas (desenho, pintura, música, teatro, desporto, etc.).

Entre muitos outros sinais (...).


Problemática Emocional

O que é Dislexia

As repercussões da dislexia são muitas vezes consideráveis, quer ao nível do sucesso escolar, quer ao nível do comportamento da criança, originando nestes dois domínios perturbações de gravidade variável, que importa reconhecer e evitar na medida do possível.

A criança disléxica é geralmente triste e deprimida pelo repetido fracasso em seus esforços para superar suas dificuldades, outras vezes mostra-se agressiva e angustiada. A frustração causada pelos anos de esforço sem êxito e a permanente comparação com as demais crianças provocam intensos sentimentos de inferioridade.

Em geral, os problemas emocionais surgem como uma reacção secundária aos problemas de rendimento escolar. As crianças disléxicas tendem a exibir um quadro mais ou menos típico, com variações de criança para criança, cujas reacções mais características são:


Reduzida motivação e empenho pelas actividades que implicam a mobilização das competências de leitura e escrita, o que por sua vez aumenta as suas dificuldades de aprendizagem.

Recusa de situações e actividades que exigem a leitura e a escrita, devido ao temor de viver novamente uma experiência de fracasso.

Sintomatologia ansiosa perante situações de avaliação ou perante actividades que impliquem a utilização da leitura e escrita.

Sentimento de tristeza e de auto-culpabilização, podendo apresentar uma atitude depressiva diante das suas dificuldades.

Uma reduzida auto-estima e auto-conceito académico.

Um sentimento de insegurança e de vergonha como resultado do seu sucessivo fracasso.

Um sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração por não conseguir superar as suas dificuldades e por ser sucessivamente comparado com os demais.

Problemas comportamentais caracterizados por comportamentos de oposição e desobediência perante as figuras de autoridade (pais, professores, etc.), hiperactividade, défice atencional, etc.

Outras problemáticas poderão estar presentes como seja a enurese nocturna, perturbação do sono, etc.

Esta sintomatologia não permite por seu lado a natural concentração, interesse e desejo de aprender, perturbando muitíssimo as condições de aprendizagem na criança.

Dislexia
Resumo
DIS - distúrbio
LEXIA - (do latim) leitura; (do grego) linguagem
DISLEXIA - dificuldades na leitura e escrita
"Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Estas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação a idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio-cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia é apresentada em várias formas de dificuldade com as diferentes formas de linguagem, freqüentemente incluídas problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar."
A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola. Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação a dominância cerebral.
Outros tópicos deste trabalho:
- Etiologia da Dislexia
- Sinais encontrados nos disléxicos
- Dificuldades encontradas em crianças com dislexia
- Tipos de dislexia
- Lembre-se em observar
- Alfabetização do disléxico
- Estratégias que ajudam
- Orientação aos pais
Reeducação na Dislexia



A questão que gostava de ver discutida é sobre a intervenção reeducativa para a dislexia. Será que a reeducação deverá ser diferenciada consoante os tipos de dislexia específica? consoante a etapa de desenvolvimento em que o sujeito se encontre? consoante as suas potencialidades cognitivas e as dificuldades que lhe estão associadas? Como reeducar uma criança com dislexia? Partilhe a sua experiência ou coloque a sua opinião ou dúvida!

Publicado por DISLEXIAS em 12:52 AM | Comentar (2)


agosto 30, 2005

...


Que comentário pode merecer...? uma BD feita sobre o que os outros pensam dos disléxicos, ou sobre como os dislexicos se sentem?

Publicado por DISLEXIAS em 11:03 PM | Comentar (0)



Diagnosticar a Dislexia

«O diagnóstico da Dislexia não pode favorecer a concorrência competitiva entre especialistas nem a falta de uma linguagem interdisciplinar, pois antes de tudo está em causa a dignidade da pessoa humana. Todos sabemos o perigo que constitui a "rotulagem" e a "etiquetagem" de crianças no que respeita à diminuição de expectativas. Em nenhuma circunstância o diagnóstico se deve afastar do pensamento educacional, que lhe dá sentido e coerência. Só nesta base se pode perspectivar a modificação das práticas educacionais.» Fonseca, Vítor (1980)

Publicado por DISLEXIAS em 10:54 PM | Comentar (2)


julho 08, 2005

Não é uma Doença...!?



A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola. Os sintomas, ainda, podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso. Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação a dominância cerebral.


QUE PROGRAMAS DE ESTIMULAÇÃO PODEM SER REALIZADOS?





A Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizagem da linguagem: da Leitura, Soletração, Escrita, da Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa a falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, tal como nada tem nada ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. As dificuldades de aprendizagem da leitura, em diferentes graus, é uma característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
A Dislexia, antes de qualquer definição, é uma forma se ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes até genial, mas que aprende de maneira diferente...
São menos capazes? ou serão apenas diferentes??? Obviamente, que são apenas índividuos que apreendem o mundo de uma forma "diferente"?



