Lixo e Reciclagem
Em nossa moderna e consumista sociedade, milhões de toneladas de lixo são produzidas anualmente. Os sacos de lixo estão abarrotados de material reciclável, como garrafas, latas, papel, etc. Os campos estão poluídos com lixo industrial e rios e oceanos recebem enormes quantidades de resíduos tóxicos. O lixo está se tornando um assunto polêmico, pois a sociedade aos poucos se conscientiza de que não basta jogá-lo fora e esquecê-lo. Esta seção aborda o problema do lixo como um todo, desde o modo pelo qual ele é produzido até os meios para se livrar dele. Pretende-se aqui mostrar que boa parte do lixo pode transformar-se em novos recursos para o futuro.
A poluição desconhece fronteira
O lixo perigoso pode ser produzido num país, mas quando é atirado no rio, no mar ou na atmosfera, os efeitos são sentidos em outros países. Em 1986, um incêndio ocorrido numa fábrica de produtos químicos, na Suíça, provocou séria poluição nos rios da Alemanha, França e Holanda, e atingiu o Mar do Norte. Resíduas oriundos de usinas termelétricas inglesas causam poluição no ar, caindo como chuva ácida na Noruega e Suécia.
Em locais muito afastados, distantes dos assentamentos humanos, como no fundo dos oceanos, estão sendo encontradas substâncias tóxicas. A Antártica, geralmente chamada "a última fronteira", já apresenta elementos poluidores. A poluição tem viajado através do mundo todo, vinda de nações industrializadas.
Os oceanos
A ameaça aos rios e oceanos do mundo pelo lixo e pela poluição está se tornando óbvia. O Mar do Norte tem sido lentamente transformado num depósito de muitos países europeus. Produtos químicos, como os bifenóis policlorados, e pesticidas, como o DDT, bem como o lixo doméstico, o incinerado, óleo e detritos de esgotos são regularmente atirados ao mar, que está se tornando uma verdadeira e enorme lata de lixo, o que exigirá um esforço internacional para limpá-lo.
Um fim aos depósitos de lixo?
A situação do lixo tóxico está cada vez mais séria, com os desastres ocorrendo mais freqüentemente. Finalmente os homens estão tomando consciência do que estão fazendo ao planeta. Grupos de defesa do meio ambiente, como o Greenpeace e o Friends of the Earth (Amigos da Terra) têm chamado a atenção dos governos e da população ao problema da poluição. Como a consciência e a pressão popular têm crescido, surgiram movimentos para que os depósitos de lixo sejam diminuídos. Algumas regulamentações têm sido feitas, mas é um processo lento e devemos encontrar outros métodos para dispor do lixo.
Como leis mais rigorosas contra a poluição estão surgindo em países desenvolvidos, as indústrias têm procurado outros lugares para despejar seu lixo. Muitas nações em desenvolvimento, no Terceiro Mundo, estão se transformando em latas de lixo para refugos industriais. Um relatório do Greenpeace mostra que o lixo vindo da Europa e dos Estados Unidos tem sido despejado sem controle em muitos países da África e da América do Sul. O Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas está, agora, trabalhando para reduzir o difundido comércio internacional do lixo tóxico.
Importação e exportação de poluição
A Grã-Bretanha tem sido chamada "a lata de lixo da Europa", porque importa lixo tóxico de outros países. Holanda, Irlanda, Bélgica, Estados Unidos, Canadá e muitos outros países pagam à Grã-Bretanha para dispor de seus lixos. Uma grande quantidade desse lixo é posta em depósitos e o pouco que sobra é incinerado ou tratado. A Comissão Real de Poluição Ambiental do Reino Unido manifestou sua preocupação sobre o comércio do lixo na Grã-Bretanha. Ela tem reivindicado melhores regulamentações sobre tratamento e disposição do lixo perigoso.
A baleia beluga – vítima do lixo tóxico
No Canadá, as populações de beluga branca no canal de São Lourenço foram drasticamente reduzidas. Em 1900, 5 000 baleias viviam no canal e agora estima-se que haja apenas 450 baleias. Pesquisadores acreditam que o lixo tóxico de indústrias situadas ao longo do rio está provocando a morte delas por envenenamento do sangue. Exames feitos em seus corpos revelaram um alto nível de produtos químicos danosos, inclusive policlorados, DDT, mercúrio e cádmio.
Controle do lixo
Por causa da enorme quantidade de lixo doméstico, precisamos planejar meios para dispor dele. Na Europa, cada família enche, em média, duas latas de lixo por semana. Multiplique isso pelo número de famílias num país inteiro e você terá uma enorme quantidade de lixo para ser descartado. A cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, joga fora a maior quantidade per capita diária de lixo – aproximadamente 1,8 kg por pessoa. Todos os dias, Nova Iorque tem de eliminar 24 mil toneladas de lixo. A Grande São Paulo, por sua vez, produz, a cada dia, 12 mil toneladas de lixo – equivalentes a 0,6 kg por pessoa –, um volume que exige, para recolhê-lo, 10 mil lixeiros e 1 000 caminhões,
Então, o que acontece ao nosso lixo? Primeiramente, ele é coletado pelas prefeituras, ou por uma companhia particular, e levado a um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode haver uma certa seleção – sobras de metal são separadas e reaproveitadas. O que acontece ao lixo tão variado de um lugar para, outro? Em geral, a solução mais comum a todo esse material é enterrá-lo em aterros apropriados. A Grande São Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo. Para os lixões, seguem 23% do que é recolhido.
No entanto, esses locais causam problemas. A decomposição do lixo produz gases (principalmente metano) que se desprendem da terra. De vez em quando, esses gases causam explosões – ou obrigam os moradores das redondezas a se retirarem. O lixo enterrado pode, também, poluir lençóis de água, que correm para os rios e riachos que abastecem nossas casas.
Outro método é a incineração ou queima. Esse método está se tornando mais comum, uma vez que os depósitos estão se tornando escassos e ficam mais dispendiosos. Outra vantagem da incineração é o fato de que com essa queima se pode produzir energia, parte da qual já vem sendo aproveitada. Na Dinamarca, 75 % do lixo é queimado para produzir energia. Em São Paulo, apenas 6% do lixo segue esse destino. Há desvantagens nesse método. Seu desenvolvimento é caro. E, pior ainda, durante o processo de incineração, há liberação de gases que poluem o ar.
Lixo é caro – custa tempo, energia, espaço e, também, dinheiro. A Grã-Bretanha paga 1 milhão de libras por dia para descarregar o lixo nos depósitos. Calcula-se que a Califórnia, Estados Unidos, na década de 90, deva pagar 1 bilhão de dólares por ano, para dispor de seu lixo. Além de provocar grandes despesas, ele polui o ambiente. Contudo, o refugo não precisa transformar-se em lixo. Ele pode ser reutilizado ou reciclado.
Reaproveitamento e reciclagem
Podemos encontrar exemplos de reaproveitamento e reciclagem em tudo o que nos cerca. Roupas, brinquedos e livros que damos a amigos, parentes ou a bazares de caridade estão sendo reaproveitados. Em muitos lugares, autoridades locais ou, às vezes, grupos de voluntários mantêm programas de reciclagem, com depósitos de garrafas, de latas ou coletores de papéis usados, onde a população local pode depositar seu refugo. As autoridades civis estão, cada vez mais, preocupando-se com a reciclagem, porque essa maneira de tratar o lixo economiza dinheiro, recursos e energia. No Brasil, apenas 29% do papel consumido é reciclado; no Japão, essa parcela já é de 50%.
A reciclagem pode ser menos danosa ao meio ambiente. A reciclagem de papel não apenas preserva as árvores, que são cortadas para fabricá-lo, mas também reduz a poluição do ar e da água e conserva valiosa energia. Uma tonelada de papel reciclado substitui 4 m' de madeira, ou 20 pés de eucaliptos.
O exemplo de Oregon
O Estado de Oregon, Estados Unidos, mostra o que pode ser feito se houver apoio político e popular. O Oregon tem uma lei, a "Recycling Opportunity Act", para tornar a reciclagem viável para todos os cidadãos. A lei objetiva:
• reduzir a quantidade de lixo produzido;
• reutilizar materiais onde for possível;
• reciclar materiais não-reutilizáveis;
• usar lixo que não pode ser reutilizado ou reciclado em processos de "energia vinda do lixo";
• dispor o restante do lixo em depósitos ou através de outros métodos apropriados.
O Oregon não parou aí. Reduziu os impostos pagos por firmas envolvidas em programas de reciclagem.
Fazendo a limpeza
"A melhor coisa que se pode dizer sobre as condições do meio ambiente mundial é que as pessoas em todo o mundo estão começando a preocupar-se com esse problema”.(Relatório do Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas)
Essa declaração do Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas pode ser considerada desalentadora, mas é um sinal de que mudanças estão acontecendo. Os homens estão começando a perceber como vêm tratando a "Mãe Terra", pelo uso descuidado de seus recursos, pela poluição e pelo descaso para com seus delicados ciclos naturais. Começam a perceber, também, que sua própria saúde e seu prazer de viver dependem das condições do meio ambiente e que uma boa prática ambiental economiza dinheiro a longo prazo. Há, ainda, muito trabalho a ser feito para restabelecer o equilíbrio natural da Terra; no entanto, há algumas iniciativas encorajadoras.
Grupos de defesa e opinião pública
Como as condições do meio ambiente pioraram em todo o planeta, grupos de defesa se formaram e estão trabalhando para chamar a atenção da população e dos governantes. Já existem hoje muitos desses grupos por todo o mundo, que lutam não apenas para melhorar o meio ambiente, mas também para reduzir os níveis de lixo e poluição, proteger a vida silvestre e os habitats ameaçados, conservar energia e melhorar a vida nas cidades, o transporte e a educação. Um desses grupos é o Movimento Verde, que está crescendo rapidamente.
Tem havido uma "explosão de informações" sobre os problemas ambientais. Uma informação precisa e moderna é essencial para monitorar as condições mundiais e educar o povo. Informações ambientais estão cada vez mais disponíveis, através de livros, revistas, jornais, além de programas de rádio e televisão. Um número cada vez maior de pessoas, interessadas e preocupadas, tem-se reunido para discutir os problemas do meio ambiente, realizando desde reuniões locais até conferências internacionais.
A opinião pública pode exercer influência no que diz respeito aos problemas ambientais. Ela pode dar apoio a interesses particulares e pressionar os políticos de suas cidades ou o governo federal. Muitos estudos têm sido postos em prática, graças à interferência popular. O maior deles foi o realizado entre 1981 e 1984, nos Estados Unidos, Japão e Europa, provando a força do apoio popular pela melhoria ambiental. Derramamentos de petróleo, poluição do ar e da água, destinação do lixo nuclear e industrial são algumas questões de seu interesse,
Política e legislação
Em todo o mundo, políticos e governantes estão mais atentos às manifestações da opinião pública sobre os problemas ambientais. Muitos países já têm leis para o controle da poluição e programas que incentivam a reciclagem do lixo.
Em 1987, a Comissão do Meio Ambiente da Comunidade Econômica Européia aprovou um plano de ação para cinco anos que incorpora a proteção ambiental à sua política econômica e social. Nesse mesmo ano, uma rigorosa lei sobre poluição, a "Proposition 65", foi aprovada na Califórnia, Estados Unidos, por uma grande maioria dos californianos. A lei objetiva a redução da ameaça à saúde por pesticidas, lixos tóxicos e outros materiais perigosos.
O Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas foi instituído em 1972, para "manter sob observação a situação ambiental no mundo, a fim de assegurar que esses problemas, que estão surgindo internacionalmente em escala crescente, recebam consideração apropriada e adequada pelos governos". A cada ano, o Programa publica um relatório sobre as condições do meio ambiente no mundo. Ele dispõe também de um banco de dados sobre produtos químicos perigosos e de grupos de trabalho preocupados com o transporte, carregamento e disposição do lixo tóxico.
O incentivo da indústria
As indústrias estão se tornando mais responsáveis quanto ao meio ambiente à medida que os problemas ambientais aparecem nos meios de comunicação.
Um dos mais conhecidos programas industriais para reduzir lixo na fonte é o Princípio de Pagamentos para Prevenção da Poluição (3P), introduzido em 1975 pela fábrica norte-americana 3M. O programa procura meios de economizar dinheiro, reduzindo ou reutilizando material descartado, e é mantido por equipes de treinamento e planos de bônus financeiros. A 3M descobriu que o Princípio 3P não apenas ajudou o meio ambiente, como também economizou à companhia muito dinheiro gasto em energia e custos de produção.
Mais recentemente, a multinacional Dow Chemical Company lançou seu programa "Remuneração pela redução permanente do lixo" para reduzir o lixo que é lançado no meio ambiente. A Dow diz: "A redução do lixo exerce um papel crucial na proteção ambiental.e, a longo prazo, no crescimento de nossos negócios".
Glossário
• ASBESTO: mineral composto de silicato de cálcio e de magnésio, de aplicação comercial. O amianto é sua forma mais pura.
• ATERRO SANITÁRIO: lugar onde o lixo sólido é depositado, geralmente enterrado.
• ATMOSFERA: camada de gases que rodeiam a Terra.
• BIODEGRADÁVEL: termo dado à substância que pode ser decomposta pelo processo natural.
• CHUVA ÁCIDA: chuva, neve, névoa ou granizo que se tornam mais ácidos pelos gases (dióxido de enxofre e óxido de nitrogênio) descarregados no ar.
• DECOMPOR: separar os elementos de uma matéria morta, devolvendo os nutrientes ao ambiente.
• ESGOTO: refugo ou água, oriundos de residências e indústrias, que são escoados por pias, canos e banheiros.
• ESPÉCIE: grupo de animais ou plantas capazes de se reproduzir.
• FAZENDA INTENSIVA: fazenda que usa alto nível de mecanização, equipamentos e fertilizantes para trabalhar, geralmente em pequenas áreas da terra. A criação mantida nessas condições é dita "cultivada".
• FAZENDAS CULTIVÁVEIS: fazendas com plantações de trigo, cevada e vegetais.
• HABITAT: área na qual plantas e animais vivem.
• HÚMUS: planta ou matéria animal decompostas que fazem parte do solo.
• LENÇOL FREÁTICO: lençol d'água subterrâneo que se forma em profundidade relativamente pequena.
• LIXO: algo que se joga fora ou que não se usa mais.
• LIXO ORGÂNICO: lixo produzido por matéria animal ou plantas.
• LIXO TÓXICO: refugos envenenados.
• MEIO AMBIENTE: o meio que nos cerca ou o mundo em que homens e animais vivem.
• MICRORGANISMOS: seres vivos não-visíveis a olho nu.
• NÃO-MONITORADO: sem ter sido testado por técnicos.
• NUTRIENTES: materiais necessários ao crescimento e à vida, como a água, os minerais, as gorduras e os carboidratos.
• PESTICIDA: produto químico usado para matar ervas-daninhas.
• POLUIÇÃO: dano causado ao meio ambiente por substâncias liberadas na atmosfera. Essas substâncias são chamadas poluentes.
• POLUIÇÃO MARINHA: poluição de mares e oceanos.
• PRESERVAÇÃO: proteção e uso racional de recursos e do meio ambiente.
• RADIAÇÃO: emissão ou desprendimento de raios ou partículas por uma substância.
• RECICLAGEM: processamento de refugos para seu reaproveitamento.
• RECUPERAÇÃO: regeneração de um refugo para que possa ser utilizado.
• RECURSO: qualquer coisa útil à vida de animais e plantas.
• REFUGO: algo que se joga fora.
• SMOG: nevoeiro contendo poluentes produzidos pelo homem.
• URBANIZAÇÃO: transformação de áreas de campo em cidades (áreas urbanas).
Lixo agrícola
Mais da metade do lixo produzido pela Comunidade Econômica Européia vem das fazendas. Esse enorme acúmulo é o resultado de mudanças nos métodos agrícolas nesses últimos 30 anos. Tradicionalmente, como ainda ocorre em muitos pontos do Brasil, os animais são mantidos nos campos, enquanto diferentes plantações são feitas em sistema de rotação, para a conservação saudável do solo. As fazendas eram "mistas", isto é, tinham criação de animais e plantações. No decorrer dos anos, as culturas têm se tornado mais especializadas e intensivas. Mais animais são criados, mas em espaços menores e, muitas vezes, em recintos fechados. Os fazendeiros podem produzir mais alimentos desse modo, mas os animais exigem mais cuidados. A alimentação do gado tem de ser levada até eles, e suas sujeiras precisam ser eliminadas. Nessas fazendas, as plantações crescem intensivamente e um fazendeiro pode plantar trigo, ano após ano, usando fertilizantes para enriquecer o solo melhor que com o método rotativo.
Lixo animal
A pecuária intensiva exige mais animais, que, por sua vez, produzem mais esterco. As fazendas de criação de gado, na Austrália e na América, são forçadas a tratar grandes quantidades de estrume. A Grã-Bretanha, sozinha, produz cerca de 20 milhões de toneladas por ano! Tamanha quantidade não pode ser reciclada naturalmente. Então, sistemas têm sido desenvolvidos para armazenar e dispor desse esterco. Na fazenda, esse lixo é mantido em fossos e depois espalhado sobre os campos. Se for mal espalhado, formando camadas espessas, os ciclos naturais de decomposição não ocorrerão. Isso faz com que uma certa quantidade desse lixo seja levado para os lençóis freáticos ou para rios e riachos, causando a poluição da água. Os fossos também podem vazar para as águas dos rios.
A poluição de rios e riachos está, sem dúvida, aumentando, e muitos incidentes estão ligados às práticas da pecuária.
A poluição dos rios e riachos por lixo orgânico pode ameaçar os ciclos vitais aquáticos. Lixo que cai na água é gradualmente decomposto por microrganismos, mas esses consomem muito oxigênio quando eliminam os poluentes. Isso pode resultar numa diminuição da disponibilidade de oxigênio a outros seres vivos, como peixes e plantas.
Fertilizantes
Fazendas modernas usam fertilizantes químicos que contêm nitrogênio, para que as plantas cresçam mais rapidamente e para que aumente a produção de alimentos. Todas as plantas precisam de minerais, como o potássio, o nitrogênio e o fósforo, para crescerem. Um solo sadio pode proporcionar tudo isso, mas com o uso de fertilizantes artificiais se conseguem melhores resultados. O nitrogênio do fertilizante é decomposto pelo solo para produzir nitratos, retirados pelas plantas. Fertilizantes em excesso produzem muito nitrato e uma porção dele, que não é absorvida pelas plantas, acaba sendo levada pela chuva para os lençóis freáticos e rios. Novamente a água fica poluída, dessa vez pelos nitratos.
A água de rios e riachos é utilizada para prover água potável e há agora preocupação sobre o alto nível de nitrato saindo pelas torneiras. Calcula-se que a poluição das águas por esse elemento esteja relacionada a várias doenças, inclusive o câncer do estômago e a síndrome do "bebê azul". A Comunidade Econômica Européia estabeleceu padrões para o nível de nitrato na água potável européia, mas nem sempre eles têm sido respeitados. Em 1987, a Yorkshire Water Authority, órgão britânico responsável pela fiscalização da qualidade da água, teve de se desfazer de garrafas de água para bebês, dados os elevados níveis de nitrato.
Montanhas de grãos e lagos de leite
Fazendeiros tomaram mais eficiente a produção de alimentos, mas estarão eles produzindo demais? Na Comunidade Econômica Européia, há um grande excedente de alimentos e, para manter baixos seus preços, o que sobra é destruído ou estocado. Em 1985, 411 couves-flores, 48 pêssegos, 100 kg de tangerinas, 34 kg de tomates, 1358 laranjas e 1648 limões foram destruídos a minuto pela CEE, por causa da superprodução da agricultura. Montanhas de grãos e manteiga, lagos de vinho e leite são produzidos pela agricultura na Europa. Se menos alimentos fossem produzidos, haveria menos poluição e lixo, então seria sensato produzir-se menos alimentos. Contudo, os fazendeiros dependem da produção de alimentos para poderem sobreviver.
Lixo doméstico
A sociedade consumidora
Vivemos numa sociedade que consome, ou usa, muitos recursos. É a chamada "sociedade de consumo", existente nos paises capitalistas. Esses países desenvolveram um estilo de vida que exige muitos produtos, como carros, televisores, móveis, refrigeradores, livros e cosméticos. Esse estilo de vida consome muitos recursos naturais.
Mas nem sempre foi assim. Durante a Segunda Guerra Mundial, os materiais e recursos eram escassos, porque os sistemas de comércio não funcionavam – ou não podiam funcionar. Os países tiveram de racionar alimentos e outros produtos, como o petróleo, e o povo foi encorajado a conservar e reciclar materiais. Por exemplo, muitas mulheres reutilizavam o tecido de antigas roupas para confeccionar novas.Depois da Segunda Guerra Mundial, a população do mundo aumentou consideravelmente. As cidades cresceram porque houve uma tendência à urbanização: a população rural deixou o campo em busca da vida na cidade. Esse aumento de população urbana exigiu um aumento no abastecimento de alimentos e bens nas cidades. As pessoas desejam ter uma boa alimentação e artigos de luxo, como freezers e videocassetes. Usam e depois se desfazem de grande quantidade desses materiais, principalmente embalagens. Na cidade, os sistemas naturais de reciclagem não funcionam adequadamente. Há uma enorme quantidade de lixo que os sobrecarrega.
Jogando o lixo fora
Observe o que você joga fora todos os dias. Latas de bebidas, saquinhos de adoçante, restos de comida, papéis e garrafas são apenas alguns dos itens que podemos encontrar numa lata de lixo comum. Você pode achar que tudo isso é refugo, mas eles são aproveitáveis – papel, vidro, plástico, metal.
Grande parte do conteúdo de uma lata de lixo é formada por embalagens. O papelão, o papel e os recipientes plásticos que envolvem um produto são desenhados para torná-lo mais atraente ao comprador, mas não passam de pacotes descartáveis. Papel e cartão constituem dois terços do lixo das residências.
Mas a embalagem não é apenas decorativa. Algumas são necessárias para conservar o alimento limpo e livre de contaminação. Além disso, muitas estão sendo feitas com produtos reciclados. Por exemplo, o papelão é feito com papel reciclado.
Lixo industrial
O lixo doméstico é apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido. A indústria é responsável por grande quantidade de lixo – sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, lixo químico e gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas.
As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir energia e bens que mantenham seu estilo de vida. As atividades industriais abrangem processamento de alimentos, mineração, produção petroquímica e de plástico, metais e produtos químicos, papel e celulose, e a manufatura de bens de consumo, como a televisão. Por sua vez, a indústria necessita de matéria-prima, como o ferro, a água e a madeira, para a produção desses bens. Esses processos de manufatura produzem lixo, que pode ser inofensivo ou tóxico.
O lixo tóxico pode causar grandes danos à natureza e aos homens, principalmente se for produzido em grandes quantidades.
Lixo perigoso
Cerca de 10 a 20% do lixo industrial pode ser perigoso ao homem e aos ecossistemas. Inclui produtos químicos, como o cianureto; pesticidas, como o DDT; solventes; asbestos e metais, como o mercúrio e o cádmio. A indústria elimina lixo por vários processos. Alguns produtos, principalmente os sólidos, são amontoados em depósitos, enquanto que o lixo líquido é, geralmente, despejado nos rios e mares, de uma ou de outra forma, Certos lixos perigosos são jogados no meio ambiente, precisamente por serem tão danosos. Não se sabe como lidar com eles com segurança e espera-se que o ambiente absorva as substâncias tóxicas. Porém, essa não é uma solução segura para o problema. Muitos metais e produtos químicos não são naturais, nem biodegradáveis. Em conseqüência, quanto mais se enterra lixo, mais os ciclos naturais são ameaçados, e o ambiente se torna poluído. Desde os anos 50, o lixo químico e tóxico tem causado desastres cada vez mais freqüentes e sérios.Atualmente, há mais de 7 milhões de produtos químicos conhecidos, e a cada ano outros milhares são descobertos. Isso dificulta, cada vez mais, o tratamento efetivo do lixo.
Lixo radioativo
O que é radioatividade?
Em 1896, um cientista francês, Antoine Becquerel, estava estudando o elemento urânio. Casualmente, ele colocou o urânio perto de uma placa fotográfica e, olhando para a placa, algum tempo depois, viu marcas pretas incomuns sobre ela. O urânio estava desprendendo, ou emitindo, partículas (ou raios), que estavam afetando a placa. Foi assim que se descobriu a radiação.
A radiação é emitida por muitos outros elementos, além do urânio – rádio, potássio, tório, carbono e iodo são apenas alguns desses elementos –, chamados radioativos. Toda radiação pode ser prejudicial aos homens e outros animais, porque danifica as células vivas. Quanto maior for o nível de radiação, maior será o dano. As pessoas têm usado essa capacidade destrutiva da radiação para tratar algumas doenças, como o câncer. Uma determinada dose de radiação é aplicada no paciente para matar células cancerosas do corpo.
Materiais radioativos são utilizados na agricultura, indústria, medicina, em pesquisas científicas e engenharia, bem como na produção de energia e bombas nucleares. Todos esses processos produzem lixo que deve ser descartado. Embora toda radioatividade se desintegre com o tempo, alguns materiais levam muitos milhões de anos para se desfazerem. É importante, portanto, que o lixo seja estocado seguramente, para não prejudicar a vida da geração atual e das futuras.
Lixo de baixo nível de radiação
Esse é um lixo de vida curta, que tem baixo teor de radioatividade. Inclui a roupa protetora contaminada e alguns equipamentos de hospitais, fábricas, universidades e de indústrias de energia nuclear.
Métodos de descarte: enterrar em fossos; jogar no mar, dentro de tambores de aço (isso não é mais permitido em alguns países); certos lixos líquidos são lançados no mar e o gasoso é descarregado na atmosfera.
Lixo de nível intermediário de radiação
É constituído por lixo sólido de maior volume, como equipamentos usados, frascos de transporte e lama radioativa de usinas atômicas, de fábricas de processamento de combustível e unidades de fabricação de armas nucleares.
Método de descarte: envolver em concreto e armazenar em locais especiais, geralmente em usinas atômicas. Pesquisadores estão procurando métodos de descarte em armazéns subterrâneos, ou nas partes mais profundas do mar.
Lixo de alto nível de radiação
Esse tipo de lixo inclui combustíveis sólidos e líquidos usados em indústrias de energia nuclear.
Métodos de descarte: os líquidos são estocados em tanques de aço inoxidável, envoltos em concreto, num local apropriado. Podem também ser solidificados em vidros e armazenados em containeres de aço dentro de construções de concreto ou em armazéns subterrâneos. Pesquisadores estudam a possibilidade de serem depositados nas profundezas dos oceanos.
Dispor seguramente do lixo radioativo é um problema controverso. Muitas pessoas estão preocupadas com a radioatividade, principalmente porque não pode ser vista, tocada, cheirada ou experimentada. Um grande número de grupos locais têm batalhado contra o descarte de lixo em suas regiões. Grupos de defesa ambiental têm, também, empreendido longas campanhas para acabar com os depósitos de lixo radioativo. Em 1983, uma bem-sucedida campanha do Greenpeace pôs fim a um depósito no Oceano Atlântico. Em 1984, os militantes do Greenpeace impediram, temporariamente, que pipas contendo lixo radioativo líquido da fábrica nuclear Sellafield fossem lançadas no Mar da Irlanda.
A energia nuclear é muito importante, mas seu lixo é perigoso. Além do problema do lixo radioativo, tem havido também vários incidentes nucleares. Em 1957, um incêndio em Windscale, na Inglaterra, resultou na contaminação radioativa das terras vizinhas. Em 1979, na usina Three Mile Island, Estados Unidos, um acidente no reator nuclear contaminou o local e sua limpeza custou 1 bilhão de dólares.
O mais grave acidente nuclear ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Uma explosão, seguida de incêndio, jogou materiais radioativos nas redondezas, o que causou 32 mortes e obrigou a retirada de moradores das cidades e vilarejos próximos. A área possui altos índices de radioatividade e ficará assim por muitos anos. As partículas radioativas foram levadas pelos ventos a outros países, incluindo Suécia, Alemanha e Grã-Bretanha. Mesmo depois de alguns anos, terras e vegetação de algumas áreas da Grã-Bretanha ainda apresentam radioatividade e as pastagens, também contaminadas, afetam carneiros que se tornaram impróprios para o consumo humano. A pior contaminação de todas foi a que atingiu as manadas de renas e os lapões – povo do norte da Suécia. Os animais silvestres e algumas manadas ficaram radioativos.
Energia nuclear e radioatividade – os riscos
E necessária grande quantidade de energia para iluminar e aquecer casas, cozinhar alimentos, viajar e prover energia a indústrias. Nos países desenvolvidos, a maioria das residências, escritórios e fábricas são protegidos de eletricidade, gerada em usinas de energia que usam carvão, óleo ou energia nuclear.
Toda produção de energia gera lixo e envolve riscos ao ser humano e ao meio ambiente. O lixo das minas de carvão se amontoa; há acidentes que matam mineiros e os gases expelidos pelas termelétricas movidas a carvão contribuem para o problema da chuva ácida. O óleo queimado lança gases e óleo no ar e podem ocorrer acidentes na exploração do petróleo, como a explosão no Piper Alpha, em 1988.
Enquanto um suprimento adequado de energia for essencial à vida moderna, devem-se examinar com cuidado os vários tipos de energia. Antes de mais nada, é necessário levar em conta a saúde dos seres humanos e do meio ambiente.
O que é lixo?
Natureza e lixo
O que acontece com os pássaros e animais quando morrem? Para onde vão as folhas que caem das árvores? Passam pelo processo de reciclagem da natureza. Todas as plantas e animais mortos apodrecem e se decompõem. São destruídos por larvas, minhocas, bactérias e fungos, e os elementos químicos e nutrientes que eles contêm voltam à terra. Podem ficar no solo, nos mares ou rios e serão usados novamente por plantas e animais. É um processo natural de reutilização de matérias. É um interminável ciclo de morte, decomposição, nova vida e crescimento.
Um bom exemplo desse ciclo é o que acontece nos jardins, quando folhas, frutos e plantas mortas caem no chão, decompõem-se e formam o húmus, valioso por melhorar a estrutura e a textura do solo. Assim enriquecido, o solo possibilita o aparecimento e o nascimento de novos seres vivos.
A natureza é muito eficiente no tratamento do lixo. Na realidade, não há propriamente lixo, pois ele é novamente usado e se transforma em substâncias aproveitáveis. O tronco de uma árvore morta pode servir de casa para insetos e pássaros, como o pica-pau, antes de cair e se transformar em húmus. Nas rochas da costa oeste da América do Sul, há colônias de pássaros que se alimentam de peixes. Seus excrementos, ricos em fosfato de cálcio, formam depósitos chamados guanos, que têm sido usados como fertilizante pelo homem. Logo, o que é lixo para algumas espécies, é riqueza para outras.
Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e reciclagem, os homens o são em produção de lixo. Em apenas um dia, os Estados Unidos produzem 90 milhões de garrafas e vasilhas, 46 milhões de latas e 25 mil aparelhos de televisão. Apesar de uma parte desse material ser usada novamente, a maioria é jogada fora como refugo. E quanto mais se acumula refugo, tanto mais se precisa de buracos na terra ou locais de aterro para depositá-lo. O lixo produzido pelo homem pode viajar muitos quilômetros, antes de ser condicionado – o lixo doméstico de Londres é transportado para aterros em sete municípios britânicos.
Os ciclos naturais de decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano. Contudo, uma grande quantidade deste sobrecarrega o sistema. O problema se agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são biodegradáveis, isto é, não se decompõem facilmente. Vidros, latas e alguns plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse lixo pode rapidamente provocar poluição.
Poluição
Quando o homem explora os recursos da terra e não os reutiliza ou recicla, o meio ambiente se polui com o refugo desses produtos. A poluição impede que os ciclos naturais se realizem apropriadamente. Além disso, ela é repugnante e, muitas vezes, perigosa.
Ambientes poluídos são um perigo para a saúde – ameaçam o bem-estar de nosso planeta e nossas próprias vidas. Se o lixo doméstico não for retirado de nossas casas, haverá logo acúmulo de coisas podres que atrairão insetos e ratos. Embora esses animais ajudem a decompor o lixo, podem, também, causar doenças que são danosas ao ser humano. Da mesma forma, se as fábricas continuarem a jogar lixo químico nos rios e mares, toda a água do planeta ficará envenenada.
O único planeta
A Terra é o único planeta conhecido que possui vida. Ela tem recursos e materiais que permitem que plantas e animais sobrevivam. Ela fornece água, ar, energia, alimento, minerais, metais e remédios, assim como dispõe de sistemas de reciclagem, pelos quais os recursos são reutilizados. Ela mantém, também, nossa qualidade de vida – artes, ciências, recreação e crenças religiosas.
Os recursos e materiais, entretanto, são limitados e precisam ser usados com sabedoria e conservados. Os sistemas naturais da Terra são vitais, mas sucumbirão se forem sobrecarregados. A sobrevivência e o bem-estar na Terra estão ligados ao meio ambiente. Nossa própria vida e a das futuras gerações dependem de que tratemos a Terra com cuidado e respeito.
Outras fontes de lixo
Detritos de esgotos
É tudo o que escoa de ralos e pias, tanques e banheiros, constituindo uma das maiores fontes de lixo. Em muitas áreas, para proteger a saúde das pessoas, esse lixo é coletado em redes de esgotos e levado até uma estação de tratamento. Lá, ele é separado e a parte liquida, já limpa, volta aos rios. A parte sólida é processada para formar uma lama que é jogada em terra ou nos mares. Os gases liberados podem ser usados para gerar eletricidade, que irá alimentar a estação de tratamento.
Muitas cidades, porém, ainda jogam esse esgoto não-tratado nos rios ou nos mares. O litoral, as praias e o mar ficam tão poluídos, que nadar nessas águas é pôr em risco a saúde. E se isso não é saudável para seres humanos, imaginem-se os prejuízos que podem causar às plantas e animais que habitam essas águas.
Lixo hospitalar
Hospitais e clínicas produzem lixo que pode estar infectado ou contaminado. Podem também se desfazer de drogas e remédios que costumam ser danosos, se tomados por pessoas erradas. Além disso, os hospitais produzem uma enorme quantidade de lixo comum, que é descartado da mesma maneira que o doméstico.
O lixo contaminado é, geralmente, incinerado no próprio local, mas, em 1988, algumas praias de Nova Iorque e de Nova Jérsei, Estados Unidos, foram interditadas, após ser constatado que lixo hospitalar havia sido derramado em suas águas. O Departamento de Saúde da cidade de Nova Iorque suspeitou que esse lixo fora despejado no mar ilegalmente, mas o incidente serviu apenas para ressaltar o problema do despejo clandestino e Se você tem remédios e drogas para serem jogados fora, não deve queimá-los ou despejá-los nos ralos. Procure devolvê-los a químicos ou farmacêuticos, que os descartarão seguramente.
Escapamentos dos carros
Os gases que escapam dos carros poluem o ambiente e podem prejudicar a saúde das pessoas. Os canos de escapamento dos veículos são responsáveis por uma grande produção de monóxido de carbono e de chumbo, que ficam no ar e contribuem para agravar o problema da chuva ácida. O chumbo é altamente tóxico e prejudica seriamente a saúde das crianças e dos fetos. Para salvaguardar o meio ambiente, está-se desenvolvendo em muitos países uma gasolina livre de chumbo. Esses gases dos escapamentos contêm, também, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio que contribuem para a formação do smog, uma forma de poluição do ar. O famoso smog de Los Angeles é causado pela fumaça dos carros (smoke) que se combina com a névoa (fog).
Conversores catalíticos estão sendo usados cada vez mais para controlar esses gases. Quando instalados em um carro, eles convertem gases perigosos em vapor d'água e gás carbônico, mas só podem ser usados com gasolina livre de chumbo. Outra solução possível para a poluição causada pelos carros é o motor de combustão limpa que está sendo desenvolvido pelas fábricas de automóveis. Esses motores queimam o combustível mais eficientemente, reduzindo os resíduos e a poluição.
Outro processo para reduzir esse tipo de poluição é diminuir o uso de carros. Se você observar o engarrafamento de veículos que se dirigem, todas as manhãs, em direção ao centro da cidade, vai notar que em muitos carros só há uma pessoa. Cada carro gasta uma preciosa energia e produz um indesejável lixo. Usando bicicletas, ônibus, trens e lotação, estaremos ajudando a preservar o meio ambiente.
Sujeira
É uma forma de lixo diário: desde papéis de bala, notinhas, latas de bebida, garrafas e sacos plásticos, até equipamentos de pescaria e velhos carros abandonados. Sujeira é tudo aquilo que se joga fora impropriamente, ou seja, uma outra forma de poluição. Pode ser encontrada nas ruas, nos campos e nas praias. É desagradável, feia e perigosa – tocos de cigarros podem causar incêndios, garrafas podem ser armadilhas mortais para pequenos animais, como ratos e camundongos, e sacos plásticos podem sufocar animais ruminantes.
Pense em tudo o que você joga fora. Como você se sente a respeito da sujeira no lugar em que vive?
Lixo e Reciclagem
NA NATUREZA, NADA SE PERDE
Seres vivos chamados decompositores comem material sem vida ou em decomposição.
Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo.
Esse é o chamado material biodegradável.
A reciclagem natural está sendo perturbada pelas enormes e crescentes quantidades de lixo, pois a maior parte dos dejetos - latas, vidros e a maioria dos plásticos - não é biodegradável, conservando-se por centenas de anos.
Mesmo enferrujado ou fragmentado em pequenos pedaços, esse tipo de material não é digerido pelos decompositores. Assim, polui o ar, a terra e a água.
Pode-se reciclar material tomando-o útil novamente.
E é possível evitar o uso de materiais não-biodegradáveis, comprando itens biodegradáveis ou com o mínimo de embalagem.
Decompositores
Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza. As lavras de moscas são alguns dos decompositores responsáveis por isto.
Quando o material for dividido em peças pequenas o bastante, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já podem trabalhar.
Aterros Sanitários
Aterr O lixo humano tem de ser colocado em algum lugar. A maioria dos métodos para se livrar do lixo pode prejudicar o ambiente. Boa parte do lixo é enterrada em o de Compostagem
Folhas mortas e outros materiais vegetais são divididos no solo em nutrientes para plantas. E isso pode ser feito em casa. Em vez de jogar fora todas as folhas e cascas de vegetais elas podem
buracos no chão, chamados aterros sanitários. Veículos pesados espalham o lixo e o comprimem. Todo dia se coloca terra sobre o lixo para que os pássaros e animais não se alimentem ali e espalhem doenças. Mesmo assim, um líquido venenoso pode escapar ou o lixo pode pegar fogo e os gases que produz podem explodir.
ajudar a fazer um aterro de compostagem.
Coloque camadas de lixo orgânico em um grande recipiente no quintal. Cubra cada camada com terra para manter o calor, causado pelos decompositores. Mantenha o composto úmido: os decompositores gostam de calor e umidade. Demora vários meses para o composto se formar.
Cuidado: o composto, quente, pode até queimar.
Lixo e cultura
A composição química do lixo varia de acordo com a cultura e o grau de desenvolvimento de cada país. No Brasil, a maior parte do lixo é composta por matéria orgânica (60 a 65 por cento, sem contar o papel). São restos de alimentos, verduras, cascas de frutas, legumes, carcaças etc.
Ter bastante matéria orgânica no lixo é uma característica dos países pobres. Nos países ricos, predomina o lixo orgânico: vidro, plástico, metal, além das embalagens de papel e papelão.
O tratamento do lixo no Brasil
A maior parte do lixo no Brasil fica jogada em terrenos a céu aberto, que a gente também chama de lixões. É um perigo para a saúde, porque aumenta o número de ratos, moscas e baratas.
Além de exalar mau cheiro, o óleo que escorre de certos lixões penetra no solo podendo atingir os lençóis freáticos e contaminar a água que abastece a população.
A solução para enfrentar esse problema do lixo no Brasil é usar vários tipos de processo para controlar a sua produção e o seu tratamento. A combinação dessas técnicas é chamada Gerenciamento Integrado do Lixo Urbano. Faz parte dessas estratégias a redução do lixo na fonte: a indústria de embalagens, por exemplo, nos últimos anos conseguiu eliminar de 15 a 30 por cento do peso ou utilização de materiais de embalagens.
O Brasil está entre os países que mais reciclam materiais. Embora a maioria das prefeituras não realize a coleta seletiva, a pobreza de boa parte da população brasileira põe a serviço da reciclagem, a baixos custos, um pequeno exército de catadores de latas, garrafas e papel. Sem contar a coleta promovida pela própria indústria, como é o caso das aparas de papel e de vidro.
Com relação às aparas e papéis usados, os índices nacionais estão afinados com a média mundial: 37%. Deve-se ressaltar que cada tonelada de papel reciclado representa de 15 a 20 árvores adultas poupadas. A grande maioria é consumida nas regiões Sudeste e Sul.
O Brasil produz cerca de trinta e dois milhões de pneus por ano, sendo que a maior parte deles já desgastada pelo uso acaba parando em lixões. Os pneus podem ser recauchutados ou terem seus componentes utilizados em outros produtos.
O consumo de embalagens de vidro entre os brasileiros é de 5 quilos por habitante. Na França, o consumo per capita chega a 65 quilos. O Brasil recicla um terço de todo o vidro que produz, superando muitos países europeus e deverá ultrapassar os 60% nos próximos dois anos, colocando o Brasil no topo da reciclagem mundial deste item. A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (ABIVIDRO) mantém 50 centros de coleta de vidro ativos em oito Estados: Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Em relação ao PET, material usado na produção de garrafas plásticas de refrigerantes, a produção anual no País é de 3 bilhões de unidades e apenas 15% são reciclados. Nos EUA, esse total chega a 48%. Somente no Rio de Janeiro, cerca de 30% do lixo domiciliar recolhido diariamente é composto de PETs.
Alguns exemplos mostram que a situação começa a mudar em algumas cidades do Brasil. Em Curitiba, no Paraná, a Usina de Reciclagem da Unidade de Valorização de Rejeitos é responsável pelo reaproveitamento de 350 toneladas de lixo por mês __ cerca de 20% do material reciclável da cidade. O material é triado, quando são retiradas as peças ainda utilizáveis, e o restante continua na linha de reciclagem. O próximo passo é a unidade de separação, onde o lixo é dividido de acordo com o material: plástico, papel, vidro ou alumínio. Depois de totalmente separado, o lixo é prensado em fardos que serão revendidos às indústrias que vão reciclar o material.