Dislexia
Autismo
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Quer a dislexia quer o autismo são problemas com que nos deparamos no nosso dia a dia e para os quais poucas soluções existem ou melhor poucas soluções se conhecem.
No entanto cada vez mais estão a surgir novas teorias e novas formas de aliviar e melhorar tais problemas.
Analisando um pouco as situações, sabemos que elas se devem a disfunções no sistema nervoso. Como o sistema nervoso é um campo muito vasto, vemos que existem muitas teorias mas por vezes as soluções tardam a dar resultados ou esses resultados são inconsistentes resultando numas situações mas não em outras.
A observação de pessoas e crianças com dislexia, autismo, hiperactividade, desordens de atenção e muitas outras condições tem mostrado a existência de disfunções no corpo e no sistema sacro craniano.
Mais, tem-se visto que a correcção dessas disfunções resultam num melhoramento bastante grande das condições que as pessoas ou crianças apresentam.
Infelizmente muitas das disfunções existentes no corpo ou no sistema sacro craniano não são detectáveis nos exames que actualmente se fazem e apenas podem ser detectadas e corrigidas por pessoas que são treinadas para o efeito.
Uma vez que essas disfunções não são visíveis nos exames e uma vez que são muito poucas as pessoas treinadas na sua detecção e correcção, estas disfunções passam completamente despercebidos da grande maioria dos profissionais de saúde. E é desta forma que apenas se detectam as consequências ou os resultados dos maus funcionamentos do corpo e do sistema sacro craniano, mas não as suas causas ou origens.
Mas detectar as consequências é diferente de detectar e corrigir as causas.
São as alterações no corpo e no sistema sacro craniano que muitas das vezes criam alterações no funcionamento do sistema nervoso.
Se o corpo não está bem, ele altera todo o funcionamento nervoso e mental devido ao desconforto que cria.
Mais; se o corpo não está bem ele interfere e afecta todo o funcionamento do sistema sacro craniano e dessa forma altera todo o funcionamento do sistema nervoso.
O sistema sacro craniano (liquido céfalo-raquidiano; meninges e suas ligações ao sacro e ao crânio) é o responsável pelo bom funcionamento do sistema nervoso pois é este sistema que cria todo o ambiente fisiológico no qual o sistema nervoso vive, funciona e se desenvolve.
O liquido céfalo raquidiano e a sua circulação é extremamente importante para transportar muitas substâncias neuroquimicas e para criar todo o ambiente fisiológico para que o sistema nervoso possa funcionar correctamente.
Infelizmente é frequente usar-se a medicação para corrigir as disfunções do sistema nervoso mas como se sabe:
• A medicação não cura.
• O problema é sempre um problema crónico que se irá manter.
• As causas não sendo corrigidas, o problema irá manter-se para o resto da vida.
• Muitas das disfunções que se observam no funcionamento do sistema nervoso devem-se a disfunções no sistema sacro craniano que não são detectáveis nos exames médicos que actualmente se fazem e dessa maneira não são corrigidas o que leva à crença de que a medicação é a única solução para estes problemas.
Problemas ou disfunções no sistema sacro craniano alteram o funcionamento do sistema nervoso com as consequências que daí advêm:
Hiperactividade, Dislexia, Desordens de Atenção, Problemas de Aprendizagem, Maus Comportamentos, Agressividade, Depressão, Autismo, Problemas Neurológicos, etc., etc.
Muitos destes problemas como a dislexia, autismo, hiperactividade, desordens de atenção, etc. sendo disfunções do sistema nervoso e este estando dependente do bom funcionamento do sistema sacro craniano, é lógico pensarmos que qualquer técnica ou terapia que melhore o funcionamento do corpo e ou do sistema sacro craniano pode melhorar a condição não só de todo o sistema nervoso mas também de muitos destes problemas.
É assim que a Terapia Sacro Craniana (ou Crânio Sacral) tem sido vista como um meio de ajudar nestes problemas uma vez que melhora todo o funcionamento do sistema sacro craniano que é o meio onde o sistema nervoso vive, funciona e se desenvolve. Nos EUA tem sido usada desde os anos 80 e na Europa (incluindo Portugal) desde os anos 90 com muito bons resultados em inúmeros casos.
Outra técnica muito boa é a Libertação Mio Fascial a qual para além de trabalhar o sistema sacro craniano, à semelhança da Terapia Sacro Craniana, também trabalha todo o corpo sobretudo toda a parte muscular e toda a fáscia (tecido conectivo) de todo o corpo. Esta é uma terapia mais global e mais completa uma vez que trabalha todo o corpo sem excepções, pois a fáscia (tecido conectivo) existe em todo o corpo.
A fáscia é o tecido conectivo que liga e mantém ligado todo o corpo, sendo esse tecido o responsável pelos muitos problemas de saúde que não reagem positivamente aos tratamentos clássicos apesar das boas técnicas e dos bons profissionais que as aplicam. Este tem sido um tecido descurado uma vez que não existe qualquer exame ou análise que detecte as alterações nele existentes ou seja, não se conseguem ver nem determinar quaisquer alterações nos exames normais que se fazem. Apenas o microscópio electrónico consegue ver essas alterações mas elas só se conseguem compreender quando se fazem comparações entre tecidos. De outro modo, apenas profissionais experientes conseguem detectar e corrigir as alterações existentes na fáscia (tecido conectivo), levando o corpo e o sistema sacro craniano a um funcionamento mais normal e mais correcto.
Infelizmente a divulgação e reconhecimento quer da Terapia Sacro Craniana quer da Libertação Mio Fascial têm passado despercebidos e assim a sua utilização tem estado restringida às pessoas que não desistem de procurar soluções ou àquelas que têm tido conhecimento desta técnica de uma ou de outra maneira.
Estas duas terapias visam detectar e corrigir disfunções no corpo e no sistema sacro craniano procurando desta forma corrigir ou melhorar as causas do mau funcionamento quer do corpo quer do sistema sacro craniano (meninges, liquido céfalo-raquidiano e os ossos envolventes - sacro e crânio).
Hoje sabe-se que a dislexia e os problemas associados se devem a uma má percepção que a pessoa ou criança têm daquilo que as rodeia, seja o mundo físico seja o seu próprio corpo ou mesmo das letras ou palavras. O seu sistema proprioceptivo dá informações erradas e a pessoa ou criança agem de uma maneira incorrecta. Enquanto não se corrigir esta situação não se pode esperar bons resultados das terapias e trabalhos que se façam.
É assim que as duas terapias acima visam corrigir o corpo e o sistema sacro craniano e dessa forma corrigir as causas que estão por detrás da percepção que o seu sistema proprioceptivo tem acerca do seu corpo e de tudo aquilo que rodeia a pessoa ou criança.
No entanto mesmo sem corrigir as causas, pode-se corrigir a maneira como os disléxicos percepcionam o seu corpo, o mundo e as palavras através do uso de lentes prismáticas e de correcções posturais, conhecimentos em que Portugal é pioneiro, exportando e dando formação para todo o mundo apesar de em Portugal ainda serem coisas que se mantêm desconhecidas ou ignoradas. No entanto os seus resultados são imediatos e eficazes.
Quanto ao autismo, ele tem sido visto como um problema neurológico e as únicas terapias que actualmente conheço que melhoram esta condição são as duas acima (Terapia Sacro Craniana e Libertação Mio Fascial) aplicando-as normalmente ou dentro de água ou então com o uso de golfinhos.

DISLEXIA E MATEMÁTICA
Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga, Pedagoa e Psicopedagoga
CRP 06/41029-6
CONCEITO
Matemática: Ciência que investiga por meio do raciocínio dedutivo, as relações entre entidades abstratas, como os números, as figuras geométricas, etc., e as propriedades dessas entidades.
(Sérgio Ximenes – Dicionário de Língua Portuguesa)

HISTÓRIA
A matemática, surgida na Antigüidade por necessidades da vida cotidiana, converteu-se em um imenso sistema de variadas e extensas disciplinas. Como as demais ciências, reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o conhecimento do mundo e domínio da natureza.
Mesmo com um conhecimento superficial da Matemática, é possível reconhecer certos traços que a caracterizam: abstração, precisão, rigor, lógico, caráter, irrefutável de suas conclusões, bem como o extenso campo da suas aplicações.
Mas a vitalidade da Matemática deve-se também ao fato de que, apesar de seu caráter abstrato, seus conceitos e resultados têm origem no mundo real e encontram muitas aplicações em outras ciências e em inúmeros aspectos práticos da vida diária: na indústria, no comércio e na área tecnológica. Por outro lado, ciências como Física, Química e Astronomia têm na Matemática ferramenta essencial.
Em outras áreas do conhecimento, como Sociologia, Psicologia, Antropologia, Medicina, Economia Política, embora seu uso seja menor que nas chamadas ciências exatas, ela também constitui um subsídio importante, em função de conceitos, linguagens e atitudes que ajuda a desenvolver.
Em sua origem, a Matemática constituiu-se a partir de uma coleção de regras isoladas, decorrentes da experiência e diretamente conectadas com a vida diária. Não se tratava, portanto, de um sistema logicamente unificado.

MATEMÁTICA E CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA
O papel que a Matemática desempenha na formação básica do cidadão brasileiro norteia estes Parâmetros. Falar em formação básica para a cidadania significa falar da inserção das pessoas no mundo do trabalho, das relações sociais e da cultura, no âmbito da sociedade brasileira.
A pluralidade de etnias existentes no Brasil, que dá origem a diferentes modos de vida, valores, crenças e conhecimentos, apresenta-se para a educação matemática como um desafio interessante. Desse modo, um currículo de Matemática deve procurar contribuir, de um lado, para a valorização da pluralidade sócio-cultural, impedindo o processo de submissão no confronto com outras culturas; de outro, criar condições para que o aluno transcenda um modo de vida restrito a um determinado espaço social e se torne ativo na transformação de seu ambiente.
A compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais também dependem da leitura e interpretação de informações complexas, muitas vezes contraditórias, que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação. Ou seja, para exercer a cidadania, é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente,etc.
Para tanto, o ensino de Matemática prestará sua contribuição à medida que forem exploradas metodologias que priorizem a criação de estratégias, a comprovação, a justificativa, a argumentação, o espírito crítico, e favoreçam criatividade, o trabalho coletivo, a iniciativa pessoal e a autonomia advinda do desenvolvimento da confiança na própria capacidade de conhecer e enfrentar desafios.
É importante destacar que a Matemática deverá ser vista pelo aluno como um conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento do seu raciocínio, de sua capacidade expressiva, de sua sensibilidade estética e de sua imaginação.

Leitura, Dislexia e Consciência Fonológica.
Observe estas duas palavras:

Fmneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito
Fpneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico

Agora, responda, se puder, as perguntas abaixo para avaliar sua consciência fonológica:
qual das duas palavras acima você pronuncia mais rapidamente?
qual delas você poderia dar alguma noção ou aproximação de significado?
Se disser que encontrou dificuldade de pronunciar as duas palavras, você tem, realmente, razão. Ambas, é verdade, possuem 46 letras. Se encontrou dificuldade de encontrar algum grau de significação no item a, também tem razão: a palavra mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito não é palavra, não tem significado nenhum na língua portuguesa.
Em todo caso, como podemos analisar são duas palavras esdrúxulas, esquisitas, extravagantes, mas apenas uma delas, isto, pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico , opção b, realmente, é palavra e está registrada no novo dicionário houaiss da língua portuguesa, tendo por definição “estado de quem é acometido de uma doença rara provocada pela aspiração de cinzas vulcânicas “.
A outra palavra, isto é, mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, a rigor, do ponto lingüístico, não é palavra, não significa nada, foi inventada por mim, no processo de elaboração deste texto, de tal modo que é uma palavra fictícia, ou tem forma ou aparência de palavra, que se assemelha, em configuração grafêmica ou fonêmica, a palavras da língua portuguesa.
Para a lingüística tradicional, palavra é um elemento lingüístico significativo, composto de um ou mais fonemas. No caso da palavra Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, ela é significativa, tem significado cultural, ainda que chegue a ter, 46 letras.
Pois bem. Para nós, investigadores dos processos de lectoescrita, psicopedagogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psicolingüistas ou psicólogos cognitivos, pais, professores, enfim, podemos, a partir do caso acima, ilustrar como podemos descobrir indício de uma dificuldade de leitura ou dislexia.
Não obstante, você pode indagar: qual das palavras acima citadas, poderia ser a “isca”, importante indício, no diagnóstico e processo de avaliação leitora?” Por incrível que pareça, para um diagnóstico preliminar ou básico, em sala de sala, feito por um educador, sem que o aluno precise ir a uma clínica psicopedagógica, a palavra que, surpreendemente, nos é útil, e, portanto, serve-nos como parâmetro para diagnóstico, é mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, a falsa palavra.
Uma criança ou um adulto pode ser considerado uma leitor hábil, competente na decodificação e compreensão leitoras, no processo de aquisição da linguagem, quando é capaz não apenas de ler palavras não-familiares como em pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que já é registrada no dicionário brasileiro, mas é capaz de ler, também, palavras fictícias, inventadas pelos examinadores, professores, pais ou reeducadores lingüistas, quando submetido a um processo avaliativo de sua competência leitora.
Para Andrew W. Ellis, em seu livro Leitura, escrita e dislexia: uma analise cognitiva, a familiaridade é um fator que determina, influencia e afeta a facilidade ou dificuldade do reconhecimento de palavras na leitura hábil, isto é, a leitura em voz alta. (Artes Médicas, p.20)
2. O valor da consciência fonológica
A palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é esdrúxula, esquisita, excêntrica ou, numa expressão, é uma palavra não-familiar. Sem embargo, é uma palavra. Uma pessoa que tem consciência fonológica, ou seja, capaz de reconhecer as letras e discriminar os fonemas, será capaz de gerar o que chamo de lectogenia (o neologismo é meu), uma decodificação, manifesta na pronúncia corrente ou escorreita da palavra, seguida da compreensão, ou seja, da assimilação do significado que o signo encerra na sua forma lingüística.
Uma das tarefas dos psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, ou psicolingüistas, na avaliação da compreensão leitora, é comparar o reconhecimento de palavras familiares com o reconhecimento de palavras não-familiares.
Para uma criança, na educação infantil ou alfabetização ou ainda no primeiro ciclo do ensino fundamental, situando-se na etapa que os investigadores chamam de leitura inicial, pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é uma palavra não-familiar, esquisita; mas para um adulto, ou leitor competente, curioso, pode ser uma palavra familiar, isto é, uma palavra em que o bom leitor é capaz de decompor em seus morfemas (radicais, sufixos, por exemplo) e fonemas (vogais, consoantes ).
Quando o leitor principiante aprende que pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico traz, na sua estrutura lingüística, formas que estão presentes no mundo vocabular, o seu ou o revelado pela cultura do meio em que vive, encontrará níveis de contigüidade semântica da palavra não-familiar com outras palavras familiares como no caso pneumonia, ultramar , microscópio, vulcão, cone, ouvido, sulfúrico, de modo a fazer, também, a identificação rápida e fácil da forma, da pronúncia e do significado apropriado, viável, de uma palavra encontrada no texto escrito ou ouvido na mídia.
A aprendizagem da palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ou de qualquer outra palavra esdrúxula ou não-familiar ou mesmo uma não-palavra requer da criança, durante o processo de leitura, pelo menos, três “representações internas” : a) aparência, b) significado e c) som, presentes na estrutura da palavra e a ligação dessas representações umas às outras. A aparência lingüística leva o leitor hábil ao reconhecimento da palavra. O significado e o som de uma palavra, por seu turno, são revelados pela consciência fonológica, alcançada no processo de aquisição da habilidade lectoescritora na escola.
3. O reconhecimento das palavras
Por fim, uma pergunta pode agora advir: quando a palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico tornar-se-á familiar para a comunidade brasileira ou lusófona? Responderei assim: uma palavra torna-se familiar para os educandos e para os já escolarizados, quando ela , a palavra, realmente, é percebida, isto é, a comunidade lingüística é capaz de fazer a identificação visual ou auditiva da palavra e pode lhe atribuir algum grau de significado.
Para as crianças que vêem e lêem palavras ou não-palavras, no mundo da leitura, fora ou dentro da escola, tendem, quase sempre, a ter facilidade de identificar as formas lingüísticas que são verdadeiramente palavras, isto é, signos lingüísticos, dotados de significado (conceito, idéia) e significante (estrutura fônica).
Quando estão diante de palavras fictícias ou pseudo-palavras, não apenas encontram dificuldade de pronunciá-las mas de reconhecer sua estrutura lingüística, uma vez que as não-palavras são dotadas apenas de significantes da língua, mas que nada representam no mundo da leitura ou na fala das pessoas.
Por excelência, os fonemas são os significantes mais discretos de uma língua, as menores unidades sonoras distintivas da palavra, mas isoladas, são abstratas, nada significam. Os morfemas, ao contrário, unidades significativas, como os radicais e sufixos que formam a palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, são elementos que ajudam na compreensão da mesma, ainda que a palavra tenha um processo de formação derivacional tão complexo ou ainda que tenha, na sua aparência ou representação grafêmica, 46 letras, sendo, definitivamente, a maior da língua portuguesa.
Pode-se, então, nessas alturas, indagar: Se uma criança ou adulto, após exercício de soletração, pode pronunciar, em voz alta, a palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico não encontrando a mesma “ facilidade” na falsa palavra mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, justificar-se-ia tal comportamento lingüístico porque a palavra escrita pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é uma combinação não familiar de letras, ou porque a não-palavra “mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito" é uma combinação não familiar de fonemas, mais difícil de pronunciar?
A pergunta acima é longa e complexa, mas tem uma resposta curta e simples. É a velocidade de leitura da palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que tem a mesmas letras e praticamente os mesmos fonemas da falsa palavra , é viável e familiar, ou melhor, é virtualmente familiar, em sua forma escrita. Depois de alguns minutos alguém pode, com certa dose de brincadeira ou ludidicidade, guardar, em sua memória de longo prazo, a palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, como uma nova e esdrúxula palavra no seu universo semântico ou vocabulário individual. Não encontraremos a mesma destreza lingüística para as palavras falsas.
4. Uma luz importante
Em substância, diria o seguinte: quem adquire consciência fonológica no decorrer da aquisição de linguagem pode não apenas ler palavras esdrúxulas, familiares ou “não-palavras, como mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, que nada diz, que nada revela, nem na sua forma nem sua configuração lingüística. O leitor hábil decodifica e compreende palavras que têm significado e desconfia de palavras que, mesmo podendo ser decodificadas, não têm significado nenhum no seu mundo cultural.
Uma criança com dislexia fonológica, com deficiência na sua consciência fonológica, por exemplo, pode lentamente pronunciar pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, e no decorrer do tempo, ganhar destreza na decodificação, mas sua pronúncia será sofrível quando tentar pronunciar mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito.
A aprendizagem da leitura, tendo, por base, o método fônico, levará à aprendizagem da pronúncia de palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ou anticonstitucionalissimamente, de modo que deixa de ser estranha e sem sentido quando realmente lida(decodificada e compreendida) e torna-se algo que parece familiar, dela se extraindo um significado e levando o emissor ou receptor a uma emissão viável ou a recepção produtiva.
Esta reflexão metralingüística, a partir da maior palavra da língua brasileira, é uma verdadeira epifania para os que atuam na Psicopedagogia e Psicolingüística e um achado excêntrico, mas luz importante, para os estudiosos dos processos de aquisição de leitura e escrita da comunidade lusófona.


AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA EM DISLEXIA: UM ESTUDO DE CASO

Magda S. Vanzo Pestun

RESUMO
Dislexia do desenvolvimento é uma desordem na aprendizagem da leitura e/ou escrita com competência, que acomete crianças com inteligência dentro dos padrões de normalidade, sem deficiências sensoriais, isentas de comprometimento emocional significativo e com oportunidades educacionais adequadas (Ellis, 1995; Pinheiro, 1994; Nunes, 1992; Condemarin e Blomquist, 1989). Segundo a abordagem do processamento de informações a leitura é tradicionalmente explicada pela Teoria de duplo-processo ou dupla-rota, ou seja, processo visual direto/rota lexical e processo indireto com mediação fonológica/rota fonológica (Hulme e Snowling, 1992; Pinheiro, 1994; Ellis, 1995). O processo fonológico por basear-se em regras de correspondência letra-som, é adequado para leitura de palavras regulares e de palavras sem sentido, mas causa dificuldade para leitura de palavras irregulares e homônimos. Já, a leitura visual é processada como um todo e portanto, tanto as palavras regulares quanto as irregulares podem ser lidas corretamente através dessa via. Quando ocorre um colapso em qualquer uma das duas rotas, a aprendizagem da leitura e/ou escrita estará prejudicada. Pesquisas atuais (Nunes, 1992; Pinheiro, 1994; Capovilla, 1995), consideram a inabilidade para realizar análise fonológica, um dos fatores associados à dislexia. Este artigo objetiva relatar uma avaliação psicopedagógica para dislexia, realizada em uma criança do sexo masculino, 12 anos de idade, 4 anos de retenção na segunda fase do ciclo básico em escola da rede pública estadual. Após avaliação do potencial intelectual por meio do teste WISC, das habilidades acadêmicas e sensoriais visuais por meio do "Inventário de Capacidades Primárias" (Valett, 1970); das habilidades sensoriais auditivas (Golbert, 1988); das habilidades motoras (Pick e Vayer, 1985); e dos erros específicos em dislexia (Condemarin e Blomquist, 1989), pode-se concluir que E.G. apresenta notória discrepância entre potencial intelectual e desempenho em leitura, atraso no desenvolvimento psicomotor e linguagem, desempenho verbal inferior, lentidão na execução das tarefas, dificuldade em discriminação fonética, manisfestação de inversão de letras e confusão com sons acústicamente próximos, distúrbios de memória e dificuldade com orientação direita-esquerda. Frente as dificuldades observadas em E.G., principalmente a inabilidade para conversão da letra em som e a manisfestação de confusões visuais, podemos considerar que a criança apresenta dislexia mista, ou seja, comprometimento tanto na associação visual-verbal, quanto em percepção auditiva. A localização do dano na rota fonológica e rota visual/lexical será investigada em estudo a ser desenvolvido.


Dislexia e Maltrato infantil
Sabemos todos que o Maltrato Infantil, é crime. Dentre as várias formas de maltrato infantil está o maltrato emocional.
"É interessante destacar que é uma das formas de maltrato infantil mais difícil de diagnosticar. Geralmente, detecta-se quando associado a outros quadros severos de maltrato e ainda que confirmada a suspeita, a intervenção dos profissionais e/ou do sistema legal ocorre de forma mais cautelosa", afirma Intebi.
"É a conseqüência da hostilidade verbal crônica em forma de burla, desprezo, crítica ou ameaça de abandono e constante bloqueio das iniciativas de interação infantil. Quem maltrata psiquicamente pode adotar atitudes tais como de humilhar a criança frente aos outros, privá-la de saídas e de sua integração social, utilizando para isto desde apenas evitar a socialização como até encerrar a criança em casa.
Pode-se ilustrar este tipo de maltrato dizendo que os filhos podem ser atingidos com atitudes, gestos e palavras, ou simplesmente rechaçando a individualidade da criança ou do adolescente de maneira tal, que impeça o seu desenvolvimento psicológico normal.( Copyright © 2000 eHealth Latin América)"
Lendo este texto, com tais informações, fiquei ainda mais preocupada com as crianças disléxicas que, descobri, sofrem sim maltrato, quando estão perfeitamente enquadradas dentro das situações citadas acima. Não precisamos bater numa criança para que ela sinta-se maltratada, basta uma palavra pesada em sua essência...um olhar de desprezo...Nós, pais e educadores, maltratamos uma criança quando não compreendemos suas dificuldades escolares e pior que isso, quando as humilhamos com nossos preconceitos acerca do seu insucesso escolar, quando ao avaliá-las ,damo-lhes notas morais e sociais através das suas notas escolares sem ao menos imaginar que nisso existe sofrimento ; quando as comparamos com as crianças não disléxicas . Uma criança com dificuldades escolares está marcada cruelmente, carregando a pesada cruz de não saber o que fazer com suas dificuldades. Elas têm uma bomba nas mãos. Estas crianças são atingidas em cheio na sua auto-estima quando, com nossas atitudes, mostramo-lhes como elas são preguiçosas, lentas, burras, desqualificadas... quando as desprezamos...as abandonamos...quando as deixamos num cantinho da sala de aula...esquecidas.
Até quando estaremos cometendo este crime? Até quando apontaremos o dedo para estas crianças e as julgaremos e as condenaremos pelos seus insucessos escolares, quando na verdade, nós não nos sensibilizamos com suas dificuldades e não ouvimos seus gritos ocultos de socorro desde tão cedo? Até quando nos colocaremos apenas na posição de observadores e juizes , distantes e donos absolutos das verdades educacionais e das teorias pedagógicas? Até quando nos colocaremos à margem das dificuldades das crianças, como se fossemos apenas meros espectadores de suas aprendizagens? Até quando iremos empurrar estas crianças de uma escola para outra, como se esse fosse o processo perfeito para assisti-las em suas dificuldades? Até quando a nossa sociedade literata induzirá crianças e adolescentes com dificuldades escolares à caminhos perigosos que certamente irão desestruturar a vida delas e de seus familiares ? Esse é um caminho perigoso...sem volta.... sem futuro.
Precisamos antes de mais nada, proporcionar a estas crianças e a seus educadores (pais e professores) a informação de que suas dificuldades tem uma nome, um porquê e uma solução. Agimos de forma arbitrária quando jogamos as dificuldades escolares nas mãos das próprias crianças, quando não lhes damos condições para suas realizações, quando imaginamos que a aprendizagem escolar é inata do ser humano, quando não nos apercebemos de que ler e escrever são habilidades adquiridas, precisam de embasamento anterior para que possa acontecer. Afinal não nos colocamos como senhores absolutos da sapiência e da experiência? Somos incoerentes quando, apesar de conhecedores (teóricos) de todos os fundamentos vanguardistas de educação, continuamos presos ao passado, a uma estrutura educacional ultrapassada, e com vínculos dos estereotipados "alunos perfeitos" e "professores onipotentes". Enfim, fica uma pergunta no ar: São crianças com dificuldades de aprendizagem ou é o sistema escolar com dificuldades de ensino?
Precisamos todos ousar.
Precisamos todos entender.
Precisamos todos nos comprometer.
Com todas as crianças, disléxicas e não-disléxicas.