Goiânia, em Goiás, conta com o primeiro núcleo industrial de reciclagem do País. É uma usina capaz não apenas de separar o lixo: poderá transformar o lixo orgânico em adubo e vender sucata de papel, plástico, metais e vidro. O núcleo começa funcionando com 25 toneladas diárias, em um turno, mas deverá chegar a 150 toneladas, em três turnos, quando estará processando cerca de 7% do lixo urbano de Goiânia. Ao todo, já foram aplicados no Núcleo Industrial de Reciclagem mais de R$ 1 milhão.
O Brasil produz 241.614 toneladas de lixo por dia. Desse total, 76% são depositados a céu aberto em lixões, 13% em aterros controlados, 10% são despejados em aterros sanitários, 0,9% é compostado em usinas e 0,1% é incinerado.
Composição Média do Lixo Domiciliar no Brasil
65% de Matéria Orgânica
25% de Papel
4% de Metal
3% de Vidro
3% de Plástico
Índices Médios de Reciclagem no Brasil (%)
Alumínio.......................... 86%
(fonte: ano 2.002)
Vidro.............................. 35%
Papel.............................. 32%
Aço................................ 18%
Plástico............................ 17%
(fonte: ano 2002)
Brasil perde milhões sem reciclar o lixo
O Brasil perde anualmente cerca de R$ 4,6 bilhões por não aproveitar a totalidade do potencial de reciclagem do lixo domiciliar. A falta de incentivo torna economicamente inviável grande parte das iniciativas de prefeituras e ONGs para programas de coleta seletiva e reciclagem.
O cálculo foi feito pelo economista Sabetai Calderoni, em tese de doutorado defendida na USP e que deu origem ao livro Os Bilhões Perdidos no Lixo. Segundo Calderoni, a indústria organizou sucateiros e consegue um ganho de R$ 1,2 bilhão por ano, valor que poderia ser ainda muito superior.
Dinheiro Perdido no Lixo
O que se perde nos aterros e lixões do País
VIDRO - A produção de vidro pela reciclagem reduz em 20% a poluição do ar e em 50% a poluição da água relacionadas à produção.
LATA DE ALUMÍNIO - A reciclagem de uma lata de alumínio dá origem a uma nova lata de alumínio, economizando energia suficiente para deixar acesa uma lâmpada de 100 watts por 20 horas.
PAPEL - Uma tonelada de papel reciclado economiza 10 mil litros de água e evita o corte de 17 árvores.
PLÁSTICO - Cada 100 toneladas de plástico reciclado economiza 1 tonelada de petróleo.
LIXO - A incineração de 10 mil toneladas de lixo cria um emprego, o aterramento da mesma quantidade cria seis empregos e a reciclagem desse montante de lixo cria 36 empregos.
Os governos federal, estaduais e municipais não investem na reciclagem por falta de percepção global para o planejamento, que reduziria a necessidade de importação de petróleo e os gastos com eletricidade. Os Estados ganhariam com a economia de água e de controle ambiental e os municípios reduziriam seus custos com a destinação final do lixo e manutenção dos aterros. Com isso, o País acaba perdendo recursos naturais e energia elétrica, sem contar os custos ambientais e de saúde decorrentes da disposição inadequada dos resíduos.
Uma única lata de alumínio pode produzir uma outra idêntica, e a energia economizada seria suficiente para manter ligada uma lâmpada de 100 watts por 20 horas ou uma televisão por 3 horas.
No caso do papel, a reciclagem de uma tonelada resulta em uma economia de 50% de energia elétrica e de 10 mil litros de água, além de evitar o corte de 17 árvores.
Ao longo dos anos, o Brasil tornou-se um grande reciclador de materiais como alumínio e papelão, mas continua reciclando pouco plástico __ cujo valor de mercado da sucata é muito baixo __ e aço. Isso porque os materiais que têm melhor relação de valor no item peso acabam sendo mais negociados.
Outro entrave ao desenvolvimento da indústria da reciclagem é que a percepção da necessidade de preservação ambiental ainda é tênue na sociedade brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Procon de São Paulo mostrou que apenas um em cada sete cidadãos paulistanos diz separar material para reciclagem. E somente 10% consideram a separação dos resíduos como uma contribuição pessoal para a futura solução do problema do lixo.
Segundo Jaime Caetano Jr., da ONG Recicla Brasil, o homem urbano quer preservar o meio ambiente, mas se vê muito longe do seu alvo, sem levar em conta que a sua prática dentro de casa também pode contribuir. Para ele, parte dos ganhos da indústria e do governo com a reciclagem poderiam ser repassados aos consumidores, incentivando a separação do lixo doméstico. “Com o valor agregado da economia em todo o processo, as prefeituras poderiam subsidiar os edifícios que separam seu lixo para reciclagem”, sugere.
O problema da falta de viabilidade econômica reflete-se também na posição da indústria, que é quem tem os maiores ganhos com a reciclagem. Para o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Ronald Caputo, existe o interesse econômico por trás de tudo, pois ao encontrar um valor para o resíduo, se estimula também o processo de coleta. Para o plástico, diz ele, o valor de mercado da sucata ainda é muito baixo. Por isso, em 1995, o índice de reciclagem do plástico foi de apenas 12%.
LIXO
A palavra lixo, derivada do termo latim lix, significa "cinza". No dicionário, ela é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos e é representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos.
A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos descartáveis em que a maior parte dos produtos — desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, até computadores — são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.
Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades.
A questão é: o que fazer com tanto lixo?
Felizmente, o homem tem a seu favor várias soluções para dispor de forma correta, sem acarretar prejuízos ao ambiente e à saúde pública. O ideal, no entanto, seria que todos nós evitássemos o acúmulo de detritos, diminuindo o desperdício de materiais e o consumo excessivo de embalagens.
Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo para fabricação de novos objetos, através dos processos de reciclagem, o que representa economia de matéria prima e de energia fornecidas pela natureza. Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, podendo ser entendido como "coisas que podem ser úteis e aproveitáveis pelo homem".
Do livro "Lixo - De onde vem? Para onde vai?" de Francisco Luiz Rodrigues e Vilma Maria Gravinatto - Ed. Moderna
LIXO E SUA CLASSIFICAÇÃO:
Para determinar a melhor tecnologia para tratamento, aproveitamento ou destinação final do lixo é necessário conhecer a sua classificação.
Lixo urbano
Formado por resíduos sólidos em áreas urbana, inclua-se aos resíduos domésticos, os efluentes industriais domiciliares (pequenas industria de fundo de quintal) e resíduos comerciais.
Lixo domiciliar
Formado pelos resíduos sólidos de atividades residenciais, contém muita quantidade de matéria orgânica, plástico, lata, vidro.
Lixo comercial
Formado pelos resíduos sólidos das áreas comerciais Composto por matéria orgânica, papéis, plástico de vários grupos.
Lixo público
Formado por resíduos sólidos produto de limpeza pública (areia, papéis, folhagem, poda de árvores).
Lixo especial
Formado por resíduos geralmente industriais, merece tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de remédios ou venenos.
Lixo industrial
Nem todos os resíduos produzidos por industria, podem ser designados como lixo industrial. Algumas industrias do meio urbano produzem resíduos semelhantes ao doméstico, exemplo disto são as padarias; os demais poderão ser enquadrados em lixo especial e ter o mesmo destino.
Lixo de serviço de saúde (RSSS)
Os serviços hospitalares, ambulatoriais, farmácias, são geradores dos mais variados tipos de resíduos sépticos, resultados de curativos, aplicação de medicamentos que em contato com o meio ambiente ou misturado ao lixo doméstico poderão ser patógenos ou vetores de doenças, devem ser destinados a incineração.
Lixo atômico
Produto resultante da queima do combustível nuclear, composto de urânio enriquecido com isótopo atômico 235. A elevada radioatividade constitui um grave perigo à saúde da população , por isso deve ser enterrado em local próprio, inacessível.
Lixo espacial
Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam ao redor da Terra com a velocidade de cerca de 28 mil quilômetros por hora. São estágios completos de foguetes, satélites desativados, tanques de combustível e fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente por acidente ou foram destruídos pela ação das armas anti-satélites.
Lixo radioativo
Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares. Como não há um lugar seguro para armazenar esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto impermeáveis e a prova de radiação, e enterrados em terrenos estáveis, no subsolo.
Fontes: Ecologia de A a Z - Pequeno dicionário de Ecologia - Ed LP&M de Delza de Freitas Menin
COLETA SELETIVA
A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia, do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que poderiam ser reciclados.
Com isso alguns objetivos importantes são alcançados:
a vida útil dos aterros sanitários é prolongada e o meio ambiente é menos contaminado.
Além disso o uso de matéria prima reciclável diminui a extração dos nossos tesouros naturais.
Uma lata velha que se transforma em uma lata nova é muito melhor que uma lata a mais. E de lata em lata o planeta vai virando um lixão...
No Brasil existe coleta seletiva em cerca de 135 cidades, de acordo com o professor Sabetai Calderoni (autor do livro "Os bilhões perdidos no lixo, Ed. Humanitas). Na maior parte dos casos a coleta é realizada pelos Catadores organizados em cooperativas ou associações.
Sistemas de coleta seletiva podem ser implantados em uma escola, uma empresa ou um bairro.
Não há uma fórmula universal. Cada lugar tem uma realidade e precisamos inicialmente de um diagnóstico local: Tem cooperativas de catadores na minha cidade? O material separado na fonte e doado vai beneficiar um programa social? Vamos receber relatórios mensais dos pesos destinados? Qual é o tipo, volume e freqüência de lixo gerado? O que é feito atualmente? A cooperativa poderá fazer a coleta no local? Pra que separar em quatro cores se a coleta será feita pelo mesmo veículo? Como podemos envolver as pessoas? Jornalzinho? Mural? Palestras?
Como você pode ver coleta seletiva é bem mais que colocar lixeiras coloridas no local.
A Coleta seletiva deve ser encarada como uma corrente de três elos. Se um deles não for planejado a tendência é o programa de coleta seletiva não perseverar.
O planejamento deve ser feito do fim para o começo da cadeia. Ou seja: primeiro pensar em qual será a destinação, depois (e com coerência) a logística e por fim o programa de comunicação ou educação ambiental.
É muito importante pensar globalmente
mas AGIR localmente!
fonte: site/lixo.com.br/Pólita Gonçalves
COLETA SELETIVA ou USINA DE RECICLAGEM e COMPOSTAGEM?
Algumas considerações
extraído do livro "Coleta Seletiva - Reciclando Materiais, Reciclando Valores" de Elizabeth Grimberg e Patricia Blauth
(publicado pelo Instituto Pólis, São Paulo, 1998).
A usina de lixo é um conjunto de máquinas (esteira rolante, eletroímãs, peneiras, etc.) e funcionários que separam da massa principal de lixo, que será transformada em adubo, os objetos recicláveis. Segundo alguns especialistas, as usinas vendidas no Brasil têm tecnologia obsoleta, transferida dos países desenvolvidos para os países pobres.
Num programa de coleta seletiva, a usina é a própria comunidade, separando resíduos nos domicílios e estabelecimentos, e alguns funcionários que concluem esta separação, sem necessidade de maquinário especial, numa central de triagem.
Do lixo que chega a uma usina recupera-se, em média, 3% de recicláveis. Na usina da Vila Leopoldina, em São Paulo, a recuperação de recicláveis é da ordem de 1,5 %! (LIMPURB-PMSP, 1999). Papel e papelão, presentes em grande quantidade no lixo urbano, são quase sempre perdidos por estarem sujos de resíduos orgânicos e misturados com papéis sanitários. A produção de rejeitos (tudo aquilo que não se aproveita da triagem, retornando ao lixão ou aterro, como as embalagens compostas de vários materiais ou a vácuo, papel carbono, isopor, tecidos, etc.) é de 42%, em média. Em São José dos Campos, SP, chega a 71%!
A eficiência das operações está diretamente ligada à competência e boa vontade dos funcionários nas esteiras, o que torna o processo muito vulnerável, e não conta com o auxílio prévio da população.
Num programa de coleta seletiva recupera-se cerca de 90 % de recicláveis - os 10 % restantes são rejeito. O composto orgânico formado na usina contém cacos de vidro, tampinhas e outras miudezas inorgânicas que "escaparam" da triagem, e às vezes está contaminado com metais e líquidos tóxicos (que vazam de pilhas, por exemplo).
Um estudo realizado em 21 usinas de alguns estados brasileiros revelou a presença de metais pesados - como mercúrio, chumbo e cobre - no composto orgânico em diferentes estágios de maturação. Essa baixa qualidade do composto levou a usina de Araras, no interior de São Paulo, por exemplo, a estocar 9 mil toneladas deste composto, para as quais não havia compradores interessados. Segundo os pesquisadores, os níveis de contaminação poderiam baixar de duas formas: a) tornando o processo aeróbico, o que exige um acompanhamento mais especializado e um tempo de maturação maior e, basicamente, b) fazendo-se uma separação prévia dos resíduos através da coleta seletiva (Debates Sócio-Ambientais, 1995).
Já o resíduo orgânico coletado seletivamente pode ser compostado em montes com umidade e arejamento adequados. Isso não exige máquinas, pois o material já vem separado pela população.
Os materiais separados na usina, devido à sujeira e contaminação, valem muito menos no mercado de recicláveis que aqueles coletados seletivamente. Este valor é normalmente determinado por decreto, enquanto que o dos recicláveis oriundos de programas de coleta seletiva é negociado livremente com sucateiros e indústrias.
Uma usina costuma ser apresentada (e vendida!) a administradores municipais como um equipamento milagroso, que consegue "dar um fim ao problema do lixo" (segundo diversos prospectos e folders de propaganda), dispensando outras alternativas para seu tratamento e, ainda, gerando lucro.
É bom lembrar que sua operação tem custo alto, exigindo troca periódica de peças e um tempo "de descanso" para manutenção. O retorno financeiro de uma usina é nulo. Não há nenhuma usina brasileira que seja, sequer, auto-sustentável. A receita da usina de Vitória, ES, por exemplo, cobre apenas 30 % de suas próprias despesas. Apesar destes evidentes inconvenientes, muitas usinas se mantém no País, operadas por empreiteiras remuneradas pelas prefeituras de acordo com o número de toneladas de lixo processadas. Se a produtividade deste serviço, e respectivo pagamento, fosse em função das toneladas efetivamente recuperadas, tanto de recicláveis quanto de compostáveis, talvez as operadoras tivessem mais interesse em aprimorar o rendimento da triagem, diminuindo os rejeitos do processo que acabam indo para lixões e aterros.
Mais grave, porém, que todos estes aspectos operacionais, é o fato de que a instalação de uma "usina de lixo" numa cidade não contribui para uma reflexão em torno do desperdício e da geração de resíduos. Pelo contrário, alivia a consciência da comunidade, que se sente no direito, graças à nova parafernália tecnológica, de consumir livremente e descartar tudo aquilo que não quer mais...
Por último, considerando o fato de que a "usina não recicla nenhum material, apenas separa os materiais..." sugere-se que o termo mais apropriado para este tipo de instalação seja Centro de Triagem e Recuperação da Matéria Orgânica (CASTRO, 1996).
Patricia Blauth é bióloga, educadora e consultora em minimização
COMO IMPLANTAR um projeto de Coleta Seletiva em minha escola, bairro ou cidade?
Este interesse pela coleta seletiva e reciclagem é muito importante!
Porém existem dois outros ítens igualmente importantes nessa cadeia que são a educação ambiental e a destinação. Sem que cada elo desta corrente seja previsto e planejado o sucesso da empreitada fica comprometido.
Mas, em primeiro lugar, temos que pensar na destinação, pois não vai adiantar nada acumular materiais recicláveis em nosso quintal antes de saber que destino dar a esse material. (esta prática inclusive permite o acúmulo de água parada e a transmissão da dengue).
O comércio de recicláveis tem características fortes que, eventualmente, dificultam a implantação de coleta seletiva. Este comércio tem 4 exigências determinantes:
Os quatro fatores:
Quantidade,
Qualidade,
Freqüência e
Forma de pagamento.
As indústrias recicladoras, principais compradores de matéria prima reciclável, só compram em grandes quantidades (mínimo 1 tonelada), material selecionado e enfardado; isso determina a qualidade. Compram dos atravessadores que compram das cooperativas e dos sucateiros. A indústria dá preferência a quem fornece sempre esse material: frequência. E a forma de pagamento costuma ser em 30 a 40 dias. As indústrias recicladoras são fábricas de vidro, de papel e papelão, de latas de alumínio e fábricas de sacos de lixo que reciclam alguns tipos de plástico,Indústrias têxteis usam o poliester vindo do PET.
Antes de começar a coletar precisamos mapear as possíveis destinações do material a ser coletado e definir critérios: vender para o sucateiro ou doar para a cooperativa? E quando o sucateiro não quiser mais comprar nossos materiais?
Se queremos montar um de galpão de beneficiamento (triagem e enfardamento para comercialização) precisamos nos programar para alcançarmos excelência nestes 4 fatores. O ideal é investir em um galpão de no mínimo 500m2 para acumular papel e papelão enfardado (que não pode tomar chuva como outros materiais), e uma prensa-enfardadora. Por questões financeiras, talvez não seja possível começar tão bem. Talvez seja oportuno fazer parcerias com a iniciativa privada e a administração pública.
Afinal vários empregos estão sendo gerados e o meio ambiente está sendo beneficiado.
Outra coisa: quanto mais perto o destino do lixo reciclável, melhor, para evitar o aumento do custo do transporte do material. O custo do transporte é o grande vilão da coleta seletiva.
Faça contato com os catadores existentes. Talvez seja conveniente organizá-los em cooperativa ou associação. Os programas que existem em cidades brasileiras há mais de 5 anos são tocados pelas cooperativas, em sua totalidade. Esta prática tem originado um silencioso e belo movimento de inclusão social, já que os catadores são, eventualmente, pessoas que viviam na exclusão social, seja na adição ou outras formas degradantes de marginalidade; e através do trabalho cooperativado tiram seus salários e recuperam seu lugar na sociedade.
Uma outra destinação importante na viabilização de pequenos projetos de implantação de coleta seletiva, tais como condomínios e escolas, são as instituições filantrópicas que já comercializam com algum atravessador o material reciclável que acumula. A doação será muito bem vinda e o objetivo principal que era evitar que este material fosse parar no aterro sanitário e fazer com que ele retorne para a linha de produção, economizando recursos naturais, será alcançado.
Se o seu objetivo é ter lucro isso é possível, desde que você tenha economia de escala lembrando sempre dos quatro fatores apresentados no início destas informações básicas.
O primeiro passo quando pensamos na questão do lixo, o mais difícil de equacionar e o que vai demandar maior pesquisa é a destinação. Afinal de que adianta separar se não conhecemos o processo como um todo? Para onde vai o nosso lixo depois que o lixeiro passa? Há alternativas? O que fazer com o lixo separado? As alternativas de destinação atuais são ambientalmente satisfatórias? Como poderia melhorar? O que eu posso fazer?
Todas essas são perguntas altamente pertinentes que devem preceder qualquer iniciativa relativa a lixo. Este deve ser o fio condutor tanto de um trabalho escolar quanto de uma proposta de logística. Afinal, se queremos participar devemos conhecer a fundo o processo de nossa cidade. Essas perguntas nos instrumentalizam para a mudança com os pés no chão.
Costumamos dizer que o romantismo é muito prejudicial para o meio ambiente pois alguns indivíduos, munidos da mais genuína boa vontade, eventualmente, ignoram o processo e acabam interferindo de maneira não durável ou afastada dos reais pressupostos, o que deixa uma imagem de insucesso que vai comprometer a próxima ação em meio ambiente. Todos vão achar que "isso não dá certo". Isso acontece com freqüência, não é mesmo?
Não existem respostas universais.
Não existe um sistema de coleta seletiva que possa ser considerado universal e aplicável a toda e qualquer situação. Cada caso é um caso, cada cidade tem a sua peculiaridade e as questões condicionantes devem ser minuciosamente estudadas antes de escolhermos este ou aquele desenho de logística de coleta seletiva.
Precisamos estar preparados para os 4 fatores: quantidade, qualidade, freqüência e forma de pagamento; leis de mercado que muitas vezes inviabilizam a continuidade do programa de coleta seletiva.
Relatamos aqui alguns casos para que um maior número de referências sirvam para nos instrumentalizar para a ação.
Pólita Gonçalves
PRÓS E CONTRAS DE RECICLAR PLÁSTICOS
Especialista em meio ambiente comenta os diferentes sistemas de reciclagem de plásticos, suas vantagens e desvantagens e os principais aspectos econômicos, sociais e ambientais de cada processo
SILVIA PIEDRAHITA ROLIM
Geralmente os plásticos manufaturados chegam ao final da vida útil da sua aplicação original praticamente sem modificações substanciais nas suas características físico-químicas. Boa parte dos plásticos de fácil identificação e separação, oriundos de programas de coleta seletiva, pode ser reciclada mecanicamente com benefícios ambientais.
Uma das alternativas para os resíduos plásticos, componentes dos resíduos sólidos urbanos difíceis de identificar, é a produção de madeira plástica. O processo admite a mistura de diversos tipos de plásticos que podem ser perfilados ou moldados em vigas e mourões, bem como dar origem a produtos tais como bancos de praças, coretos, barreiras de som, paletes e piers, entre outros.
Porém, como parte dos resíduos plásticos é composta por pequenos itens dispersos e por plásticos com muitos contaminantes, devido à mistura com resíduos orgânicos, o custo ambiental e econômico da separação e limpeza destes materiais para a reciclagem mecânica, não compensa.
Caso a reciclagem mecânica não se justifique, a recuperação de energia pode ser uma maneira eficiente, em termos ambientais e econômicos, de recuperar o valor embutido nos resíduos plásticos.
Reciclagem energética – consiste em recuperar a energia contida nos resíduos sólidos urbanos na forma de energia elétrica ou térmica. Vale lembrar que a presença dos plásticos na composição dos resíduos urbanos é extremamente positiva, pois esses materiais possuem alto poder calorífico, liberando grande quantidade de calor quando submetidos a temperaturas elevadas.
O Brasil ainda não faz a reciclagem energética. Mas, países que adotam essa modalidade, como a Áustria e a Suécia, além de criar novas matrizes energéticas, conseguem reduzir em até 90% o volume de seus resíduos, índice relevante para cidades com problemas de espaço para a destinação dos resíduos sólidos urbanos.
A principal desvantagem desse tipo de reciclagem é o custo elevado das instalações, dos sistemas de controle de emissões e operacional, somado à exigência de mão-de-obra qualificada como forma de garantir o perfeito funcionamento dos equipamentos.
Alvo de muita polêmica, a reciclagem energética é associada à simples incineração dos resíduos que, realizada sem tecnologia adequada, gera emissões prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, além de não aproveitar o conteúdo energético dos resíduos.
Reciclagem química – promove despolimerização dos materiais plásticos para a obtenção de gases e óleos, a serem utilizados como matéria-prima na fabricação de outros polímeros com as mesmas propriedades das resinas originais. O processo também permite a utilização de misturas de diferentes tipos de plásticos, mas tem custo muito elevado, o que explica o reduzido número de plantas em operação no mundo.
Reciclagem mecânica – consiste na conversão física dos materiais plásticos em grânulos, que serão transformados novamente em outros produtos. As etapas prévias à reciclagem mecânica dos plásticos pós-consumo são: a coleta, a separação por tipo de plástico e a retirada de rótulos, tampas e outras impurezas, como grampos de metal e partes componentes de outros materiais. As etapas da reciclagem mecânica são: separação, moagem, lavagem, secagem, aglutinação, extrusão e granulação.
Resíduos plásticos – Os resíduos plásticos industriais, tais como aparas, rebarbas, sobras e matérias-primas fora de especificação, são comercializados com extrema facilidade. Considerados materiais “nobres”, não estão misturados a outros resíduos e não necessitam de etapas de separação e lavagem. Pertencem a um grupo de resíduos dificilmente descartados e que, não raras vezes, sequer saem das empresas transformadoras, sendo reutilizados nas atividades produtivas.
Investidores interessados em ingressar no negócio da reciclagem mecânica de plásticos devem considerar que o mercado de resíduos industriais tem demanda muito superior à oferta, portanto, poderão enfrentar dificuldades na obtenção deste tipo de material.
Dificuldades da reciclagem mecânica
• A maior parte dos plásticos pós-consumo é comprada suja (contaminada por resíduos orgânicos), pois poucos municípios possuem coleta seletiva, o que onera custos e, muitas vezes, até torna inviável essa forma de reciclagem.
• Há variação considerável no preço de compra dos materiais a depender, entre outros fatores, da disponibilidade e origem do material.
• Falta de fornecimento contínuo e homogêneo de matéria-prima, outro reflexo da inexistência de sistemas de coleta seletiva.
• A grande maioria dos catadores nunca foi treinada e seus conhecimentos sobre o assunto são adquiridos na prática do dia a dia.
• Existência de intermediários, o que eleva consideravelmente o preço do plástico a ser reciclado.
• Ausência de linhas de financiamento direcionadas às recicladoras.
• Ausência do código de identificação das resinas em muitos produtos plásticos de acordo com a norma ABNT NBR 13.230. Este item dificulta a separação dos diferentes tipos de plásticos, recorrendo-se, dessa forma, às diferenças das características físicas e de degradação térmica, tais como: densidade, comportamento ao calor e/ou teste da chama. Existe tecnologia para separação dos plásticos, porém, com custo muito elevado. É importante salientar que o PET e o PVC não aceitam misturas. Portanto, aqueles que desejam se dedicar à revalorização destas resinas devem ter unidades para uso específico das mesmas.
• Tão importantes e decisivos quanto à coleta seletiva para a tornar viável a reciclagem de quantidades significativas de plásticos são: a criação de mercado consumidor para os produtos reciclados, e o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados – que acaba “bi-tributando” os reciclados, sendo atualmente de 12%, valor superior ao da própria resina virgem que paga 10% de IPI, resultando praticamente num desestímulo à reciclagem.
Embora as pessoas estejam predispostas a serem consumidores conscientes e a colaborar com o meio ambiente, as mesmas rejeitam de forma geral produtos reciclados, associando-os a má qualidade. São poucos os produtos fabricados com plásticos reciclados cujo marketing se basea nessa característica.
Apesar de todas as dificuldades anteriormente expostas, existem inúmeros casos de recicladores de plásticos pós-consumo que começaram de forma tímida e hoje operam com boas margens de lucro. Além da persistência, pois o começo, obviamente, é difícil para todos. Outro fator determinante para o sucesso de alguns deles, foi a criatividade para atuar de forma diferenciada, tanto no sistema de obtenção da matéria-prima, quanto no aprimoramento dos fornecedores, ou no tipo de aplicação inovadora para seus produtos. Muitas vezes descarta-se quantidade considerável de matéria-prima, que poderia ser reciclada sem grandes dificuldades, pois não há “solução ou aplicação criativa” para o material.
Resíduos plásticos pós-consumo – ao contrário dos industriais, tem oferta maior. Por outro lado,
o principal gargalo para os recicladores é a obtenção da matéria-prima, já que a maioria das prefeituras não pratica a coleta seletiva e nem possui centrais de triagem de materiais recicláveis, onde os plásticos pós-consumo poderiam ser obtidos.
Para contornar o problema, uma saída seria a realização de acordos de compra com associações de bairro, cooperativas e outras entidades que congreguem catadores, como forma de garantir o fornecimento de quantidades mínimas de plásticos a serem reciclados. A distância entre o fornecedor de matéria-prima do mercado consumidor dos plásticos reciclados é outro item a ser considerado, pois pode tornar economicamente inviável, a reciclagem dos plásticos pós-consumo. Para transpor esse obstáculo, o ideal é que os materiais cheguem à reciclagem prensados ou já moídos.
Características do mercado – Entre os plásticos reciclados por um maior número de recicladores estão o PEBD, PEAD e o PP. Praticamente metade dos recicladores reciclam de 20 até 50 toneladas/mês. Poucos superam a faixa de 100 t./mês.
(vassouras, baldes, mangueiras, regadores etc.), sacolas e sacos de lixo.
Os preços dos plásticos pós consumo para reciclagem variam de região para região do País dependendo da oferta, das condições (sujo ou limpo, solto ou enfardado) e da origem (sucateiros, coleta seletiva, catadores, unidades de triagem).
Embora muitos recicladores comercializem plástico reciclado na forma de granulado, a maioria deles vai até a transformação do produto final.
O plástico e o meio ambiente – Por serem extremamente empregados em diferentes setores industriais, os plásticos são muito visíveis. Mas devido a ausência de um sistema eficiente de coleta e limpeza pública ou a falta de educação/conscientização da população, os plásticos aparecem também em locais impróprios, como praças, rios, mares. É um copinho de água atirado ela janela do carro, uma embalagem de salgadinho jogada inadvertidamente ali e, assim, com pequenas atitudes como essas surge a poluição visual.
Curiosamente, a própria população imputa aos plásticos a responsabilidade de estarem jogados em locais inadequados, o que contribui para uma imagem incorreta do material.
Com sistemas eficientes de limpeza urbana, ampliação da coleta seletiva no País e a conscientização da população sobre o significado de seus pequenos gestos, pode-se criar uma cadeia produtiva da indústria da reciclagem, gerar renda, beneficiar pessoas com empregos e deixar nossas cidades mais limpas, já que o plástico é inerte ao meio ambiente.
Obviamente estas considerações não esgotam o assunto da reciclagem, até porque o tema pode ser abordado sobre diferentes enfoques. Espero, porém, ter oferecido alguns elementos para reflexão, do ponto de vista técnico, econômico, social e ambiental.
ROTULAGEM AMBIENTAL e consciência ecológica
Por Patricia Blauth*
extraído de Debates Sócio-Ambientais Ano II nº 5 out 96/jan 97
Com a valorização da reciclagem de resíduos no Brasil, algumas indústrias passaram a inserir em seus produtos símbolos que inferem à reciclabilidade de materiais. As associações setoriais de vidro, plástico, papel/papelão, alumínio e aço desenvolveram símbolos padronizados para cada material, em parceria com o CEMPRE ¬ Compromisso Empresarial para Reciclagem, entidade voltada para o incentivo da reciclagem no país.
O intuito deste código seria o de facilitar a identificação e separação dos materiais para reciclagem, ajudando "a criar uma consciência ecológica nas pessoas, ao passarem a conviver com esses símbolos padronizados". Os símbolos se tornaram cada vez mais presentes em embalagens, apontadas como um problema nos programas de gestão de resíduos sólidos, por representarem, em média, 33% do peso total do lixo nas cidades.
Preocupado em conscientizar o setor produtivo sobre sua responsabilidade na questão da reciclagem, o CEMPRE afirmou que os símbolos não seriam "armas de venda" ou promocionais, e que estes "não garantem que o referido produto seja ecológico ou mais reciclável que o do concorrente".
Isso não é, porém, o que vem ocorrendo. Valendo-se da inexistência de programas de orientação ao consumidor e da falta de informações detalhadas, como a origem do material "rotulado" e o custo ambiental de sua produção, as indústrias se adiantaram na apresentação destes símbolos, usando-os com caráter essencialmente mercadológico, contribuindo para uma "consciência" ecológica baseada:
1. na suposição da reciclagem garantida...
Os símbolos apenas indicam que os materiais são potencialmente recicláveis. O sistema de codificação adotado para os plásticos no Canadá alerta para o fato de que a presença do símbolo "não é uma garantia enunciada ou implícita de que qualquer recipiente é próprio para ser transformado em outro produto".
Ainda que seja tecnicamente reciclável, nenhum material deve ser considerado realmente reciclável se não houver mercado para ele. Alguns países têm tentado dar maior credibilidade à rotulagem ambiental. Na Holanda, por exemplo, os símbolos só podem ser usados se existirem formas adequadas de coleta e destinação disponíveis para o público a quem estes símbolos se dirigem.
O problema é que, no Brasil, ninguém pode estar seguro de que as embalagens serão recicladas independentemente, nem ao menos, da mudança nos hábitos de descarte da população. O que fazer, por exemplo, com a caixa de um hambúrguer, contendo o símbolo de "reciclável", numa lanchonete que não dispõe de lixeiras especiais para um descarte diferenciado ou numa cidade em que não há coleta seletiva de lixo, nem sucateiros, nem indústrias de reciclagem próximas?
A reciclagem de qualquer material é um processo industrial que exige infra-estrutura específica e depende de uma série de fatores, especialmente de ordem econômica. De que adianta uma escola fazer campanha para arrecadar embalagens recicláveis se não há quem queira esses materiais? Muitas vezes, sucateiros recusam até doações de recicláveis, pelo fato de a retirada destes materiais não compensar o custo do frete. Não existe um compromisso, por força de legislação específica, de as indústrias brasileiras coletarem ou apoiarem iniciativas de coleta e processarem os materiais que produzem. Pelo contrário, nossas indústrias não tem demonstrado interesse em se responsabilizar pelos danos ambientais causados por seus produtos.
2. na noção da reciclagem infinita...
Os símbolos geralmente sugerem um ciclo fechado perfeito, como se a possibilidade de transformação de uma caixa de papelão em outra, por exemplo, após seu descarte, fosse ilimitada.
O ciclo fechado é especialmente inadequado no caso dos plásticos. Uma garrafa descartável de refrigerante ou de água não será reciclada e transformada numa nova garrafa, mas sim em outros produtos, com características diferentes, como o enchimento para sacos de dormir, jaquetas de ski, solados, etc. (E como a oferta de garrafas descartadas é maior do que a demanda por sacos de dormir, jaquetas e solados, que são produtos mais duráveis, haverá sempre garrafas sobrando que acabam no lixo). A produção de novas garrafas descartáveis continua dependendo da exploração de matéria-prima virgem. Nesta situação, portanto, o símbolo estaria iludindo o consumidor, a ponto de alguns grupos ambientalistas americanos exigirem sua retirada das embalagens plásticas.
3. no mito da embalagem ecológica...
As embalagens descartáveis são apresentadas como modernas e práticas, como uma tendência do mercado, inclusive internacional. As gincanas "educativas " de arrecadação de latas de alumínio em escolas ¬ o Projeto Escola da Latasa - tem recuperado muito material para reciclagem, porém tem servido para aumentar substancialmente a venda de lata no país. O Programa Pró-Lata, por sua vez, que divulga "o potencial de reciclabilidade do aço e um selo de garantia de reciclagem" é mais honesto: admite ser um programa de Estímulo ao Consumo da Embalagem no Brasil, cujo habitante consome apenas 5 kg de aço/ano (contra os 18 kg registrados nos Estados Unidos). O consumidor, portanto, (des)orientado pela propaganda e induzido pelos símbolos, passa a comprar embalagens descartáveis achando que está, necessariamente, contribuindo para preservar o ambiente. Se podemos chamar alguma embalagem de "ecológica" é a garrafa retornável ¬ nosso "vasilhame", "casco" ou garrafa com depósito ¬ que pode ser usada várias vezes, circulando entre o consumidor e a empresa de engarrafamento, em oposição à descartável, one-way. As garrafas retornáveis dominavam o mercado internacional de bebidas até 1975. Embora em 1981 esta situação tenha se invertido nos Estados Unidos, onde a maioria das bebidas carbonatadas é vendida em garrafas one- way ou em latas, na Europa elas estão voltando a ganhar fatias maiores dos mercados de vinho, leite e outras bebidas.
A Dinamarca, por exemplo, proibiu em 1977 as embalagens descartáveis para bebidas não alcoólicas e, em 1981, para cerveja.
Em Portugal, o Decreto-lei 322/95, que estabelece as normas para a gestão de embalagens e resíduos de embalagens, prioriza a prevenção de sua produção e o retorno de embalagens usadas.
Portanto, a embalagem descartável para bebidas não é uma tendência do mercado internacional. Ora, considerando que reciclar qualquer material também consome água, energia e polui o ambiente, não é mais "ecológico" evitar a geração de lixo do que reciclá-lo?
Diretrizes internacionais voltadas para a questão do lixo têm orientado para a minimização de resíduos, através de uma seqüência de procedimentos didaticamente apresentada como os 3 Rs: redução(na fonte geradora), reutilização direta dos produtos, e reciclagem de materiais. A ordem dos Rs segue o princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar os materiais após seu descarte. No Brasil, a discussão em torno da minimização de resíduos tomou impulso com a Agenda 21, documento que representa o acordo entre as nações no sentido de melhorar a qualidade de vida no planeta, elaborada durante a Conferência Rio-92.
No capítulo sobre Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Sólidos, a Agenda afirma que a melhor maneira de combater o problema do lixo é modificar os modelos de consumo, e aponta: "a adoção de regulações nacionais e internacionais que objetivam implementar tecnologias limpas de produção, resgatar os resíduos na sua origem e eliminar as embalagens que não sejam biodegradáveis, reutilizáveis ou recicláveis, é um passo essencial para a criação de novas atitudes sociais e para prevenir os impactos negativos do consumismo ilimitado".
Com base na Agenda 21, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo está elaborando seu Programa Estadual de Resíduos Sólidos que, novamente, indica a necessidade de "diminuir a geração de toda espécie de resíduos".
Devido à série de implicações político-econômicas e culturais que a mudança no padrão de consumo impõe no atual modelo urbano-industrial, poucas iniciativas de redução ¦ evitar a geração de lixo ¦ tem sido efetivamente postas em prática. E é por isso que o equacionamento da problemática dos resíduos tem se centrado no último R ¦ a reciclagem.
Se a reciclagem de materiais, por um lado, polui menos o ambiente e envolve menor uso de matérias-primas virgens, água, e energia, por outro, ela é perfeitamente compatível e beneficiária dos atuais níveis de desperdício que provocamos.
Os símbolos sobre reciclabilidade talvez pudessem funcionar quando se implementasse a ISO 14000, uma série de normas de gestão ambiental que vêm sendo discutidas desde 1993, algumas das quais sobre rotulagem ambiental. O primeiro evento internacional no Brasil sobre o tema, a ser realizado em março, prevê a discussão em torno de como uma empresa comprovará que seu produto é reciclável, reciclado etc. Ainda que a série ISO 14000 seja aprovada, com base em critérios internacionalmente aceitos, ela será "regulamentada" e fiscalizada pelo mercado, não funcionando como legislação específica nos diversos países.
Uma iniciativa brasileira que poderá contribuir para dar credibilidade à rotulagem ambiental é o Programa Consumidor e Meio Ambiente, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dentre seus objetivos, estão o de 1) diagnosticar o perfil de consumo da sociedade, 2) pesquisar os fatores indutores do consumo desenfreado, 3) tornar a certificação ambiental um instrumento válido de orientação ao consumidor, implementando a ISO 14000, e 4) reduzir a produção de resíduos.
O programa, enfim, resgataria o princípio dos 3 Rs, alertando a população sobre as limitações da reciclagem e seus símbolos. Mas enquanto a ISO 14000 e o Programa Consumidor e Meio Ambiente, dentre outros, não forem implementados, devemos tomar cuidado, pois, desvinculados de um trabalho de orientação ao consumidor e de educação ambiental, aliado à inexistência de um sistema efetivo de recuperação de materiais no Brasil, os símbolos da reciclagem inseridos nas embalagens, supostamente com o intuito de facilitar a identificação e separação de materiais para descarte e coleta seletivos e, em última análise, diminuir o volume de lixo destinado a aterros e lixões tem causado o efeito oposto. Para mero "alívio de consciência" do consumidor, e como apelo mercadológico para o produtor, os símbolos vêm incentivando a descartabilidade, legitimando o desperdício e aumentando a quantidade de lixo gerado nas cidades.
Patrícia Blauth -Bióloga, educadora e consultora na área de minimização de resíduos
A ERA DO PLÁSTICO
Da escova de dentes ao motor do carro, da cirurgia no coração ao novo filme de James Bond, só dá ele
Célia Chaim
Ninguém escapa do plástico, mesmo o mais ferrenho naturalista. Ele está na escova de dentes, na sola do pé (em tênis, sandálias, sapatos), na bandana do Guga, na cozinha inteira, no carro, no avião, nos cosméticos, no capacete do motociclista, nos alimentos, em próteses terapêuticas, na caneta Bic, na embalagem dos sucrilhos que seu filho leva para a escola, em seus CDs preferidos, e até na intimidade da calcinha, das fraldas descartáveis, do sutiã, da cueca e da camisinha... O plástico, nas suas diversas formas (e sob diferentes nomes), tornou-se nos últimos anos uma espécie de faz-tudo, além de confiável indicador de desenvolvimento de um país. Setores como os de utilidades domésticas, telecomunicações, construção civil, brinquedos, calçados, saúde, têxtil, eletroeletrônicos, aviação e automóveis usam cada vez mais o produto para substituir outros materiais, em razão do custo mais baixo e de sua adequação a ambientes e circunstâncias variadas. “Para se ter uma idéia da importância deste segmento, ele recebeu investimentos de US$ 2 bilhões, nos últimos dois anos”, diz Paulo Dacolina, diretor-superintendente do Instituto Nacional do Plástico (INP).
É verdade que casas inteiras de plástico já foram construídas tempos atrás em vários países – inclusive no Brasil, em 1964, pelo escultor Edgar Duvivier, que faleceu na semana passada aos 85 anos deixando para seu filho, o músico e artista plástico que tem o mesmo nome do pai, a tarefa de acabar suas duas últimas encomendas: as estátuas de Oscar Niemeyer e Juscelino Kubitschek. Mas Duvivier, o pai, só “viajava” no material que hoje é onipresente na produção mundial. Termômetro dessa magnitude foi a Feira Internacional da Indústria do Plástico 2.003, organizada pela Alcântara Machado, realizada em São Paulo e inaugurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não devemos nada a nenhuma indústria do mundo”, disse o presidente. O Pavilhão de Exposições do Anhembi, visto de fora, parecia estar recebendo o Salão do Automóvel, tamanha a movimentação (a previsão é de que o saldo final alcance 60 mil visitantes). A cobiçada Gisele Bündchen não estava lá dentro, mas seu par de tênis e suas sandaliazinhas feitas em PVC foram atrações do espaço da Braskem, a maior petroquímica da América Latina, uma entre as cinco maiores indústrias brasileiras de capital privado, com faturamento superior a R$ 7 bilhões.