Sintomas e Sinais
Na Primeira Infância:

1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

Observação:
Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.
A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.
Porque, freqüentemente, essas crianças apresentam mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais possam submete-las a exercícios nos chamados "andadores" ou "voadores". Prática que, advertem os especialistas, além de trazer graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para a aquisição de equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como interfere, negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em "andador", só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais tardiamente do que as outras crianças.
Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de maneira comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global, em seu processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade hemisférica-cerebral.
A Partir dos Sete Anos de Idade:

1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura silenciosa;
7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande imaginação e criatividade;
14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças bruscas de humor;
21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de justiça;
45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.

Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.





Formas de Dislexia Formas de Dislexia
Formas de Dislexia

Deficiência de Atenção
Há disléxicos cujo problema central está na dificuldade de focar a atenção, sustentando a coordenação seletiva dessa atenção, e mantendo esse estado convergente de atenção durante um espaço de tempo necessário à seleção e registro de um estímulo, possibilitando que se integre na construção do aprendizado. Como, de alguma forma, sempre existe o componente da atenção em Dislexia, alguns especialistas nomeavam essa dificuldade de aprendizado a partir do seu aspecto de deficiência de atenção, com as designações: "Attention Deficit Desorder-ADD" - (Distúrbio de Deficiência de Atenção-DDA); e "Attention Deficit Hyperativity Desorder-ADHD" - (Distúrbio de Deficiência de Atenção com Hiperatividade-DDAH).
Por causa de sua dificuldade em concentrar a atenção, há crianças e adultos que podem tornar-se inacreditavelmente confusos e inconsistentes. E porque existe uma oscilação no nível da capacidade de concentração dessas pessoas, há dias em que elas podem melhor corresponder à expectativa escolar ensino-aprendizado, e outros dias em que se apresentam dispersivas, parecendo ter esquecido tudo o que já haviam aprendido. Por isto, elas podem conseguir uma nota alta em um dia e serem reprovadas, no mesmo conteúdo, no dia seguinte, na próxima semana ou no mês seguinte. Condição que confunde pais, professores e o próprio disléxico que não consegue entender por que isto acontece.
E porque, muitas vezes, esses estudantes não são capazes de focar e manter sua atenção seletiva para uma concentração e resposta satisfatórias, pessoas e, até, profissionais desinformados acerca desse processo, podem exasperar-se e acusá-los de serem desatentos e negligentes; de não estarem levando seus estudos a sério; de não estarem determinados a aprender; de serem negligentes e indiferentes ao objetivo de conquistar um bom desempenho escolar quando, na verdade, eles não estão conseguindo atingir um nivel mínimo necessário de concentração da atenção, para que possam, mentalmente, construir e entrelaçar as seqüências relacionais em seu mecanismo psicopedagógico pessoal ensino-aprendizado.
O Dr. Mel Levine, M.D., adverte que, "Freqüentemente, essas crianças são classificadas como tendo distúrbios emocionais, e seus pais podem culpá-las por isto, quando, na verdade, cada uma delas é vítima inocente de uma deficiência escondida, que interfere no caminho em que o cérebro dessa criança organiza sua habilidade de concentração".
Há crianças que têm problemas de atenção e são, também, impulsivas, porém não são hiperativias. E outras, ao contrário, que podem ser hipoativas. O Dr Goldberg também esclarece que "DDA-Distúrbio de Deficiêcia de Atenção pode ocorrer sem nenhum desequilíbrio piscomotor como, também, pode acontecer acompanhado de Hiperatividade em algum de seus diferentes graus, que podem oscilar entre o quase imperceptível ao irritante e, deste, podendo atingir níveis até incapacitastes".

Dislexia

A dislexia é uma das mais comuns deficiências de aprendizado. Segundo pesquisas realizadas, 20% de todas as crianças sofrem de dislexia

Pessoas disléxicas - e que nunca se trataram - lêem com dificuldade, pois é difícil para elas assimilarem palavras.

Disléxicos geralmente soletram muito mal.

Importante: Isto não quer dizer que crianças disléxicas são menos inteligentes. Aliás, muitas delas apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria da população.

A dislexia persiste apesar da boa escolaridade. É normal que crianças disléxicas expressem sua frustração por meio de mal-comportamento dentro e fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar os sinais que indicam que uma criança é disléxica - e não preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.

Alguns exemplos de pessoas disléxicas que obtiveram grande sucesso profissional são Thomas Edison (inventor), Tom Cruise (ator), Walt Disney (fundador dos personagens e estúdios Disney) e Agatha Christie (autora).

As causas da dislexia são neurobiológicas e genéticas. A dislexia é herdada e, portanto, uma criança disléxica tem algum pai, avô, tio ou primo que também é disléxico.

Felizmente, existem tratamentos que curam a dislexia. Estes tratamentos buscam estimular a capacidade do cérebro de relacionar letras aos sons que as representam e, posteriormente, ao significado das palavras que elas formam. Alguns pesquisadores acreditam que quanto mais cedo é tratada a dislexia, maior a chance de corrigir as falhas nas conexões cerebrais da criança. Em outras palavras, a dislexia, se tratada nos primeiros anos de vida da criança, pode ser curada por completo.

É importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

Sinais que identificam a dislexia:
Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência.
Muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário.
Crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas.
Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil.
Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras;
Elas também freqüentemente confundem palavras.
A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.

O que pode ser feito?
Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo. Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Crianças disléxicas que foram tratadas desde cedo superam o problema e passam a se assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado.

Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura.

Será que seu filho é disléxico?

Entre 3 a 6 anos
1. Ele persiste em falar como um bebê?
2. Freqüentemente pronuncia palavras de forma errada?
3. Não consegue reconhecer as letras que soletram seu nome?
4. Tem dificuldade em lembrar o nome de letras, números e dias da semana?
5. Leva muito tempo para aprender novas palavras?
6. Tem dificuldade em aprender rimas infantis?

Entre 6 ou 7 anos
1. Tem dificuldade em dividir palavras em sílabas?
2. Não consegue ler palavras simples e monossilábicas, tais como "rei" ou "bom"?
3. Comete erros de leitura que demonstram uma dificuldade em relacionar letras a seus respectivos sons?
4. Tem dificuldade em reconhecer fonemas?
5. Reclama que ler é muito difícil?
6. Freqüentemente comete erros quando escreve e soletra palavras?
7. Memoriza textos sem compreendê-los?

Nota: O material supra é uma compilação e adaptação de matéria publicada na Revista Time de julho de 2003, por Christine Gorman, sob o título The New Science of Dislexia.