É uma feira de negócios entre empresas – grandes, como Rhodia, Braskem, DuPont, GE Plastics, Politeno, Eastman, entre tantas outras, e micros e pequenas (90% das empresas do setor). É uma feira onde predominam homens de terno, gravata, pasta, intenções de melhorar seus negócios e cacife para fechar negócios (a agência do Bradesco instalada no Anhembi recebeu, em três dias, propostas de financiamento no valor de R$ 50 milhões). A maioria das mulheres que circularam pelo Anhembi, algumas belíssimas como acontece em todas as grandes feiras, funcionou como uma pausa repousante para quem só fala em “polipropileno” (resina que, entre centenas de funções, é usada na fabricação daquelas cadeiras de boteco, garrafões de água mineral, brinquedos, eletrodomésticos); “pvc” (o mais versátil dos plásticos, usado na área médica, construção, arquitetura&design, moda, embalagens, indústria automotiva, embalagens descartáveis, produtos têxteis, cosméticos, tampas de refrigerante); e “polietileno” (utilizado na produção de sacaria industrial, embalagens de alimentos, fraldas e absorventes higiênicos, fios e cabos para televisão e telefone ...)
INDÚSTRIA
O vocabulário do setor não é dos mais digeríveis. Não passa pela cabeça de ninguém o insumo “caprolactama” quando se abre uma embalagem de alimento. Mas ele está lá. Como outro palavrão desse tipo está no seu cartão de crédito e em todas as camisetas dry-fit que caíram no gosto da moçada. Popular só o PET, utilizado na fabricação de garrafas de água mineral e refrigerantes. A chamada cadeia petroquímica no Brasil é uma potência. Equivale a 8% do PIB industrial, com faturamento de US$ 17 bilhões por ano. O consumo per-capita (sete quilos de polietileno por ano) ainda é modesto se comparado ao dos Estados Unidos (44 quilos), países europeus (36 quilos) e mesmo a Argentina (10,7 quilos por pessoa/ano).
Essas diferenças motivaram brindes e mais brindes com champanhe e vinho na feira do Anhembi. Um sucesso que impressionou muito positivamente o francês Jean-Claude Steinmetz, diretor mundial da Rhodia Engineering Plastics. “É a terceira maior feira do mundo, depois da feira da Alemanha e dos Estados Unidos”, disse o executivo. Ele vê as coisas do topo da Rhodia, que fatura em torno de US$ 750 milhões por ano, sendo que 12% saem de suas vendas de plásticos de engenharia para o setor automobilístico. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Plástico (INP), cada veículo utiliza entre 80 e 110 quilos de plástico. No final de década de 80, a média era de apenas 30 quilos. Na agropecuária, o uso do plástico, em toneladas métricas, cresceu de 28 mil em 1989 para 110 mil no ano passado (nada ainda comparável a países como Israel, Holanda, Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Espanha, que usam de 50 a 100 vezes mais plásticos na agricultura do que o Brasil). Na saúde, o produto permite até mesmo, em caso de urgência, a instalação temporária de órgãos artificiais como pulmão e coração.
O horizonte para as indústrias do setor no País é azul da cor do mar porque, apesar do crescimento vigoroso, há um caminho infinito pela frente para crescer. Na edição 2001 da Feira K, o maior evento do setor no mundo, realizada em Dusseldorf, na Alemanha, um piano e escadas rolantes mostraram aonde o plástico injetado pode chegar. Foi um show. Aqui, um show finíssimo de música aconteceu todos os dias no estande da Politeno, uma das principais produtoras de resinas termoplásticas do Brasil. Outro show você poderá ver no cinema, no filme Um novo dia para morrer, mais uma aventura de James Bond, com música de Madonna. Para conferir realismo ao Palácio de Gelo (cenário do filme), a produção usou as chapas de Spectar, plástico de alta resistência (30 vezes mais que o acrílico de uso geral), fabricadas pela multinacional Eastman Chemical.
TEXTO COMPLETO SOBRE PLÁSTICOS
Centro Panamericano de Engenharia
Sanitária e Ciências do Ambiente
1. O que são plásticos?
Plásticos são artefatos fabricados a partir de resinas (polímeros) sintéticas, derivadas do petróleo.
No grande desafio atual enfrentando pelas prefeituras relacionado com a disposição final do lixo, encontram-se os plásticos, que pela sua natureza química caracterizam-se por apresentarem una grande resistência à biodegradação.
Uma das soluções, que vem ganhando o apoio de grande número das entidades envolvidas com a questão ambiental, refere-se ao reaproveitamento de plástico descartado no lixo urbano residencial e comercial. Constituído, em sua maior parte, por embalagens descartáveis (sacos, potes, copos, garrafas, brinquedos etc.), o plástico representa volume significativo, e sua separação do restante do lixo traz uma série de benefícios à sociedade, como, por exemplo, o aumento de vida por exemplo, o aumento de vida útil dos aterros, geração de empregos, economia de energia etc.
Embora represente somente cerca de 4 a 7% em massa, os plásticos ocupam de 15 a 20% do volume do lixo, o que contribui para que aumentem os custos de coleta, transporte e disposição final. Como ilustração, um caminho, com capacidade para transportar 12 toneladas de lixo comum, transportará apenas 6 a 7 toneladas de plástico compactado, ou 2 toneladas sem campactação.
Quando o lixo é depositado em lixões, os problemas principais relacionados ao material plástico provem da queima indevida e sem controle. Quando a disposição é feita em aterros, os plásticos dificultam sua compactação e prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente degradáveis, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de líquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica.
A queima indiscriminada de plásticos pode trazer sérios prejuízos às pessoas e ao meio ambiente, pois alguns tipos de plástico ao serem queimados geram gases tóxicos. Como exemplo, pode ser citado o policloreto de vinila (PVC), o qual ao ser queimado libera cloro, podendo originar a formação de ácido clorídrico (muito corrosivo) e de dioxinas (substâncias altamente tóxicas e cancerígenas).
Sendo assim, sua redução ou remoção do lixo são metas que devem ser perseguidas com todo o empenho. Os municípios brasileiros que hoje já sentem os problemas advindos da dificuldade em gerenciar adequadamente o lixo urbano, devem iniciar o trabalho voltado à resolução do problema, para evitar que torne-se mais grave ainda nos próximos anos. No Brasil o consumo de plásticos, apesar de expressivo, ainda está longe daquele verificado nos países mais desenvolvidos .
O Quadro 1 mostra que o consumo per-capita no Brasil ainda é muito baixo, quando comparado com o de países mais desenvolvidos e, portanto, existe um espaço muito grande de demande a ser preenchido.
Desta forma, desde já, deve-se tomar medidas preventivas para evitar o agravamento do problema, pois a não-degradabilidade dos plásticos se, por um lado, os credencia como materiais muito úteis, por outro, após o uso, são encarados como um lixo indesejável que deve ser eliminado.
Como será visto mais adiante, os plásticos, mesmo depois de serem utilizados na aplicação a que foram projetados, podem ainda ser muito úteis como material reciclado ou reutilizado.
Quadro 1. Consumo per-capita de plásticos em alguns países
País Consumo (Kg/hab-ano)
EUA
Japão
Europa Ocidental
Brasil
70
54
40
41
2. Quais são os tipos de plásticos?
Os plásticos são divididos em duas categorias importantes: termoplásticos e termofixos.
Os termofixos, que representam cerca de 20% do total consumido no país, são plásticos que uma vez moldados por um dos processos usuais de transformação, não podem mais sofrer novos ciclos de processamento pois acabam não fundido, o que impede nova moldagem. O exemplo mais clássico é a "baquelite".
Podem ainda ser citados alguns poliuretanos (PU) e poliacetato de etileno vinil (EVA) usados em solados de calçados; poliésteres como os utilizados na fabricação de telhas reforçadas com fibra de vidro; fenólicas, utilizadas em revestimento de móveis entre outros. Estes materiais, conquanto não possam mais ser moldados, ainda podem ser utilizados em outras aplicações, tais como, cargas inertes após moagem, podendo ser incorporados em composições de outras peças, como condicionadores de asfalto etc.
Os termoplásticos, mais largamente utilizados, são materiais que podem ser reprocessados várias vezes pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando submetidos ao aquecimento temperaturas adequadas, esses plásticos amolecem, fundem e podem ser novamente moldados. Como exemplos, podem ser citados, o polietileno de baixa densidade (PEBD); polietileno de alta densidade (PEAD); policloreto de vinila (PVC); poliestereno (PS); polipropileno (PP); polietilenotereftalato (PET); poliamidas (PA) e mitos outros.
3. Quais são os plásticos de maior consumo?
Dentre a grande variedade de resinas termoplásticas, apenas seis representam cerca de 90% do consumo: PEBD, PEAD, PP, PS, PVC, e PET. N° Quatro 2 é apresentada a progressão do consumo de materiais plásticos no país. Esse consumo em, 1993, situava-se em, aproximadamente, 1.600.000 t/ano.
Quadro 2. Evolução do consumo de alguns plásticos no Brasil
Consumo (mil t/ano)
Plástico 1986 1987 1988 1989 1990 1991
PEAD
PEBD
PP
PS
PVC
PET
188
454
188
157
394
---
214
516
231
148
414
---
204
455
212
140
403
---
207
473
232
140
403
---
230
460
230
125
340
7
258
485
290
127
400
12
De acordo com os dados apresentados no Quadro 2, o consumo de plásticos no Brasil, a pesar da recessão, vem crescendo. A tendência é a de aceleração do consumo, se houver a retomada do crescimento econômico do país.
4.Quais são os processos para a fabricação dos plásticos?
Os plásticos podem ser fabricados ou transformados por diversas tecnologias ou processos (Figura 1). Os mais importantes são injeção, moldagem por sopro, termoformagem, extrusão, rotomoldagem e calandragem. Alguns processos, como a extrusão e calandragem aplicam-se à fabricação de produtos semi-elaborados, (laminados, perfis, tubos, filmes etc. ) enquanto outros são aplicados na fabricação de produtos acabados como peças de máquinas (injeção) ou de recipientes e frascos (sopro, termoformagem, injeção).
Figura 1. Processos de transformação de plásticos
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5. Há geração de resíduos nas indústrias de plásticos?
Qualquer que seja a tecnologia utilizada na transformação de plásticos, sempre há uma certa quantidade de material residual nas várias operações que compõem o processo. Embora esse material, quase sempre, possa ser recuperado e reciclado por tecnologias convencionais, grande parte do resíduo é utilizado na própria indústria que o gerou e uma fração é vendida para outras empresas transformadoras ou que se dedicam à recuperação, reciclagem e/ou revenda.
6. Onde é gerado o lixo plástico?
O lixo plástico, na verdadeira acepção da palavra, é gerado principalmente em residências e estabelecimentos comerciais. É constituído, em sua maior parte, por embalagens descartáveis (sacos, potes, filmes, frascos, garrafas etc.), e pode representar volumes consideráveis em algumas cidades. Estima -se que na cidade de São Paulo, sejam coletados, como lixo, cerca de 700t/dia de materiais plásticos, o que representa, em média, cerca de 70 gramas por habitante. Infelizmente, não se dispõe no Brasil de outros dados estatísticos sobre o assunto. Porém, nas grandes cidades brasileiras os valores não devem ser muito diferentes.
7. A reciclagem do plástico
Pode-se classificar a reciclagem de plásticos em três tipos de tecnologias: primária, secundária e terciária.
• Reciclagem primária ou pré-consumo: É a recuperação destes resíduos efetuada na própria indústria geradora ou por outras empresas transformadoras. Consiste na conversão de resíduos plásticos por tecnologias convencionais de processamento em produtos com características de desempenho equivalentes às daqueles produtos fabricados a partir de resinas virgens. Esses resíduos são o constituídos por artefatos defeituosos, aparas provenientes dos moldes ou dos setores de corte e usinagem.
A reciclagem pré-consumo é feita com os materiais termoplásticos provenientes de resíduos industriais, os quais são limpos e de fácil identificação, não-contaminados por partículas estranhas. O reaproveitamento deste material é realizado ou na própria indústria geradora dos resíduos ou por outros transformadores. Pode-se afirmar que praticamente 100% destes resíduos são reciclados e a qualidade dos artefatos produzidos com esse material é essencialmente a mesma daquela obtida com a utilização de resinas virgens.
• Reciclagem secundária ou pós-consumo: é a conversão de resíduos plásticos de produtos descartados no lixo. Os materiais que se inserem nesta classe provêm de lixões, usinas de compostagem, sistemas de coleta seletiva, sucatas etc. São constituídos pelos mais diferentes tipos de material e resina, o que exige uma boa separação, para poderem ser aproveitados.
Quando se fala genericamente em reciclagem de plásticos de lixo, está se referindo à reciclagem pós-consumo. Devido à mistura com outros materiais como restos de alimentos, terra, trapos, metais, vidros, papel etc., torna-se necessário realizar a separação desses materiais da melhor forma possível. O problema é bastante minimizado quando se aplica um sistema de coleta seletiva de lixo, através do qual, as pessoas separam os diversos tipos de materiais nas próprias residências e empresas comerciais, evitando-se, desta forma, a sua contaminação.
• Reciclagem terciária: é a conversão de resíduos plásticos em produtos químicos e combustíveis, através de processos termoquímicos (pirólise, conversão catalítica). Através desses processos, os materiais plásticos são convertidos em matérias-primas que podem originar novamente as resinas virgens ou outras substâncias interessantes para a indústria, como gases e óleos combustíveis.
A reciclagem terciária ainda não está sendo utilizada em grande escala devido ao custo elevado. As outras reciclagens normalmente são empregadas e a escolha por uma ou outra depende de estudos específicos. Porém, quase sempre, os investimentos necessário às reciclagens pré-consumo e pós-consumo.
Embora não seja considerado um processo de reciclagem, a incineração é realizada em muitos países para a conversão de resíduos plásticos em energia. Neste processo, os plásticos são queimados, pura e simplesmente, com a finalidade de gerar energia térmica. Deve ser levado em conta que o valor energético dos plásticos é equivalente ao de um óleo combustível
(37,7 Ml /Kg) e, por esta razão, podem-se constituir em valiosa fonte energética se não houver possibilidade de serem reciclados por uma das alternativas anteriores. Como ilustração, as 700 toneladas de plástico por día no lixo da cidade de São Paulo equivalem a cerca de 5.000 barris de petróleo, o que representam 0,3 do consumo do país.
8. Como identificar os tipos de plástico?
Das empresas brasileiras que se dedicam à recuperação e/ou reciclagem de materiais plásticos, uma grande parte trabalha apenas com resíduos industriais, os quais, quando provenientes de empresas idôneas apresentam qualidade muito boa tanto com relação á homogeneidade, quanto á contaminação por outros plásticos ou materiais.
Porém, devido ao baixo custo da matéria-prima, várias pequenas e microempresas operam com plásticos coletados em lixões, centros de triagem de lixo, sucateiros que adquirem materiais de catadores, lixo da indústria e comercio. Sabe-se que alguns recicladores utilizam, inclusive, plásticos de lixo hospitalar e embalagens de defensivos agrícolas. A dificuldade em reciclar os resíduos plásticos reside, justamente, no fato de que estes se encontram misturados, existindo a necessidade de se separar os diferentes tipos, por serem incompatíveis entre si e não poderem ser processados em equipamento convencional.
Sendo assim, os recicladores procuram adquirir a matéria-prima desejada previamente separada, embora sempre haja necessidade proceder a uma inspeção visual para separar plásticos indesejados, os quais invariavelmente estão presentes em cada lote recebido.
A separação dos diversos plásticos por tipo de resina é um problema que também ainda não foi resolvido e é um dos motivos que tem restringido a reciclagem dos plásticos. Apesar dos muitos estudos e pesquisas já realizados e em desenvolvimento não se chegou, até hoje, a um processo que possa, de maneira rápida, automática e eficiente, efetuar a perfeita separação dos plásticos. Muitos artefatos são fabricados com mais do que um tipo de resina, o que dificulta ainda mais a separação.
Entretanto, já existe no exterior e começa a ser aplicada por algumas empresas brasileiras, uma codificação das resinas utilizadas na fabricação de artefatos plásticos. A idéia é imprimir, no artefato ou na embalagem ou no rótulo, o código correspondente à resina utilizada ou as preponderantes quando de uma mistura, de acordo com sistema mostrado na Figura 2.
Figura 2. Sistema internacional de codificação de plásticos
Esse sistema desenvolvido para auxiliar os recicladores a identificar e separar os plásticos manualmente, enquanto se aguarda o desenvolvimento de um sistema automático para cumprir esta tarefa.
Existe outra forma simples de identificar alguns dos plásticos encontrados no lixo. Essa metodologia é baseada em algumas características físicas e de degradação térmica dos plásticos Pode também, ser muito útil quando existirem dúvidas quanto ao tipo de resina. Algumas dessas características são mostradas a seguir.
Polietilenos de baixa e de alta desidade:
baixa densidade (flutuam na água);
amolecem a baixas temperatura (PEBD=85ºC; PEAD = 120ºC);
queimam como vela liberando cheiro de parafina;
superfície lisa e "cerosa";
Polipropileno:
baixa densidade (flutua na água);
amoles à baixa temperatura (150ºC);
queima como vela liberando cheiro de parafina;
filmes quando apertados na mãos fazem barulho semelhante ao celofane;
Poli (cloreto de vinila):
alta densidade (afunda na água);
amolece à baixa temperatura (80ºC);
queima com grande dificuldade liberando um cheiro acre;
é soldável através de solventes (cetonas);
Poliestireno:
alta densidade (afunda na água);
quebradiço;
amolece a baixas temperaturas (80 a 100ºC);
queima relativamente fácil liberando cheiro de "estireno";
é afetado por muitos solventes;
Poli (tereftalato de etileno):
alta densidade (afunda na água);
muito resistente;
amolece à baixa temperatura (80ºC);
utilizado no Brasil em embalagens de refrigerantes gasosos e começando a ser utilizado em embalagens de óleos vegetais, água mineral etc.
Pode-se verificar, pelo exposto anteriormente, que os plásticos têm algumas características diferentes entre si que podem se úteis para a sua separação. De fato, grade parte, senão a maioria das empresa recicladora de plástico de lixo , faz a separação e purificação dos plásticos a través da diferença de densidade (alguns plásticos flutuam na água, outros submergem e desta forma podem ser separados). A título de ilustração, o Quadro 3 mostra a densidades de alguns plásticos.
Quadro 3. Densidade de plásticos peletizados
Tipos de plástico Densidade (g/cm3)
Polipropileno
Polietileno de Baixa Densidade
Polietileno de Alta Densidade
Poliestireno
Poli(cloreto de vinila)
Poli(tereftalato de eitileno)
0,900-0,910
0,910-0,930
0,940-0,960
1,040-1,080
1,220-1,300
1,220-1,400
Obs. a densidade da água é 1g/cm3.
Além disso, algumas embalagens e alguns artefatos são tão tradicionais que a sua identificação torna-se relativamente simples. A Tabela 1 apresenta alguns exemplos típicos.
Tabela 1. Materiais X Tipos de plástico
• baldes, garrafas de álcool, bombonas: PEAD;
• condutores para fios e cabos elétricos: PVC, PEBD,PP;
• copos de água mineral: PP e PS;
• copos descartáveis (café , água, cerveja etc.): PS;
• embalagens de massas e biscoitos ; PP, PEBD;
• frascos de detergentes e produtos de limpeza: PP, PEAD, PEBD e PVC;
• frascos de xampus e artigos de higiene:PEBD, PEAD, PP;
• gabinetes de aparelhos de som e TV: PS;
• garrafa de água mineral: a maioria fabricada em PVC, porém, também se encontram em PEAD, PP e PET;
• garrafas de refrigerantes; fabricada em PET, com a base em PEAD e a tampa em PP com retentor em EVA;
• isopor: PS;
• lona agrícola; PEBD, PVC;
• potes de margarinas: PP;
• sacos de adubo: PEBD;
• sacos de leite: PEBD;sacos de lixo: PEBD, PVC.
• sacos de ráfia: PP;
• tubos de água e esgoto: a maior parte fabricada em PVC, porém, também se encontram em PEAD e PP.
9. O reaproveitamento de materiais plásticos
O reaproveitamento de materiais plásticos, através do seu re-processamento, pode ser feito por dois processos distintos sem ou com a separação das resinas:
Sem separação da resinas
Significa, o re-processamento de misturas de plásticos.
Esta alternativa exige altos investimentos em equipamento especiais (una planta pode custar alguns milhões de dólares), necessários para a obtenção de produtos com boa qualidade, atualmente fabricados apenas no exterior. A desvantagem desse processo, além do elevado investimento, é a restrição à produção de artefatos. Devido á sua concepção só permite a fabricação de peças com espessuras relativamente grandes. Porém, já existem empresas no Brasil empregando este processo par a fabricação da chamada "madeira plástica", usada na construção civil na forma de pontaletes, escoras, formas de concreto, tábuas e sarrafos; em mourões de cerca; bancos de jardim; perfis etc.
De acordo com a Figura 3, a principais etapas envolvidas nesse processo são:
• trituração dos plásticos;
• lavagem com água contendo ou não detergentes;
• secagem;
• armazenamento;
• aglutinação;
• transformação em novos produtos por equipamentos especiais.
Figura 3. Reciclagem de uma mistura de plásticos
Com a separação por tipo de resina
A recuperação e a reciclagem de plásticos separados por tipo de resina pode ser subdividida nas seguintes etapas:
• separação dos plásticos de outros materiais, através de triagem manual;
• identificação, separação e classificação dos diferentes tipos de plástico;
• trituração, lavagem e secagem;
• aglutinação;
• extrusão;
• granulação;
• transformação em novos produtos por processos e equipamentos convencionais.
Como já comentado anteriormente, a etapa mais crítica do processo é a identificação e separação dos diversos tipos de plástico. A mistura indiscriminada de diferentes resinas resultaria em produtos de baixa qualidade e, muitas vezes, inaproveitáveis. A Figura 4 representa o diagrama do processo e o Quadro 4 as etapas envolvidas.
Figura 4. Processos de recuperação de plástico separados
Quadro 4. Etapas envolvidas na reciclagem de plásticos separados
Etapas Descrição
Separação
Trituração
Regeneração
Pós - tratamento
Reciclagem
Identificação dos pláticos
PEBD, PEAD, PVC, PP, PS; PET, outros
Moagem e lavagem
Secagem
Aglutinação
Extrusão
Granulação
Aditivação
Peletização
Transformação em novo artefato
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10. Os benefícios da reciclagem de plástico
A reciclagem dos materiais plásticos encontrados no lixo urbano traz alguns benefícios sociais e econômicos para a sociedade, dentre os quais, pode.se destacar os seguintes;
• redução do volume de lixo coletado que é removido par os aterros sanitários, propiciando aumento da vida útil e redução dos custos de transporte;
• economia de energia e petróleo, pois os plásticos são derivados de petróleo, e um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em emergia;
• geração de empregos (catadores, sucateiros, operários etc.), com redução da pressão social;
• menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado (em média os artefatos produzidos com plástico reciclado são 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria - prima virgem);
• melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica nos aterros sanitários, uma vez que o plástico impermeabiliza as camadas de material em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos.
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11. Dificuldades para a implantação da reciclagem de plásticos
A implantação de um sistema de coleta seletiva e de processos para a adequada separação de materiais plásticos do lixo apresenta alguns problema, que devem ter soluções diferenciada, em função das diversa característica de cada município.
Dentre os problema mais comuns podem ser relacionados os seguintes:
• a escassez de empresa interessadas em comprar o material separado;
• as grandes distância que, às vezes, separam o município do mercado comprador;
• a dificuldade em separar corretamente os diversos tipos de plástico;
• a difícil tarefa em garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima de boa qualidade aos compradores.
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12. Comercialização do plástico reciclado
O plástico proveniente do lixo pode ser comercializado em diversas formas e diferentes estágios de preparo, dependendo dos sitemas de coleta e separção, do beneficiamento, da disponibilidade de empresas recicladoras na região etc. De forma geral, a empresa que se dedicam à reciclagem ou revenda desse tipo de material preferem adquiri-lo previamente separado e limpo, pois assim mais facilmente poderá ser processado. É, portanto, conveniente que a prefeitura ou uma associação credenciada para tal, monte uma estrutura mínima para preparar os plásticos visando atender o mercado comprador. Seja através de coleta seletiva, seja através da coleta convencional, os plásticos devem passar por um processo que possibilite sua adequação o uma posterior transformação. Dessa maneira, podem ser comercializados sob as seguintes formas:
• plástico misturado: os objetos plásticos são separados dos outros materiais que compõem o lixo a través de triagem (catação) manual em uma esteira rolante; após a separação, o material é embalado em sacos plásticos e prensados em enfardadeira, amarrados e rotulados;
• plástico separado: os artefatos plásticos são separados por tipo de resina, através de triagem (catação) manual em una esteira rolante; cada operário será responsável pela retirada de um ou dois tipos apenas de plásticos e os depositará em recipientes identificados com o nome ou símbolo da resina. Os plásticos, assim separados, são embalados em sacos plásticos e prensados em uma enfardadeira, amarrados e identificados convenientemente;
Obs.: o CEMPRE dispõe de uma publicação dirigida para empreendimentos na área de reciclagem, intitulada "Reciclagem / Negócios - Plástico Granulado"-1995.
• plástico triturado: depois da separação por tipo de resina, os artefatos de plásticos são triturados em moinhos de facas numa granulometria adequada, ensacados e identificados corretamente;
• plàstico aglutinado: se for conveniente, os plásticos poderão ser comercializados na forma aglutinada. Para isso, os plásticos, após serem triturados, são lavados em um tanque com água, secos em um "batedor" com o auxílio de "sopradores" de ar e adensados em um aglutinador. Esse equipamento é um cesto rotativo, semelhante ao de uma máquina de lavar roupa, que ao girar aquece o plástico por atrito, secando e adensando o material triturado. O material ao ser retirado do granulador é resfriado ao ar e ensacado, recebendo etiqueta de identificação;
• plástico granulado ou peletizado: embora alguns equipamentos possam transformar diretamente o plástico aglutinado, é conveniente que esse material passe por uma extrusora, seguida por um granulador; ao passa pela extrusora, o material é fundido e homogeneizado e obrigado a passar em uma matriz contendo diversos orifícios, dos quais sairão fios de plásticos (espaguetes). Esses fios são resfriados em um banho de água fria e cortados em pedaços de cerca de 2 a 3 mm em equipamento granulador. A seguir, o material granulado é ensacado e etiquetado.
É evidente que o preço do material a se comercializado aumento à proporção do seu beneficiamento, bem como o seu custo. A opção por uma das alternativas apresentadas, depende basicamente das características da coleta, do tamanho do município, da disponibilidade de área, da localização próxima , de indústrias do setor enfim, de um conjunto de fatores que determinará a escolha mais adequada.
13. Situação brasileira e projeções futuras
Como já mostrado no Quadro 5, o Brasis ainda consome pouco plástico, quando comparado aos países mais desenvolvidos. É de se supor, portanto, que a demanda aumentará muito nos próximos anos e, se não houver bom planejamento para o gerenciamento dos resíduos plásticos, com certeza as conseqüências serão semelhantes àquelas já vividas por alguns países. Esses, estão as voltas com volumes enormes de lixo sem saber exatamente o que fazer, uma vez que as áreas disponíveis par aterros tornam-se cada vez mais escassas, as instalações de incineradores nem sempre são aprovadas pela população local e os custos financeiros e políticos tornam-se incompatíveis com a realidade dessas regiões.
Quadro 5. Consumo per-capita de plásticos em alguns países
País Consumo (Kg/hab-ano)
EUA
Japão
Europa Ocidental
Brasil
70
54
40
41
Em algumas das principais cidades brasileiras já se identificam problemas relacionados com a falta de áreas disponíveis para a instalação de aterros sanitários, que a cada dia ficam mais distantes e, em alguns casos, a total inexistência dessas áreas, criando uma situação preocupante, pois a taxa de crescimento populacional - apesar de ter reduzido - continua bastante alta e a tendência é de maior geração de lixo. Considerando-se esse fatores, acrescidos do fato de que o aumento do poder aquisitivo da população acarreta maior consumo, contribuindo para a geração de mais lixo, torna-se necessário uma tomada de posição urgente por parte dos governantes, para que estudos e projetos visando à resolução de um problema tão crítico e desafiador sejam iniciados.
A reciclagem/reutilização de materiais plásticos é uma condição essencial para o gerenciamento do lixo, pois esses significam em volume cerca de 20% d todo do lixo urbano e seu desvio do aterro contribuirá significativamente para o melhor aproveitamento dos recursos e conseqüente melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. As prefeituras devem inclusive criar incentivos (fiscais, estruturais etc.) para motivar e conscientizar os cidadãos e as empresas a participarem ativamente do processo, bem como incentivar a utilização de produtos reciclados. Assim agindo, as prefeituras estarão dando exemplo e o aval para o consumo dos plásticos reciclados, ajudando a combater alguns dos tabus ainda existentes.
Embora haja, em certos casos, algumas limitações e restrições para utilização do plástico oriundo o lixo urbano (não pode ser usado para embalagens de alimentos, produtos farmacêuticos e hospitalares e alguns tipos de brinquedos), se adequadamente tratado, esta matéria-prima pode ser utilizada na fabricação de muitos produtos, mantendo quase que as mesmas propriedades daqueles feitos com matéria-prima virgem. Portanto, o preconceito ainda existente que impede um uso maior desta matéria-prima, reside na falta d informação e também ma existência d alguns transformadores que insistem na tese de que a competitividade só é alcançada quando se tem baixo preço, não importando a qualidade do produto. Deve ser ressaltado que existem normas técnicas e especificações que devem ser atendidas, não importando se a matéria-prima é virgem ou reciclada.
A reciclagem dos plásticos tem contribuído efetivamente para o desenvolvimento de artefatos de boa qualidade e de baixo custo, tornando possível o seu acesso por uma boa parte da população de baixo poder aquisitivo, tais como condutores elétricos, mangueiras, sacos d lixo, brinquedos, utensílios domésticos etc., e de produtos industriais de alto desempenho, tais como paletes, tábuas, mourões e perfis de "madeira plástica", e um sem número de outros produtos.
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Quanto e o que se recicla no Brasil e no mundo
Papel
O consumo anual (por habitante) de papel no Brasil manteve-se estável em 1998, situando-se em 38,4 quilos, ainda distante dos níveis observados em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos (336,5 kg por habitante). No entanto, estima-se que 35% do papel produzido no país nos últimos dez anos são originados de matéria-prima reciclada. Nos Estados Unidos, esse número é de 27,6%, caindo para 10,8% no Canadá.
Plástico
O consumo anual de plásticos no Brasil gira em torno de 19 quilos. O volume é relativamente baixo se comparado aos índices de outros países, como Estados Unidos (100 kg/hab) e a média na Europa (80 kg/hab.). No campo da reciclagem, 15% dos plásticos rígidos e filme retornam à produção brasileira como matéria-prima, o que equivale a 200 mil t/ano. Nos Estados Unidos, este número é quase cinco vezes maior.
Vidros
A indústria brasileira produz 800 mil t/ano de vidros para embalagens, das quais 35% são recicladas, somando 280 mil toneladas por ano. Os Estados Unidos produziram 11 milhões de toneladas em 1997, das quais reciclaram 37%, correspondendo a 4,4 milhões de toneladas. Índices de reciclagem de vidro em outros países: Alemanha (74,8%), Reino Unido (27,5%), Suíça (83,9%) e Áustria (75,5%).
Latas de alumínio e aço
Em 1998, o Brasil atingiu o recorde nacional de reciclagem. Foram mais de 5,5 bilhões de latas recuperadas pela indústria, o que significa uma taxa de 65% sobre o total de latas de alumínios vendidas (8,5 bilhões de unidades). Os números brasileiros superam países industrializados, como Inglaterra (23%) e Itália (41%). Os Estados Unidos recuperam 66%, o que equivale a 64 bilhões de latas por ano. O Japão recicla 73%. Quanto às latas de aço, 35% das latas consumidas no Brasil são recicladas, o que equivale a cerca de 250 mil t/ano. Nos Estados Unidos, 60% das embalagens de folha de flandres retornaram à produção de aço em 1987. Se o Brasil reciclasse todas as latas de aço que consome atualmente, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano.
Fonte: www.napoles.com.br/destino/quanto.htm
LINKS PARA RECICLAGEM
Açobras Reciclagem de Sucata
Compra e venda de sucatas, ferro velho, resíduos, insumos, plásticos, lixos, coletas, aparas, metais, papelão, polímeros, cobre, latão, alumínio, bronze, zamack, chumbo, níquel, estanho e aço. São Paulo, SP.
Alutech - Alumínio Tecnologia
Indústria de reciclagem de sucata de alumínio em geral, especialmente latinhas de bebidas. Abastece as usinas siderúrgicas fornecendo alumínio secundário para a composição de ligas metálicas como o aço e outras aplicações. Duque de Caxias, RJ.
Asmare
Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte, MG. Comércio de materiais recicláveis. Entidade social que contribui com meio ambiente e a vida.
Atividades Humnas e o Lixo
Contém informações referentes sobre os cuidados com o lixo, aterro sanitário de Curitiba, tipos de lixo etc...
Brasil Recicle
Descontaminação de lâmpadas especiais, lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de mercúrio. Mercúrio no meio ambiente, reciclagem, lâmpadas usadas e queimadas, sucata de lâmpadas etc... Indaial, SC.
CEMPRE
Compromisso Empresarial para Reciclagem. Associação sem fins lucrativos que visa promover a reciclagem e conscientização em torno da questão de resíduos sólidos no Brasil. São Paulo, SP.
Coleta Seletiva
Página sobre coleta seletiva e equipamentos utilizados.
Compam
Informações de reciclagem, meio ambiente, entretenimento, cultura, etc... São Paulo, SP.
Cooperativa de Coleta Seletiva
Cooperativa Aliança de Coleta e Manuseio de Recicláveis São Judas Tadeu, recebe doações de lixo reciclável de uma região de Campinas, SP.
Copel Reciclagem de Papel
Empresa especializada em reciclagem. Informações sobre reciclagem e meio ambiente. Goiânia, GO.
CRB - Transjavi
Empresa de reciclagem de lixo. Belo Horizonte, MG.
Hydra Power
Compactadores de lixo, equipamentos para reciclagem e hidráulicos. Limpeza, higiene e serviços. Reciclagem de plásticos, metais, papel, papelão e vidro.
Krown Tecnologia em Reciclagem
Desenvolve equipamentos, processos e tecnologias para a reciclagem de materiais, como usinas de seleção e triagem de lixo, prensas, picotadores e tanques de descontaminação. São Paulo, SP.
Lixo Amapá
Sobre a situação da questão dos resíduos sólidos de todos os municípios do estado. Macapá, AP.
Lixo e Reciclagem
Ecologia, reciclagem, fotos, HP, educação, cursos, lixo e poluição.
Lixo e Reciclagem
Página de pesquisa, tudo que se relacione ao lixo, como artigos e curiosidades, saúde e meio ambiente, atividades humanas, para onde vai, problemas etc...
Lixo Reciclável
Informações sobre o porquê e como fazer reciclagem.
Loucos Por Lixo
Página voltada principalmente a concientização da importância da reciclagem do lixo.
Maria Papirus
Página dedicada a conteúdos relacionados à reciclagem artesanal de papel, produtos e abordagens voltadas para arte e educação.
Mega Reciclagem
Reciclagem de lâmpadas de mercúrio e sódio. Curitiba, PR.
Padron Ecology
Subdivisão da empresa Padron Indústria Têxtil, especializada na produção de roupas fabricadas com fibras recicladas de garrafas PET.
Pro Reciclar
Tem como objetivo desenvolver métodos de reciclagem de lixo orgânico para produção de adubo natural, produzir mudas de árvores frutíferas e ornamentais utilizando-se como substrato o húmus obtido da decomposição do lixo orgânico e promover a arborização do espaço urbano com as espécies frutíferas e ornamentais através da distribuição destas mudas.
Projeto Knapik
Reciclagem de papel, reciclagem de plástico, artigos, projeto de reciclagem, prensa de materiais recicláveis, carrinho de materiais recicláveis, informações e outros. Porto União, SC.
Projeto Reciclar
Página do Projeto Reciclar UFV demonstrando a Coleta Seletiva de Lixo. Educação ambiental, quais são os materiais recicláveis, coleta seletiva, UFV etc...
Realpet - Solução em Reciclagem
Empresa dedicada à reciclagem de garrafas descartáveis e retornáveis de plástico PET. Tem como objetivo preservar a natureza respeitando-a. Para isso, reaproveita resíduos plásticos domiciliares e industriais, que são jogados no meio ambiente diariamente.
Recicla Residos
Gerenciamento ambiental de resíduos, papel, plástico, vidro, metais, tecidos, madeiras, entulhos e resíduos químicos, treinamentos e palestras. Sorocaba, SP.
Reciclagem
Site com links para reciclagem de materiais como: papel de escritório, papel ondulado, plástico filme, latas de alumínio, latas de aço, vidro, plástico rígido, pneus, PET, embalagens cartonadas longa vida, óleo lubrificante usado etc...
Reciclagem
Página dedicada a reciclagem ou coleta seletiva.
Reciclagem de Latas
Processamento de lata de alumínio para reciclagem. Proteção ambiental. Rio de Janeiro, RJ.
Reciclagem de Materiais
Textos sobre reciclagem de materiais dirigidos para alunos de 1º e 2º graus.
Reciclar é Preciso
Home page dedicada a informações sobre reciclagem de materiais como papel, papelão, pet, pneu, plásticos, latas de alumínio e aço.
Reciclar Serviços Ambientais e Analíticos
Soluções analíticas, tratamento de água, resíduos sólidos, equipamentos, produtos, monitoramento ambiental... Aracruz, ES.
Recicláveis
Informações sobre reciclagem e meio ambiente. Projetos sócio ambientais e de educação ambiental, fabricantes de equipamentos, prestadores de serviço e muito mais.
Recicle Web Site
Tem como meta inicial prestar serviços na área de retirada de resíduos através de containeres estacionários. Coletas (seletiva, hospitalar, domiciliar, comercial, industrial, sépticos, entulhos) transporte, tratamento e disposição final de resíduos sólidos, aterro sanitário, reciclagem, meio ambiente, leis,fauna e flora etc... Brusque, SC.
Recicloteca
Tem o objetivo de difundir informações sobre técnicas e pesquisas em reciclagem, conservação do meio ambiente, redução e reaproveitamento do lixo. Banco de dados da Recicloteca.
Resolidi Assessoria Comercial
Empresa voltada a reciclagem, resíduo, coleta seletiva e residuo industrial. Rio de Janeiro, RJ.
Retricom Saneamento Ambiental
Empresa especiazada em equipamentos para usina de reciclagem e compostagem de lixo, prensas hidraúlicas, peneiras, lixeiras e conteinner. Breve introdução à importância da reciclagem e links para pesquisa sobre o tema.
Reynolds Latasa
Informações sobre fabricação e programa de reciclagem de latas de alumínio.
Saber Cuidar
Saiba mais sobre reciclagem, Rio Tietê, NEC, aterros sanitários (SASA), colheta de lixo do Brasil etc...
Sílex
Recicladora de resíduos industriais. Reciclagem de lixo ou resíduos industriais. Gerenciamento ambiental e capacitação do gerador do resíduo a ISO 14000.
Usiferr
Reciclagem/comercialização e coleta de resíduos industriais. Coleta seletiva de lixo, reprocessamento, normas CADRI e conceito ambiental. Recicle sucata, metais ferrosos e não-ferrosos, papelão, plástico e vidro.
VENATIV
Serviços de reciclagem, resíduos, gerenciamento de resíduos, meio ambiente e coleta seletiva. Copacabana, RJ.
World Cicla - Coleta Seletiva e Reciclagem
Empresa pioneira no Brasil em produtos e serviços voltados para coleta seletiva de l
Lixo no Brasil
Atualmente, vivemos num ambiente onde a natureza é profundamente agredida. Toneladas de matérias-prima, provenientes dos mais diferentes lugares do planeta, são industrializadas e consumidas gerando rejeitos e resíduos, que são comumente chamados lixo. Seria isto lixo mesmo? Lixo é basicamente todo e qualquer material descartado, proveniente das atividades humanas. É importante lembrar que o lixo gerado pelo homem é apenas uma pequena parte da montanha gerada todos os dias, composta pelos resíduos de outros setores. Os diferentes tipos de lixo se classificam de acordo com sua origem:
- dos espaços públicos: como ruas e praças, o chamado 'lixo de varrição', com folhas, terras, entulhos.
- dos estabelecimentos comerciais: com restos de comida, embalagens, vidros, latas, papéis.
- das casas: com papéis, embalagens plásticas, vidros, latas, restos de alimentos, rejeitos.
- das fábricas: com rejeitos sólidos e líquidos. É de composição variada, que depende dos materiais e processos usados.
- dos hospitais, farmácias e casas de saúde: um tipo especial de lixo, contendo agulhas, seringas, curativos; o chamado "lixo patogênico", o que produz inúmeras doenças.
Como se percebe, em todo o lugar sai lixo. E se a este for dado um destino final inadequado?
Conheça :
O Nosso Lixo é um Luxo
Mais de 50% do que chamamos lixo e que formará os chamados "lixões" é composto de materiais que podem ser reutilizados ou reciclados. O lixo é caro, gasta energia, leva tempo para decompor e demanda muito espaço. Mas o lixo só permanecerá um problema se não dermos a ele um tratamento adequado. Por mais complexa e sofisticada que seja uma sociedade, ela faz parte da natureza. É preciso rever os valores que estão norteando o nosso modelo de desenvolvimento e, antes de se falar em lixo, é preciso reciclar nosso modo de viver, produzir, consumir e descartar. Qualquer iniciativa neste sentido deverá absorver, praticar e divulgar os conceitos complementares de REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO e RECICLAGEM.
REDUZIR Podemos reduzir significativamente a quantidade de lixo quando se consome menos de maneira mais eficiente, sempre racionalizando o uso de materiais e de produtos no nosso dia a dia. A título de exemplo, é possível editar e revisar documentos na tela do computador, antes de recorrer a cópias impressas; obter fotocópias em frente e verso; publicar informativos mensais ou semanais ao invés de produzir diversos memorandos; usar quadros de avisos para leitura coletiva, em substituição a circulares; omitir envelopes para correspondências internas; usar mais eficientemente os materiais de nosso cotidiano, como pilhas, pastas de dentifrício, sapatos, roupas, etc. Uma observação considerável: os restaurantes que servem “comida a quilo” estão fazendo o maior sucesso: o mínimo desperdício possível.