Dislexia
As crianças com dislexia apresentam uma grande dificuldade em distinguir as letras ou grupos de letras, bem como sua ordem e ritmo dentro de uma palavra e/ou uma frase.
Mostram grande dificuldade para realizar com êxito a aprendizagem da leitura, apresentando um nível de leitura significativamente inferior ao esperado para idade ou série escolar.
A dislexia afeta toda a aprendizagem. Todo o comportamento da criança disléxica será afetado por seu problema de comunicação. Realizar qualquer tarefa, lhe requer um grande dispêndio de de energia. Se move com insegurança, lhe custa firmar um lápis, situar-se frente a um papel em branco,...
Basicamente, as causas se encontram em:
• Uma má definição da lateralidade
• Desorientação espaço-temporal
• Problemas de percepção
• Alterações em sua psicomotricidade (esquema corporal, equilíbrio,...)
• Transtornos de tipo afetivo
• Não deverá apresentar nenhum déficit visual, auditivo ou neurológico.
A dificuldade na lateralidade lhe dificultará ordenar e orientar as letras corretamente; isso levará a realização de inversões, omissões,... confusões estas que lhe impedirá de alcançar o nível de leitura desejável.
O método escolhido para a alfabetização influirá na aparição deste transtorno. O ideal e mais indicado será utilizar um método misto. Não há métodos bons nem ruins, qualquer método é bom se aplicado adequadamente.
Geralmente, está associado à disgrafía.
É muito importante detectar este transtorno precocemente (entre a Educação Infantil e os dois primeiros anos do Ciclo Inicial) e intervir através de um psicólogo infantil, intensificando de forma individual a respectiva aprendizagem. O mais importante será estabelecer a causa para poder intervir da forma mais adequada e rápida para que não se complique o problema nas séries seguintes comprometendo toda a aprendizagem.

Dislexia e seu tratamento
A dislexia é uma incapacidade ou dificuldade em lidar com as palavras.
Esta dificuldade tem causas conhecida e tratáveis o que permite a muitos pais e professores terem filhos e alunos com características e aproveitamentos normais.
Hoje já se conhecem as causas assim como os tratamentos para este e muitos outros males.
Infelizmente o desconhecimento e a incapacidade dos modernos aparelhos em conseguirem detectar e corrigir as causas da dislexia leva a que se afirme que nada pode ser feito e se avance com a genética e hereditariedade como as causas. Nos dias que correm, sempre que não se sabe o que se passa ou o que fazer ou dizer, usa-se a genética e a hereditariedade como "explicação".
Na verdade o problema está em que por muito avançado que a ciência esteja ela ainda não pensa por si só e as pessoas que a usam precisam aprender a pensar, que é uma coisa que não convém enO que é a Dislexia?
A dislexia é uma dificuldade acentuada que ocorre no processo da leitura, escrita e ortografia. Não é uma doença, mas um distúrbio com uma série de características. Ela torna-se evidente na época da alfabetização, embora alguns sintomas já estejam presentes em fases anteriores.
Apesar de terem uma instrução convencional adequada, inteligência (muitas vezes acima da média) e oportunidades sócio-culturais e não terem distúrbios cognitivos fundamentais, há crianças que falham no processo da aquisição da linguagem.
A dislexia não tem causas intelectuais, emocionais ou culturais. Ela é hereditária e a incidência é maior em meninos, numa proporção de 3/1. A ocorrência é de cerca de 10% da população Mundial.
A alfabetização precoce não produz a dislexia, mas facilita o seu diagnóstico. O método de alfabetização GLOBAL, onde a criança aprende a identificar as palavras como um todo tem conduzido a uma identificação mais rápida de disléxicos. O método SINTÉTICO ou FÔNICO, que não impõe tanta carga ao disléxico, permite que alguns casos passem mais tempo desapercebidos.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por uma equipe multidisciplinar. Não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem, ou eliminarem, factores coexistentes de importância para o tratamento. A criança deve então ser avaliada por um psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um neurologista.
Deve ser verificado se existe necessidade do parecer de outros profissionais, como oftalmologista ou otorrino entre outros.
O diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objectivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação.

O que fazer?
Não há nenhum tratamento que seja considerado "o melhor" ou "único".
O que podemos dizer é que como a principal característica dos disléxicos, é a dificuldade da relação entre a letra e o som (fonema-grafema) na terapia deve ser enfatizado o método fônico. Deve ser também treinada a memória imediata, a percepção visual e a auditiva.
O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tacto para ajudá-lo a ler e soletrar correctamente as palavras. O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos da mão para escrevê-la. O aprendizado deve ser feito de forma sistemática e cumulativa. Sendo ainda cada caso um caso específico, devem ser levadas em consideração as particularidades de cada um.

sinar nas nossas escolas.

Por mais avançados que os modernos aparelhos sejam eles só conseguem ver uma infíma fracção das causas da dislexia e como tal ninguém chega a um concenso acerca das causas e tratamentos para a dislexia a nível médico.
Felizmente que nem todos os médicos enveredam por este caminho e alguns já conhecem algumas das causas e tratamentos para a dislexia.
Claro que existem muitas outras causas e tratamentos e... Há que os conhecer e aplicar por forma a obter resultados.
É assim que hoje em dia muitas crianças, adultos e recém nascidos se livram da dislexia, da hiperactividade, e de muitos outros problemas em muito pouco tempo.

DISLEXIA – FALTA DE CAPACIDADE OU DIFERENÇA?
(Artigo publicado na Revista Real Lancashire - Verão/Outono 2002, p. 40-41.)

Dr. Gavin Reid

Tradução: Hélio Magri Filho
Revisão: Lucília Panisset Travassos

Dislexia é uma das causas de problemas de aprendizagem mais conhecidas e, ao mesmo tempo, é aquela sobre a qual menos se sabe. É provável que cada um de nós conheça alguém - algum amigo, colegas ou familiares - que seja disléxico, sem que nem tenhamos conhecimento disso!