REUTILIZAR O desperdício é uma forma irracional de utilizar os recursos e diversos produtos podem ser reutilizados antes de serem descartados, podendo ser usados na função original ou criando novas formas de utilização. Exemplificando: podemos utilizar os dois lados do papel, confeccionar blocos para rascunhos com papel escritos ou impressos em apenas um dos lados; reutilizar envelopes e clipes; reutilizar latas, sacos e embalagens plásticas para vasilhames, produção de mudas e até mesmo brinquedos; triturar restos de materiais e entulhos de construção para reutilizá-los em construções simples.
RECICLAR é o termo usado quando é re-feito, por industrias especializadas, o produto de origem industrial, artesanal e agrícola, que foi usado e descartado ao fim de seu ciclo de produção e utilização. A reciclagem vêm sendo mais usada a partir de 1970, quando se acentuou a preocupação ambiental, em função do racionamento de matérias-primas. É importante que as empresas se convençam não ser mais possível desperdiçar e acumular de forma poluente materiais potencialmente recicláveis.
Reciclagem - O que fazer com o lixo
O Brasil é o campeão mundial da reciclagem de alumínio e papelão, mas ainda joga quase todo o resto do lixo orgânico em depósitos clandestinos espalhados pelas cidades.
Marcelo Ventura
Ao fim de um dia comum, cada brasileiro produz, em média, 1 quilo de lixo. Em setenta anos de vida, serão cerca de 25 toneladas de resíduos. Somando o descarte de todos os brasileiros, o monturo diário chega a 170 000 toneladas, o suficiente para encher 1,7 milhão de sacos de lixo grandes - quase um Pão de Açúcar - ao fim de um ano. Dessa montanha de sujeira, 65% são formados por matéria orgânica pouco aproveitada, que poderia ser transformada e aplicada na agricultura e na produção de energia. O restante é composto de vidro, plástico, papel e metais, materiais recicláveis que demoram centenas de anos para desaparecer totalmente da natureza ou são tóxicos ou nocivos ao ser humano. Todo esse montante é depositado, na maioria dos casos, em áreas pouco apropriadas, poluindo o meio ambiente. Há caminhos para diminuir a montanha de lixo. Eles combinam, além da coleta, seleção, reciclagem, compostagem, tratamento e destino adequados.
Os resíduos das cidades são de responsabilidade das prefeituras. O ideal seria que investissem em aterros sanitários - áreas com infra-estrutura, em formato de piscinas gigantes, com solo impermeável em que o lixo é depositado e coberto com camadas de terra. Nesses locais, o líquido resultante da decomposição orgânica, o chorume, não contamina o terreno. Ao mesmo tempo, há tratamento adequado dos gases emitidos pelo lixo. Geralmente, os governos municipais só têm recursos para criar e monitorar poucas áreas controladas, sem a mesma sofisticação dos aterros. Boa parte do lixo urbano do país acaba mesmo em lixões clandestinos e que ficam a céu aberto. Alguns países europeus, com pouco espaço para o armazenamento dos resíduos, dão exemplos que podem ser seguidos. A tecnologia de compostagem do lixo orgânico doméstico para transformá-lo em adubo está bastante avançada na Itália.
Em vez de espalhar os detritos em uma área ao ar livre, revolvendo a terra para que o lixo se transforme em fertilizante, foi desenvolvida uma técnica em que o lixo é colocado em células de concreto. Elas recebem oxigênio para "alimentar" as bactérias e acelerar o processo de decomposição. Resultado: em um mês o composto está pronto para o uso na agricultura. "O problema é que o lixo brasileiro vem cheio de pedaços de plástico e vidro. Não dá para usar como fertilizante", diz o diretor da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Tadayuki Yoshimura.
Esse é um problema sério. A separação de plásticos, vidros e papel que acontece no Brasil se deve muito mais ao trabalho de catadores de lixo do que a conscientização ambiental. O Brasil é campeão mundial na reciclagem de alumínio e papelão: cerca de 80% do total descartado volta para as indústrias, principalmente pelo trabalho de milhares de catadores. O objetivo do governo e de algumas entidades ambientais é fazer com que as classes média e alta também se preocupem com o assunto e se envolvam na reciclagem. Em uma série de campanhas, redes de supermercados estimularam a separação de garrafas de refrigerantes de plástico, que foram trocadas por cupons de descontos. São ações isoladas, mas dão resultados: no ano passado, 33% das 270 000 toneladas de resina usada em vasilhames tipo PET vieram de reciclagem. Uma prova de que acabar com lixo não é apenas uma questão de qualidade de vida, mas também pode ser um negócio lucrativo.
Uma solução para as montanhas de pneus
Há dois anos, uma lei aprovada no Congresso determinou que as indústrias de pneus recuperassem e reciclassem 15% de sua produção, um número que deve chegar a 100% em dois anos. A Petrobras mantém desde 2001 no Paraná uma unidade que produz óleo combustível, enxofre e gás a partir de pneus velhos. A cada mês são destruídos 500 000 unidades de pneus. Estima-se que existam no Brasil 45 milhões de pneus abandonados no meio ambiente.
26/12/2002
RJ terá usina de geração de energia a partir do lodo de esgoto
A Secretaria de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro e a Cedae - Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro assinaram acordo de cooperação técnica para a instalação de uma usina-piloto de geração de energia a partir do lodo de esgoto.
O projeto, orçado em cerca de US$ 2 milhões, contará com recursos da empresa UTE Norte Fluminense, dentro de um programa de contrapartida do Estado que concede isenção de ICMS para usinas termelétricas que se instalarem no Estado, em troca de investimentos em projetos que utilizem fontes alternativas de energia.
A unidade piloto, que será instalada na Estação de Tratamento da Penha, deverá entrar em funcionamento dentro de nove meses e tem prazo mínimo de operação de 24 meses. "Inicialmente, a usina deverá gerar 1 megawatts de energia, mas a tecnologia utilizada permite a instalação de novos geradores que poderão ampliar a sua capacidade. Esse é um projeto muito importante para o Estado, não só pela energia gerada, mas principalmente porque estaremos resolvendo uma questão preocupante que é a destinação do lodo de esgoto. Estudos da Organização Mundial de Saúde revelam que, para US$ 4 investidos em saneamento básico, são economizados US$ 10 de investimentos em saúde pública. Além disso, o gás metano proveniente do esgoto e do lixo é um dos principais agressores da camada de ozônio", declara o secretário Luiz Limaverde.
Segundo o secretário, o programa de contrapartida das usinas termelétricas, inédito no Brasil, tem sido um sucesso. As usinas Macaé Merchant e UTE Norte Fluminense já estão realizando vários projetos em parceira com o Estado, entre eles, a construção do Centro Tecnológico Universitário de Paracambi, na Baixada Fluminense, que já prepara o seu primeiro vestibular; a iluminação, através da energia solar, de 130 residências de Paraty, no litoral sul fluminense; um novo sistema de iluminação no Teatro Municipal do Rio; a iluminação cênica do Palácio de Cristal, em Petrópolis, na Região Serrana; iluminação de igrejas históricas no interior do Estado; e o fornecimento de um gerador de emergência a biodiesel para o Instituto Nacional do Câncer, no Rio.
O secretário de Energia disse que, levando-se em conta o fato de haver mais oito projetos termelétricos em andamento, com operação prevista para o período de 2003 a 2005, além da geração de energia que tornará o Rio de Janeiro auto-suficiente, muito ainda poderá ser feito no âmbito social e na utilização de fontes renováveis.
(Fonte: Ascom Gov. do Rio de Janeiro)
06.12.02
A solução: coleta seletiva
A coleta seletiva para reciclagem é apontada por especialistas como fator chave para resolver o problema de lixo da cidade, mas é quase inexistente nos serviços da Prefeitura.
O Departamento de Limpeza Pública opera 25 roteiros com esse tipo de coleta ¬ herdados da administração realizada pela então prefeita Luiza Erundina ¬ e mantém 15 postos de entrega voluntária. Juntos, entretanto, esses dois serviços somam apenas 0,03% do lixo coletado na cidade. Na expectativa de reverter esse quadro, deverá ser inaugurado em janeiro, na Mooca, o primeiro de 11 núcleos do projeto Coleta Seletiva Solidária, que funcionará em parceria com algumas cooperativas de catadores. O programa inclui diferentes tipos de coleta: porta-a-porta, postos de entrega voluntária (separados para materiais recicláveis, entulho e resíduos perigosos), além de intervenções locais, com atividades de educação ambiental. Segundo cálculos da Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), uma organização sem fins lucrativos do setor privado, cerca de 40% do lixo produzido na cidade poderia ser reciclado.
E para isso não seria preciso criar nenhuma nova infra-estrutura, pois a indústria de reciclagem no Estado hoje trabalha com capacidade ociosa, segundo o diretor-executivo do Cempre, André Vilhena. “A capacidade instalada é mais que suficiente. Só falta matéria-prima.” Na ausência de ações públicas, a população se organiza para garantir o destino correto do lixo. No condomínio Portal da Cidade, no Morumbi, um programa organizado há três anos pelos moradores faz a coleta seletiva de 5 das 7 toneladas de lixo mensalmente. O material, separado pelos condôminos, é coletado por duas empresas de reciclagem a cada 10 ou 15 dias. “Nosso objetivo é reduzir a quantidade de resíduos produzidos no prédio. A coleta seletiva é o primeiro passo”, diz a moradora Maria Isabel de Mendonça, organizadora do projeto. O condomínio tem 1.300 moradores.
Capacidade dos aterros de SP está se esgotando
A sobrevida dos aterros sanitários de São Paulo está chegando ao fim. Cerca de 93% das 12 mil toneladas de lixo doméstico e resíduos produzido na cidade acaba, mais cedo ou mais tarde, nos Aterros Bandeirantes e São João. O primeiro, inaugurado em 1979, tem apenas mais três anos de vida e o segundo, em operação desde 1992, pode funcionar por mais cinco anos. Cada um recebe, anualmente, 2 milhões de toneladas de lixo. O material é despejado nos aterros sem passar por nenhum processo de seleção ou triagem, diz o diretor da Divisão Técnica de Aterros Sanitários do Departamento de Limpeza Pública (Limpurb) da Prefeitura, Plínio Valente. Apenas 15% do lixo da cidade passa antes por uma usina de compostagem, que retém metade disso como composto orgânico ou material reciclável. A Usina de São Mateus processa 730 toneladas por dia e a de Vila Leopoldina, 900. O lixo passa por uma triagem manual para a recuperação de recicláveis e depois entra em um grande cilindro giratório, chamado biodigestor, no qual é triturado. Em seguida, passa por uma peneira de 22 milímetros.
"O que passa é considerado material orgânico para uso agrícola. O resto é dejeto, encaminhado para os aterros", explica o engenheiro Deodoro Antonio Oliveira Vaz, diretor da Divisão Técnica de Compostagem do Limpurb. O material reciclável recuperado representa apenas 4% do total. "A eficiência não é total, pela quantidade de material que recebemos." A cidade conta ainda com um terceiro aterro na Avenida Itaquera, com 400 mil metros quadrados, que recebe 150 mil toneladas por mês de entulho da construção civil. Juntando tudo, São Paulo produz 15 mil toneladas de lixo todos os dias. A solução para desafogar os aterros, segundo Valente, é a coleta seletiva e a reciclagem. "Só assim poderemos diminuir a quantidade de resíduos que vai para os aterros."
(Fonte: Estadão)
A riqueza no lixo - por Washington Novaes
Está em curso uma polêmica na cidade de São Paulo, onde a prefeitura municipal anunciou que pretende criar uma taxa de limpeza urbana para imóveis residenciais e não-residenciais, separada do IPTU. A cobrança junto com o imposto, em muitos lugares (inclusive em Goiânia), se deve a que o Judiciário impede que se crie uma taxa sem medir a quantidade de resíduos produzida. E as prefeituras não são capazes de medir - até mesmo porque em grande parte dos municípios, com a coleta terceirizada, as informações a respeito estão com as empresas que coletam o lixo e têm interesse em que ele aumente, porque ganham por tonelada recolhida e depositada em aterros.
A Prefeitura de São Paulo está estabelecendo cinco faixas de cobrança para residências, entre R$ 6,14 mensais e R$ 61,36. Para imóveis não-residenciais, quatro faixas diferenciadas.
Uma das razões que estão levando São Paulo a estabelecer essa cobrança é a situação dramática nessa área de resíduos. Só de lixo doméstico, são 15 mil toneladas diárias (quase 1,5 quilo por pessoa por dia, pouco acima de Goiânia, com a média de 1,3 quilo). Parte desse lixo vai para o aterro São João, parte para o Bandeirantes. Mas este, que recebe 6 mil toneladas/dia, já com 140 metros de altura de camadas superpostas de lixo, está-se esgotando. Todo o lixo terá de ir para o São João, que terá sua vida útil esgotada para uns poucos anos (São Paulo só recicla um terço de 1% de seu lixo).
Que fazer depois? É dificílimo implantar um aterro novo. Ninguém o aceita por perto. Se aceitar, é preciso ter terrenos grandes, isolados, com bom acesso, lençol freático profundo, ventos favoráveis (por causa dos cheiros). Então é preciso induzir a redução do lixo que vai para aterro (a cobrança pode levar à redução) ou implantar novos aterros.
É problema que atormenta muitas grandes cidades no mundo. Nova York está mandando s! eu lixo de caminhão para 600 quilômetros de distância. Paga 60 dólares por tonelada pelo transporte e disposição (fora a coleta), 720 dólares por dia para 12 mil toneladas. Toronto, no Canadá, manda seu lixo por via férrea para 800 quilômetros de distância, para ser colocado no fundo de uma antiga mina de ferro. A Europa caminha para proibir aterros, tudo terá de ser reaproveitado, reciclado ou incinerado (este último caminho, caro, homologa o desperdício de materiais).
No projeto de Política Nacional de Resíduos Sólidos, em discussão na nossa Câmara dos Deputados, não se conseguiu avançar muito. As pressões de setores interessados - principalmente o de embalagens - levaram a vários recuos. O mais importante deles na intenção de responsabilizar os produtores dessa área pela coleta e disposição. Só as embalagens de pet são 5,7 bilhões de unidades por ano, no Brasil. Em muitos países (Alemanha, Escandinávia) os produtores já têm de cuidar da coleta e destinação. Mesmo entre nós, em Curitiba, a Justiça condenou uma indústria (de Goiás) a promover a coleta.
Enquanto não se consegue avançar, diz o IBGE que 60% do lixo domiciliar no Brasil (umas 130 mil toneladas por dia, no total) têm destinação inadequada, embora se calcule que as prefeituras gastem mais de R$ 1 bilhão por ano só na coleta (fora o custo de implantação e operação dos aterros). E a situação só não é muito mais grave por causa da legião de heróis que são as centenas de milhares de "catadores" que, sem garantia de renda, previdência e saúde, conseguem destinar à reciclagem a quase totalidade das latas de bebidas e boa parte do papel, papelão, plásticos e metais.
É pena que não se dê, no setor público, importância às extraordinárias possibilidades da reciclagem, principalmente para gerar postos de trabalho, promover coleta seletiva, agregar valor aos resíduos via transformação.
Já se fez essa conta neste mesmo espaço. Na experiência da usina de reciclagem implantada no Jardim Conquista, em Goiânia, pelo Instituto Dom Fernando, foram investidos cerca de R$ 1 milhão (incluídos R$ 700 mil da Secretaria de Assistência Social federal, mais o valor do terreno cedido pela Prefeitura e R$ 150 mil do Ministério do Meio Ambiente aplicados no programa de educação ambiental das populações de cinco bairros para a coleta seletiva). Com isso, implantou-se a usina que transforma papel e papelão em telhas revestidas de betume para substituir com muitas vantagens as telhas de amianto; promove a extrusão do plástico e vende as pelotas para indústrias, como matéria-prima; separa e vende vidro, metais e outros materiais; e tem condições para transformar todo o lixo orgânico em fertilizante.
Com capacidade para recolher 25 toneladas diárias nos cinco bairros e operando em apenas um turno de trabalho, a cooperativa que administra o projeto recebe da Prefeitura, por tonelada, menos que a empresa que faz a coleta do lixo na cidade. Mas gera renda para mais de 60 chefes de família. E reduz para uns 20% o lixo encaminhado para aterro.
Se operasse em três turnos, como era seu projeto originário, poderia processar 75 toneladas/dia e empregar três vezes mais pessoas. Com isso, o investimento cairia para cerca de R$ 5 mil por pessoa - muitas vezes inferior ao do custo de um emprego gerado nos programas de incentivos fiscais em vigor (há setores onde esse custo para o Estado chega a centenas de milhares de reais por pessoa).
Para processar todo o lixo de Goiânia, por exemplo, seriam necessárias umas 15 cooperativas e usinas como essa. Que custariam cerca de R$ 15 milhões (pelos valores de 1998, que precisam ser atualizados) e poderiam gerar perto de 3 mil postos de trabalho. Para processar metade do lixo residencial produzido no Estado (1.750 toneladas/dia de 2,5 milhões de pessoas, à média de 700 gramas por pessoa/dia), seriam umas 25 usinas, a um custo entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões (valores de 1998). Para gerar quase 5 mil postos de trabalho. Reduzir o lixo para aterro. Reutilizar materiais.
Esse caminho da geração! o de postos de trabalho e renda via resíduos já está sendo seguido por muitos países. Até na África, onde o Senegal, por exemplo, implantou uma verdadeira cultura, cadeias de produção - reciclagem, artesanato, produção de móveis e tecidos etc.
Precisamos mudar nossa cultura em relação ao lixo. Responsabilizar todos os produtores pelo custo dos serviços. Responsabilizar o setor de embalagens e outros produtores industriais de resíduos. Aproveitar as oportunidades de trabalho e renda que o lixo oferece. E pensar em reduzir o lixo na origem.
* Washington Novaes: Jornalista.
Artigo publicado no jornal `O Popular`, Opinião,GO.
Como embalar os recicláveis no Rio
Os materiais destinados para a coleta seletiva que não forem corretamente embalados, segundo a Comlurb (Companhia de Limpeza Urbano do Rio de Janeiro), não serão recolhidos pelo caminhão da empresa.
O material deverá ser lavado e colocado em sacos plásticos transparentes que podem ser adquiridos nos supermercados. Desta forma é possível verificar se os recicláveis foram separados do lixo comum e evitar que os materiais se misturem.
A empresa fez uma campanha de conscientização, que termina em fevereiro.
(Fonte: Água e Vida)
Política Nacional de Resíduos Sólidos: Produção e Consumo Sustentável
Segunda-Feira, 27 de janeiro, das 09h00 às 17h30
Porto Alegre/ Auditório da Caixa Econômica Federal
Rua dos Andradas, 1000, 12º. andar / Centro
Realização:
PÓLIS ¬ Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais
ABES/DN - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
Seção Rio Grande do Sul.
Comitê de Resíduos Sólidos
Painelistas:
Ministério do Meio Ambiente
Ministério das Cidades
Representantes da Câmara Federal
Greenpeace
Movimento Nacional dos Catadores
Programação:
Manhã 09h00
Mesa redonda: Política Nacional de Resíduos Sólidos ¬ Caminhos e Desafios
Objetivo: Articular uma proposta de calendário para a discussão da PNRS entre as instituições.
Tarde 14h00
Painel: Construção compartilhada da Política Nacional de Resíduos Sólidos
Objetivo: Acertar com o Governo e Parlamento o calendário para a discussão sobre a PNRS.
Moderação: Instituto Pólis e ABES
(Fonte: Instituto Polis)
Basf recicla PET para fazer tintas e vernizes
A Basf vai fechar o ano como a maior recicladora de garrafas PET do país. A empresa alemã deve ser responsável por 15,6% da reciclagem dessas embalagens no país neste ano. A companhia desenvolveu uma nova tecnologia para utilizar o material na fabricação de tintas. A novidade melhorou a qualidade do produto e ainda está proporcionando uma economia de US$ 1 milhão por ano. O PET vem sendo utilizado desde abril em 100% da linha de esmalte sintético e vernizes das marcas Suvinil e Glasurit. Isso representou um consumo de 18 mil toneladas da resina neste ano, perto de 50 milhões de garrafas. Em 2003, a utilização deve chegar a 24 mil toneladas, ou cerca de 60 milhões de embalagens.
A previsão da Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de PET (Abepet) é de que neste ano cerca de 115 mil toneladas do material sejam recicladas, com um índice de 40% de reciclagem. Se o número se confirmar, a Basf terá sido responsável pela reciclagem de 15,6% do total de garrafas, o que a coloca na liderança da reciclagem do material no país. A empresa desenvolveu uma forma de trocar derivados do petróleo utilizados na sintetização de resinas a partir de óleos vegetais pelas garrafas PET. "Fizemos uma inovação relativamente grande", diz Rui Goerck, vice-presidente de tintas e vernizes da Basf.
O desenvolvimento do novo processo começou em 1999, quando a desvalorização do real passou a aumentar os custos de matérias-primas derivadas do petróleo com preços atrelados ao dólar. Porém, a economia de US$ 1 milhão não vem apenas da substituição por um insumo mais barato. A utilização do PET permitiu a empresa reduzir em 40% a emissão de efluentes que precisavam ser tratados - são 250 mil litros de água que deixaram de ser utilizados.
Goerck diz que o maior problema do projeto é obter a garrafa para ser reciclada. Segundo o executivo, para conseguir uma fonte de suprimento constante da matéria-prima, a Basf teve que desenvolver sua cadeia de fornecimento. Para isso, a companhia negociou com duas recicladoras de PET - Recipet e Emplal - que aumentaram o número de funcionários e sua cadeia de coleta para poder atender às necessidades da Basf. As garrafas são coletadas por cooperativas de catadores de embalagens. Elas são lavadas e trituradas nas recicladoras, que vendem o PET para a Basf em flocos por R$ 1 o quilo, pronto para ser adicionado no processo de sintetização.
"O grande mérito é que além do ganho econômico, o projeto trouxe uma solução ambiental e criou uma oportunidade para comunidades excluídas com a geração de empregos", diz Vitor Seravalli, diretor industrial da Basf. Segundo os executivos da companhia, a substituição dos derivados do petróleo pelo PET também aumentaram a qualidade do produto, além de deixá-lo mais competitivo, já que seu custo de produção agora é mais baixo.
O projeto agora deve ser expandido e exportado. Por enquanto, o PET está sendo utilizado apenas em tintas que usam resinas alquídicas, abrangendo 15% da produção da linha imobiliária. A meta é que a substituição atinja no longo prazo 20% da produção total de tintas e vernizes da fabricante. Outros países também já se interessaram pela tecnologia desenvolvida no Brasil, e as unidades da Basf na Argentina e na Alemanha já estão na fila para testar a inovação em suas linhas.
(Fonte: Valor Econômico)
Fibra plástica pode eliminar poluentes da água
Pesquisadores da Coordenação de Programas de Pós- Graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostraram que uma simples fibra plástica, com a espessura de um barbante, pode eliminar vários contaminantes da água e afastar o perigo da poluição industrial. A fibra, reunida em módulos, forma uma barreira seletiva de misturas, separando substâncias segundo a sua afinidade química. O processo pode ser usado em destilarias, na desidratação do álcool (retirada da água), e na recuperação dos vapores exalados dos tanques de armazenamento. "Existem centenas de solventes, lançados no ar em forma de vapor, que podem ser contidos pelos polímeros", disse Claudio Habert, um dos coordenadores do projeto. Segundo ele, as fibras, ou membranas poliméricas, só retêm uma determinada substância da mistura, deixando as outras passarem. A substância retida pode servir para a reciclagem.
Os cientistas acreditam no potencial da nova técnica, desenvolvida com a ajuda da Universidade de Twente, da Holanda, que forneceu US$ 200 mil. Eles pretendem usá- la para separar misturas líquidas, como água e álcool, ou soda e cloro, que dificilmente são isoladas pelas técnicas tradicionais. Outro coordenador do projeto, Ronaldo Nóbrega, lembra as vantagens que a técnica pode trazer para as indústrias alimentícia, petroquímica e de extração de aromas. "Em todos os processos, a membrana tem alguma contribuição a dar", disse Nóbrega. Por enquanto, a membrana está na fase de laboratório e não disponível no mercado.
(Fonte: Estadão)
Sistema de Gestão Ambiental gera economia de R$300 mil à VW
Ambiente Global
Quando implantou seu Sistema de Gestão Ambiental (SGA), há um ano e meio, a fábrica da Volkswagen do Brasil em Taubaté (SP) tinha como objetivos principais contribuir com a qualidade de vida da comunidade, o bem-estar dos empregados e a preservação do meio ambiente, sem gerar custos adicionais para a operação. Mas, para a surpresa dos técnicos, o cuidado com a natureza, além de auto-financiável, gerou uma economia de recursos de R$ 300 mil para a empresa.
Segundo o gerente de logística e manutenção, Marcelo Perpétuo, "conseguimos confirmar na prática que a preservação do meio ambiente, além de socialmente correta, reduz custos operacionais". Ele disse que os resultados foram alcançados devido ao envolvimento direto dos 6.500 empregados e 2.300 prestadores de serviço da fábrica, que passaram a identificar, em seus locais de trabalho, oportunidades para reduzir a geração de resíduos, o uso de matérias-primas e o consumo de energia.
Os ganhos em 2002 foram obtidos com as seguintes ações: redução do consumo de energia elétrica, aumento da reciclagem de tinta automotiva, redução do consumo de óleo de estampagem e readaptação do sistema de abastecimento de fluido de freio. A fábrica de Taubaté iniciou a implantação de seu SGA no começo de 2001 e, em maio de 2002, recebeu o certificado de qualidade ambiental ISO 14.001.
Com capacidade de produção de 1.050 carros por dia, a fábrica possui um índice elevado de reciclagem e reaproveitamento de materiais: 96,7%. Itens como retalhos de aço, papel, madeira, óleos e solventes já são integralmente reaproveitados. O objetivo da planta para este é implantar novas ações de desenvolvimento sustentável, visando o reaproveitamento de recursos naturais e a redução de resíduos gerados - incluisive de materiais que já são reciclados.
6ª edição da Conferência Anual
Ref.: " Técnicas e Soluções Práticas em Gestão, Tecnologia e Legislação Aplicadas a Resíduos Industriais "
18 e 19 de março de 2003
Grand Hotel Mercure
São Paulo
Essa Conferência, com apresentação de especialistas nessas várias facetas de que se reveste o tema MEIO AMBIENTE, é mais uma oportunidade de relevante importância para os profissionais do Setor esclarecerem dúvidas e obterem novas informações relativas a:
- Desenvolvimento e implantação do gerenciamento de resíduos de sua empresa;
- Análise do custo-benefício de cada alternativa de destinação e tratamento dos resíduos gerados.
Também serão realizadas no dia 20.03.03 duas importantes atividades complementares:
- Workshop - " Novas tecnologias no tratamento de Resíduos Industriais "
- Visita técnica - conheça on site o sistema de gerenciamento de resíduos industriais da DAIMLERCHRYSLER
Esta Conferência Anual, realizada pela IBC, é patrocinada pela CETREL - Empresa de Proteção Ambiental, e tem o apoio da Câmara Brasil Alemanha, Instituto Brasil Pnuma, Abetre, Abaa, Abeq, Sites Ambiente Brasil, E-meioambiente, Águaonline, Ambiente Global e a Revista Gerenciamento Ambiental.
Constam do Programa apresentações de: representantes do Governo, Cerverjarias Kaiser, Unilever, Du Pont, Dow Química, BASF, Copel Geração, Cenibra Nipo-Brasileira, Cetrel, FEAM, SENAI, Sicherle e Associados e FIESP.
POLUIÇÃO DOS MARES POR ÓLEO
Pouco tempo após o desastre ecológico envolvendo o petroleiro Prestige, que se partiu ao meio no dia 19 de novembro e lançou 66 mil toneladas de óleo ao mar, ameaçando toda a costa noroeste da Espanha, afundando posteriormente a uma grande profundidade, de onde continua a vazar aproximadamente 125 t/dia de óleo combustível para o mar, somos informados pela Reuters, via Folha de São Paulo (FSP), que um petroleiro contratado pela espanhola Cepsa para transportar 1400 toneladas de combustível da Refinaria de Gibraltar para o Porto de Algeciras, afundou ontem (21/1/03), em meio a fortes ventos e ondas de 4 metros, no sul da Espanha, a 1,6 quilômetro da costa e em local com 50 metros de profundidade. Brigadas de resgate recuperaram o corpo do comandante da embarcação, após helicópteros e lanchas vasculharem a área por horas, mas um a mancha de óleo começou a tingir a costa de Gibraltar.
Sistemas de barreiras de contenção e embarcações e equipamentos de limpeza já estão no local, e o Ministro do Desenvolvimento da Espanha, Francisco Alvarez Cascos, garantiu estarem em condições de se antecipar a qualquer impacto no litoral, afirmando ainda que o óleo vazado parecia provir das máquinas e não da carga da embarcação, minimizando o risco de dano ecológico grave. Acrescentou o Ministro que mergulhadores constataram a integridade do casco da embarcação.
CIMENTEIRA INVESTE EM RESPONSABILIDADE SOCIAL
A Holcim (antiga Holdercim), fabricante de cimento, investirá R$ 1,5 milhão este ano em projetos sociais, que beneficiarão direta ou indiretamente 12 mil pessoas, conforme Carlos Bühler, Presidente da empresa no Brasil, que afirma ser necessário o tripé lucro-meio ambiente-área social, para o desenvolvimento sustentável.
A empresa criou um instituto para organizar seus investimentos na área social, já tendo investido por ele R$ 1,3 milhão em 2002, que conseguiu cumprir o objetivo de estar presente com obras em todas as localidades onde a Holcim opera, focalizando os pilares do investimento social da companhia: educação, meio ambiente e infra-estrutura.
Na área ambiental, o projeto do viveiro de mudas, onde são criadas espécies nativas para distribuição às prefeituras visando arborização dos municípios, está sendo levado a todas as cidades onde atua a empresa; a educação ambiental também é contemplada com os viveiros, que já ensinaram a mais de 3 mil pessoas, entre professores e estudantes, a produzir e cuidar das mudas.
Na área educacional, o maior impacto: o Projeto Mei-Mei, que desenvolve programas de educação formal, oficinas de arte e capacitação profissional para crianças de famílias de baixa renda de Cantagalo-RJ. Em Pedro Leopoldo e Barroso, MG, a Holcim participa do projeto Educar e Prosseguir, em parceria com Sesi e Senai, envolvendo alfabetização de adultos e crianças de maior faixa etária, já tendo atendido mais de 1,7 mil pessoas. As prefeituras locais colaboram.
É intenção do Grupo desenvolver relações com segmentos organizados da sociedade civil, "indo de encontro às necessidades das comunidades das áreas de influência das unidades da empresa", desta forma estimulando a organização da sociedade e a proposição de soluções para seus problemas, que a Holcim poderia patrocinar.
Reportagem sobre a Mata Atlântica pode valer uma viagem ao exterior ou prêmio em dinheiro
As instituições "SOS Mata Atlântica" e "Conservation International do Brasil", lançaram um concurso de reportagem onde o tema principal é a biodiversidade da Mata Atlântica. A Federação Internacional de Jornalistas Ambientais (IFEJ), sediada em Paris, e o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) de Washington também são parceiros na premiação. Poderão participar do concurso jornalistas da imprensa escrita brasileira, residentes no país, empregados ou free-lance, que tenham publicados artigos em qualquer órgão da imprensa escrita nacional entre os dias 1° de abril de 2002 e 31 de março de 2003. As matérias deverão ser enviadas até o dia 15 de abril de 2003. Mais detalhes no 'site' da associação Mineira de Defesa do Ambiente (www.amda.org.br).
Ibama amplia área do Parque da Serra da Canastra sem estudos e causa estardalhaço no sul de Minas
O Parque Nacional da Serra da Canastra, onde nasce o rio São Francisco, foi criado no início da década de 70, com 200 mil ha, dos quais somente 70 mil foram efetivamente assumidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A história da desocupação dessa área foi marcada por graves conflitos entre a Polícia Federal, proprietários e "usuários" da serra da Canastra, que tradicionalmente ateavam fogo à vegetação e levavam o gado para a "invernada" e fabricação do famoso queijo Canastra. No ano passado, o parque parque teve mais de 50% de sua área assolada por um gigantesco incêndio florestal iniciado na divisa com o município de Sacramento. E, recentemente, a diretora do parque pediu demissão por não suportar os problemas que enfrentava em sua administração. Após a promulgação da chamada Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), o Ibama anunciou que a área original do parque seria efetivamente incorporada ao mesmo, após 32 anos. Com a ampliação, seus limites chegarão à barragem de Furnas, mas nenhum estudo foi feito para se analisar as mudanças ocorridas nesse período, e verificar a pertinência do ato. A notícia caiu como uma verdadeira "bomba" na região. Mais detalhes no 'site' acima citado, da AMDA.
Rotulagem ambiental
e consciência ecológica
Por Patricia Blauth*
extraído de Debates Sócio-Ambientais Ano II nº 5 out 96/jan 97
Com a valorização da reciclagem de resíduos no Brasil, algumas indústrias passaram a inserir em seus produtos símbolos que inferem à reciclabilidade de materiais. As associações setoriais de vidro, plástico, papel/papelão, alumínio e aço desenvolveram símbolos padronizados para cada material, em parceria com o CEMPRE ¬ Compromisso Empresarial para Reciclagem, entidade voltada para o incentivo da reciclagem no país. O intuito deste código seria o de facilitar a identificação e separação dos materiais para reciclagem, ajudando "a criar uma consciência ecológica nas pessoas, ao passarem a conviver com esses símbolos padronizados". Os símbolos se tornaram cada vez mais presentes em embalagens, apontadas como um problema nos programas de gestão de resíduos sólidos, por representarem, em média, 33% do peso total do lixo nas cidades. Preocupado em conscientizar o setor produtivo sobre sua responsabilidade na questão da reciclagem, o CEMPRE afirmou que os símbolos não seriam "armas de venda" ou promocionais, e que estes "não garantem que o referido produto seja ecológico ou mais reciclável que o do concorrente".
Isso não é, porém, o que vem ocorrendo. Valendo-se da inexistência de programas de orientação ao consumidor e da falta de informações detalhadas, como a origem do material "rotulado" e o custo ambiental de sua produção, as indústrias se adiantaram na apresentação destes símbolos, usando-os com caráter essencialmente mercadológico, contribuindo para uma "consciência" ecológica baseada:
1. na suposição da reciclagem garantida...
Os símbolos apenas indicam que os materiais são potencialmente recicláveis. O sistema de codificação adotado para os plásticos no Canadá alerta para o fato de que a presença do símbolo "não é uma garantia enunciada ou implícita de que qualquer recipiente é próprio para ser transformado em outro produto". Ainda que seja tecnicamente reciclável, nenhum material deve ser considerado realmente reciclável se não houver mercado para ele. Alguns países têm tentado dar maior credibilidade à rotulagem ambiental. Na Holanda, por exemplo, os símbolos só podem ser usados se existirem formas adequadas de coleta e destinação disponíveis para o público a quem estes símbolos se dirigem. O problema é que, no Brasil, ninguém pode estar seguro de que as embalagens serão recicladas independentemente, nem ao menos, da mudança nos hábitos de descarte da população. O que fazer, por exemplo, com a caixa de um hambúrguer, contendo o símbolo de "reciclável", numa lanchonete que não dispõe de lixeiras especiais para um descarte diferenciado ou numa cidade em que não há coleta seletiva de lixo, nem sucateiros, nem indústrias de reciclagem próximas? A reciclagem de qualquer material é um processo industrial que exige infra-estrutura específica e depende de uma série de fatores, especialmente de ordem econômica. De que adianta uma escola fazer campanha para arrecadar embalagens recicláveis se não há quem queira esses materiais? Muitas vezes, sucateiros recusam até doações de recicláveis, pelo fato de a retirada destes materiais não compensar o custo do frete. Não existe um compromisso, por força de legislação específica, de as indústrias brasileiras coletarem ou apoiarem iniciativas de coleta e processarem os materiais que produzem. Pelo contrário, nossas indústrias não tem demonstrado interesse em se responsabilizar pelos danos ambientais causados por seus produtos.
2. na noção da reciclagem infinita...
Os símbolos geralmente sugerem um ciclo fechado perfeito, como se a possibilidade de transformação de uma caixa de papelão em outra, por exemplo, após seu descarte, fosse ilimitada. O ciclo fechado é especialmente inadequado no caso dos plásticos. Uma garrafa descartável de refrigerante ou de água não será reciclada e transformada numa nova garrafa, mas sim em outros produtos, com características diferentes, como o enchimento para sacos de dormir, jaquetas de ski, solados, etc. (E como a oferta de garrafas descartadas é maior do que a demanda por sacos de dormir, jaquetas e solados, que são produtos mais duráveis, haverá sempre garrafas sobrando que acabam no lixo). A produção de novas garrafas descartáveis continua dependendo da exploração de matéria-prima virgem. Nesta situação, portanto, o símbolo estaria iludindo o consumidor, a ponto de alguns grupos ambientalistas americanos exigirem sua retirada das embalagens plásticas.
3. no mito da embalagem ecológica...
As embalagens descartáveis são apresentadas como modernas e práticas, como uma tendência do mercado, inclusive internacional. As gincanas "educativas " de arrecadação de latas de alumínio em escolas ¬ o Projeto Escola da Latasa ¬ tem recuperado muito material para reciclagem, porém tem servido para aumentar substancialmente a venda de lata no país. O Programa PróÐLata, por sua vez, que divulga "o potencial de reciclabilidade do aço e um selo de garantia de reciclagem" é mais honesto: admite ser um programa de Estímulo ao Consumo da Embalagem no Brasil, cujo habitante consome apenas 5 kg de aço/ano (contra os 18 kg registrados nos Estados Unidos). O consumidor, portanto, (des)orientado pela propaganda e induzido pelos símbolos, passa a comprar embalagens descartáveis achando que está, necessariamente, contribuindo para preservar o ambiente. Se podemos chamar alguma embalagem de "ecológica" é a garrafa retornável ¬ nosso "vasilhame", "casco" ou garrafa com depósito ¬ que pode ser usada várias vezes, circulando entre o consumidor e a empresa de engarrafamento, em oposição à descartável, one-way. As garrafas retornáveis dominavam o mercado internacional de bebidas até 1975. Embora em 1981 esta situação tenha se invertido nos Estados Unidos, onde a maioria das bebidas carbonatadas é vendida em garrafas one- way ou em latas, na Europa elas estão voltando a ganhar fatias maiores dos mercados de vinho, leite e outras bebidas. A Dinamarca, por exemplo, proibiu em 1977 as embalagens descartáveis para bebidas não alcoólicas e, em 1981, para cerveja. Em Portugal, o Decreto-lei 322/95, que estabelece as normas para a gestão de embalagens e resíduos de embalagens, prioriza a prevenção de sua produção e o retorno de embalagens usadas. Portanto, a embalagem descartável para bebidas não é uma tendência do mercado internacional. Ora, considerando que reciclar qualquer material também consome água, energia e polui o ambiente, não é mais "ecológico" evitar a geração de lixo do que reciclá-lo?
Diretrizes internacionais voltadas para a questão do lixo têm orientado para a minimização de resíduos, através de uma seqüência de procedimentos didaticamente apresentada como os 3 Rs: redução(na fonte geradora), reutilização direta dos produtos, e reciclagem de materiais. A ordem dos Rs segue o princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar os materiais após seu descarte. No Brasil, a discussão em torno da minimização de resíduos tomou impulso com a Agenda 21, documento que representa o acordo entre as nações no sentido de melhorar a qualidade de vida no planeta, elaborada durante a Conferência Rio-92. No capítulo sobre Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Sólidos, a Agenda afirma que a melhor maneira de combater o problema do lixo é modificar os modelos de consumo, e aponta: "a adoção de regulaçães nacionais e internacionais que objetivam implementar tecnologias limpas de produção, resgatar os resíduos na sua origem e eliminar as embalagens que não sejam biodegradáveis, reutilizáveis ou recicláveis, é um passo essencial para a criação de novas atitudes sociais e para prevenir os impactos negativos do consumismo ilimitado".
Com base na Agenda 21, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Sço Paulo está elaborando seu Programa Estadual de Resíduos Sólidos que, novamente, indica a necessidade de "diminuir a geração de toda espécie de resíduos".
Devido à série de implicações político-econômicas e culturais que a mudança no padrão de consumo impõe no atual modelo urbano-industrial, poucas iniciativas de redução ¦ evitar a geração de lixo ¦ tem sido efetivamente postas em prática. E é por isso que o equacionamento da problemática dos resíduos tem se centrado no último R ¦ a reciclagem. Se a reciclagem de materiais, por um lado, polui menos o ambiente e envolve menor uso de matérias-primas virgens, água, e energia, por outro, ela é perfeitamente compatíível e beneficiária dos atuais níveis de desperdício que provocamos.
Os símbolos sobre reciclabilidade talves pudessem funcionar quando se implementasse a ISO 14000, uma série de normas de gestão ambiental que vêm sendo discutidas desde 1993, algumas das quais sobre rotulagem ambiental. O primeiro evento internacional no Brasil sobre o tema, a ser realizado em março, prevê a discussão em torno de como uma empresa comprovará que seu produto é reciclável, reciclado etc. Ainda que a série ISO 14000 seja aprovada, com base em critérios internacionalmente aceitos, ela será "regulamentada" e fiscalizada pelo mercado, não funcionando como legislação específica nos diversos países.
Uma iniciativa brasileira que poderá contribuir para dar credibilidade à rotulagem ambiental é o Programa Consumidor e Meio Ambiente, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dentre seus objetivos, estão o de 1) diagnosticar o perfil de consumo da sociedade, 2) pesquisar os fatores indutores do consumo desenfreado, 3) tornar a certificação ambiental um instrumento válido de orientação ao consumidor, implementando a ISO 14000, e 4) reduzir a produção de resíduos. O programa, enfim, resgataria o princípio dos 3 Rs, alertando a população sobre as limitaçães da reciclagem e seus símbolos.
Mas enquanto a ISO 14000 e o Programa Consumidor e Meio Ambiente, dentre outros, não forem implementados, devemos tomar cuidado, pois, desvinculados de um trabalho de orientação ao consumidor e de educação ambiental, aliado à inexistência de um sistema efetivo de recuperação de materiais no Brasil, os símbolos da reciclagem inseridos nas embalagens, supostamente com o intuito de facilitar a identificação e separação de materiais para descarte e coleta seletivos e, em última análise, diminuir o volume de lixo destinado a aterros e lixões tem causado o efeito oposto. Para mero "alívio de consciência" do consumidor, e como apelo mercadológico para o produtor, os símbolos vêm incentivando a descartabilidade, legitimando o desperdício e aumentando a quantidade de lixo gerado nas cidades
LIXO
O PRIMEIRO LIXO DO PLANETA
Os habitantes de Roma , a primeira metrópole européia já enfrentava problemas com seu lixo e esgotos. Tudo que era possível e impossível eram lançados nos rios e mares.
Devido aos primeiros núcleos urbanos que sempre ficavam próximos da água e em regiões planas para plantio, locais onde a natureza poderia beneficiar ao homem. Porém estas regiões tornaram-se propícia ao consumo de matérias-primas, e as alterações realizadas pelo homem. Com isso, houve a produção de lixo, mas naquele tempo a natureza dava conta de tal poluição.
Na Idade Média o número de pessoas em regiões urbanizadas aumentou consideravelmente, com isso, as cidades ficaram estagnadas não havia esgoto, o lixo se acumulava em ruas estreitas, isso era um ambiente propício para a proliferação de ratos e a manifestação de doenças e epidemias. A mais grave foi a Peste Negra, que entre 1347 e 1351 causou 25 milhões de mortes cerca de um terço da população européia. Com o descobrimento e conquista do novo mundo, iniciou-se à destruição pelos colonizadores que tinham como objetivo a extração desenfreada de minerais e madeiras nobres.
O ambiente urbano é um dos mais poluídos, nela ocorre vários tipos de poluição: sonora, visual, atmosférica, lixo, esgoto, etc.
A velocidade do crescimento populacional e urbano muitas vezes sem planejamento (sobretudo nos países subdesenvolvidos), ao lado da escassez de recursos legais (leis de proteção ao meio ambiente). Uma das principais poluições que causam grande degradação ao meio ambiente e ameaça ao ser humano é o lixo urbano. Poucas cidades dispõem de aterros sanitários apropriados e raríssimas são as que possuem usinas de tratamento. Diante da escassez cada vez maior de locais apropriados (aterros) para a colocação de montanhas de lixos geradas diariamente nas cidades.Muito deste lixões são fonte de consumo para muitas pessoas, famílias inteiras, como coletores de materiais para reciclagem e para consumo alimentar.
Assista o Filme Ilha da Flores - 1989 - Documentário de Jorge Furtado sobre o consumo da sociedade. Confira no site
www.portacurtas.com.br/filme.asp?cod=647
Esses lixões acumulam lixos de vários lugares agravando a situação dessas pessoas, são lixos hospitalares, podendo haver contaminação com agulhas, remédios vencidos que se utilizados poderão causar vários danos a saúde, além de lixos tóxico como a contaminação de pilhas e baterias que contenham metais pesados como o chumbo, mercúrio e cádmio em seus produtos. estima-se que cada bateria ou pilha depositada de forma inadequada contamine uma área de um metro quadrado.
Metais pesados como chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos podem provocar graves doenças neurológicas, além de afetar a condição motora. Milhares de pilhas são jogadas nos lixos domésticos de celulares, brinquedos, lanternas, equipamentos eletrônicos e elétricos. Além disso, contaminam rios e lençóis freáticos. O Brasil não tem uma política pública que oriente o consumidor quando a toxicidade e a necessidade de separação desse lixo.
A reciclagem é uma saída para amenizar a quantidade de lixo produzida por cada pessoa. Ela já é empregada em muitas cidades do mundo desenvolvidos e subdesenvolvidos, consiste na separação (seleção)e recuperação dos diferentes tipos de materiais orgânicos e inorgânicos (vidros, papel, plástico, metal, etc.). A seleção e a recuperação do lixo urbano no mundo, principalmente em países desenvolvidos já é prática rotineira e generalizada. No Brasil, uma das principais experiências de coleta seletiva de lixo urbano foi implantada no Bairro de São Francisco em Niterói (RJ) em 1987. Na cidade de São Paulo, a coleta selecionada foi introduzida inicialmente no bairro de Vila Madalena, em 1989. Um grande problema e o esgotamento da capacidade dos poucos aterros existentes bem como a precariedade das condições higiênico-sanitárias, aliados as dificuldades de encontrar novas áreas para se depositar o lixo. Muitos são terrenos baldios, rios e mangues, aterros a céu aberto, matas, etc. O lixo, por oferecer água alimento e abrigo, dá condições para o desenvolvimento de várias formas de vida. Desenvolvem-se, moscas, ratos, baratas, barbeiros, pulgas, piolhos, sarna, mosquitos (aedes aegypty) que transmite a dengue. Ratos como camundongos e ratazanas que vivem em ambientes com acúmulo de lixo e água. Em ambientes propícios à procriação e à contaminação que podem causar leptospirose e hantavirose, além da bubônico. A leptospirose é causada pela bactéria leptospira, encontrada em fezes e urina de ratos presentes em água empoçadas e em alagamentos, e afeta pulmões e rins. A hantavirose é produzida a partir da excreção contaminando pelo vírus hantaan. Se inalada pelo homem, pode levar à morte em poucas horas. Não tem tratamento específico. O índice de mortalidade é muito elevada. Outras doenças como vermes, bactérias, fundos e vírus são ameaças constantes encontrada em locais com acúmulos de lixo, assim como, tifo, pestes, etc.
BIODIGESTORES
Uma alternativa de reciclagem
A biodigestão ou fermentação anaeróbica, isto é, na ausência de oxigênio, representa uma alternativa energética renovável e de eliminação de resíduos orgânicos. Basicamente essa reciclagem consiste na produção de gás combustível e adubos, a partir de compostos orgânicos (excrementos de herbívoros, palhas, restos de frutas e vegetais, etc), realizada por bactérias que existem livres na natureza. No Brasil já são encontrados biodigestores nas áreas rurais de quase todos os estados. O início desta prática data da década de 1960, em Recife, no Nordeste, quando foi produzido gás com alto teor energético e adubo orgânico a partir de excremento bovino e lixo urbano. Atualmente, é necessário que os órgãos governamentais dêem continuidade ao projeto e apoio aquela que desejam e necessitam implementar essa tecnologia.
Materiais
Não reciclável / Reciclável
Não reciclável - etiquetas adesivas, fitas crepe, tocos de cigarro, fotografias.
Reciclável - Papel = Já é reciclado há décadas como o jornal, mas só ressentimento outros tipos de papéis que podem ser reciclados: papelão, jornais, listas telefônicas, embalagens, revistas, etc.
Papeis que tem restrições - Papéis usados como embalagens de produtos alimentícios, óleos e graxas, papel para fax e papeis laminados, como os utilizados pelas lanchonetes.
Tempo - 2 a 4 semanas para decomposição.
Materiais de construção - as pedras na construção chegam a mais de 10% do custo de uma obra no Brasil. Isso significa que, para cada dez edifícios construídos, um é desperdiçado. Para o aproveitamento do entulho das construções podem ser reusados em revestimentos, em contrapisos, em tijolos, telhas e outros materiais, gerando assim uma economia e um aproveitamento da sobra de materiais.
Tempo - sua decomposição é indeterminada.
Metais - A reutilização do ferro e do próprio aço para sua produção em substituição ao minério bruto, é uma atitude que vai ao encontro das perspectivas da sociedade, as vantagens desse processo, 7,4% de energia economizada, 90% de materiais brutos economizados, 86% de redução na poluição do ar, 40% de redução no consumo de água, 76% de redução na poluição água, 97% de redução nos lixos das minerações.
O alumínio - a reciclagem de alumínio é um circuito fechado. O programa permanente de reciclagem da lata de alumínio, implantada em 1994 compra qualquer quantidade de latas de alumínio vazias. O processo é simples, essa troca faz com que o programa feche um circuito para a reciclagem em latinhas de alumínio no Brasil. Os números impressionam. Em 2001, 119,5 mil toneladas de alumínio foram recicladas. No total, foram nove bilhões de unidades reaproveitadas daria uma latinha e meia para cada habitante do planeta. O Brasil ultrapassa o Japão e é o campeão mundial de reciclagem de latinhas de alumínio, atividade que tira milhares da miséria. Cerca de 500 mil pessoas vivem da reciclagem de lixo no Brasil, 150 mil exclusivamente do alumínio que pode render em média R$ 30o reais com essa atividade. Aproximadamente 15 mil escolas e instituições estão cadastradas em programas permanentes de reciclagem de alumínio. Duas mil empresas e ONGs estão envolvidas como atividades. E que 75 latinhas equivale a um quilo de alumínio. A reciclagem de alumínio no mundo é a seguinte: Brasil com 85,0%, Japão com 82,8%, Estados Unidos com 55,o% e Europa com 45,0%.
Tempo - 200 a 500 anos de decomposição para alumínios e 100 anos para outros tipos de latas.
Outros metais recicláveis - cobre, ferro, zinco.
Vidros - É 100% reciclável, isso que dizer que todo vidro usado pode virar vidro de novo. A reciclagem diminui a retirada de matéria-prima da natureza e o acúmulo de embalagens nos lixões. Incluem-se garrafas de refrigerantes, cervejas, sucos e água não retornáveis, garrafas de vinho e bebidas alcoólicas, potes de produtos alimentícios, frascos perfumes de medicamentos, espelhos, cerâmicas, porcelana, etc.
Tempo - para decomposição é indeterminado.
Plásticos - Os plásticos em sua maioria são produzidos a partir do petróleo, um "recurso não-renovável" de matéria-prima, apenas 1% do petróleo consumido no Brasil é utilizado para a produção de plástico, os materiais plásticos são transformados em resinas plásticas. As resinas plásticas podem ter sua decomposição química modificada e dar origem a diferentes tipos de plástico. Os materiais plásticos usados para fazer embalagens são chamados de "termoplásticos" porque amolecem quando aquecidos, podendo ser transformados em novos produtos. Os materiais plásticos coletados pela coleta seletiva são levados para a Central de Triagem. Na triagem os diferentes tipos de plásticos são separados e enviados para as fábricas de reciclagem onde são novamente derretidos para a fabricação de novos produtos.
Embalagens recicláveis - refrigerantes tipo "pets", margarina e materiais de limpeza, copinhos de café e água, canos e tubos, sacos plásticos em geral.
Não reciclável - tomadas e cabos de panelas.
Tempo - 450 anos para a decomposição.
Não recicláveis - clips e grampos, esponjas de aço, canos e pilhas.
MOTIVOS PARA SEPARAR O LIXO
* A reciclagem de uma única lata de refrigerante, representa uma economia de energia equivalente a três horas com a televisão ligada;
* Uma garrafa de vidro demora 5 mil anos apara se decompor;
* O reaproveitamento de lata rende US$ 30 milhões por ano;
* Uma lata pode resistir cem anos à ação do tempo;
* Reciclar uma tonelada de alumínio gasta 95% menos energia do que fabrica a mesma quantidade;
* Uma tonelada de papel reciclado poupa 22 árvores do corte, consome 71% menos energia elétrica e representa uma poluição 74% menos do que na mesma quantidade;
* Uma tonelada de alumínio usado reciclado representa cinco de minério extraído poupado;
* Para cada garrafa de vidro reciclada é economizado energia elétrica suficiente para acender uma lâmpada de 100 Watts durante quatro horas;
* A reciclagem de 10.853 toneladas de vidro preserva 12 mil toneladas de areia;
* A reciclagem de 18.679 toneladas de papel, preserva 637 mil árvores;
* No Brasil, cada habitante descarta 25 quilos de plástico por ano, cinco vezes menos que os americanos, um dos maiores consumidores do mundo;
* A reciclagem de 6.405 toneladas de metal, preserva 987 toneladas de carvão.
RESÍDUOS URBANOS
* 900 toneladas diárias de lixo domiciliar;
* 300 toneladas diárias de lixo reciclável;
* 60 toneladas diárias de coleta seletiva;
* 200 toneladas diárias de coleta informal.
DESTINO DO LIXO
* Aterro controlado 10,5%
* Aterro Sanitário 1,2%
* Reciclagem 0,6%
* Compostagem 0,7%
* Áreas alagadas 1,5%
* Céu aberto 88%
A RECICLAGEM NO BRASIL
Em 1999, 135 municípios brasileiros mantinham serviços seletivo. A concentração nos Estados do Sudeste e do Sul preocupa ambientalistas. No país, os maiores recicladores entre estados (em mil toneladas):
* São Paulo - 1.054,9
* Minas Gerais - 319,7
* Paraná - 318,3
* Santa Catarina - 301,7
* Rio de janeiro - 172,9
* Rio Grande do Sul 94,5
No Estado do Rio grande do Sul, apenas 4,7% do lixo produzido em 1999 foi reaproveitado:
* Lixo reciclado => 94,5 toneladas
* Lixo produzido => 2,1 milhões de toneladas
Destino do Lixo
O correto
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que impermeabiliza o solo com argila compacta, geomembrana (polietileno de alta densidade) e brita para proteger o lençol freático e evitar que o chorume (líquido que sai do lixo) atinja mananciais de água. O chorume pode ser 80 vezes mais poluente do que o esgoto doméstico. Nos aterros, os gases que exalam do lixo são drenados e queimados. O chorume escorre para o chamado filtro biológico anaeróbio, formado por uma camada de brita (capaz de degradar o material orgânico do líquido). Quando passam pelo colchão de brita, as bactérias do chorume são absorvidas e se fixam. O líquido drenado fica 15 dias no local. O chorume já tratado passa para a estação de tratamento onde receberá a forma final antes de ser devolvido ao ambiente.
Maioria dos detritos domiciliares é lançada em terrenos a céu aberto ou em cursos d'água. 240 mil toneladas de lixo são geradas por dia em todo país. Destas, 100 mil corresponde a lixo domiciliar. Mais de 80% do lixo domiciliar produzido no país é lançado em lixões a céu aberto ou perto de cursos d'água. Apenas 10% do lixo é colocado em aterros sanitários, que oferecem condições estruturais para reduzir os danos ambientais. Milhares de crianças e adolescentes brasileiros vivem em lixões ( os depósitos de lixo clandestinos). Cerca de 30% das crianças que sobrevivem da catação de lixo no país não freqüentam a escola, 47 mil crianças trabalham na catação em lixões no Brasil, passam a maior parte de suas vidas em meio ao lixo, morando com suas famílias em barracos improvisados. Trabalham catando alimentos e sucatas para vender. Outros 30 mil pessoas exercem a atividade na ruas do país. Cerca de 2 mil pessoas retiram seu sustento de usinas de reciclagem de lixo no estado do Rio grande do sul. Cerca de 45 mil brasileiros sobrevivem dos lixões. Dezenove instituições brasileiras, com o apoio do UNICEF, lançaram e, 1999 o Fórum Lixo e Cidadania e seu principal objetivo é criar condições para tirar as crianças e os adolescentes do lixo. Um dos planos é profissionalizar os catadores de lixo organizando-os em cooperativas que fariam parcerias com órgãos públicos ou com as empresas em programas de coleta e reciclagem.
OS TRÊS Rs
A Agencia 21, um dos compromissos firmados na Conferência Mundial do Meio Ambiente, a ECO 92, propõe que o lixo seja tratado tendo em vista três Rs, seguindo uma hierarquia:
1º Reduzir a produção;
2º Reutilizar;
3º Reciclar.
Esses três itens são um apelo para que a população mundial se conscientize de que o aumento do lixo é resultado de hábitos consumistas que levam ao gastos excessivo com produtos supérfluos, ou planejados para durar pouco, e embalagens inadequadas.
Lixo e Cultura
A composição química do lixo varia de acordo com a cultura e o grau de desenvolvimento de cada país. No Brasil, a maior parte do lixo é composto de matéria orgânica (60% a 65%, sem contar o papel). São restos de alimentos, verduras, cascas de frutas, legumes, carcaças, etc. Ter bastante matéria orgânica no lixo é uma característica dos países pobres. Nos países ricos, predomina o lixo inorgânicos: vidro, plástico, metal, além das embalagens de papel e papelão.
Fique Ligado
Veja como vários países tratam o seu lixo.
Países - Incineração - Dep. em aterros - Usinas de compostagem - Reciclagem
Áustria - 11% - 65% - 18% - 6%
Dinamarca- 48% - 29% - 4% - 19%
EUA - 16% - 67% - 2% - 15%
Holanda - 35% - 45% - 5% - 15%
Itália - 16% - 74% - 7% - 3%
Suécia - 47% - 34% - 3% - 16%
Suíça - 59% - 12% - 7% - 22%
Sistema de Compostagem
O sistema de compostagem transforma detritos orgânicos em adubo para agricultura. O lixo recolhido dos lares separados (orgânico e lixo seco) nas residências. Oferecido para coleta o produto orgânico é recolhido por caminhões. Os veículos, ainda no mesmo dia, transportam o material até a usina, passam pela pesagem e executam a descarga do material nos poços de recepção. Gruas fazem a locomoção e a dosagem do lixo dos poços até a esteira de seleção. Trabalhadores incumbidos de separar o lixo fazem a segregação na esteira de materiais como plástico, pedras, vidros e materiais não-orgânicos eventualmente incluídos ao final da esteira de seleção o material ainda possível de putrefação é depositado em um caminhão, que o conduz até o pátio de compostagem. Ao longo de quatro meses, o lixo orgânico selecionado é exposto em pilhas ao ar livre, revolvidos por escovadeiras, são mantidas níveis de temperatura (65°C) e unidade entre 40% e 50% ideais à biodegradação ou à estabilização biológica promovida por bactérias. Após o período, o composto está pronto. É submetido, porém, a um novo processo de peneiramento, onde são retirados plásticos, pedras e materiais não eliminados nas análises anteriores. O composto orgânico é industrializado e distribuído como húmus de uso agrícola em propriedades rurais. Fecha-se o ciclo, com reaproveitamento de até 80% do lixo depositado em estado bruto.
A Alemanha foi um dos primeiros países a se preocuparem em separar o lixo orgânico, hoje e o país mais avançado do planeta na pesquisa ambiental. A reciclagem do lixo é quase uma obsessão, antes de se preocupar com o destino dos resíduos, a Alemanha se preocupa em evitar a poluição, reduzindo o uso de embalagens descartáveis de plástico.
COLETA SELETIVA DE LIXO
Mais de 78% dos brasileiros vivem em cidades. A iniciativas para a redução e o reaproveitamento dos resíduos urbanos constituem meios eficazes de preservação ambiental. Essa conscientização deve ocorrer em todos os meios possíveis sem barreiras políticas, regionais, estruturais ou classificatórias, pois devemos fazer sempre a mesma pergunta:
"O que deixaremos para nossos filhos e netos?"
NOSSO LIXO NO ESPAÇO.
Astronautas retiram lixo da estação espacial.
Os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) retiraram do local aproximadamente uma tonelada de lixo e de equipamentos inutilizados acumulados a bordo desde as primeiras tripulações, segundo informações do Centro de Controle de Vôo Espaciais da Rússia, Junho de 2005.
São diversos resíduos e equipamentos fora de uso. Já não havia mais espaço para o lixo na estação espacial que começa a ser recolhido pelos ônibus espaciais da Nasa, os únicos capazes de transportar cargas de considerável peso e tamanho entre a órbita e a Terra.
NO ESPAÇO.
Nos últimos 40 anos – desde o lançamento do satélite artificial soviético Sputnik, em 4 de outubro de 1957 – , cerca de dezoito mil objetos produzidos pelo homem foram colocados em órbita da Terra. Até recentemente existiam cerca de dez mil objetos de grande e médio porte ao redor do planeta, além de quarenta mil fragmentos. Estima-se que a quantidade desses detritos deverá se multiplicar nos próximos vinte anos. E o mais preocupante é que sete mil deles possuem dimensões superiores a vinte centímetros – limite mínimo de visibilidade de um radar. Abaixo dessa medida, os objetos não podem ser detectados, apesar de se encontrarem numa região muito próxima da superfície.
Se lembrarmos que a freqüência normal de lançamento de satélites é de cem por ano ou mais, no próximo século a quantidade de detritos espaciais poderá se tornar uma ameaça às atividades humanas no espaço circunvizinho à Terra, bem como um elemento prejudicial às observações astronômicas feitas a partir da superfície do planeta.
Segundo a ultima estimativa norte-americana, existem cerca de 3,5 milhões de resíduos metálicos, lascas de pintura, plásticos, etc. de dimensões inferiores a um centímetro, orbitando no espaço próximo. Esta cifra cai para 17.500 com relação aos objetos entre um e dez centímetros, e a 7000 para os detritos de tamanho superior. Quase três mil toneladas de lixo espacial flutuam a menos de duzentos quilômetros do solo. De acordo com a NASA, este número, já assustador, devera se duplicar antes do ano 2010. Até lá, e mais alem, os fragmentos vão continuar como um perigo em potencial, pois na velocidade com que orbitam – 15 mil, 20 mil ou 30 mil quilômetros por hora – se transformam em formidáveis projeteis, que ameaçam todos os objetos com que possam vir a se chocar.
Lixo espacial que caiu em maio de 2000
na Cidade do Cabo, acredita-se tratar-se de um tanque
de combustível de um foguete americano Delta 2.
23/04/2005 - 09h28 Folha de São Paulo
Cientistas querem acordo contra lixo espacial
Dezenas de milhares de objetos, como pedaços de aeronaves e de satélites, representam um grande problema para as viagens espaciais. Cientistas se reuniram na Alemanha para discutir o assunto.
Mais de 200 especialistas se reuniram nesta semana na cidade alemã de Darmstadt para discutir os problemas criados pelo lixo espacial.
O assunto tornou-se um grande desafio para a exploração do espaço: desde 2001 tiveram de ser trocadas 80 janelas de naves espaciais devido ao impacto de objetos com menos de um milímetro. Segundo especialistas, cerca de 330 milhões de objetos maiores do que um milímetro estão orbitando em redor da Terra.
Mais cedo ou mais tarde, estes objetos retornarão à Terra. Mas nos anos ou décadas que levará até que isso ocorra, eles podem causar grandes problemas.
"A velocidade relativa dos objetos circulando no espaço é dez vezes superior à de uma bala do rifle mais rápido", disse Heiner Klinkrad, especialista em lixo espacial do Centro Europeu de Operações Espaciais, em Darmstadt.
Há objetos com mais de dez toneladas. Se algo assim colide com o seu satélite, ele o estraçalha completamente".
Pequenos grandes perigos
"Objetos volumosos, entretanto, ainda podem ser detectados e monitorados, por telescópio e radar, por uma série de países, como a Alemanha, a França, a Inglaterra e os Estados Unidos. A Estação Espacial Internacional já conseguiu evitar seis colisões perigosas.
Os objetos realmente perigosos são os de tamanho médio, geralmente entre um e 10 centímetros. Eles não podem ser detectados, mas ainda são prejudiciais. Às vezes, partes de um antigo foguete, ainda contendo combustível, explodem. E como uma explosão pode levar a outra, Klinkard teme que a situação no espaço sideral acabe escapando do controle.
"O fragmento de uma explosão acaba colidindo com outra coisa, o que pode resultar numa escalada, uma espécie de reação em cadeia", afirmou. "Aí, a situação sai do controle, e certas altitudes orbitais ficam inutilizáveis para o vôo espacial".
Acordo internacional
Durante a conferência de Darmstadt, os especialistas concordaram ser necessárias medidas internacionais para enfrentar esses problemas. Eles pleitearam um acordo da Organização das Nações Unidas para que os países exploradores do espaço evitem o lixo, trazendo de volta à Terra as partes maiores de suas aeronaves, enquanto monitoram as demais.
Satélites, por exemplo, podem ser conduzidos até uma altitude elevada, onde entram em colapso, reentram na atmosfera e se evaporam. Mas os custos desse processo são altíssimos. Os donos dos satélites precisam de cerca de três meses para realizar a operação. E há sempre o risco que partes feitas de aço inoxidável ou titânio simplesmente não se evaporem.
Os resultados da conferência serão agora entregues aos políticos. Klinkard espera que leis internacionais sejam implementadas, de modo a reduzir os riscos dos destroços no espaço e em nosso planeta.
LIXO RURAL: ENTRAVES, ESTRATÉGIAS E OPORTUNIDADES
DAROLT, Moacir Roberto
Engenheiro Agrônomo, Doutor em Meio Ambiente, Pesquisador do Instituto Agronômico
O trabalho de coleta de lixo na área rural ainda é insuficiente atingindo apenas 13,3% dos domicílios brasileiros (IBGE, 2000). Em 1991, do total de lixo produzido na zona rural, 31,6% eram enterrados ou queimados. Esse percentual subiu para 52,5%, em 2000. Já o lixo jogado em terrenos baldios caiu de 62,9% para 32,2%. A realidade mostra que o lixo rural tem coleta cara e difícil o que leva os agricultores a optarem por enterrá-lo ou queimá-lo.
Para uma análise mais ampla do lixo rural é importante conhecermos melhor o que se entende por lixo, os possíveis problemas causados pelos resíduos sólidos e líquidos no sistema, as possibilidades de utilização do lixo rural como fonte de energia, bem como algumas estratégias para minimizar o problema.
DEFINIÇÃO
O termo popular “lixo” é o designativo daquilo que os técnicos, genericamente, denominam “resíduos sólidos”, e se antes eram entendidos como meros subprodutos do sistema produtivo, passam a ser encarados também como responsáveis por graves problemas de degradação ambiental. Os “resíduos sólidos” diferenciam-se do termo “lixo” porque, enquanto este último se compõe de objetos que não possuem qualquer tipo de valor ou utilidade, porções de materiais sem significação econômica, sobras de processamentos industriais ou domésticos a serem descartadas, enfim, qualquer coisa que se deseje jogar fora, o resíduo sólido possui valor econômico agregado por possibilitar o reaproveitamento no próprio processo produtivo.
Com respeito a esta definição, deve-se observar que o conceito de utilidade é relativo; objetos e materiais que são descartados por determinadas pessoas ou sistemas podem ser reaproveitados por outros. Do mesmo modo, alguns materiais podem ser incluídos novamente no sistema passando a ter significado econômico considerável.
Da definição apresentada, depreende-se que o lixo tem composição extremamente variada, dependendo basicamente da natureza de sua fonte produtora. Além de suas origens, o lixo também varia qualitativa e quantitativamente com as estações do ano, com as condições climáticas, com os hábitos e o padrão de vida da população (DAROLT et. al., 1996). Em suma, podemos dizer que os resíduos sólidos representam o fiel retrato da sociedade que os geram, e quando expostos nas vias públicas ou nas propriedades rurais, mostram o nível de competência das pessoas ou empresas responsáveis por sua administração. Cabe destacar que no caso das propriedades orgânicas uma disposição inadequada do lixo rural pode causar a perda do credenciamento junto à entidade certificadora.
Além de todos os tipos de lixo normal, que incluem a matéria orgânica do dia-a-dia, restos de alimentos, o material reciclável (vidros, latas, papel e plásticos), entre outros mais comuns, alguns tipos não despertam cuidados e podem causar sérios danos ao ambiente da propriedade, principalmente por conter elementos químicos na forma iônica que são absorvidos e acumulados pelo organismo. São elementos presentes em cosméticos e maquiagens, como alumínio; nas pilhas e baterias, que lança níquel e cádmio no ambiente; nas lâmpadas que possuem mercúrio, um metal pesado e tóxico que pode contaminar solos e a água; nas pastilhas e lonas de freios, que contém amianto e se acumula nos pulmões; nos adubos químicos, que são ricos em fósforo; nas embalagens de agrotóxicos e produtos veterinários, além de dejetos de suínos e aves.
DEJETOS DE ANIMAIS: PROBLEMA DE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA
A falta de tratamento adequada à grande quantidade de dejetos produzidos, sobretudo na suinocultura, é justamente um dos graves problemas que a intensificação da produção trouxe para o meio ambiente e à própria sociedade. Segundo a Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) a poluição do meio ambiente na região produtora de suínos é alta, pois enquanto para o esgoto doméstico, o DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) é de cerca de 200 mg/litro, o DBO dos dejetos suínos oscila entre 30.000 e 52.000 mg/litro, ou seja, em torno de 260 vezes superior. Além disso, um suíno produz cerca de 2,5 mais dejetos do que um ser humano.
Um fato preocupante em nível nacional, para as próximas décadas, é a tendência de concentração de produção de carne suína em mercados de países em desenvolvimento como o Brasil. Duas das maiores empresas de suinocultura do mundo – as americanas Carroll’s Foods e a Smithfields Foods – já formam o principal grupo privado do setor. Com o projeto de uma supergranja de 50 mil matrizes implantado no Mato Grosso, ROPPA (1999) calcula que o impacto ambiental gerado pelos dejetos corresponda ao de uma população de 1,5 milhão de habitantes.
A ENERGIA QUE VEM DO LIXO
O lixo rural também pode ser fonte de energia elétrica, tornando o produtor auto-suficiente. Com o biodigestor, o produtor rural pode transformar os dejetos de aves, de suínos e de bovinos em alternativa energética (gás metano), além de obter um excelente adubo orgânico (biofertilizante).
A matéria-prima mais utilizada no biodigestor, o esterco animal (suínos, bovinos, aves etc) pode ser reciclada dentro da propriedade. Outros tipos de compostos orgânicos também podem ser utilizados, tais como: restos de cultura, capins, lixos residenciais e de agroindústrias.
O uso do biodigestor permite dar novo destino ao esterco recolhido, que muitas vezes é lançado nos rios ou armazenado em locais não apropriados. Desta forma, além de produzir energia e biofertilizante, o produtor melhora o saneamento da propriedade, erradicando o mau cheiro, a proliferação de moscas e diminuindo a poluição dos recursos hídricos.
É interessante observar que o processo de digestão anaeróbica, que ocorre dentro do biodigestor, dura em média 35 a 40 dias e permite eliminar os patógenos (agentes transmissores de doenças) existentes no esterco, o que é extremamente importante para quem trabalha com a agricultura orgânica.
Vale lembrar que a construção do biodigestor é simples e tem mostrado bons resultados em substituição ao gás derivado do petróleo. A única desvantagem do processo é a necessidade de investimentos elevados para a distribuição do gás, pois a maioria das residências ainda não possui instalações internas para gás canalizado.
Outros tipos de rejeitos ou subprodutos agroindustriais, quer sejam sólidos, líquidos ou gasosos, podem ser utilizados como combustível. Até o momento, tem-se relato da utilização de subprodutos de laticínios, como o lodo anaeróbio, o soro, a gordura, e uma massa pastosa (quase idêntica ao iorgute). Além disso, a agroindústria sulcro-alcooleira do interior de São Paulo já vem queimando subproduto de bagaço de cana para suprir a demanda energética das indústrias.
COLETA SELETIVA, RECICLAGEM E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR O PROBLEMA
O melhor meio para o tratamento do lixo ainda é a coleta seletiva, por meio da separação, nas propriedades, em categorias como vidro, papel, metais e lixo orgânico. Ao material orgânico pode ser aplicado o processo de compostagem – decomposição da matéria – em que o produto final pode ser aproveitado como adubo orgânico. No caso de aterro sanitário na propriedade o solo deve ser totalmente compactado na base, o que o torna impermeável, evitando assim a penetração do chorume (termo usado para se referir ao líquido escuro e turvo proveniente do armazenamento e repouso do lixo) para os lençóis freáticos.
Em uma pesquisa que realizamos na região Metropolitana de Curitiba, comparando agricultores convencionais e orgânicos, observamos que os agricultores orgânicos fazem um melhor aproveitamento do lixo orgânico, seja em forma de composto, seja utilizando-o diretamente na plantação (DAROLT, 2000). Situação diferente ocorre com os resíduos sólidos. Segundo a maioria dos agricultores entrevistados, existe dificuldade para reciclagem do lixo comum (vidros, latas e plásticos), sobretudo para quem mora mais afastado da sede do município. O resultado da falta de coleta pública, leva os agricultores a queimarem, enterrarem ou jogarem este lixo em locais não apropriados.
Alguns municípios têm conseguido driblar esta situação com investimento em educação e infra-estrutura. Um bom exemplo de sucesso é um Programa instalado no município de Quatro Barras na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Abrigando em seu território parte da bacia hidrográfica de manancial de abastecimento público e parte da Floresta Atlântica, o município vem implementando desde 1997 a coleta seletiva que acontece em praticamente toda a área rural. Os agricultores são orientados, por meio de um trabalho de educação ambiental, para reciclar a matéria orgânica na sua propriedade; foram instalados postos de reciclagem para que seja feita a destinação e controle das embalagens de agrotóxicos e produtos veterinários, bem como trabalha-se no desenvolvimento de ações de apoio e incentivo à agricultura orgânica.
O produtor rural não pode esquecer que existe uma correlação direta entre qualidade do meio e qualidade de vida, portanto a medida que o meio ambiente se deteriora, a qualidade de vida é afetada. Desta forma, o gerenciamento da variável ambiental deve, invariavelmente, estar associado a uma estratégia e incremento da produtividade e qualidade, visando minimizar o desperdício de matérias primas, insumos e subprodutos, que além de se constituírem em perdas significativas para a lucratividade das propriedades, agravam concomitantemente os problemas relacionados à depuração de efluentes líquidos e disposição final de resíduos sólidos.
As novas estratégias para gestão de resíduos sólidos implicam uma mudança radical nos processos de coleta e disposição de resíduos. Segundo DEMAJOROVIC (1995), em contraposição aos antigos sistemas de tratamento desses resíduos, que tinham como prioridade a disposição destes, os atuais devem ter como prioridade a montagem de um sistema circular, onde a quantidade de resíduos a serem reaproveitados dentro do sistema produtivo seja cada vez maior e a quantidade a ser disposta menor, bem como, que os resíduos sejam produzidos em menor quantidade já nas fontes geradoras.
Para finalizar é preciso registrar que o problema do lixo rural ainda é pouco discutido e estudado sendo dedicado poucos recursos específicos para busca de estratégias que minimizem o problema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DAROLT,M.R; DAVANSO, S.M.; LUZ, G.O.F.; MIRANDA, T.L.G.; PENTEADO, P.; PUCCI,A.; RAMINA, R.H.; TREVISAN, E. Percepções Sociológicas de Rotas do lixo reciclado em Curitiba - PR. In: JORNADAS CIENTÍFICAS SOBRE MEIO AMBIENTE, II. Resumos. Curitiba: UFPR-NIMAD/Grupo Montevideo/UNESCO, 1996.
DAROLT, M.R. As Dimensões da Sustentabilidade: Um estudo da agricultura orgânica na região metropolitana de Curitiba-PR. Curitiba, 2000. Tese de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná/ParisVII. 310 p. CD-ROM.
DEMAJOROVIC, J. Da política tradicional de tratamento do lixo à política de gestão de resíduos sólidos. As novas prioridades. Revista de administração de Empresas. São Paulo: EAESP, FGV. v.35 n.3 p.88-93, maio/jun. 1995.
IBGE. Censo Demográfico de 2000. Rio de Janeiro, 2000 .
Lixo é um problema sério
Os resíduos sólidos traduzem-se no lixo gerado numa cidade. É esse lixo que pode contaminar o nosso solo, se não for corretamente tratado. Como tudo está ligado, essa contaminação vai afetar as águas, os vegetais, os animais e, finalmente, nós, os próprios seres humanos que geraram esse lixo.
A situação atual - Hoje, no Brasil, são produzidas cerca de 80.000 toneladas de lixo por dia! Dessa quantidade enorme, apenas 42.000 toneladas são coletadas; o resto é jogado em terrenos baldios, rios, enterrado, queimado... Apenas a cidade de São Paulo produz cerca de 12.000 toneladas de lixo por dia. Atualmente, a maior parte desse lixo coletado é depositada em aterros, "lixões" que nem sempre obedecem os padrões de segurança e higiene, enfeiando a paisagem e levando a mau-cheiro, presença de animais nocivos e doenças.
Isso leva na verdade a dois problemas principais o tratamento dessa enorme quantidade de lixo e o desperdício de recursos naturais. A direção para lidar com o lixo é dada pelos ecologistas pelo lema dos três Rs: reduzir, reutilizar e reciclar.
Reduzir - Antes de mais nada é necessário reduzir a quantidade de lixo produzido. Na Inglaterra, uma família média produz cerca de 750 Kg de lixo todo ano. Nos últimos anos, a quantidade de lixo produzida aumentou muito, devido ao maior uso de produtos descartáveis e ao lixo produzido pelas embalagens de outros produtos.
Assim, quando se vai às compras e pode-se escolher entre produtos similares, deve-se escolher o que tenha menos embalagem desnecessária. Muitas vezes, a embalagem, mais do que proteger o que se está comprando, serve para atrair a atenção. Deve-se limitar ao máximo o consumo de produtos descartáveis.
Outra coisa importante é a redução do volume de lixo. Assim, sempre que possível, devemos compactar o material que estamos jogando fora, para que ele ocupe o menor espaço possível no aterro sanitário.
Reutilizar - Muita coisa que se joga fora pode ser reutilizada sem problema. O melhor exemplo disso são garrafas de vidro, que voltam ao fabricante, são lavadas, esterilizadas e enchidas novamente. É necessário reutilizar ao máximo as coisas que seriam jogadas fora, sempre respeitando as recomendações do fabricante, a durabilidade do material e o bom senso.
Reciclar - Por fim, a reciclagem. Reciclagem significa separar, recolher, processar e usar a matéria-prima já utilizada para produzir alguma coisa novamente. Normalmente, nesse processo utiliza-se também matéria-prima nova e energia.
A indústria de reciclagem brasileira, apesar de muito deficiente, emprega cerca de 150.000 catadores de lixo. O investimento em reciclagem pode ser uma medida que pode empregar muitas pessoas, principalmente numa situação com altos níveis de desemprego como a atual. Isso é o que tem acontecido em várias cidades brasileiras, onde estão sendo formadas cooperativas de catadores.
Por exemplo, a Cooperativa dos Catadores do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, reúne 160 associados, ex-catadores em lixões, que agora operam duas unidades de reciclagem e têm uma renda mensal de aproximadamente R$200. Experiências semelhantes ocorrem em Araçatuba e Catanduva em São Paulo, Penha em Santa Catarina e Ponta Grossa, no Paraná, entre outras.
Os itens mais comuns são o papel, o plástico, o vidro e o metal. Além disso, o lixo orgânico, como cascas de frutas, folhas e restos de verduras, podem ser recicladas através da compostagem.
Projeto de Reciclagem de Resíduos Orgânicos na Grande Florianópolis
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Por: Caio de Teves Inácio
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mantém desde 1994 projeto de reciclagem de lixo, priorizando a coleta seletiva da fração orgânica que representa 40% do total dos resíduos gerados no campus e são destinados ao pátio de compostagem termofílica, que é mantido pela prefeitura universitária.
Um dos pontos fortes deste projeto é que ele opera a custos menores que o tratamento convencional de destinação dos resíduos ao aterro sanitário.
No pátio, as leiras de compostagem são confeccionadas e monitoradas por alunos e professores do curso de e professores do curso de Agronomia. O composto produzido é utilizado pelas atividades do curso de Agronomia e pelo horto da prefeitura universitária, na produção de mudas de árvores nativas e frutíferas.
A coleta seletiva é realizada com microtrator e carreta da prefeitura universitária que percorrem uma rota diária de recolhimento, atendendo as cantinas e os restaurantes do campus. Os resíduos orgânicos são separados e acondicionados in locu em bombonas plásticas de 50 litros com tampas que podem ser fixadas, evitando a exposição do material .
Durante o recolhimento são deixadas bombonas vazias e limpas em troca das cheias com lixo orgânico. Estas são levadas para o pátio de compostagem que recebe ainda o lixo orgânico proveniente da cozinha do Hospital Universitário (HU), a cama de cobaias do biotério central e as aparas de grama do serviço de manutenção dos jardins da universidade.
A montagem das leiras é feita manualmente e em camadas, sendo a primeira de cama animal ou folhas secas – materiais que garantem a aeração da pilha. Em seguida é despejado o material orgânico proveniente da coleta seletiva, sendo que a última camada é feita de grama. As dimensões da leira são de 2,0m de largura e 1,5m de altura. E o comprimento das leiras pode ser variável.
Durante todo o processo de compostagem, realiza-se apenas um revolvimento das pilhas que é efetuado com uma pá mecânica e tem como finalidade retornar a aeração no interior da leira.
Enquanto as leiras de compostagem são confeccionadas, realiza-se a humidificação da cama animal através de mangueiras e a inoculação (mistura) com composto pronto ou em fase de maturação. Este procedimento é adotado visando a "ignição" rápida do processo pela otimização das condições de umidade e inoculação que estimulam o crescimento microbiano e a plena colonização do material.
A atividade microbiana de decomposição termina por gerar grande calor e elevação da temperatura interna da leira. A não adoção destas práticas resulta no aparecimento de larvas de moscas (Musca Domestica – Mosca Doméstica e Crysomya Chochiliomya – Mosca Varejeira) que se favorecem do ambiente de alta concentração de nutrientes dos restos de comida e cama com fezes das cobaias. Estas larvas, uma vez desenvolvidas, produzem antibióticos que inibem a atividade microbiana, estagnando o processo de compostagem.
O "rodízio de despejo" é um procedimento de controle adotado para evitar o desenvolvimento das larvas. Esse procedimento consiste na espera de um prazo mínimo de 48 horas para que se possa despejar uma segunda remessa de lixo orgânico em uma mesma leira que esteja sendo confeccionada.
Este prazo é necessário para que haja a morte das larvas de moscas que não encontram mais ambiente propício para se desenvolver. Assim, as leiras são feitas em camadas e em partes até atingir a altura máxima de 1,5m.
Fonte: Revista Limpeza Pública. Nº 49. Outubro de 1998. Publicação trimestral da Associação Brasileira de Limpeza Pública – ABPL.