A dislexia pode ser descrita como uma desabilidade oculta, porque podemos não saber que uma pessoa é disléxica até o momento em que ela enfrente uma situação que requeira o uso das habilidades alfabéticas ou o processamento de certos tipos de informações. Apesar da estimativa de que 10% da população seja disléxica, muitas pessoas têm as características da dislexia, mas não foram ainda diagnosticados, por terem tido a sorte de encontrar uma profissão que não “expôs” sua dislexia ou porque se tornaram habilidosos na arte de compensar as suas dificuldades. Sir Jackie Stewart, o ex-campeão mundial de Fórmula 1, só foi diagnosticado como disléxico aos 42 anos de idade! Na escola muitas crianças desenvolvem estratégias para encobrir e compensar suas dificuldades disléxicas, geralmente evitando ler em voz alta e escrever o menos possível.

Algumas vezes, a dislexia pode ser mal interpretada como preguiça ou falta de interesse nos trabalhos da escola. Na realidade, isso está longe de ser o caso: normalmente as crianças com dislexia fazem um esforço maior do que as outras por causa das suas dificuldades, se cansando com muita facilidade por causa de todo esse esforço.

O QUE É DISLEXIA?

A dislexia é uma diferença na forma em que algumas pessoas processam informações. Isso significa que ler corretamente, pausadamente, pode ser muito difícil, assim como também pode ser complicado manter a ortografia correta das palavras e escrever de uma maneira estruturada. Os indivíduos com dislexia podem se tornar confusos quando muitas instruções são dadas de uma só vez, e podem, ainda, ter uma memória de curto prazo precária, dificuldades com orientação direcional, ou seja, em identificar direita e esquerda, e até dificuldades na leitura de mapas. Eles podem, também, ter dificuldades em encontrar as palavras adequadas durante discussões e, em conversas, podem usar palavras impróprias – talvez usar uma que pareça, ou seja, semelhante com outra – como “onde” e “bonde” e “uma” e “uva”. Quando estão escrevendo, eles podem confundir as sílabas das palavras ou, quando estão conversando, entender as sílabas na ordem errada, em palavras como “preliminar” ou “elefante”.

A DISLEXIA É UMA FALTA DE CAPACIDADE?

Ter dificuldades para ser alfabetizado coloca uma pessoa claramente em desvantagem em nossa sociedade atual. As pessoas disléxicas, mesmo as bem sucedidas, podem atestar esse fato. Mesmo assim, não há necessidade da dislexia ser uma falta de capacidade. Tem havido muita pesquisa que oferece insights sobre o lado positivo da dislexia e ressalta as habilidades criativas do lado direito do cérebro de algumas crianças e adultos disléxicos. Muitos deles têm considerável talento nas artes, no desenho e em tarefas que requerem habilidades visuais e criativas. Alguns esportistas altamente eficientes, personalidades de filmes e da imprensa, artistas e arquitetos são disléxicos e a maioria dessas pessoas vivenciou experiências desastrosas, sendo obrigados a desenvolver estratégias para lidar com tais obstáculos, demonstrando grande determinação para poderem ser bem sucedidas em uma sociedade que dá muita importância à habilidade de escrever. A palavra impressa, como a conhecemos hoje, é um meio de comunicação relativamente recente em termos evolucionários e o cérebro tem sido obrigado a fazer uma série de adaptações evolucionárias para lidar com a decodificação de material impresso. O cérebro das pessoas disléxicas pode não estar organizados para decodificar a palavra impressa bruscamente, mas é altamente sintonizado para tipos diferentes de estímulos, na maioria dos casos visuais.

Há uma possibilidade de que, à medida que nós entramos em uma nova fase da evolução humana, patrocinada pela complexidade gráfica das imagens de computadores, o estímulo visual vai se tornar o meio de comunicação mais eficiente e, assim, enquanto o século XXI se desenrola, o individuo disléxico pode acabar tendo uma vantagem na sociedade.

O QUE PODE SER FEITO?

Muitas coisas podem ser feitas para ajudar as crianças e os adultos. Na escola, as crianças com dislexia respondem melhor aos métodos multi sensoriais de ensino – isto é, visual, auditivo, cinestésico e tátil, em conjunto com o ensino afetivo, para melhorar a auto-estima, para poderem vencer, academicamente, na escola e na universidade. As crianças da Escola Red Rose, em St. Annes on Sea, em Lancashire, podem atestar isso – elas são todas disléxicas e têm feito progressos significantes em alfabetização, algumas tendo recebido os melhores prêmios nas competições nacionais de artes e indo muito bem nos exames nacionais. Recentemente, um assessor de ensino descreveu a qualidade do trabalho dessas crianças como sendo “excelente”. A chave para o sucesso é reconhecer as diferenças de aprendizagem e dos estilos de aprendizagem e adaptar o ensino, o desenvolvimento de matérias e a estruturação do ambiente de aprendizado a tais diferenças.

No Ambiente de Trabalho

Nos ambientes de trabalho, os empregadores deveriam assegurar-se de que algumas adaptações fossem feitas para o caso de haver empregados que possam ser disléxicos. A Lei sobre Necessidades Especiais cuida das dificuldades associadas à dislexia e os empregadores devem fazer “ajustes razoáveis” para garantir que uma pessoa disléxica possa ter desempenho eficientemente. Isso pode acontecer em termos de equipamentos, treinamento ou supervisão.

Da mesma forma, os empregadores não podem discriminar pessoas disléxicas no momento do recrutamento e da seleção de pessoal, bem como na promoção dos empregados.

ONDE OBTER AJUDA PARA CASOS DE DISLEXIA:

Tem havido muito progresso na área da dislexia nas escolas e nas universidades, há mais consciência do que antes, mas ainda pode ser conseguido muito para possibilitar que pessoas com uma “diferença” ou uma “inabilidade” no aprendizado se tornem leitores bem sucedidos.

Existem muitos livros, websites e organizações capazes de ajudar as pessoas disléxicas, seus pais, professores e empregadores.

Projeto de Leitura

O projeto leitura em casa, quer te levar para o mundo da leitura, através de visita em sua casa, com todos os cuidados possíveis. O ambiente familiar e as experiências que a criança vive em seu dia a dia têm grande influência no seu desenvolvimento. Isso é verdade também no que diz respeito à leitura: o hábito de ler em família ajuda no desempenho escolar durante a infância, contribuindo para a aprendizagem ao longo da vida. E para isso o Sarau da Tia Mila veio para reunir as famílias, para uns únicos momentos de suas vidas, pois vocês pais irão poder sentar com os seus filhos para ler.

E nesse momento de epidemia, o Sarau da Tia Mila tem como objetivos de conquistar novos leitores, pois quem lê se torna mais participativo, e nos faz nos colocar no lugar do outro. E quem lê tem mais facilidade de compartilhar conhecimento de forma ampla

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