RECICLAGEM RENDE ACIMA DO MÍNIMO
A reciclagem de lixo em Cuiabá está gerando uma renda mensal de cerca de R$ 260, aos 110 cooperados que integram a Cooperativa de Trabalhadores de Materiais Recicláveis [Coopemar]. Em 2002, o trabalho rendeu R$ 600 mil, uma média – que vem sendo mantida – de R$ 50 mil por mês. Um crescimento de 35,5% com relação a 2001, que contabilizou um faturamento de R$ 442 mil.
“Além do salário, que segue uma tendência de estar cerca de 20% acima do salário mínimo, todos os cooperados têm transporte e alimentação garantidos”, aponta o presidente da Coopemar, Wanderley Cavenaghe.
Por mês, são recebidas pela usina, cerca de 2 mil toneladas de lixo. Em março, este número alcançou a marca de 2,6 mil toneladas. “A quantidade de lixo varia muito, pois depende da nossa capacidade de processamento e que muitas vezes esbarra na disponibilidade do maquinário.
Quando a usina iniciou suas atividades, 100% do lixo recolhido em Cuiabá ia para a triagem. Mas de lá para cá a cidade cresceu e nossa capacidade de reciclagem não acompanhou no mesmo ritmo”, observa Cavenaghe.
É difícil imaginar que garrafas plásticas, vidros, sacos plásticos, alumínio, papelão e mesmos restos orgânicos possam gerar um volume de recursos como os apresentados pela Cooperar. “Como estamos em um regime de cooperativismo, todos sabem da importância em produzir sempre mais. Esse é o diferencial da cooperativa”, destaca Cavenaghe.
O plástico é o produto mais rentável para a cooperativa. Depois de selecionados e separados, são transformados em granulados que viram matéria-prima para a fabricação de mangueiras. O produto reciclavél abastece basicamente fábricas em Cuiabá e Várzea Grande. Cada quilo do granulado é vendido a cerca de R$0,90.
Este material é um dos que mais sofreu alta no valor de comercialização. No ano passado, o valor pago, em média era de R$ 0,60.
As garrafas plásticas e descartáveis de refrigerantes - chamadas de “PET” - são compactadas e transportadas em fardos. O material, que levaria cerca de 400 anos para se decompor, é transformado em tecido e fio de poliéster [usado para fabricação de cordas de nylon]. O destino de quase toda a produção é Itajaí, Santa Catarina. Cada quilo das garrafas “PET” é comercializado a R$0,37.
O vidro de garrafas é triturado e se transforma em outros vidros. Basicamente o produto é vendido para fábricas localizadas em São Paulo, por cerca de R$ 0,04 o quilo. De 2002 até agora o preço do quilo se manteve inalterado.
As latinhas de alumínio e as sucatas são transformadas em chapas de ferro. As latinhas com preços melhores estão sendo comprada da usina a R$ 2,20 o quilo em 2002 o valor era de R$ 1,70 – abastecem a capital. Já as sucatas que são vendidas a R$ 0,04 o quilo são compradas por industrias de Curitiba (PR).
O material orgânico – basicamente composto por restos de alimentos e folhas – também selecionado pelos cooperados é mantido em container por 18 dias e depois fica mais 30 dias espalhado em uma área do aterro sanitário e então peneirado e vendido. Do total produzido, 20% é da prefeitura, outros 20% tem com destino a organização não governamental ICV.
Desde 1996, quando foi criada a Usina de Triagem e Compostagem de Cuiabá, até o ano passado o crescimento nas vendas registrou a marca de 102%. No primeiro ano de funcionamento a cooperativa comercializou cerca de R$ 192 mil.(CLIPPING ICV - Diário de Cuiabá )
Lixo: sociedade precisa produzir menos e reciclar mais
No Brasil são recolhidas 230 mil toneladas diárias de lixo urbano. Segundo Pesquisa de Saneamento Básico 2000, do IBGE, 68% do lixo recolhido em municípios de até 20 mil habitantes tem destinação inadequada: são jogados em lixões ou alagados. O aterros sanitários muitas vezes estão situados em áreas impróprias e próximas a mananciais.
Algumas estatísticas da Prefeitura de São Paulo são bastante úteis para que possamos a enfrentar esses problema, começando por produzir menos lixo. Cerca de 15 mil toneladas de lixo são produzidos todos dias na cidade, das quais 11 mil, ou 73%, vêm das casas. Cada pessoa produz, em média, de 800 gramas a 1,3 quilo, dependendo da classe social. Na mais alta, chega a 2 quilos. Do total, metade costuma ser lixo orgânico. As embalagens em geral, jornais, revistas, papéis, etc., são materiais recicláveis que ocupam o maior volume do lixo doméstico produzido diariamente.
A prática dos 3 Rs é uma das ferramentas mais eficientes para diminuir, significativamente, o volume do lixo doméstico, além de trazer benefícios ambientais: reduz o desperdício de recursos naturais extraídos da natureza e energia, diminui a poluição do solo, da água e do ar, evita o desmatamento e aumenta a vida útil dos aterros.
A seguir, veja o significado de cada um dos Rs:
1º "R": Redução no consumo e no desperdício, ou seja, evitar a produção de lixo pensando duas vezes antes de comprar ou usar algum produto.
Algumas dicas:
• Aproveite as duas faces das folhas de papel, tanto na escrita, quanto para impressão e fotocópias.
• Faça apenas o número necessário de fotocópias.
• Revise os textos na tela do computador antes de imprimi-los.
• Use envelopes só quando necessário.
• Recuse folhas de propaganda que não forem do seu interesse.
• Faça assinatura comunitária de revistas e jornais.
• Compre a granel hortifrutigranjeiros, grãos e produtos de limpeza nas feiras e sacolões, por exemplo.
• Aproveite talos e folhas de verduras, cascas de frutas, etc.
• Substitua os descartáveis por produtos duráveis.
• Evite embalagens supérfluas, sofisticadas ou de difícil ou nenhum reciclagem no Brasil (isopor, , celofane, papel aluminizado, etc.).
2º "R": Reutilização de objetos e materiais, ou seja, aproveitar ao máximo os produtos antes do descarte.
Algumas dicas:
• Reaproveite envelopes, cartolinas e folhas de papel com verso livre para rascunhos ou para imprimir documentos enviados por fax, sacolas e papéis de embrulho.
• Reutilize frascos e potes.
• Reaproveite sobras de materiais de construção.
• Conserte utensílios e aparelhos ou transforme-os em outros e doe ou troque de tudo em sebos, brechós, etc. antes de descartar.
3º "R": Reciclagem, ou seja, planejar o destino do lixo
Algumas dicas:
• Separe os recicláveis como papéis, plásticos, caixas tipo longa vida, vidros e metais. Os materiais devem estar limpos (livres de resíduos orgânicos).
• Se no seu bairro ou cidade não existe nenhum programa de coleta seletiva, você poderá doar os materiais separados e limpos aos catadores de lixo, sucateiros, supermercados, postos de combustíveis, instituições, etc. (Veja Anexo 1: Endereços).
• A Resolução 257 do CONAMA, de 30 de julho de 1999 determina que é de responsabilidade dos fabricantes e importadores de pilhas e baterias, os procedimentos de coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequado desses resíduos. Os endereços dos postos de coleta estão disponíveis no site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br).
Fonte: Agência Estado (www.estado.com.br), USP Recicla (www.usp.br), Cempre (www.cempre.org.br), Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br), Fórum Lixo e Cidadania de São Paulo, Prefeitura do Município de São Paulo (www.prefeitura.sp.gov.br), www.lixo.com.br
Reciclagem de lixo ainda é incipiente
São poucos os municípios brasileiros que têm programas de coleta seletiva, conforme mostra a Pesquisa Ciclosoft 2002, realizada pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem - Cempre. Nos últimos 8 anos, os programas de coleta seletiva tiveram um incremento de 138%. Atualmente, 192 municípios operam essas iniciativas. O Estado de São Paulo apresenta o maior número de programas de coleta seletiva, 57 no total. Em seguida, vem o Rio Grande do Sul (42), Santa Catarina (22), Minas Gerais e Paraná (18) e o Rio de Janeiro (9). Apesar do crescimento apontado pela pesquisa, são tímidos os números apresentados pelo País nessa área. Temos 5.561 municípios, portanto, apenas 3,5% desse universo operam programas de coleta seletiva.
Em 2001, o Idec realizou um estudo sobre coleta seletiva. Das dez cidades que fizeram parte da pesquisa, apenas três operavam com essa iniciativa -Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte. Atualmente, oito cidades têm programa de coleta seletiva.
No município de São Paulo, onde a produção crescente de lixo é uma preocupação, ainda não existe legislação adequada aos problemas do setor. No final do ano passado, o Projeto da "Taxa do Lixo" foi aprovado na Câmara Municipal de São Paulo, com o objetivo de mudar o sistema de coleta e destino do lixo da cidade.
Entre os acertos que precisam ser finalizados antes do início de validade da taxa, está a conclusão de um estudo da Secretaria de Serviços e obras que vai medir a produção média de resíduos domésticos por domicílios nos distritos de São Paulo e será a base da cobrança. A taxa mensal para os contribuintes residenciais varia de R$ 6,14 a R$ 61,36. Enquanto a Prefeitura não tomar nenhuma iniciativa para melhorar o sistema de coleta de lixo, o consumidor terá que destinar o material reciclável por conta própria ou pagará mais na taxa do lixo.
NÃO É LIXO
Grande parte do material jogado fora no dia-a-dia tem mercado para reciclagem, principalmente as embalagens de alimentos. Veja quais são os mais importantes e como são aproveitados no Brasil
Pouco adianta a implantação de programas de coleta seletiva de lixo se não há mercado para a reciclagem dos materiais. Apesar das iniciativas conhecidas hoje no Brasil serem pontuais, novas experiências aparecem a cada dia e, com isso, o mercado também vai se expandindo aos poucos. Um bom exemplo desse fenômeno são as embalagens cartonadas (caixinhas tipo "longa vida"), que até pouco tempo estavam estocadas no centro de triagem da Comcap porque não havia empresas interessadas na compra do material - apesar de existir tecnologia para reciclagem. Há cerca de três semanas, o estoque foi adquirido pela empresa Novak, com sede no Sul do Paraná, que recicla o material.
"Mesmo que haja grande variedade de materiais, sempre se arruma uma utilidade para eles", considera o professor Sebastião Rogério Soares, do Laboratório de Pesquisa em Resíduos Sólidos (Lareso) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo ele, são necessários mais investimentos na área de pesquisa para que se obtenha melhor tecnologia para o aproveitamento do material - o Lareso, por exemplo, está estudando técnicas de separação dos plásticos, um dos maiores empecilhos enfrentados atualmente para a reciclagem.
Os potenciais de aproveitamento de dez materiais utilizados cotidianamente pelos brasileiros foram pesquisados e sintetizados em estudo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos que realiza trabalhos para promover a reciclagem no Brasil. O estudo está disponível pela internet na homepage. A seguir apresentamos uma síntese desse material e a atual situação no mercado da região.
Plástico filme (sacos plásticos)
A maior limitação para a reciclagem de plásticos é a diversidade das resinas com que são produzidos, o que pode criar problemas na hora do reaproveitamento industrial. Como a identificação de algumas delas é difícil a olho nu, a maioria dos métodos de seleção utiliza a observação do material durante a queima. O setor que reúne os fabricantes tem adotado uma padronização com símbolos para facilitar a identificação.
A diversidade de cores é outro problema - metade dos plásticos-filme existentes no mercado é pigmentada, enquanto a outra metade é branca. Como contém tintas, o plástico deve ser separado por cor, ou pelo menos os impressos devem ser isolados dos lisos.
• 15% do total de plástico é reciclado em média no Brasil, o equivalente a 200 mil toneladas por ano. Não há dados específicos sobre o plástico filme. Sabe-se apenas que o material representa 29% do total de plásticos separados pelas cidades que fazem coleta seletiva.
• 50% de energia pode ser economizada com o uso de plástico reciclado.
• 3,2% das sacolas e sacos plásticos são recicladas nos Estados Unidos (28,8 mil toneladas por ano) e 2% das embalagens de produtos (30 mil toneladas).
• 6,74% do peso do lixo coletado em Florianópolis pela coleta convencional corresponde a plástico filme. Na seletiva, 14% do recolhimento é plástico em geral.
Papel de escritório
O incentivo para a reciclagem de papel é pequeno no Brasil porque o País é grande produtor de celulose virgem. Apesar da grande disponibilidade de aparas (nome genérico dados aos resíduos industriais ou domésticos), as indústrias costumam importar aparas para abastecer o mercado. Nos Estados Unidos, que exportam mais da metade do material arrecadado nas campanhas de reciclagem, é crescente o número de indústrias que reutilizam papel de escritório como matéria-prima, o que diminui o custo da produção. O maior mercado é o de embalagens.
A atividade de reciclar papel é antiga, mas ganhou força com a conscientização para a necessidade de se reduzir a quantidade de lixo despejado em aterros sanitários e "lixões". A ação dos catadores de rua têm no papel usado sua maior fonte de sustento.
Dentre as limitações do produto, destaca-se o fato dos papéis sanitários (toalhas, lenços e higiênicos) não serem encaminhados para reciclagem. Papéis parafinados, carbono, plastificados e metalizados também não são recicláveis.
• 37% do papel e papelão que circularam no Brasil em 1997 foi reciclado, o que equivale a 1,7 milhão de toneladas (computados a produção total somada à importação, subtraindo o volume exportado)
• 4,6 milhões de toneladas por ano é o consumo de papel e papelão no Brasil.
• 75% do total de papéis circulantes no mercado são recicláveis.
• 86% do papel destinado à reciclagem é gerado por atividades comerciais e industriais.
• 43% do total recolhido pela coleta seletiva em Florianópolis é papel. No lixo comum, o material representa 25%.
• Das 22 categorias de aparas, as mais nobres são as "brancas de primeira", que não têm impressão ou qualquer tipo de revestimento. Em 1994 foram recicladas 52 mil toneladas desse tipo de papel. A "apara mista", formada pela mistura de vários papéis, teve 103 mil toneladas recicladas em 1994.
Papel ondulado (papelão)
Utilizado largamente em caixas de produtos, o papel ondulado é o produto que atualmente mais usa material reciclável no País. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro são os maiores consumidores de aparas.
• 60% do total de papel ondulado consumido no Brasil é reciclado. Nos Estados Unidos, essa taxa é de 55%.
• 80% das aparas recicladas no Brasil são utilizadas pelas indústrias de embalagens.
• 720 mil toneladas de papel ondulado são recicladas no Brasil, por ano. A produção nacional é de 1,2 milhão de toneladas por ano.
• 1 tonelada de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 árvores provenientes de plantações comerciais reflorestadas.
• A fabricação de papel com uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água que no processo tradicional e reduz em 50% a energia.
• 6,89% do lixo recolhido pela coleta convencional em Florianópolis é papelão. O percentual recolhido pela coleta seletiva está somado ao papel comum.
Latas de alumínio
No Brasil, as latas vazias são misturadas com outras sucatas de alumínio e fundidas para a produção de panelas e utensílios domésticos, por exemplo. O primeiro programa de reciclagem do material surgiu em 1991. Em cinco anos, foram coletadas mais de 22 mil toneladas, envolvendo a participação de 1,2 milhão de pessoas. Nos Estados Unidos, os programas de reciclagem começaram em 1968 - cinco anos após o surgimento da embalagem no mercado.
O consumo médio per capita no Brasil corresponde a 25 latas por ano. Nos Estados Unidos esse número é bem maior - 375 latas são compradas em média por pessoa, todos os anos.
Ao contrário de outros materiais, com o alumínio os problemas de contaminação não são graves. A tinta usada para estampar as embalagens são destruídas nos fornos de fundição durante o reprocessamento do alumínio, sem comprometer o reaproveitamento do material.
• 61% da produção nacional de latas foi reciclada em 1996. Os números brasileiros batem países industrializados como Japão (57%), Inglaterra (23%), Alemanha (22%) e Itália (22%). Nos Estados Unidos a média é de 63%, o equivalente a 62 bilhões de latinhas por ano.
• 2,5 bilhões de latas foram recicladas no Brasil em 1996, o que equivale a 41 mil toneladas.
• 2 mil sucateiros em média são responsáveis pelo recolhimento de 50% das latas encaminhadas à indústria da reciclagem.
• R$ 500 a R$ 700 é o preço pago pela tonelada de latas de alumínio no Brasil, tornando-as o material reciclável mais valioso. 1 quilo de alumínio equivale a 62 latinhas e vale 10 vezes mais do que 1 quilo de papel.
• US$ 45 milhões por ano são movimentados no mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio.
• 42 dias é o tempo médio que uma lata de bebida leva para ser comprada no supermercado, consumida, reciclada, transformada em lata nova, envasada, vendida e novamente exposta na prateleira.
• 5% da energia necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário é gasta com a produção através da reciclagem. Cada lata reciclada economiza o equivalente ao consumo de um aparelho de TV ligado durante três horas.
Pneus
Apesar de potencialmente recicláveis, os pneus não são recolhidos pelo sistema de coleta seletiva de Florianópolis. As unidades que eventualmente param na estação de triagem são encaminhadas para o aterro sanitário de Biguaçu, com o restante do lixo comum. Entretanto, sabe-se que há formas de reutilização do material, como na confecção de tatames e chinelos.
O Brasil produz 32 milhões de pneus por ano, dos quais cerca de um terço são exportados. Apesar do alto índice de recauchutagem, que prolonga a vida dos pneus em 40%, a maior parte deles acaba parando nos lixões, na beira de rios e estradas, no mar ou no quintal das casas e em terrenos baldios, onde atraem insetos transmissores de doenças - a exemplo do Aedes aegyptis e Aedes albopictus, da dengue.
Pneus e câmaras de ar consomem 70% da produção nacional de borracha e sua reciclagem pode devolver ao processo um material regenerado por menos da metade do custo da borracha natural ou sintética.
• 10% das 300 mil toneladas de sucata disponíveis no Brasil para obtenção de borracha regenerada são recicladas. Não há dados sobre as demais formas de reciclagem de pneus.
• 0,49% do peso total do lixo urbano de Florianópolis é borracha.
PET
O plástico PET é aquele utilizado nas garrafas descartáveis de refrigerantes e tem como características a leveza, a resistência e a transparência. Sua grande vantagem é poder ser reciclado várias vezes sem que a qualidade do produto final seja alterada. O material foi desenvolvido em 1941, mas só começou a ser utilizado em embalagens na década de 70, nos Estados Unidos. No Brasil, o uso é recente e o mercado de reciclagem começa a se expandir.
Os principais produtos feitos com PET reciclado no Brasil são fibras para a fabricação de cordas, fios de costura e cerdas de vassouras e escovas. Moldagem de auto-peças, garrafas de detergentes e enchimentos de travesseiros são outras possibilidades. Nos Estados Unidos existem refrigerantes envasados em garrafas PET com 25% de material reciclado, o que ainda não ocorre no Brasil por falta de tecnologia.
Uma das maiores dificuldades para a reciclagem da resina PET é a contaminação das garrafas de refrigerante pela cola do rótulo, que altera o material durante o processamento. Além disso, a difícil triagem dos diversos tipos de plástico acaba inviabilizando a separação de lotes de PET puro - um vasilhame descartável de Coca-cola, por exemplo, tem um tipo de plástico na tampa e outro no rótulo, além do corpo da garrafa.
• 21% da resina PET produzida no Brasil foi reciclada em 1996, num total de 22 mil toneladas.
• 105 mil toneladas de plástico PET foram produzidas no País em 1996. A demanda mundial é estimada em 2,2 milhões de toneladas por ano, com previsão de dobrar nos próximos cinco anos.
Embalagens cartonadas
(caixinhas "longa vida")
A embalagem tipo "longa vida" preserva alimentos por muitos meses e os mantém imunes a bactérias e outros microorganismos, sem necessidade de refrigeração. Composta de várias camadas de material - 75% de papel duplex, 20% de plástico e 5% de alumínio -, tem uma barreira que impede a entrada de luz, ar, água e microorganismos. As caixinhas começaram a ser produzidas no Brasil no início dos anos 70 e hoje são amplamente consumidas, especialmente com leite e molhos.
A composição complexa dificulta a reciclagem do material, que pode ser feita através de três processos distintos. A Alemanha detém tecnologia suficiente e reciclou em 1996 65% das embalagens produzidas. No Brasil o aumento da reciclagem é previsto nos próximos anos, devido à expansão dos programas de coleta seletiva e o desenvolvimento de novos processos tecnológicos.
• 3 bilhões de embalagens "longa vida" foram consumidas no Brasil em 1996. Em 1997, a produção foi de 4 bilhões de unidades.
RECICLE
O Mundo É Um Só - Especial de A Notícia
Capa - O mundo é um só
Preserve o mico, mas cuide do seu lixo
Na lida diária
De grão em grão
Poupando árvores
Dinheiro fora
Reciclar vem depois
Por que Parou?
Não é lixo
Separando as coisas
Material perigoso
Com mais cuidado
Água de beber
Ambiente vira responsabilidade
Tatiani Longo
Carbonífera Criciúma seleciona o lixo
Criciúma - Há tempos a questão ambiental deixou de ser preocupação única das organizações não-governamentais (ONGs). Cada vez mais o assunto é integrado no planejamento estratégico das empresas.
Somente na região Carbonífera, existem várias que realizam ações para diminuir os impactos ambientais causados pelas atividades desenvolvidas. A reportagem do JM conseguiu encontrar cinco exemplos de empresas que implantaram ou estão em fase de implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). São elas: Canguru, Carbonífera Criciúma e Manchester Química, de Criciúma, Eliane, de Cocal do Sul e Grupo Rio Deserto, de Urussanga. Além de preservar a natureza, obedecendo às legislações existentes, esse sistema permite melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e ainda trazer benefícios para a instituição. Desde 1990, a Carbonífera Criciúma desenvolve ações em prol do meio ambiente e em 2002 começou a implantar o Sistema de Gestão Ambiental. “Além de atender à legislação sempre tivemos a preocupação de cuidar do ambiente. Em 2000 fizemos o processo de tratamento da água e antes mesmo disso já tínhamos implantado o processo de deposição controlada dos rejeitos. Essas ações já trouxeram diversos bons resultados”, destacou o geólogo da divisão técnica e ambiental da empresa, Carlos Henrique Schneider. Na Rio Deserto não é diferente.
De acordo com a superintendente de segurança, qualidade e meio ambiente, Rosimeri Venâncio Redivo, a preocupação não é só da empresa. “Os clientes estão preocupados em comprar de fornecedores que se preocupam com o meio ambiente. Temos vários programas de apoio que envolvem os funcionários como o Despertar da Prevenção e Momento da Segurança. Além de tratar os efluentes e desenvolver trabalhos sobre tudo o que causa impacto ambiental”, explicou.
Todas as empresas concordam que direta ou indiretamente essas ações trazem retorno financeiro. O lixo separado pode ser vendido e as contas de água e energia diminuídas, por exemplo.
Empresas dão incentivos
Muitos empresários têm interesse em implantar o Sistema de Gestão Ambiental mas não sabem como fazer. Algumas empresas de consultoria oferecem todo processo de orientação, desde o início da implantação até a conquista da certificação ISO 14000. É o caso da Ecco Assessoria Empresarial, de Criciúma. Como explica Clarice Heck, sócia da empresa, há uma série de metas a serem alcançadas para obtenção do certificado. “A empresa precisa identificar todos os impactos ambientais e a legislação a ser cumprida. Preparar as pessoas e conseguir demonstrar que está prevenindo a poluição também é necessário, embora o trabalho deva ser contínuo”, esclareceu ela. Quando todos os itens estiverem implantados, a empresa pode solicitar a visita do órgão certificador (no Brasil existe mais que um). Os técnicos farão auditoria para verificar se a certificação é justa. “O tempo varia muito de empresa para empresa pois algumas demoram mais a se adaptar. Elas precisam entender que investir num programa ambiental pode trazer diversos retornos, inclusive financeiro”, salientou.
O Sindicato da Indústria de Extração do Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc) também incentiva as carboníferas a adotar o sistema. “Das dez empresas, quatro estão em fase de implantação. Estamos tentando convencer as outras seis a adotar também”, contou o engenheiro e assessor técnico do Siecesc, Cleber Gomes. Na próxima terça-feira, o sindicato realiza duas reuniões. Uma com as empresas que possuem o sistema e outra com as que ainda não têm. Dois técnicos do Ministério do Meio Ambiente estarão presentes para dar orientações
Empresas enquadradas
Canguru
A empresa de embalagens flexíveis Canguru já começou a implantar o Sistema de Gestão Ambiental nas três unidades: Criciúma, Chapecó e Pelotas (RS). Agora a luta é para obter a certificação ISO 14000, que deve ser conquistada no início de 2005. Há vários anos, a empresa pratica a coleta seletiva de lixo, e a reciclagem das aparas, principais resíduos sólidos que são as sobras do processo. Também faz parte da política empresarial a educação ambiental dos trabalhadores, que sempre participam de palestras.
Carbonífera Rio Deserto
O Sistema de Gestão Ambiental foi implantado nas quatro unidades do grupo há três anos. A mina de Barro Branco está em processo de implantação. Já a que está sendo projetada para a localidade de Esplanada nascerá com a certificação ISO 14000. Programas de prevenção e segurança e a destinação correta das embalagens, resíduos e agrotóxicos fazem parte das ações da empresa.
Manchester Química
Para a empresa, instalada em Criciúma, a certificação ISO 14000 não é o objetivo do momento. O Sistema de Gestão Ambiental, no entanto, continua sendo desenvolvido. Coleta seletiva, tratamento de efluentes, e campanhas de redução de energia elétrica já fazem parte do dia-a-dia dos trabalhadores há mais de 10 anos. Uma das unidades recicla 100% dos efluentes (resíduos líquidos que sobram do processo e são tratados e devolvidos ao meio ambiente).
Eliane
Por ser uma empresa de cerâmica, a Eliane, de Cocal do Sul, utiliza muita água. Então suas principais ações estão voltadas para o tratamento de efluentes. Uma estação permite que até 60% seja reaproveitado para o processo. Filtros para a remoção de poeira estão dispostos nas chaminés fazendo com que o pó seja reduzido. Por enquanto a empresa não pensa em obter a certificação ISO 14000.
Carbonífera Criciúma
A implantação do Sistema de Gestão Ambiental teve início em 2002 e, desde então, muitas mudanças foram implantadas na empresa. As fases de definição das políticas e o levantamento dos aspectos ambientais já foram concluídos. Agora é a vez do processo de implantação dos procedimentos. A expectativa é que esteja concluído em 2004 para dar seguimento a auditoria, avaliação e certificação ISO. Desde 1990, a questão ambiental recebe tratamento diferenciado e todas as ações que geram impactos ambientais foram repensadas para que favoreçam o meio ambiente.
Jornal da Manhã
Criciúma/SC
28 e 29/05/2004
Economia
Até 2000, todo o lixo coletado
era depositado em uma cava
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Um dos trabalhos mais importantes desenvolvidos pela Prefeitura de Araraquara foi no aterro sanitário da cidade. Até 2000, toda coleta era depositada em uma cava (um enorme buraco aberto para a retirada de argila), e a cada acúmulo semanal de descarga de lixo, era feito o aterramento do material. Assim, o lixo foi sendo acondicionado em camadas que resultaram no morro que hoje existe no local. Segundo o coordenador de meio ambiente da prefeitura, Marco Aurélio Carvalho, não havia um controle eficiente para evitar contaminações do solo. Foi necessário implantar drenos para a coleta e tratamento do chorume - a parte líquida do lixo gerada pela chuva em contato com o lixo orgânico em decomposição. “Com esse trabalho, reduzimos consideravelmente o fluxo de chorume que descia em direção ao lençol freático, evitando a infiltração e a contaminação do solo”, explicou Carvalho. Outro benefício do processo de drenagem foi a diminuição dos gases produzidos pela decomposição do lixo, que podem até provocar explosões.
Além do trabalho de drenagem a prefeitura passou a destinar metade das 130 toneladas de lixo produzidas por dia em Araraquara para a usina de compostagem. Na usina, é feita a separação do lixo orgânico (que será transformado em adubo), do lixo seco de material reciclável (papel, papelão, lata, vidro e plástico) e dos resíduos que, por não terem aproveitamento, vão para o aterro.
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Metade do lixo produzido em Araraquara
vai para as usinas de compostagem
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As melhorias trazidas pelas readequações do aterro, também incidiram nas questões sociais, gerando empregos e renda para 35 pessoas que sobreviviam como catadores de lixo. O grupo passou por um curso de capacitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e formou uma cooperativa para trabalhar na triagem e na compostagem do lixo. O ex-catadores também receberam uniformes, equipamentos de segurança e foram vacinados para não haver risco de contaminação.
Todo o lixo reaproveitado para reciclagem é vendido para indústrias. De tudo o que é arrecadado, 60% do lucro são rateados entre os cooperados (catadores) , 20% se transformam em investimentos e o restante vai para o fundo de reservas, para garantir os gastos com saúde e outras necessidades desses trabalhadores. Cada um recebe cerca de R$ 300,00 por mês de salário. “Tudo isso também é desenvolvimento sustentável, que gera economia para os cofres municipais”, comenta o prefeito. Segundo ele, esta situação vai se repetir com a usina de reciclagem de entulho que será implantada no segundo semestre deste ano. A medida tem uma importância significativa para o município uma vez que são recolhidas, diariamente, de 80 a 100 caçambas repletas de entulhos de obras e construções.
Para os carroceiros, que também fazem a coleta, a prefeitura está implantando 14 bolsões de entulho, para facilitar a descarga sempre no ponto mais próximo. Esses bolsões foram definidos a partir de um mapeamento dos locais irregulares de lançamento de entulho. Assim, vai ficar mais fácil evitar jogar esse tipo de lixo em locais proibidos, como mananciais e terrenos baldios.
A usina reprocessa o entulho e transforma essas sobras em bloquetes para calçadas, nivelamento de estradas e pavimentação de estradas de terra. Esse material compactado é resistente a caminhões de porte médio. A previsão da prefeitura é de que tão logo a usina comece a funcionar com capacidade máxima, ela passará a fabricar 400 toneladas de bloquetes.
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Para os carroceiros a prefeitura
está implantando 14 bolsões de entulho
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Em função destas novas formas de destinação do lixo em Araraquara, a prefeitura conseguiu reduzir o impacto ambiental do aterro sanitário e estender a sua vida útil por mais três anos. Quando o aterro for desativado, o lixo passará a ser depositado numa área vizinha que está sendo estudada e preparada para ter condições de receber os dejetos por pelo menos mais 30 anos.
Segundo a prefeitura, o aumento da vida útil do aterro também se deve aos cuidados com os lixos tóxicos. O lixo hospitalar, por exemplo, é incinerado pois não pode ir para aterros. Quanto ao armazenamento correto das embalagens de defensivos agrícolas, que a partir de junho passa a ser obrigatório por lei federal, a prefeitura já construiu a unidade em parceria com 16 empresas do setor agrícola. A unidade já está em funcionamento, recebendo as embalagens que contém resíduos tóxicos.
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A reserva do Aqüífero Guarani ocupa
uma área de 1,5 milhão de km2
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Depois de armazenadas, as embalagens são levadas para uma central em Guariba (região de Ribeirão Preto), onde são encaminhadas para reciclagem, servindo unicamente para a fabricação de conduíte de fios elétricos. “Como se vê, em Araraquara todo o lixo está cercado”, comemora o prefeito Edinho Silva.
Outra ação da prefeitura em prol da preservação do meio ambiente diz respeito ao Aqüífero Guarani. O Poder Executivo elaborou um projeto de lei, já aprovado pela câmara municipal, transformando-o em área de proteção ambiental do município.
O Aqüífero Guarani é considerado uma das mais importantes e maiores reservas subterrâneas de água da Terra. Ele se estende pelos estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando ao Uruguai e Argentina. Para ter uma idéia de concentração de água, enquanto o Brasil tem 8,5 milhões de km2, o aqüífero é uma reserva que ocupa uma área de 1,5 milhão de km2. Para Araraquara ele é vital, pois fornece 50% da água consumida.
O prefeito explica que todas essas preocupações geradoras de projetos e programas ambientalistas, têm como meta transformar o município em uma cidade moderna e sinônimo de qualidade de vida.
Lixo que não é lixo!
Pouco adianta a implantação de programas de coleta seletiva de lixo se não há mercado para a reciclagem dos materiais. Apesar das iniciativas conhecidas hoje no Brasil serem pontuais, novas experiências aparecem a cada dia e, com isso, o mercado também vai se expandindo aos poucos. Um bom exemplo desse fenômeno são as embalagens cartonadas (caixinhas tipo "longa vida"), que até pouco tempo estavam estocadas no centro de triagem da Comcap porque não havia empresas interessadas na compra do material - apesar de existir tecnologia para reciclagem. Há cerca de três semanas, o estoque foi adquirido pela empresa Novak, com sede no Sul do Paraná, que recicla o material.
"Mesmo que haja grande variedade de materiais, sempre se arruma uma utilidade para eles", considera o professor Sebastião Rogério Soares, do Laboratório de Pesquisa em Resíduos Sólidos (Lareso) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo ele, são necessários mais investimentos na área de pesquisa para que se obtenha melhor tecnologia para o aproveitamento do material - o Lareso, por exemplo, está estudando técnicas de separação dos plásticos, um dos maiores empecilhos enfrentados atualmente para a reciclagem.
Os potenciais de aproveitamento de dez materiais utilizados cotidianamente pelos brasileiros foram pesquisados e sintetizados em estudo do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), associação sem fins lucrativos que realiza trabalhos para promover a reciclagem no Brasil. O estudo está disponível pela internet na homepage http://www.cempre.org.br. A seguir apresentamos uma síntese desse material e a atual situação no mercado da região.
Plástico filme (sacos plásticos)
A maior limitação para a reciclagem de plásticos é a diversidade das resinas com que são produzidos, o que pode criar problemas na hora do reaproveitamento industrial. Como a identificação de algumas delas é difícil a olho nu, a maioria dos métodos de seleção utiliza a observação do material durante a queima. O setor que reúne os fabricantes tem adotado uma padronização com símbolos para facilitar a identificação.
A diversidade de cores é outro problema - metade dos plásticos-filme existentes no mercado é pigmentada, enquanto a outra metade é branca. Como contém tintas, o plástico deve ser separado por cor, ou pelo menos os impressos devem ser isolados dos lisos.
15% do total de plástico é reciclado em média no Brasil, o equivalente a 200 mil toneladas por ano. Não há dados específicos sobre o plástico filme. Sabe-se apenas que o material representa 29% do total de plásticos separados pelas cidades que fazem coleta seletiva.
50% de energia pode ser economizada com o uso de plástico reciclado.
3,2% das sacolas e sacos plásticos são recicladas nos Estados Unidos (28,8 mil toneladas por ano) e 2% das embalagens de produtos (30 mil toneladas).
6,74% do peso do lixo coletado em Florianópolis pela coleta convencional corresponde a plástico filme. Na seletiva, 14% do recolhimento é plástico em geral.
Papel de escritório
O incentivo para a reciclagem de papel é pequeno no Brasil porque o País é grande produtor de celulose virgem. Apesar da grande disponibilidade de aparas (nome genérico dados aos resíduos industriais ou domésticos), as indústrias costumam importar aparas para abastecer o mercado. Nos Estados Unidos, que exportam mais da metade do material arrecadado nas campanhas de reciclagem, é crescente o número de indústrias que reutilizam papel de escritório como matéria-prima, o que diminui o custo da produção. O maior mercado é o de embalagens.
A atividade de reciclar papel é antiga, mas ganhou força com a conscientização para a necessidade de se reduzir a quantidade de lixo despejado em aterros sanitários e "lixões". A ação dos catadores de rua têm no papel usado sua maior fonte de sustento.
Dentre as limitações do produto, destaca-se o fato dos papéis sanitários (toalhas, lenços e higiênicos) não serem encaminhados para reciclagem. Papéis parafinados, carbono, plastificados e metalizados também não são recicláveis.
37% do papel e papelão que circularam no Brasil em 1997 foi reciclado, o que equivale a 1,7 milhão de toneladas (computados a produção total somada à importação, subtraindo o volume exportado)
4,6 milhões de toneladas por ano é o consumo de papel e papelão no Brasil.
75% do total de papéis circulantes no mercado são recicláveis.
86% do papel destinado à reciclagem é gerado por atividades comerciais e industriais.
43% do total recolhido pela coleta seletiva em Florianópolis é papel. No lixo comum, o material representa 25%.
Das 22 categorias de aparas, as mais nobres são as "brancas de primeira", que não têm impressão ou qualquer tipo de revestimento. Em 1994 foram recicladas 52 mil toneladas desse tipo de papel. A "apara mista", formada pela mistura de vários papéis, teve 103 mil toneladas recicladas em 1994.
Papel ondulado (papelão)
Utilizado largamente em caixas de produtos, o papel ondulado é o produto que atualmente mais usa material reciclável no País. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro são os maiores consumidores de aparas.
60% do total de papel ondulado consumido no Brasil é reciclado. Nos Estados Unidos, essa taxa é de 55%.
80% das aparas recicladas no Brasil são utilizadas pelas indústrias de embalagens.
720 mil toneladas de papel ondulado são recicladas no Brasil, por ano. A produção nacional é de 1,2 milhão de toneladas por ano.
1 tonelada de aparas pode evitar o corte de 10 a 12 árvores provenientes de plantações comerciais reflorestadas.
A fabricação de papel com uso de aparas gasta 10 a 50 vezes menos água que no processo tradicional e reduz em 50% a energia.
6,89% do lixo recolhido pela coleta convencional em Florianópolis é papelão. O percentual recolhido pela coleta seletiva está somado ao papel comum.
Latas de alumínio
No Brasil, as latas vazias são misturadas com outras sucatas de alumínio e fundidas para a produção de panelas e utensílios domésticos, por exemplo. O primeiro programa de reciclagem do material surgiu em 1991. Em cinco anos, foram coletadas mais de 22 mil toneladas, envolvendo a participação de 1,2 milhão de pessoas. Nos Estados Unidos, os programas de reciclagem começaram em 1968 - cinco anos após o surgimento da embalagem no mercado.
O consumo médio per capita no Brasil corresponde a 25 latas por ano. Nos Estados Unidos esse número é bem maior - 375 latas são compradas em média por pessoa, todos os anos.
Ao contrário de outros materiais, com o alumínio os problemas de contaminação não são graves. A tinta usada para estampar as embalagens são destruídas nos fornos de fundição durante o reprocessamento do alumínio, sem comprometer o reaproveitamento do material.
61% da produção nacional de latas foi reciclada em 1996. Os números brasileiros batem países industrializados como Japão (57%), Inglaterra (23%), Alemanha (22%) e Itália (22%). Nos Estados Unidos a média é de 63%, o equivalente a 62 bilhões de latinhas por ano.
2,5 bilhões de latas foram recicladas no Brasil em 1996, o que equivale a 41 mil toneladas.
2 mil sucateiros em média são responsáveis pelo recolhimento de 50% das latas encaminhadas à indústria da reciclagem.
R$ 500 a R$ 700 é o preço pago pela tonelada de latas de alumínio no Brasil, tornando-as o material reciclável mais valioso. 1 quilo de alumínio equivale a 62 latinhas e vale 10 vezes mais do que 1 quilo de papel.
US$ 45 milhões por ano são movimentados no mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio.
42 dias é o tempo médio que uma lata de bebida leva para ser comprada no supermercado, consumida, reciclada, transformada em lata nova, envasada, vendida e novamente exposta na prateleira.
5% da energia necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio pelo processo primário é gasta com a produção através da reciclagem. Cada lata reciclada economiza o equivalente ao consumo de um aparelho de TV ligado durante três horas.
Pneus
Apesar de potencialmente recicláveis, os pneus não são recolhidos pelo sistema de coleta seletiva de Florianópolis. As unidades que eventualmente param na estação de triagem são encaminhadas para o aterro sanitário de Biguaçu, com o restante do lixo comum. Entretanto, sabe-se que há formas de reutilização do material, como na confecção de tatames e chinelos.
O Brasil produz 32 milhões de pneus por ano, dos quais cerca de um terço são exportados. Apesar do alto índice de recauchutagem, que prolonga a vida dos pneus em 40%, a maior parte deles acaba parando nos lixões, na beira de rios e estradas, no mar ou no quintal das casas e em terrenos baldios, onde atraem insetos transmissores de doenças - a exemplo do Aedes aegyptis e Aedes albopictus, da dengue.
Pneus e câmaras de ar consomem 70% da produção nacional de borracha e sua reciclagem pode devolver ao processo um material regenerado por menos da metade do custo da borracha natural ou sintética.
10% das 300 mil toneladas de sucata disponíveis no Brasil para obtenção de borracha regenerada são recicladas. Não há dados sobre as demais formas de reciclagem de pneus.
0,49% do peso total do lixo urbano de Florianópolis é borracha.
PET
O plástico PET é aquele utilizado nas garrafas descartáveis de refrigerantes e tem como características a leveza, a resistência e a transparência. Sua grande vantagem é poder ser reciclado várias vezes sem que a qualidade do produto final seja alterada. O material foi desenvolvido em 1941, mas só começou a ser utilizado em embalagens na década de 70, nos Estados Unidos. No Brasil, o uso é recente e o mercado de reciclagem começa a se expandir.
Os principais produtos feitos com PET reciclado no Brasil são fibras para a fabricação de cordas, fios de costura e cerdas de vassouras e escovas. Moldagem de auto-peças, garrafas de detergentes e enchimentos de travesseiros são outras possibilidades. Nos Estados Unidos existem refrigerantes envasados em garrafas PET com 25% de material reciclado, o que ainda não ocorre no Brasil por falta de tecnologia.
Uma das maiores dificuldades para a reciclagem da resina PET é a contaminação das garrafas de refrigerante pela cola do rótulo, que altera o material durante o processamento. Além disso, a difícil triagem dos diversos tipos de plástico acaba inviabilizando a separação de lotes de PET puro - um vasilhame descartável de Coca-cola, por exemplo, tem um tipo de plástico na tampa e outro no rótulo, além do corpo da garrafa.
21% da resina PET produzida no Brasil foi reciclada em 1996, num total de 22 mil toneladas.
105 mil toneladas de plástico PET foram produzidas no País em 1996. A demanda mundial é estimada em 2,2 milhões de toneladas por ano, com previsão de dobrar nos próximos cinco anos.
Embalagens cartonadas
(caixinhas "longa vida")
A embalagem tipo "longa vida" preserva alimentos por muitos meses e os mantém imunes a bactérias e outros microorganismos, sem necessidade de refrigeração. Composta de várias camadas de material - 75% de papel duplex, 20% de plástico e 5% de alumínio -, tem uma barreira que impede a entrada de luz, ar, água e microorganismos. As caixinhas começaram a ser produzidas no Brasil no início dos anos 70 e hoje são amplamente consumidas, especialmente com leite e molhos.
A composição complexa dificulta a reciclagem do material, que pode ser feita através de três processos distintos. A Alemanha detém tecnologia suficiente e reciclou em 1996 65% das embalagens produzidas. No Brasil o aumento da reciclagem é previsto nos próximos anos, devido à expansão dos programas de coleta seletiva e o desenvolvimento de novos processos tecnológicos.
3 bilhões de embalagens "longa vida" foram consumidas no Brasil em 1996. Em 1997, a produção foi de 4 bilhões de unidades.
Fonte: Jornal ANotícia - Caderno AN Verde
Usina de Reciclagem
A RECICLE conta com um galpão de 1000 m2 onde se faz toda a triagem do lixo proveniente da Coleta Seletiva. Nesse galpão estão instalados uma esteira rolante e prensas para enfardamento do material selecionado. O material do tipo ferro velho é depositado ao lado de fora do galpão para facilitar o carregamento através de caminhões com braço hidráulico O vidro é colocado em tonéis de 200 litros para evitar possíveis acidentes. Os demais produtos são prensados e enfardados par diminuir custos de transporte.
Reciclar é preciso
Apesar da reciclagem no Brasil ter crscido nos últimos anos, muito ainda pode ser feito para evitar o aumento desenfreado de lixo
Juliana Tiraboschi
Segundo dados do IBGE, coletados em 2000, dos 5.507 municípios brasileiros, apenas 451 possuem coleta seletiva e 352 contam com serviço de reciclagem de lixo. No Brasil ainda reciclamos pouco, mas o cenário dá sinais de melhora. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Pet (Abipet), cerca de 120 mil toneladas de embalagens pet (plástico resistente usado em embalagens de refrigerantes, água e sucos, entre outros) usadas foram recicladas em 2003, registrando um crescimento de 18% em relação ao ano anterior. A entidade calcula que, até o final de 2004, o volume de reciclagem deve crescer de 15% a 20% com o trabalho de catadores e de iniciativas realizadas em conjunto com as prefeituras. De acordo com a Plastivida (comissão da Abiquim - Associação Brasileira da Indústria Química), 17,5 % do plástico produzido no Brasil é reciclado, enquanto 41% do papel fabricado é reaproveitado.
Na campo da reciclagem de vidro, temos muito o que comemorar, já que 45% do que produzimos foi reciclado em 2003. Em 1991 esse índice era de apenas 15%. A reciclagem de vidro permite aproveitamento total: com um quilo do material fabrica-se a mesma quantidade de vidro novo, sem poluir o meio ambiente (dados da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro - Abividro).
São ótimas notícias para o setor, mas ao mesmo tempo em que a reciclagem cresce, a quantidade de lixo aumenta. Em 1996, foram produzidas 3,6 milhões de toneladas só no município de São Paulo. Em 2000, esse número saltou para 7,35 milhões, de acordo com o doutor em ciências Sabetai Calderoni, autor de "Os Bilhões Perdidos no Lixo" (ed. Humanitas).
O LIXO QUE VIROU DINHEIRO SALVA O POVO BRASILEIRO
No Brasil, a geração de lixo nas grandes cidades passou a causar problemas quase incontroláveis. Com o crescimento dos centros urbanos de maneira acelerada, a saída mais fácil para as famílias e o poder público tem sido tradicionalmente a retirada da sujeira das ruas e deposição em lixões. Incinerado ou enterrado, esconder o lixo passou a ser a escolha que parecia mais acertada, até aparecerem os problemas ambientais, como a contaminação das águas subterrâneas.
A par disso, a abundância de resíduos sólidos – latas, garrafas, sacos plásticos, papéis – é fonte adicional de problemas por ocasião das chuvas, pois entope os bueiros e os caminhos naturais das águas pluviais. Ainda que o governo federal e as prefeituras de algumas das cidades tenham tomado providências, a grande maioria dos municípios brasileiros continua a praticar a tradicional deposição de lixo, sem nenhum cuidado sanitário, causando poluição em significativas áreas, próximas às moradias.
Como fruto desse mesmo crescimento desordenado das cidades, foram-se acumulando expressivos segmentos da população sem emprego ou renda, levados a uma situação de privação total, inclusive de alimentos básicos. E foi dessas contradições do modelo brasileiro de crescimento que surgiu uma nova atividade: a de catador de lixo.
Se há poucas décadas, era inexpressivo o contingente de pessoas nessa situação, com o agravamento do desemprego, só na região metropolitana de Recife, por exemplo, já são cerca de 25 mil pessoas que vivem da catação em lixões. São inúmeros os problemas sociais que os afetam, nas grandes e pequenas cidades: danos para a saúde, desnutrição, consumo de comida estragada, alto índice de utilização de crianças nas atividades, falta de documentação e acesso aos serviços públicos; consumo de álcool e outras drogas e grande número de conflitos entre eles.
Produtos como alumínio e outros metais, plásticos e papéis são o alvo de catadores, principalmente nas cidades maiores. Estima-se em 150 mil os trabalhadores nas atividades de reciclagem, em todo o Brasil. Só no segmento de latas de alumínio, já se alcançou 85% de reaproveitamento, graças ao alto valor desse produto. Mas os catadores, que se submetem aos maiores perigos e à situação insalubre são os que menos ganham com isso. Os atravessadores é que ficam com a maior fatia. Por isso, ganham corpo no Brasil, as organizações dos catadores.
Mesmo com o incentivo às ações de proteção ao meio ambiente, ao reaproveitamento e à reciclagem, a maior parte dos municípios brasileiros ainda não aderiu a essa causa. Tendo em vista essa falha, a Fundação Banco do Brasil está se propondo a disseminar tecnologias ambientalmente sustentáveis. O primeiro foco de atuação é na reciclagem de recursos sólidos, particularmente os de origem residencial e comercial , que constituem mais de 60% de todo o lixo produzido no País. Com base em cadastros e diagnósticos das experiências municipais de coleta seletiva (menos de 200 cidades, até o momento), a Fundação Banco do Brasil se dispõe a disseminar as experiências vitoriosas, por meio de seu Banco de Tecnologias Sociais. Simultaneamente, investe em cooperativas de catadores, como forma de geração de renda para esses segmentos.
Por intermédio das associações, são criadas regras de convivência e mecanismos de venda sem a intermediação do atravessador, como é o caso da ASMARE, de Belo Horizonte, criada há 13 anos e que beneficia quase duas mil pessoas. Além de fazerem a coleta seletiva, participam de projetos de geração de renda pela reciclagem e reaproveitamento de objetos. Nas oficinas aprendem habilidades que lhes permitem gerar renda e sair da situação de insegurança das ruas. Também nessa ação, a Fundação procura atacar as causas da fome e da miséria, propiciando renda às pessoas em situação de risco social, ao mesmo tempo em que incentiva sua capacitação, para a inserção no mercado de trabalho.
Cooperativismo e reciclagem - O lixo que virou dinheiro
O grande volume de lixo produzido nas cidades brasileiras tem sido fonte de renda para dezenas de milhares de famílias. A abundância de resíduos sólidos - latas, garrafas, sacos plásticos e papéis - acabou por criar os catadores de lixo que, nas ruas ou nos lixões, recolhem material para seu sustento. Estima-se em 150 mil os trabalhadores nas atividades de reciclagem, em todo o Brasil; só no segmento de latas de alumínio, já se alcançou 85% de aproveitamento, graças ao alto valor desse produto.
Em uma frente de atuação, a Fundação Banco do Brasil fortalece o cooperativismo dos catadores de lixo, capacitando-os para coleta seletiva e promovendo a geração de trabalho e renda pela reciclagem e reaproveitamento de objetos. Os trabalhadores, nas oficinas de capacitação, aprendem habilidades e desenvolvem redes de proteção que lhes permitem sair da situação de insegurança das ruas. Em outra frente, a Fundação dissemina para as prefeituras tecnologias de coleta seletiva de lixo e é parceira em empreendimentos voltados para geração de trabalho e renda, a partir da cadeia produtiva de materiais recicláveis.
Quando você separa o lixo reciclável, você esta economizando recursos naturais como energia, árvores, petróleo e água. Todos estes recursos são finitos e não podem ser desperdiçados.
Um aterro sanitário, onde todo lixo recolhido nas residências vão parar ser enterrados, dura pouco menos de dois anos e as área destinadas para este fim estão ficando extremamente reduzidas pois o lixo é altamente tóxico e pode contaminar lençóis de água subterrâneos e escoar para córregos espalhando-se para outras áreas.
Desenvolva sua consciência cidadã, separe lixo reciclável, o planeta agradece e as próximas gerações também.
O melhor meio para o reaproveitamento do lixo ainda é a coleta seletiva, isto é empresas especializadas que instruam a população, distribuam recipientes apropriados para que cada indivíduo, na sua residência, separe o lixo nas principais categorias: vidro, papel, plástico, metais e lixo orgânico. Em algumas cidades a própria Prefeitura se encarrega desse trabalho, obtendo o retorno financeiro do material que é reaproveitado.
Em alguns lixões é empregado o sistema de esteiras transportadoras, nas quais os catadores tiram o aproveitável manualmente, o que representa um melhor aproveitamento em relação aos lixões que apenas amontoam o lixo e depois o espalham com tratores pesados.
Ao material orgânico pode ser aplicado o processo de compostagem - processo biológico de decomposição da matéria orgânica - onde o produto final pode ser aproveitado como adubo orgânico. Neste processo as frações orgânicas são levadas a pátios e dispostas em pilhas de tamanhos variados, que são freqüentemente revolvidas, com auxílio de tratores, pás ou removedores automáticos, durante um período médio de 4 meses. O processo pode ser acelerado usando-se tubulações perfuradas para aeração sob as pilhas.
A construção de aterros sanitários ou controlados é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, minimizando os impactos ambientais e riscos a saúde pública. Nesse processo tem-se uma poluição localizada, onde os resíduos são confinados em camadas cobertas com material inerte (normalmente o solo). No aterro o solo deve ser totalmente compactado na base do aterro, o que o torna impermeável, evitando assim a penetração do chorume para os lençóis freáticos.
Conceitos
a. LIXO: conceitua-se LIXO, as sobras, os restos, ou um conjunto de resíduo;
b. RESÍDUOS: tecnicamente, o LIXO é chamado de resíduo. Resíduo é um sub-produto de um processo qualquer;Ele pode ser:
1 - orgânico:
• restos de comida;
• restos de frutas, legumes e verduras;
• cascas de ovos, folhagens, plantas mortas;
• papel higiênico, guardanapos e toalhas de papel;
• cinzas, pó de café, dentre outros.
• ou inorgânico
2- Inorgânico:
• plásticos;
• vidros;
• papel/papelão;
• metais, dentre outros.
3- Especiais:
• geradas de entulho e demolição;
• industriais:
classe I - PERIGOSOS;
classe II - NÃO PERIGOSOS E NÃO INERTES,
classe III - INERTES;
• resíduos hospitalares e de serviços de saúde.
c. PROCESSO: é a operação de transformação de uma matéria-prima em um produto;
d. COMPOSTAGEM: é o processo para a obteção de composto orgânico, a partir do LIXO;
e. RECICLAR: é o processo de obtenção de um produto, a partir dele mesmo, ou parte dele quando resíduo
Lixos Recicláveis
PAPEL: jornal, revistas, caixas de papelão, embalagens de ovos, envelopes, cartolina, formulários de computador, papel sulfite, embalagem longa vida, papel de fax, papel toalha ou papel higiênico que não estiverem sujos (podem estar molhados)
PAPEL QUE NÃO RECICLA: papel carbono, etiqueta adesiva, fita crepe, guardanapos sujos, fotografias, bitucas de cigarros, papéis sujos, papel metalizado
PLÁSTICO: embalagens de refrigerante, margarina, e material de limpeza, copinhos plásticos, (não é necessário lavar), canos, tubos, sacos plásticos em geral, brinquedos e baldes
PLÁSTICO QUE NÃO RECICLA: cabo de panela, tomada, bandejas de alimentos feitas de uma mistura de plástico e isopor, fralda descartável
VIDRO: guarrafas, potes e cacos de vidro
VIDRO QUE NÃO RECICLA: espelhos, vidros planos, lâmpadas, tubos de tv, cerâmica e porcelana.
METAL: latas de aço (lata de óleo, alimentos em conserva) latas de alumínio (refrigerante, cerveja), panelas parafusos, outras sucatas de construção civil
METAL QUE NÃO RECICLA: clips, grampos, esponjas de aço, pilhas e baterias (as pilhas e baterias devem ser devolvidas aos fabricantes ou ao revendedor).
• Instituto recicle milhões de vidas Imperdível!
• Postos de Entrega Voluntária de Lixo Reciclável.
• Pilhas e Baterias - Postos de Coleta
• Cempre - Compromisso Empresarial para Reciclagem. Associação sem fins lucrativos que visa promover a reciclagem e conscientização em torno da questão de resíduos sólidos no Brasil.
• Recicloteca - Compromisso Empresarial para Reciclagem. Associação sem fins lucrativos que visa promover a reciclagem e conscientização em torno da questão de resíduos sólidos no Brasil.
• Thera eventos e reciclagem profissional - promove cursos e outros eventos ligados aos agronegócios e meio ambiente. De um lado estão os cursos voltados à sociedade, atendendo a demanda de proprietários de chácaras e sítios. De um outro, promove cursos voltados ao aperfeiçoamento de profissionais ligados à área.
• Nápoles Aparas de papel- A Napoles gosta do que faz e tem vontade de fazer. Entre seus principais valores estão o trabalho, o de sempre cumprir as promessas feitas a clientes e fornecedores, e a honestidade. Em 1964, os fundadores abriram a empresa, dando a ela o nome de sua cidade natal. Anteriormente, desde 1960, já trabalhavam com todos os tipos de material destinados à reciclagem, mas perceberam que o futuro estava na reciclagem do papel
• Paulifresa Fresagem e Reciclagem Ltda -Paulifresa Fresagem e Reciclagem Ltda - Fresagem, reciclagem, recapeamento de rodovias, aeroportos, pisos de asfalto ou concreto, capas asfálticas, com a mais diversa gama de fresadoras do mercado. Itatiba, São Paulo.
• Preciso - Coleta seletiva de lixo realizado atualmente no município de Embu Guaçu - SP, cujos principais objetivos são preservar o meio ambiente e viabilizar o sistema de coleta seletiva, gerando lucros e empregos.
• Mega reciclagem
• Programa educacional para reciclagem - Programa Educacional para Reciclagem Este programa tem como objetivo apresentar meios simples e práticos para enfrentar a problemática do lixo, que está causando a degradação da natureza e do ser humano. A área ambientalista tem recebido uma atenção....
• Reciclagem - Reciclagem da lata de alumínio beneficia a comunidade e o meio ambiente. Brasil atinge recorde nacional de reciclagem em 98 e supera a taxa de reciclagem de latas dos EUA. Desde 1991, a Latasa desenvolve no Brasil o Programa de Reciclagem da Lata de ......
• Reciclar para construir - Site sobre reciclagem na construção civil contendo vasto banco de dados, artigos técnicos, artigos em congressos, períodicos, relatórios de pesquisas e URL
• Reciclagem - Quando se desfizer dos cartuchos de sua impressora ou copiadora, procure orientação sobre reciclagem. Informe-se nos Órgãos de Defesa do Consumidor sobre o histórico da empresa escolhida e somente utilize os serviços do fornecedor que destinar os resíduos de forma ecologicamente correta.Consumidor, exija respeito ao meio ambiente e à vida....
• Coleta Seletiva e Reciclagem do Lixo - RECICLAGEM DO LIXO URBANO Acesso nº: RESUMO INTRODUÇÃO 1 OBJETIVO 2 CONCEITOS 2.1 O que é lixo 2.2 O que é sucata 2.3 O que é reciclagem 2.4 O que é coleta seletiva 2.5 O que é compostagem 3 HISTÓRIA 4 PERIGOS 5 ESTATÍSTICAS ..
• Reciclagem - RECICLAGEM Introdução Para falarmos sobre RECICLAGEM, necessitamos antes de mais nada, recorrermos a alguns conceitos básicos a seguir: a. LIXO: conceitua-se LIXO, as sobras, os restos, ou um conjunto de resíduo;
PAPEL
Sua História
Os registros pré-históricos de desenhos e sinais nas pedras e cavernas foram o início de uma história contínua que retrata a cultura e os hábitos de cada sociedade.
Na Antiguidade, o povo egípcio desenvolveu uma forma de utilizar o junco (papiro), ensopando-o com água e sovando até obter uma forma de pergaminho, com espessura semelhante a um tecido.
Mas o papel, tal como o conhecemos hoje, teve origem na China: misturando cascas de árvores e trapos de tecidos. Depois de molhados, eram batidos até formarem uma pasta.
Esta pasta, depositada em peneiras para escorrer a água, depois de seca tornava-se uma folha de papel.
Ainda hoje os trapos de algodão e linho são utilizados por alguns países na fabricação de papéis resistentes, como o papel-moeda.
Os árabes assimilaram a técnica e a espalharam na Península Ibérica, quando a conquistaram (isto se iniciou lá por 1300). Os demais países europeus só a conheceram por volta dos séculos XIII e XIV.
Graças ao trabalho de copiar manuscritos, na Idade Média, em formas artesanais de papel, foi possível conservar os mais importantes registros da história da humanidade até então. Com a invenção da "imprensa", permitindo a impressão por linotipos em papel, a disseminação da informação passou a ser muito mais veloz e acessível a todos, e a Revolução Industrial impulsionou ainda mais essas mudanças; hoje o papel talvez seja o produto mais utilizado e corriqueiro.
METAL
Sua História
O primeiro metal descoberto foi o cobre, ainda na pré-história, no oriente médio. Com a descoberta deste material e posteriormente de outros metais foi possível desenvolver ferramentas mais eficientes que as de pedra. Com o uso do metal também foi possível fabricar a roda.
Hoje em dia ele é encontrado em nossa casa (ex: panelas, armários, talheres), nos automóveis, nas embalagens de alimentos, etc.
Ele é sólido, não deixa passar luz (é opaco) e conduz bem a eletricidade e o calor, possuindo um brilho especial chamado de metálico. Quando aquecido é maleável, podendo ser moldado em várias formas, desde fios até chapas e barras. Os metais podem ser encontrados misturados no solo e nas rochas, sendo chamados de minérios.
MATÉRIA ORGÂNICA
Sua História
A matéria orgânica é definida biologicamente como matéria de origem animal ou vegetal e geologicamente como compostos de origem orgânica, encontrados sob a superfície do solo. Os papéis, que são feitos com fibra vegetal, também são considerados matéria orgânica, porém, trataremos dele separadamente.
Falaremos aqui do aproveitamento de restos de comida (cascas de frutas e verduras, folhas, talo, etc) para a fertilização do solo, num processo conhecido como COMPOSTAGEM.
Reciclagem
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re (repetir) + Cycle (ciclo).
Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo molhado/ lixo seco).
Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem" material sem vida ou em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse é o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza. Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes decompositores, já podem trabalhar.
A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, vapor de água e os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os vegetais, o qual gera o húmus, ótimo adubo para o solo.
No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que causam um odor desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido escuro denominado chorume (líquido com grande quantidade de poluentes) encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este chorume é o principal causador da contaminação dos rios e do lençol freático.
A reciclagem traz os seguintes benefícios:
* Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
* Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
* Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
* Melhora a produção de compostos orgânicos.
* Gera empregos para a população não qualificada.
* Gera receita com a comercialização dos recicláveis.
* Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
* Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.
No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem apoio financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim estariam contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor qualidade com tecnologia "limpa".
A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da quantidade de resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, deverão ser reciclados por reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final os aterros sanitários.
A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria (e da energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.
Aço
A lata de aço é a melhor embalagem inventada pelo homem. Dispensa conservantes no envasamento de alimentos e acondiciona bebidas, tintas, produtos químicos e aerossóis. De personalidade marcante, valoriza roupas e acessórios de vestuário, relógios, charutos, CD, perfumes e uma infinidade de outros artigos de consumo que não dispensam elegância.
A reciclagem do aço é tão antiga quanto a própria história da utilização do metal. A lata que você joga no lixo pode voltar infinitas vezes à sua casa, em forma de tesoura, maçaneta, arame, automóvel ou uma nova lata. O aço se funde à temperatura de 1.300 graus centígrados e assume um novo formato sem perder nenhuma de suas características: dureza, resistência e versatilidade. Ele é infinitamente reciclado.
A caneca d'água ou o vaso de plantas feito de lata produzem a mesma economia de material, energia e coleta de lixo que a reciclagem, mas não exigem nemhum processo industrial. A ferrugem (oxidação) que vai consumindo a lata posta em contato com a natureza é o que faz do aço o único material de embalagem degradável num prazo médio de 3 anos.
Reutilizar a lata de aço é outra forma de economizar energia, matéria-prima e tratamento do lixo. Na década de 60, era comum transformar latinhas de cervejas em portas-lápis. Nos anos 90, sofisticadas latas usadas para embalar perfumes, biscoitos ou peças de vestuário viraram porta-jóias ou famosos porta-tudo que sempre aparecem nas revistas de decoração. As propriedades magnéticas do aço facilitam a separação e o manuseio do material.
Conheça algumas verdades e mentiras do aço:
Mentiras
Os alimentos enlatados são os que mais contêm conservantes Alimentos enlatados, na grande maioria, são cozidos dentro das próprias embalagens. O processo é moderno e utiliza altas temperaturas, que destroem totalmente os microorganismos. Por isso, os enlatados dispensam a adição de conservantes.
O tétano é causado por latas enferrujadas O tétano é causado por um microorganismo que pode estar presente em todo o tipo de material: vidro, plástico, papel, aço, alumínio. Um corte profundo causado por qualquer objeto contamindao pode causar a doença.
As latas amassadas comprometem a qualidade do produto envasado As latas são revestidas por vernizes protetores elásticos que resistem a deformações. Na fixação da tampa, o produto sofre uma deformação de 180 graus, sem que isso comprometa a sua qualidade.
As latas de aço agridem o meio ambiente A lata de aço, quando acidentalmente jogada no meio ambiente, enferruja, tornando-se óxido de ferro e voltando à natureza na forma original do minério.
A tampa abra-fácil das latas de aço é perigosa A lata abre-fácil é tão perigosa quanto uma faca de cozinha ou qualquer outro utensílio cortante. Basta seguir as instruções do fabricante para garantir um manuseio seguro.
Verdades
A luz pode estragar os alimentos Reações químicas provocadas pela luz (como fotossíntese, por exemplo) alteram e podem estragar os alimentos. Muitos alimentos contidos nas embalagens transparentes exigem a adição de conservantes.
As latas de aço são recicláveis e efetivamente reciclados Usadas como embalagens de tintas, aerossóis ou alimentos - entre outros produtos - as latas de aço podem ser reccladas infinitas vezes. Atualmente, cerca de 35% das latas de aço fabricadas no Brasil são recicladas.
Reciclar a lata de aço é economizar energia A cada 75 latas de aço recicladas, salva-se uma árvore que, sem isso, estaria sendo transformada em carvão vegetal. A cada 100 latas recicladas, poupa-se o equivalente a uma lâmpada de 60 w acesa por uma hora.
Os alimentos enlatados preservam o seu valor nutritivo O cozimento dos alimentos enlatados pode ser rápido, porque se processa sob altas temperaturas: isso conserva os nutrientes, ao contrário do que ocorre nos processos de cozimento lento, sob temperaturas menos elevadas.
A lata confere maior proteção a produtos embalados Latas de aço protegem o seu conteúdo da luz, microorganismos, insetos e predadores (ratos). Na manipulação dos produtos - transporte, armazenagem e manuseio - o material resiste a choques, quedas e empilhamento (abuso mecânico)
As latas ajudam no desenvolvimento econômico Latas de aço são armazéns portáteis, capazes de evitar a deterioração de produtos agrícolas. São fabricadas por empresas genuinamente nacionais e utilizam matérias-primas provenientes do nosso solo (minério de ferro). Além disso, geram empregos e movimentam um amplo setor da economia.
Vantagens da lata de aço:
• é muito mais saudável: protege o produto da ação nociva da luz e do oxigênio
• é totalmente segura: é inviolável, não quebra, não estoura, não é inflamável
• é 100% reciclável: se abandonado no meio ambiente, o aço é facilmente degradável, reintegrando-se à natureza em apenas 5 anos
• é muito mais moderno: saúde nunca sai de moda. O aço é insubstituível.
Na hora de comprar, pense também na quantidade e no destino da embalagem que você está levando para casa. Não desperdice. Dê preferência às embalagens que permitem um consumo prolongado e que, depois de descartadas, são efetivamente recicladas, como o aço, o alumínio, o vidro e o papel, além de alguns plásticos.
Reciclagem de Aluminio
A reciclabilidade é um dos atributos mais importantes do alumínio. Qualquer produto produzido infinitas vezes, sem perder suas qualidades no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. O exemplo mais comum é o da lata de alumínio para bebidas, cuja sucata transforma-se novamente em lata após a coleta e refusão, sem que haja limites para seu retorno ao ciclo de produção. Esta característica possibilita uma combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se, além da proteção ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.
A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do próprio processo de produção, como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada. De fato, a reciclagem tornou-se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois as empresas sempre tiveram a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e laminados, entre outros materiais gerados durante o processo de fabricação.
Este reaproveitamento de sobras do processo pode ocorrer tanto interna como externamente, por meio de terceiros ou refusão própria. Em qualquer caso representa uma grande economia de energia e matéria-prima, refletindo-se em aumento da produtividade e redução da sucata industrial.
A reciclagem de produtos com vida útil esgotada, por sua vez, depende do tempo gasto entre seu nascimento, consumo e descarte. Isto é chamado de ciclo de vida de um produto, que pode ser de 45 dias, como no caso da lata, até mais de 40 anos, no caso de cabos de alumínio para transmissão de energia elétrica. Em qualquer caso, o alumínio pode ser reciclado infinitas vezes.
Quanto mais curto for o ciclo de vida de um produto de alumínio, mais rápido será o seu retorno à reciclagem. Por isso, os volumes de reciclagem da indústria alcançaram índices expressivos, com a entrada da lata de alumínio no mercado.
Multiplicador na cadeia econômica
O índice de reciclagem de latas de alumínio no País atingiu a marca de 78% em 2000, o segundo maior do mundo, superado apenas pelo Japão, determinado a expansão de um setor quase sempre marginalizado na economia, mas que movimenta volumes e valores respeitáveis: o da coleta e comercialização de sucata.
Essa atividade assume um papel multiplicador na cadeia econômica, que reúne desde as empresas produtoras de alumínio e seus parceiros, até recicladores, sucateiros e fornecedores de insumos e equipamentos para a indústria de reciclagem.
Trata-se de um setor que tem estimulado o desenvolvimento de novos segmentos, como o de fabricantes de máquinas para amassar latas, prensas e coletores e que atrai ainda ambientalistas e gestores das instituições públicas e privadas, envolvidos no desafio do tratamento e reaproveitamento de resíduos e também beneficia milhares de pessoas, que retiram da coleta e reciclagem sua renda familiar.
Não é para menos que o mercado brasileiro de sucata de lata de alumínio movimenta hoje mais de US$100 milhões anuais.
Reflexos Ambientais e Sociais
A reciclagem de alumínio cria uma cultura de combate ao desperdício. Difunde e estimula o hábito do reaproveitamento de materiais, com reflexos positivos na formação da cidadania e no interesse pela melhoria da qualidade de vida da população.
O alto valor agregado do alumínio desencadeia um benefício indireto para outros setores, como o plástico e o papel. A valorização do alumínio para o sucateiro torna atraente sua associação com coletas de outros materiais de baixo valor agregado e grande impacto ambiental. Além disso, a perspectiva de reaproveitamento permanente chama a atenção da sociedade por produtos e processos limpos, criando um comportamento mais renovável em relação ao meio ambiente no País.
Benefícios da Reciclagem de Alumínio
Econômicos e Sociais Ambientais
• assegura renda em áreas carentes, constituindo fonte permanente de ocupação e remuneração para mão-se-obra não qualificada
• injeta recursos nas economias locais, através da criação de empregados, recolhimento de impostos e desenvolvimento do mercado
• estimula outros negócios, por gerar novas atividades produtivas (máquinas e equipamentos especiais). • favorece o desenvolvimento da consciência ambiental, promovendo um comportamento responsável em relação ao meio ambiente, por parte das empresas e dos cidadões
• incentiva a reciclagem de outros materiais, multiplicando ações em virtude do interesse que desperta por seu maior valor agregado
• reduz o volume de lixo gerado, contribuindo para a solução da questão do tratamento de resíduos resultantes do consumo.
Os Índices de Reciclagem de Alumínio no Brasil
Em 2002, o Brasil reciclou 253.500 toneladas de alumínio, equivalente a 35% do consumo doméstico, ficando acima da média mundial de 33%. Além disso, o país lidera a reciclagem de latas de alumínio, tendo alcançado o índice de 87%, mantendo o País como campeão na reciclagem de latas de alumínio entre os países onde esta atividade não é obrigatória por lei, posição conquistada em 2001, quando o índice brasileiro alcançou 85% e superou o do Japão, que liderava o ranking até então. O índice do Japão relativo a 2002 será divulgado em julho e deverá confirmar a liderança brasileira.
O índice de 87% corresponde a um volume de 121,1 mil toneladas de latas de alumínio, ou 9 bilhões de unidades, aproximadamente. Os números indicam um crescimento de 2,6% sobre o volume coletado em 2001, que foi de 118,0 mil toneladas (aproximadamente, 8,7 bilhões de unidades). Desde 1998, quando ultrapassou pela primeira vez o índice dos Estados Unidos (63% contra 55%), o índice brasileiro vem apresentando crescimento médio de 10% ao ano.
Reciclagem de Alumínio
No Brasil, a reciclagem de latas de alumínio envolve mais de 2.000 empresas de sucata, de fundição secundária de metais, transportes e crescentes parcelas da população, representando todas as camadas sociais - dos catadores até classes mais altas.
As latas coletadas são recicladas e transformadas em novas latas, com grande economia de matéria-prima e energia elétrica.
A cada quilo de alumínio reciclado, cinco quilos de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. Para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, a reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica.
A reciclagem da lata representa uma enorme economia de energia: para produzir o alumínio são necessários 17,6 mil kw. Para reciclar, 700 kw. A diferença é suficiente para abastecer de energia 160 pessoas durante um mês.
Hoje, em apenas 42 dias uma latinha de alumínio pode ser comprada no supermercado, jogada fora, reciclada e voltar às prateleiras para o consumo.
A reciclagem de latas de alumínio é um ato moderno e civilizado que reflete um alto grau de consciência ambiental alcançado pela população.
Trata-se da junção de esforços de todos os segmentos da sociedade, das indústrias de alumíno até o consumidor, passando pelos fabricantes de bebidas.
Os reflexos da atividade contribuem de várias maneiras para elevar o nível de qualidade de vida das cidades brasileiras.
Reciclagem de Entulho
A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras demonstra um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são distribuídos por toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de remoção e tratamento do entulho.
Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias. As prefeituras comprometem recursos, nem sempre mensuráveis, para a remoção ou tratamento desse entulho: tanto há o trabalho de retirar o entulho da margem de um rio como o de limparr galerias e desassorear o leito de córregos onde o material termina por se depositar.
O custo social total é praticamente impossível de ser determinado, pois suas conseqüências geram a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos como transportes, enchentes, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um jeito ou de outro, toda a sociedade sofre com a deposição irregular de entulho e paga por isso. Como para outras formas de resíduos urbanos, também no caso do entulho o ideal é reduzir o volume e reciclar a maior quantidade possível do que for produzido.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um indicador do desperdício de materiais. Os resíduos de construção e demolição consistem em concreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes etc. Muitos desses materiais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados. Esta reciclagem pode tornar o custo de uma obra mais baixo e diminuir também o custo de sua disposição.
Note-se ainda que a demanda por habitação de baixo custo também torna interessante a viabilização de materiais de construção a custos inferiores aos existentes, porém sem abrir mão da garantia de qualidade dos materiais originalmente utilizados. Desta forma, o intuito do estudo, cujos resultados parciais são apresentados aqui, é o desenvolvimento de técnicas que garantam a qualidade de elementos construtivos produzidos com agregado derivado de entulho a custos inferiores aos agregados primários.
Os estudos realizados com vistas ao emprego de agregados de entulho na fabricação de elementos de concreto dentro das condições de fabricação (traços) já utilizados na prefeitura da Universidade de São Paulo permitiram atingir as seguintes conclusões, para as amostras ensaiadas:
• a reciclagem de entulho para os fins visualizados é viável;
• os parâmetros de resistência à tração e flexão dos elementos de concreto com entulho são semelhantes e chegam a superar aqueles obtidos para elementos de concreto feitos com agregado primário;
• os parâmetros de resistência à compressão do concreto de entulho podem atingir valores compatíveis ao concreto com agregado primário.
Reciclagem
Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional - em aterros - nem sempre é o mais racional, pois ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos de jazidas ou pode se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos materiais tradicionais.
É possível produzir agregados - areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, pode-se fabricar componentes de construção - blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas.
As prefeituras devem iniciar a implantação de um programa fazendo um levantamento da produção de entulho no município, estimando os custos diretos e indiretos causados pela deposição irregular. Com base nestas informações será possível determinar a tecnologia a ser empregada, os investimentos necessários e a aplicação dos resíduos reciclados.
A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesar de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado na própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte. É possível contar com diversas opções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e equipamentos destinados à seleção, trituração e classificação de materiais. As opções mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo, empregando menos mão-de-obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentos e uma escala maior de produção. Por estas características, adequam-se, normalmente, as cidades de maior porte.
A construção civil é atualmente o grande reciclador de resíduos provenientes de outras indústrias. A escória granulada de alto forno e cinzas são matéria prima comum nas construções.
Coleta do Entulho
Para resolver o problema do entulho é preciso organizar um sistema de coleta eficiente, minimizando o problema da deposição clandestina. É necessário estimular, facilitando o acesso a locais de deposição regular estabelecidos pela prefeitura.
A partir de uma coleta eficaz é possível introduzir práticas de reciclagem para o reaproveitamento do entulho. Para cidades maiores, é importante que a coleta de entulho seja realizada de forma desconcentrada, com instalações de recebimento de entulho em várias regiões da cidade.
Em contrapartida, é preciso lembrar que a concentração dos resíduos torna mais barata a sua reciclagem, reduzindo os gastos com transporte, que, em geral, é a questão mais importante num processo de reciclagem. Estabelecer dias de coleta por bairro, onde a população pode deixar o entulho nas calçadas para ser recolhido por caminhões da prefeitura é uma prática já adotada em alguns municípios.
A política de coleta do entulho deve ser integrada aos demais serviços de limpeza pública do município. Pode-se aproveitar programas já existentes ou, ao contrário, a partir do recolhimento de entulho implantar novos serviços como a coleta de "bagulhos" (por exemplo, móveis usados) que normalmente têm o mesmo tipo de deposição irregular e tão danosa quanto o entulho.
Mas o entulho surge não só da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução. Muitas vezes é gerado por deficiências no processo construtivo: erros ou indefinições na elaboração dos projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas na estocagem e no transporte. Estes desperdícios podem ser atenuados através do aperfeiçoamento dos controles sobre a realização das obras públicas e também através de trabalhos conjuntos com empresas e trabalhadores da construção civil, visando aperfeiçoar os métodos construtivos, reduzindo a produção de entulho e os desperdícios de material.
No Brasil, entretanto, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra. A prefeitura de São Paulo, em 1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora, produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa experiência pioneira no Hemisfério Sul.
Estima-se que a construção civil seja responsável por até 50% do uso de recursos naturais em nossa sociedade, dependendo da tecnologia utilizada. Sabe-se também que, na construção de um edifício, o transporte e a fabricação dos materiais representam aproximadamente 80% da energia gasta.
Diferentes Aplicações
As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação na construção civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima utilizada como insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do risco de contaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do material e após sua destinação final.
Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de contenção para prevenção de processos erosivos na orla marítima e das correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento de recifes artificiais. O entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas, enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso.
Importante: em alguns países já há indicação das autoridades de saúde para cuidados a serem tomados quando da manipulação de asfalto, por existirem materiais potencialmente cancerígenos. É recomendado o uso de equipamento de proteção individual (EPI).
Resultados
Ambientais: Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefícios ambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais é mais importante que a equação econômica. Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir a deposição em locais inadequados (e suas conseqüências indesejáveis já apresentadas) como também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para a deposição dos resíduos.
Econômicos:As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a deposição irregular do entulho pela sua reciclagem. O custo para a administração municipal é de US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25% desses custos. A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de 80% em relação aos preços dos agregados convencionais.
Reciclagem de Metal
A metalurgia e a reciclagem se confundem ao longo da História, pois as sucatas são geralmente as matérias-primas mais convenientes na fundição, não havendo também perdas de qualidade no processo.
Os metais são muito utilizados em equipamentos, estruturas, embalagens, etc. devido à sua elevada durabilidade, resistência e facilidade de conformação.
Separam-se magneticamente as sucatas em ferrosas e não-ferrosas e ainda em:
• Sucatas pesadas: geralmente encontradas nos "ferros-velhos" (vigas, equipamentos, chapas, grelhas etc.).
• Sucatas de processo: cavacos, limalhas e rebarbas, além de peças defeituosas que voltam ao processo industrial.
• Sucatas de obsolescência: materiais destinados ao lixo após o uso.
O cobre é muito utilizado para ligas: latão e bronze e revestimento de artefatos metálicos. O estanho é utilizado para revestir internamente latas de aço (folhas-de-flandres) no setor de embalagens, principalmente para alimentos, para evitar a corrosão pelo alimento. Crômio é utilizado para revestir latas e vários artefatos metálicos. O zinco e o níquel são utilizados também para revestir artefatos metálicos. Aço é uma liga de ferro com carvão e baixíssimas quantidades de outros metais (molibdênio, crômio, níquel, tungstênio, nióbio, etc). Dependendo deste outro metal, temos os diferentes tipos de aços.
Os metais são 100% recicláveis, por exemplo, para fabricação de uma tonelada de alumínio são necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de uma tonelada de sucata de alumínio economiza 5 toneladas de bauxita, um recurso natural não-renovável.
As latas, tanto as de folhas-de-flandres quanto as de alumínio, são as principais sucatas metálicas desprezadas hoje em dia e que podem ser recuperadas em grandes quantidades pela coleta seletiva.
Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem do alumínio, a economia de energia é de 95% em relação ao processo primário, economizando a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria prima para se fabricar o alumínio) por tonelada reciclada, sem contar toda a lama vermelha (resíduo da mineração) que é evitada.
Geralmente os metais ferrosos são direcionados para as usinas de fundição, onde a sucata é colocada em fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1.550 graus centígrados. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado líquido, o material é moldado em tarugos e placas metálicas, que sero cortados na forma de chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada novamente em lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras de automóveis às fábricas de latinhas em conserva.
O alumínio também é encaminhado para a fundição, obedecendo parâmetros específicos de processamento. O alumínio reciclado está presente na indústria de autopeças, na fabricação de novas embalagens, entre outros.
Pode-se concluir que os benefícios da reciclagem de metais são:
- economia de minérios;
- economia de energia;
- economia de água;
- aumento da vida útil dos lixões;
- diminuição das áreas degradadas pela extração do minério;
- diminuição da poluição;
- geração de empregos e recursos econômicos para os intermediários.
Reciclagem de Papel
A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de papel reciclado.
Processo de Reciclagem do Papel
Papel reciclável x Papel não-reciclável
Reciclável Não-reciclável
Caixa de papelão Papel sanitário
Jornal Copos descartáveis
Revista Papel carbono
Impressos em geral Fotografias
Fotocópias Fitas adesivas
Rascunhos Etiquetas adesivas
Envelopes
Papel timbrado
Embalagens longa-vida *
Cartões
Papel de fax
* papel + plástico + alumínio
Vantagens de Reciclar Papel
• Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de primeira.
• Economia de Recursos Naturais
- Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores.
- Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 litros por tonelada.
- Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com pasta de refinador.
- Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental.
• Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do que na coleta e destinação final de lixo.
• Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de papéis, papelões e cartões.
O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos.
Reciclagem de PET no Brasil
Produção, Consumo e Reciclagem de PET no Brasil
A introdução da embalagem de PET (polietileno tereftalato) no Brasil, em 1988, além de trazer as indiscutíveis vantagens ao consumidor, trouxe também o desafio de sua reciclagem, que nos fez despertar para a questão do tratamento das 200 mil toneladas de lixo descartadas diariamente em todo Brasil.
O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados em todo o mundo devido a sua extensa gama de aplicações: fibras têxteis, tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas, cordas, compostos, etc.
A embalagem de PET quando reciclada tem inúmeras vantagens sobre outras embalagens do ponto vista da energia consumida, consumo de água, impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros.
A reciclagem de qualquer material pode ser dividida em:
- Coleta
- Seleção
- Revalorização e
- Transformação
A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o transforma em outro produto vendável, o produto reciclado. A etapa de revalorização realiza a descontaminação e adequação do material coletado e selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de transformação.
A etapa de Coleta/Seleção é que representa o grande desafio da reciclagem do PET pós-consumo. Milhões de dólares são gastos em logística, distribuição e marketing para que no final das contas, nós consumidores compremos produtos embalados em PET e levemos até nossas casas.
Nós fazemos a última etapa da distribuição levando-os dos supermercados e lojas até nossas casas. Somente nas regiões metropolitanas do Brasil são 15 milhões de domicílios, 50 milhões de pessoas e 6 bilhões de embalagens de PET todo ano. O correto equacionamento da logística reversa das embalagens pós-consumo é que vai viabilizar a reciclagem de diversos materiais inclusive o PET.
A logística reversa é o processo pelo qual o material reciclável será coletado, selecionado e entregue na indústria de revalorização. Isto gera um grande empasse, de quem é que paga a conta da logística reversa, não é a indústria de embalagens, nem a indústria dos produtos embalados e nem a prefeitura. Somos nós, eu, você e toda a sociedade seja como contribuinte ou seja como consumidor. Hoje pagamos uma conta maior por não termos uma logística reversa adequada, como é provado nos países como EUA, Austrália, Japão e toda Europa.
Conforme estudos realizados na USP o Brasil deixa de economizar 6 Bilhões de dólares/ano por não reciclar os materiais presentes nas 200 mil toneladas de lixo gerados todos os dias. Ainda não estão contabilizados os custos de danos ambientais e sociais. Urgente é a elaboração de uma política nacional de resíduos sólidos, as ações estaduais e municipais para viabilização da logística reversa e o fortalecimento da indústria de reciclagem no Brasil.
As embalagens de garrafas plásticas para bebidas (PET) são ideais para o acondicionamento de alimentos, devido às suas propriedades de barreiras que impossibilitam a troca de gases e absorção de odores externos, mantendo as características originais dos produtos envasados. Além disto, são leves, versáteis e 100% recicláveis.
PET - Desenvolvido pelos químicos ingleses Whinfield e Dickson em 1941, o PET (polietileno tereftalato) é um material termoplástico. Isto significa que ele pode ser reprocessado diversas vezes pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando aquecidos a temperaturas adequadas, esses plásticos amolecem, fundem e podem ser novamente moldados.
O PET possui algumas características, como:
- absoluta transparência
- grande resistência a impactos
- maior leveza em relação às embalagens tradicionais
- brilho intenso
Não é PET todos os plásticos que tenham sido fabricados através de outro processo que não o de sopro. Os mais comuns são: baldes, bacias, copos, cabides, réguas, apontadores, pentes, mangueiras, sacos, sacolas, potes de margarina, filmes de PVC, entre outros.
A embalagem PET é 100% reciclável. A embalagem entregue para a recilcagem deverá estar amassada, torcida, sem o ar e sem resíduos em seu interior. No caso de garrafas, colocar de volta a tampa de rosca bem vedada, para impedir a entrada do ar. Se a tampa não for de rosca, basta torcer ou amassar bem a embalagem. Este procedimento é necessário, pois ainda não existe amassador desenvolvido para compactar embalagens PET.
O processos de reciclagem do PET no Brasil é o mecânico, é o mais utilizado e o mais comum. O processo de reciclagem mecânica de embalagens plásticas para bebidas (PET) requer, em média, apenas 30% da energia necessária para a produção de matéria-prima.
A reciclagem do PET tem muitos benefícios, como:
- redução do volume de lixo coletado, que é removido para aterros sanitários, proporcionando melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica (o plástico impermeabiliza as camadas em decomposição, prejudicando a circulação de gases e líquidos);
- economia de energia elétrica e petróleo, pois a maioria dos plásticos é derivada do petróleo, e um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia;
- geração de empregos (catadores, sucateiros, operários, etc.)
- menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado aproximadamente 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria-prima virgem.
Diversos produtos podem ser produzidos a partir da reciclagem do PET, como:
- indústria automotiva e de transportes - tecidos internos (estofamentos), carpetes, peças de barco;
- pisos - carpetes, capachos para áreas de serviços e banheiros;
- artigos para residências -enchimento para sofás e cadeiras, travesseitros, cobertores, tapetes, cortinas, lonas para toldos e barracas;
- artigos industriais - rolos para pintura, cordas, filtros, ferramentas de mão, mantas de impermeabilização;
- embalagens - garrafas, embalagens, bandejas, fitas;
- enfeites-têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas, vestuário em geral;
- uso químico - resinas alquídicas, adesivos.
Produção, Consumo e Reciclagem de PET no Brasil
Ano Produção Consumo Reciclagem %Reciclado/ Produção %Reciclado/ Consumo
1997 170 mil 180 mil 27 mil 15,9 15
1998 260 mil 224 mil 40 mil 15,38 17,9
1999 295 mil 245 mil 50 mil 16,9 20,4
2000 340 mil 272 mil 67 mil 19,71 24,6
Fonte: ABEPET - 2001
Curiosidades:
- 68% de todo refrigerante produzido no país é embalado em garrafas PET.
- 1 kg de garrafas PET equivale : 16 garrafas de 2.5 litros ou 20 garrafas de 2.0 litros ou 24 garrafas de 1.5 litros ou 26 garrafas de 1.0 litro ou 36 garrafas de 600 ml. (Fonte: TOMRA/LATASA - Reciclagem S.A. )
- A embalagem monocamada de PET, já utilizada por países como EUA e França, é aquela que permite que o PET reciclado entre em contato direto com alimentos e bebidas. Essa tecnologia é conhecida pela sigla URRC e é capaz de discontaminar PET pós consumo através de um sistema de superlavagem que assegura ao reciclado o mesmo nível de limpeza da matéria prima vrigem. No Brasil, ainda não há previsão para a fabricação desse tipo de embalagem multicamada de PET, ou seja, aquela que se assemelha a um “saunduiche”composto” de 3 camadas, sendo 2 de plástico reciclado, que nunca entra em contato com o alimento ou outro produto que emabala.
Plásticos
O que são?
Matéria Prima
Classificação dos Polímeros
Utilizações e Benefícios
Quem são eles?
Vantagens do uso de Materiais Plásticos
Reciclagem do Plástico
O que são?
Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros, que, por sua vez, são formadas por moléculas menores, chamadas monômeros.
Os plásticos são produzidos através de um processo químico chamado polimerização, que proporciona a união química de monômeros para formar polímeros.
Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais, tais como algodão, madeira, cabelos, chifre de boi, látex, entre outros, são comuns em plantas e animais. Os sintéticos, tais como os plásticos, são obtidos pelo homem através de reações químicas.
O tamanho e estrutura da molécula do polímero determinam as propriedades do material plástico.
Matéria-prima
A matéria-prima dos plásticos é o petróleo. Este é formado por uma complexa mistura de compostos. Pelo fato de estes compostos possuírem diferentes temperaturas de ebulição, é possível separá-los através de um processo conhecido como destilação ou craqueamento.
A fração nafta é fornecida para as centrais petroquímicas, onde passa por uma série de processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o eteno.
Classificação dos Polímeros
Termoplásticos
São plásticos que não sofrem alterações em sua estrutura química durante o aquecimento e que após o resfriamento podem ser novamente moldados. Exemplos: Polipropileno (PP), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), Polietileno de Baixa densidade (PEBD), Polietilenotereftalato (PET), Poliestireno (PS), Policloreto de Vinila (PVC), etc.
Termofixos
São aqueles que uma vez moldados não podem ser fundidos e remoldados novamente, portanto não são recicláveis mecanicamente. Exemplos: baquelite, Poliuretanos (PU) e Poliacetato de Etileno Vinil (EVA), poliésteres, resinas fenólicas, etc.
Classificação dos descartes plásticos
Pós-industriais: Os quais provêm principalmente de refugos de processos de produção e transformação, aparas, rebarbas, etc.
Pós-consumo: São os descartados pelos consumidores, sendo a maioria provenientes de embalagens.
Utilizações e Benefícios
Utilizados em quase todos os setores da economia, tais como: construção civil, agrícola, de calçados, móveis, alimentos, têxtil, lazer, telecomunicações, eletroeletrônicos, automobilísticos, médico-hospitalar e distribuição de energia.
Nestes setores, os plásticos estão presentes nos mais diferentes produtos, a exemplo dos geossintéticos, que assumem cada vez maior importância na drenagem, no controle de erosão e reforço do solo de aterros sanitários, em tanques industriais, entre outras utilidades.
O setor de embalagens para alimentos e bebidas vem se destacando pela utilização crescente dos plásticos, em função de suas excelentes características, entre elas: transparência, resistência, leveza e atoxidade.
Quem são eles
Polietileno tereftalato — PET
*Produtos: frascos e garrafas para uso alimentício/hospitalar, cosméticos, bandejas para microondas, filmes para áudio e vídeo, fibras têxteis, etc.
*Benefícios: transparente, inquebrável, impermeável, leve.
Polietileno de alta densidade — PEAD
*Produtos: embalagens para detergentes e óleos automotivos, sacolas de supermercados, garrafeiras, tampas, tambores para tintas, potes, utilidades domésticas, etc.
*Benefícios: inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido e com resistência química.
Policloreto de vinila — PVC
*Produtos: embalagens para água mineral, óleos comestíveis, maioneses, sucos. Perfis para janelas, tubulações de água e esgotos, mangueiras, embalagens para remédios, brinquedos, bolsas de sangue, material hospitalar, etc.
*Benefícios: rígido, transparente, impermeável, resistente à temperatura e inquebrável.
Polietileno de baixa densidade — PEBD
Polietileno linear de baixa densidade — PELBD
*Produtos: sacolas para supermercados e lojas, filmes para embalar leite e outros alimentos, sacaria industrial, filmes para fraldas descartáveis, bolsa para soro medicinal, sacos de lixo, etc.
*Benefícios: flexível, leve transparente e impermeável.
Polipropileno — PP
*Produtos: filmes para embalagens e alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para água quente, fios e cabos, frascos, caixas de bebidas, autopeças, fibras para tapetes e utilidades domésticas, potes, fraldas e seringas descartáveis, etc.
*Benefícios: conserva o aroma, é inquebrável, transparente, brilhante, rígido e resistente a mudanças de temperatura.
Poliestireno — PS
*Produtos: potes para iogurtes, sorvetes, doces, frascos, bandejas de supermercados, geladeiras (parte interna da porta), pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis, brinquedos, etc.
*Benefícios: impermeável, inquebrável, rígido, transparente, leve e brilhante.
Outros Neste grupo encontram-se, entre outros, os seguintes plásticos: ABS/SAN, EVA e PA.
*Produtos: solados, autopeças, chinelos, pneus, acessórios esportivos e náuticos, plásticos especiais e de engenharia, CDs, eletrodomésticos, corpos de computadores, etc.
*Benefícios: flexibilidade, leveza, resistência à abrasão, possibilidade de design diferenciado.
Vantagens do uso de Plásticos
- Menor consumo de energia na sua produção.
- Redução do peso do lixo.
- Menor custo de coleta e destino final.
- Poucos riscos no manuseio.
- Além de práticos, são totalmente recicláveis.
Fatores que estimulam a Reciclagem
- Redução do volume de lixo a transportar: tratamento e disposição.
- Aumento da vida útil dos locais de deposição de lixo
Reciclagem de Plástico
O lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos, conforme o local. São materiais que, como o vidro, ocupam um considerável espaço no meio ambiente. O ideal: serem recuperados e reciclados. Plásticos são derivados do petróleo, produto importado (60% do total no Brasil). A reciclagem do plástico exige cerca de 10% da energia utilizada no processo primário.
Do total de plásticos produzidos no Brasil, só reciclamos 15%. Um dos empecilhos é a grande variedade de tipos de plásticos. Uma das alternativas seria definir um tipo específico de plástico para ser coletado.
Os plásticos recicláveis são: potes de todos os tipos, sacos de supermercados, embalagens para alimentos, vasilhas, recipientes e artigos domésticos, tubulações e garrafas de PET, que convertida em grânulos é usada para a fabricação de cordas, fios de costura, cerdas de vasouras e escovas.
Os não recicláveis são: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuterias, espuma, embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.
A fabricação de plástico reciclado economiza 70% de energia, considerando todo o processo desde a exploração da matéria-prima primária até a formação do produto final. Além disso, se o produto descartado permanecesse no meio ambiente, poderia estar causando maior poluição. Isso pode ser entendido como uma alternativa para as oscilações do mercado abastecedor e também como preservação dos recursos naturais, o que podendo reduzir, inclusive, os custos das matérias primas. O plástico reciclado tem infinitas aplicações, tanto nos mercados tradicionais das resinas virgens, quanto em novos mercados.
O plástico reciclado pode ser utilizado para fabricação de:
- garrafas e frascos, exceto para contato direto com alimentos e fármacos;
- baldes, cabides, pentes e outros artefatos produzidos pelo processo de injeção;
- "madeira - plástica";
- cerdas, vassouras, escovas e outros produtos que sejam produzidos com fibras;
- sacolas e outros tipos de filmes;
- painéis para a construção civil.
Processos de Reciclagem de Plástico
Reciclagem Química
A reciclagem química re-processa plásticos, transformando-os em petroquímicos básicos que servem como matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas. Seu objetivo é a recuperação dos componentes químicos individuais para reutilizá-los como produtos químicos ou para a produção de novos plásticos.
Os novos processos desenvolvidos de reciclagem química permitem a reciclagem de misturas de plásticos diferentes, com aceitação de determinado grau de contaminantes como, por exemplo, tintas, papéis, entre outros materiais.
Entre os processos de reciclagem química existentes, destacam-se:
• Hidrogenação: As cadeias são quebradas mediante o tratamento com hidrogênio e calor, gerando produtos capazes de serem processados em refinarias.
• Gaseificação: Os plásticos são aquecidos com ar ou oxigênio, gerando-se gás de síntese contendo monóxido de carbono e hidrogênio.
• Quimólise: Consiste na quebra parcial ou total dos plásticos em monômeros na presença de Glicol/Metanol e água.
• Pirólise: É a quebra das moléculas pela ação do calor na ausência de oxigênio. Este processo gera frações de hidrocarbonetos capazes de serem processados em refinaria.
Reciclagem Mecânica
A reciclagem mecânica consiste na conversão dos descartes plásticos pós-industriais ou pós-consumo em grânulos que podem ser reutilizados na produção de outros produtos, como sacos de lixo, solados, pisos, conduítes, mangueiras, componentes de automóveis, fibras, embalagens não-alimentícias e outros.
Este tipo de processo passa pelas seguintes etapas:
• Separação: separação em uma esteira dos diferentes tipos de plásticos, de acordo com a identificação ou com o aspecto visual. Nesta etapa são separados também rótulos de diferentes materiais, tampas de garrafas e produtos compostos por mais de um tipo de plástico, embalagens metalizadas, grampos, etc.
Por ser uma etapa geralmente manual, a eficiência depende diretamente da prática das pessoas que executam essa tarefa. Outro fator determinante da qualidade é a fonte do material a ser separado, sendo que aquele oriundo da coleta seletiva e mais limpo em relação ao material proveniente dos lixões ou aterros.
• Moagem: Após separados os diferentes tipos de plásticos, estes são moídos e fragmentados em pequenas partes.
• Lavagem: Após triturado, o plástico passa por uma etapa de lavagem com água para a retirada dos contaminantes. É necessário que a água de lavagem receba um tratamento para a sua reutilização ou emissão como efluente.
• Aglutinação: Além de completar a secagem, o material é compactado, reduzindo-se assim o volume que será enviado à extrusora. O atrito dos fragmentos contra a parede do equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma massa plástica. O aglutinador também é utilizado para incorporação de aditivos, como cargas, pigmentos e lubrificantes.
• Extrusão: A extrusora funde e torna a massa plástica homogênea. Na saída da extrusora, encontra-se o cabeçote, do qual sai um "espaguete" contínuo, que é resfriado com água. Em seguida, o "espaguete" é picotado em um granulador e transformando em pellet (grãos plásticos).
Reciclagem Energética
É a recuperação da energia contida nos plásticos através de processos térmicos.
A reciclagem energética distingue-se da incineração por utilizar os resíduos plásticos como combustível na geração de energia elétrica. Já a simples incineração não reaproveita a energia dos materiais. A energia contida em 1 kg de plástico é equivalente à contida em 1 kg de óleo combustível. Além da economia e da recuperação de energia, com a reciclagem ocorre ainda uma redução de 70 a 90% da massa do material, restando apenas um resíduo inerte esterilizado.
O Plástico e a Geração de Energia
• A presença dos plásticos é de vital importância, pois aumenta o rendimento da incineração de resíduos municipais.
• O calor pode ser recuperado em caldeira, utilizando o vapor para geração de energia elétrica e/ou aquecimento.
• Testes em escala real na Europa comprovaram os bons resultados da co-combustão dos resíduos de plásticos com carvão, turfa e madeira, tanto técnica, econômica, como ambientalmente.
• A queima de plásticos em processos de reciclagem energética reduz o uso de combustíveis (economia de recursos naturais).
• A reciclagem energética é realizada em diversos países da Europa, EUA e Japão e utiliza equipamentos da mais alta tecnologia, cujos controles de emissão são rigidamente seguros, anulando riscos à saúde ou ao meio ambiente.
Reciclagem de Pneus
O surgimento dos pneus de borracha fez com que fossem substituídas as rodas de madeira e ferro, usadas emcarroças e carruagens desde os primórdios da História. Esse grande avanço foi possível quando o norte-americano Charles Goodyear inventou o pneu ao descobrir, o processo de vulcanização da borracha quando deixou o produto, misturado com enxofre, cair no fogão. Mal sabia ele que sua invensão revolucionaria o mundo. Entre as suas potencialidades industriais, além de ser mais resistente e durável, a borracha absorve melhor o impacto das rodas com o solo, o que tornou o transporte muito mais prático e confortável.
Porém, juntamente com a revolução no setor dos transportes, a utilização dos pneus de borracha trouxe consigo a problemática do impacto ambiental, uma vez que a maior parte dos pneus descartados está abandonado em locais inadequados, causando grandes transtornos para a saúde e a qualidade de vidas humanas.
Segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada em cerca de 2 milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega a atingir, anualmente, a marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil são produzidos cerca de 40 milhões de pneus por ano e quase metade dessa produção é descartada nesse período.
Medidas mitigadoras do Impacto Ambiental
Uma forma encontrada para amenizar esse impacto foi a utilização das metodologias de reciclagem e reaproveitamento. Entre elas, a recauchutagem tem sido um mecanismo bastante utilizado para conter o descarte de pneus usados. O Brasil ocupa o 2o lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que lhe confere uma posição vantajosa junto a vários países na luta pela conservação ambiental. Esta técnica permite que o recauchutador, seguindo as recomendações das normas para atividade, adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, aumentando, desta forma, a vida útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos.
Em termos de Brasil, o Estado do Paraná se destaca no cenário nacional de reciclagem de pneus, principalmente por estar localizado num ponto estratégico. Segundo Celso Luiz Dallagrana, diretor da Associação dos Recauchutadores de Pneus do Estado do Paraná, pelas suas estradas circulam um grande volume de caminhões que transportam cargas, que serão distribuídas para o restante do país. "Por essas circunstâncias criou-se um pólo de pneus, especialmente em Curitiba, onde, por conseqüência, concentrou-se a maior parte das empresas recauchutadoras de pneus do país", explica o diretor.
Para Dallagrana, em vista do trabalho que o recauchutador executa e sua importante participação em prol da reciclagem, essa atividade precisa ser mais valorizada no país. "O objetivo principal da recauchutagem, sem dúvida, é proteger o meio ambiente. Portanto, necessita-se de mais incentivos, tanto por parte do governo, através de legislações competentes e linhas de créditos específicas, quanto por parte da sociedade em geral, que ainda não está conscientizada sobre a importância do trabalho que desenvolvemos", declara o diretor. Além disso, Dallagrana atenta para influência significativa que a recauchutagem exerce no âmbito social, já que uma empresa recauchutadora chega a empregar 20 funcionários, em média. Esse ramos brasileiro é o segundo maior no mundo e só perde para os Estados Unidos."No entanto, falta ainda um maior esclarecimento por parte do setor para que o mercado reaproveite esse material,a exemplo do que já acontece com a reciclagem de papel e de alumínio", conta Dallagrana.
As indústrias de reciclagem que utilizam o material proveniente do processo de recauchutagem para confecção de novos produtos também exercem um papel importante nesse contexto. No Paraná, a Ecija Comercial Exportadora e Importadora de Manufaturados Ltda., fundada em 1992, é uma das pioneiras nesta categoria. "Compra-se resíduos de borracha provenientes dos pneus e sucata de câmara de ar de pneus usados e envia-se para uma empresa com a qual temos parceria, na Holanda, que transforma e revende para fábricas de artefatos de borracha, para empresas que aplicam asfalto e para fábricas de pneus que os utilizarão como parte no composto de novos pneus.", explica Jacinto Padilla, sócio-diretor da Ecija e representante brasileiro da ITRA - Associação Americana dos Recauchutadores e Recicladores de Borracha.
Segundo Padilla, existem dois tipos de pneus: os radiais e os diagonais. O pneu radial tem uma estrutura interna de aço, o que dificulta um pouco mais o processo de reciclagem, assim como exige máquinas mais sofisticadas para fazer a separação do aço, incorrendo num custo mais alto para a trituração. Já o pneu do tipo diagonal, que tem uma estrutura interna à base de tecidos, é bem mais fácil de reciclar. Porém, a tendência é que tenhamos um crescimento na utilização de pneus do tipo radial, cujos investimentos para reciclagem são maiores.
Conforme Padilla, o material proveniente da reciclagem dos pneus existe em abundância, assim com há também um grande mercado consumidor para esses produtos. No entanto, é um processo pouco conhecido e divulgado. Essa é uma das razões que o leva a exportar sua produção. Em termos internacionais, a reciclagem do pneu tem um potencial impressionante. É uma questão levada muito a sério pelos empresários estrangeiros. E o nosso produto desperta interesse porque, além de possuir uma caracetrística técnica específica, a tecnologia utilizada para a reciclagem é bastante moderna.
Ao exportar, conforme Padilla, reduz-se o volume de resíduos que podem ser descartados de forma inadequada, uma vez que a empresa manipula cerca de 5 mil toneladas de resíduos por ano. Se houvesse uma conscientização efetiva no Brasil, esse número poderia até triplicar. As estimativas atuais demonstram que o resíduo gerado na produção da indústria da borracha no Brasil e que é jogado fora gera um prejuízo em torno de US$ 38 milhões de dólares. Para viabilizar o aumento dessa atividade seria interessante que houvesse incentivo econômico e uma legislação que estimulasse a aplicação desses resíduos reciclados nos compostos de outros produtos, exigindo, inclusive, que os fabricantes utilizassem uma porcentagem de borracha reciclada em seus produtos.
As entidades que congregam as empresas de recauchutagem e reciclagem de pneus no Brasil têm empreendido várias ações para promover a importância da atividade. Entre elas, destaca-se a criação de um Grupo de Trabalho composto de representantes destes organismos, para atuar junto ao Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial na elaboração de uma norma que garanta a qualidade, tanto do pneu novo quanto do pneu recauchutado, fabricado no Brasil. Segundo Alexandre Moreira, diretor da ABR - Associação Brasileira de Recauchutagem e representante da entidade neste grupo de trabalho, já houve a criação de uma norma com esse objetivo. Assim, o Inmetro visa garantir que o pneu reformado também tenha o mesmo padrão de qualidade técnica. Este trabalho foi dividido em dois setores: veículo de passeio e o veículo de transporte de carga e passageiro. Para ele, a participação das entidades e demais categorias empresariais do setor tem sido bastante atuante.
Visando diminuir o passivo ambiental dos pneus inservíveis no país, o Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente publicou aque trata da destinação final, de forma ambientalmente adequada e segura, dispondo sobre a reciclagem, prazos de coleta, entre outros fatores. Segundo Paulo Moreira, vice-presidente da ABR, a publicação da Resolução, impondo que as empresas fabricantes e produtoras façam a coleta e dêem uma destinação final ambientalmente adequada aos resíduos, empreende metas progressivas para que o setor a cumpra num prazo relativamente grande. Em 2005, o processo estará bastante avançado e espera-se alcançar um patamar de quase 120% da reciclagem dos inservíveis. Desta forma, chegaremos a uma relação crescente da reciclagem, de modo a liquidar com o passivo ambiental de pneus no país.
Como é o processo de reciclagem de pneus
O processo de recuperação e regeneração dos pneus exige a separação da borracha vulcanizada de outros componentes (como metais e tecidos, por exemplo). Os pneus são cortados em lascas e purificados por um sistema de peneiras. As lascas são moídas e depois submetidas à digestão em vapor d'água e produtos químicos, como álcalis e óleos minerais, para desvulcanizá-las. O produto obtido pode ser então refinado em moinhos até a obtenção de uma manta uniforme ou extrudado para a obtenção de grânulos de borracha. Este material tem várias utilidades: cobrir áreas de lazer e quadras esportivas, fabricar tapetes para automóveis; passadeiras; saltos e solados de sapatos; colas e adesivos; câmaras de ar; rodos domésticos; tiras para indústrias de estofados; buchas para eixos de caminhões e ônibus, entre outros produtos
Reciclagem de Vidro
O vidro é uma mistura de areia, barrilha, calcário, feldspato e aditivos que, derretidos a cerca de 1.550°C, formam uma massa semi-líquida que dá origem a embalagens ou a vidros planos. O principal componente do vidro é a sílica, é possível fazer vidro só com a fusão da sílica. Boa parte dessas matérias primas é importada ou provém de jazidas em franco esgotamento. Além destas substâncias, existem pequenas quantidades de outras impurezas derivadas da matéria-prima, por exemplo, óxido de ferro, além de outras que podem ser adicionadas intencionalmente de acordo com a qualidade do vidro, por exemplo, corantes (metais como o ferro, cobalto, cromo e manganês).
Existem vários tipos de vidros, dentre eles:
- Vidro soda-cal (vidro comum): 90% do vidro fabricado.
- Vidro borosilicato (contém óxido de boro). Ex.: Pyrex.
- Vidro de chumbo (contém óxido de chumbo). Ex.: Cristal.
- Vidros especiais (fórmulas especiais).
- A temperatura de fusão do vidro varia com o tipo.
Na reciclagem do vidro, o caco funciona como matéria-prima já balanceada, podendo substituir o feldspato que tem função fundente, pois o caco precisa de menos temperatura para fundir. Os cacos devem ser separados por cor (transparente, marrom e verde). O vidro comum funde a uma temperatura entre 1000oC e 1200oC, enquanto que a temperatura de fusão da fabricação do vidro, a partir dos minérios, ocorre entre 1500oC e 1600oC. Nota-se assim que a fabricação do vidro a partir dos cacos economiza energia gasta na extração, beneficiamento e transporte dos minérios não utilizados. A economia de energia é a principal vantagem do processo, em termos econômicos, pois reflete na durabilidade dos fornos.
O Brasil, no entanto, só recicla 14,2% do vidro que consome, o restante ficando em algum lugar na natureza por tempo indeterminado.
Classificação de sucatas de vidro
Recicláveis Não-recicláveis
Garrafas de bebida alcoólica e não alcoólica (refrigerantes, cerveja, suco, água, vinho, etc) Espelhos, vidros de janela e box de banheiro, lâmpadas, cristal
Frascos em geral (molhos, condimentos, remédios, perfumes e produtos de limpeza) Ampolas de remédios, formas, travessas e utensílios de mesa de vidro temperado
Potes de produtos alimentícios Vidros de automóveis
Cacos de embalagens Tubos de televisão e válvulas
Fonte: ABIVIDRO
Os cacos de vidro são conduzidos para a indústria de vidro que irá utilizá-los como matéria-prima na fabricação de novas embalagens de vidro. O material é fundido em fornos de altas temperaturas junto à matéria-prima virgem (calcário, barrilha, feldspato, entre outros). O vidro reutilizado (ex.: embalagens) é enviado para novo envase de produtos na indústria.
Análise do Ciclo de Vida (ACV) e Reciclagem
A análise de ciclo de vida é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo, à disposição do produto final. Essa técnica também é conhecido como análise "do berço ao túmulo".
A análise de ciclo de vida de produtos é, na verdade, uma ferramenta técnica que pode ser utilizada em uma grande variedade de propósitos. As informações coletadas na ACV e os resultados de sua análise e interpretações podem ser úteis para tomadas de decisão, na seleção de indicadores ambientais relevantes para avaliação de desempenho de projetos ou reprojetos de produtos ou processos e/ou planejamento estratégico.
A ACV encoraja as indústrias a considerar as questões ambientais associadas aos sistemas de produção: insumos, matérias-primas, manufatura, distribuição, uso, disposição, reuso, reciclagem. Pode-se dizer também, que ela nos ajuda a identificar oportunidades de melhoramentos dos aspectos ambientais de uma empresa.
Segundo Luís Briones, presidente do Programa Plastivida/ABIQUIM, números exatos sobre a performance energética do setor da reciclagem só serão obtidos com o uso das ferramentas da Análise do Ciclo de Vida (ACV).
Briones lembra que há estudos baseados em ACV que têm demonstrado que as quantidades de energia gastas para obter um produto a partir de matéria-prima virgem são maiores que aquelas gastas para produzi-lo com resíduos reciclados.
Por isso, dada a atual crise energética, o governo deveria estabelecer com máxima urgência uma Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos, com responsabilidade compartilhada entre todos os setores envolvidos, ou seja, Poder Público, sociedade e setor produtivo. Essa gestão compartilhada e integrada dos resíduos sólidos urbanos deve ser feita localmente, contemplando todas as possibilidades disponíveis e tomando como base as realidades e necessidades sociais, econômicas e ambientais. E, é lógico, sem perder de vista que a reciclagem tem mostrado ser mais econômica nos aspectos de consumos de energia, água e materiais acessórios utilizados diretamente na produção de um bem, quando comparada à produção a partir de matéria-prima virgem, conclui Briones.
1- Quando o aço é produzido inteiramente a partir da sucata, a economia de energia chega a 70% do que se gasta com a produção a base do minério de origem. Além disso, há uma redução da poluição do ar (menos 85%) e do consumo de água (menos 76%), eliminando-se, ainda, todos os impactos decorrentes da atividade de mineração.
2- O papel jornal produzido a partir das aparas requer 25% a 60% menos energia elétrica que a necessária para obter papel da polpa da madeira. O papel feito com material reciclado reduz em 74% os poluentes liberados no ar e em 35% os despejados na água, além de reduzir a necessidade de derrubar árvores.
3- Na reciclagem do vidro é possível economizar, aproximadamente, 70% de energia incorporada ao produto original e 50% menos de água.
4- Com a reciclagem de plásticos economiza-se até 88% de energia em comparação com a produção a partir do petróleo e preserva-se esta fonte esgotável de matéria-prima.
Em resumo, a ACV pode ser utilizada para obter-se um melhor entendimento de todo o sistema utilizado para se produzir um produto, e conseqüentemente aprimorá-lo.
Dicas de Reciclagem
1. Recicle o vidro. Calcula-se que a reciclagem de 1 tonelada de vidro poupa 65% da energia necessária à produção da mesma quantidade. Aproveite as embalagens de vidro para conservar alimento no frigorífico, na geladeira ou no freezer.
2. Uma só pilha contamina o solo durante 50 anos. As pilhas incorporam metais pesados tóxicos.
3. Prefira eletrodomésticos recentes e de qualidade, pois gastam menos energia.
4. Regue as plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Quando o sol está alto e forte, grande parte da água perde-se por evaporação.
5. Uma torneira a pingar significa 190 litros de água por dia que vão pelo cano abaixo.
6. Desligue o fogão elétrico, antes de terminado o cozimento, a placa mantém-se quente por muito tempo.
7. Desligue o ferro um pouco antes de acabar de passar a roupa - ele vai se manter quente durante o tempo necessário para acabar a tarefa.
8. Seja econômico: poupe papel, usando o outro lado para tomar notas ou fazer rascunhos; os pratos e copos de papel são ótimos para piqueniques.
9. Em vez de reciclar, tente preciclar (evitar o consumo de materiais nocivos e o desperdício).
10. Um terço do consumo de papel destina-se a embalagens. E alguns têm um período de uso inferior a 30 segundos. Contribua para a redução do consumo dos recursos naturais.
11. Regule o seu carro e poupará combustível. Use gasolina sem chumbo.
12. Sempre que possível, reduza o uso do carro. Para pequenas distâncias, vá a pé. Partilhe o carro com outras pessoas. Sempre que puder opte pelos transportes coletivos.
13. Prefira lâmpadas fluorescentes compactas para as salas cujo índice de ocupação é maior - são mais eficazes se estiverem acesas durante algumas horas. Embora mais caras, duram mais e gastam um quarto da energia consumida pelas lâmpadas incandescentes. Você vai evitar que meia tonelada de dióxido de carbono seja expelida para a atmosfera.
14. Os transportes públicos consomem 1/13 da energia necessária para transportar o mesmo número de passageiros por carro. Implemente uma política de transportes para os empregados.
15. As fotocopiadoras e as impressoras a laser utilizam cassetes de toner de plástico, que freqüentemente têm de ser substituídas. Contate uma empresa que recicle esse plástico ou que o use novamente.
16. Um estudo desenvolvido pela NASA mostra que as plantas conseguem remover 87% dos elementos tóxicos do ambiente de uma casa no espaço de 24 horas. Distribua plantas profusamente por todas as instalações. Recomenda-se, pelo menos, uma planta de 1,2 a 1,5 metros por cerca de 10 metros quadrados. Escolha espécies de plantas que se dêem bem com pouca luz natural.
17. Instale lâmpadas fluorescentes. Substituir-se uma lâmpada tradicional por uma fluorescente evita o consumo de energia equivalente a cerca de um barril de petróleo ou 317 quilogramas de carvão, que produziria 1 tonelada de dióxido de carbono (o maior gás de estufa) e 6 quilogramas de dióxido de enxofre, que contribui para a chuva ácida. As lâmpadas fluorescentes, além disso, duram em média, 13 vezes mais do que uma lâmpada incandescente. São bons motivos para escolher.
18. Desligue as luzes e os equipamentos (computadores fotocopiadoras, etc.) quando sair do escritório. Está provado que, se durante um ano desligarem-se dez computadores pessoais, à noite e durante os fins-de-semana, vai se poupar em energia o equivalente ao preço do computador. Instale sensores de presença que desliguem as luzes sempre que a sala fique vazia.
19. Antes de decidir comprar equipamentos para o escritório, saiba que as impressoras a jato de tinta usam 99% menos energia que as impressoras a laser, durante a impressão, e 87% menos quando inativas; os computadores portáteis consomem 1% da energia de um computador de escritório. Se for possível, opte por esses equipamentos.
20. Calcula-se que um em cada quatro documentos enviados por FAX são posteriormente fotocopiados porque o original tende a perder visibilidade. Desta forma gasta-se não só o papel de FAX (normalmente não reciclável porque é revestido com produtos químicos que são aquecidos para a impressão) mas também o de fotocópia. Compre um aparelho de fax que use papel normal. Funcionam como fotocopiadoras ou impressoras em papel vulgar.
21. Roupas usadas podem ser dadas a outras pessoas ou a bazares de caridade.
22. Brinquedos velhos, livros e jogos que você não quer mais podem ser aproveitados por outros; portanto, não os jogue fora.
23. Descubra se há locais apropriados para o recolhimento de papel velho. Normalmente, esses locais são organizados pelas autoridades locais ou instituições de caridade.
Preços da Tonelada de Cada Material Reciclável
Papelão Papel branco Latas aço Alumínio Vidro incolor Vidro colorido Plást. rígido PET Plást. firme Longa vida
Salvador - BA 200 pl 350 pl - 3.000 pl 80 l 40 l 400 l 700 pl 400 l -
Brasília - DF 130 pl 260 pl 70 pl 3.200pl 20 30 180 pl 500 pl 120 pl 20 pl
Vitória - ES 120 p 401,50 p 81,25 l 3.000 p 40 20 460 p 760 p 200 p 90 p
Belo Horizonte - MG 270 p 401,5 pl 81,25 3.000 p 40 20 460 p 760 p 200 90 p
Itabira - MG 290 pl 480 pl 340 p 3.900 p 140 90 670 p 900 700 12 pl
Curitiba- PR 200 pl 560 pl 190 p 3.230 p 40 40 500 p 750 p 200 p 70 p
Nova Esperança - PR 200 l 220 l 60 2.600 l 50 20 250 l 400 300 60
Canoas - RS 260 l 360 l 140 l 1.400 l 50 l 50 l 350 pl 350 pl 250 l 80 pl
Farroupilha - RS 290 pl 410 pl 50 pl 2.000 pl 50 l 50 l 250 pl 520 pl 250 p 25 pl
Rio de Janeiro - RJ 300 pl 440 l 100 3.000 70 l 60 l 180 p 350 pl 300 220
Angatuba - SP 250 p 200 p 120 l 2.700 40 l 40 l 400 pl 500 pl 300 pl 150 pl
Atibaia - SP 280 pl 160 200 p 3.200 140 l 120 l 350 pl 630 pl 120 pl 100 pl
Campinas - SP 230 l 435 l 177 3090 l 100 l 62 295 437 l 303 pl 75 l
Jundiaí- SP 250 p 350 pl 220 2.900 l 120 65 350 830 p 450 p 100
Nova Odessa - SP 180 250 pl 200 3.700 l 100 l 100 250 l 650 250 100
Ribeirão Preto - SP 250 p - 100 p 2.500 p - - 160 p 490 p 180 p 50 p
Santo André - SP 220 l 270 l 110 pl 2.700 pl 140 50 250 pl 600 pl 130 p 100
Santos - SP 230 l 400 150 l 3.000 l - 70 270 l 500 l 200 l 60 l
S. Bernardo do Campo - SP 200 pl 450 pl 330 pl 4.200 pl 120 65 500 pl 840 p 450 p 150 p
S. J. dos Campos - SP 220 p 127 p 454 pl 3.110 pl - 70 l 250 850 300 pl 131 p
São Paulo - SP 210 p 200 l 292 3.545 pl 150 150 320 720l 270 p 190 pl
Legenda
p = prensado
l = limpo
Preço da tonelada em Real.
Tempo de Decomposição dos Materiais
Material Tempo de Degradação
Aço Mais de 100 anos
Alumínio 200 a 500 anos
Cerâmica indeterminado
Chicletes 5 anos
Cordas de nylon 30 anos
Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio)
Embalagens PET Mais de 100 anos
Esponjas indeterminado
Filtros de cigarros 5 anos
Isopor indeterminado
Louças indeterminado
Luvas de borracha indeterminado
Metais (componentes de equipamentos) Cerca de 450 anos
Papel e papelão Cerca de 6 meses
Plásticos (embalagens, equipamentos) Até 450 anos
Pneus indeterminado
Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos
Vidros indeterminado
Artigos Resíduos
REMOV - Reciclagem de Óleos Vegetais
O projeto teve sua área de atuação localizada na Região das Hortênsias, Serra Gaúcha, considerando as cidades de Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula.
Os vilões do desperdício
O transporte de frutas e hortaliças é uma das principais etapas do processo que vai da produção ao consumo desses alimentos.
Reciclagem agrícola de lodo de esgoto como adubo nitrogenado: risco ou benefício ao meio ambiente?
Nas áreas urbanas, os principais agentes poluidores de águas são os esgotos, que são lançados diretamente nos corpos de água, na maioria das vezes.
Reciclagem de frascos plásticos de postos de gasolina
O aumento do preço das resinas plásticas, pressionado pelas constantes flutuações do preço do petróleo no mercado internacional, tem estimulado os transformadores de plásticos á procura de resinas plásticas de menor custo e de boa qualidade.
O lixo e o Fator 10
Esforços internacionais convocam governos, empresas e sociedade civil para adotar o “Fator 10”, isto é, aumentar em 10 vezes a eco-eficiência no processo produtivo nos próximos 30 anos, buscando um desenvolvimento que promova o progresso das gerações presentes, mas que também garanta o das gerações futuras.
Resíduos: É preciso inverter a pirâmide? reduzir a geração?!
Se observarmos as diversas estatísticas, com relação a disposição dos resíduos sólidos, nos deparamos com uma situação alarmante, visto que 75% das cidades brasileiras dispõem seus resíduos sólidos em lixões.
Cruzada global contra os químicos
Ao longo da próxima década e meia, estima-se que a produção global de químicos aumentará 85%. Muitos compostos novos trarão importantes benefícios em diversas áreas da vida, incluindo agricultura, indústria e cuidados com a saúde.
Brasil atinge novo recorde em reciclagem de latas de alumínio
O Brasil reciclou 89% de todas as latas de alumínio vendidas em 2003. Com esse índice, o país destaca-se como líder mundial em reciclagem de latas de alumínio, pelo terceiro ano consecutivo, considerando as nações onde esta atividade não é obrigatória por lei.
Utilização do Resíduo Proveniente da Serragem de Rochas Graníticas
Os países que dispõem de importantes recursos geológicos e onde a produção encontra-se em pleno desenvolvimento, entre eles o Brasil, enfrentam sérios problemas com os resíduos provenientes das indústrias de rochas ornamentais que contaminam diretamente os rios e o próprio solo.
Tratamento de lixo tecnológico – no Brasil e na União Européia
Com receita total de R$ 63,2 bilhões, volume de exportação de US-$ 4,7 bilhões, força de trabalho de 121.000 em 2003 e crescimento esperado de 13% nos rendimentos para o ano de 2004, a concepção, produção e venda de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (EEE) no Brasil transformou-se em uma das mais importante indústrias exportadoras.
Reciclagem do Lixo Orgânico
Um dos problemas que vem atormentando grande número de Prefeitos em todo o Brasil é o destino do lixo produzido pela população. Logo chegará o momento em que estaremos completamente inundados pelos resíduos.
Biofiltros
O tratamento e/ou controle de emissões atmosféricas é realizado através de equipamentos de controle de poluição do ar.
Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos
Entre os resíduos sólidos urbanos produzidos há um tipo específico, que merece nossa atenção, os resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos ao fim de seu ciclo de vida , também denominados resíduos tecnológicos.
Lixo ou rejeitos reaproveitáveis?
Fomos acostumados a associar esta palavra à sujeira, imundice, restos. Derivada do latim lix (cinza), o lixo tecnicamente é conhecido como Resíduo Sólido Urbano (RSU).
Monitoramento de Poluentes Atmosféricos
O monitoramento de poluentes atmosféricos está relacionado com a quantificação e qualificação de determinados parâmetros definidos através da legislação ambiental ou de critérios operacionais. Este possui uma série de objetivos dos quais se destaca a geração de informação para tomada de decisão, gestão ambiental e gestão urbana.
Carvão feito de lixo é realidade na Europa
Desde julho de 1997, já está em funcionamento, na Alemanha, uma usina que processa 140.000 toneladas de lixo por ano e produz, concomitantemente, combustível, a partir da biomassa.
A farra dos sacos plásticos
O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora.
Lodo de Esgoto
Lodo de esgoto é um resíduo rico em matéria orgânica gerado durante o tratamento das águas residuárias nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs).
Ascaréis - PCBs
Em 1981, a Legislação brasileira proibiu a fabricação de equipamentos que utilizassem assa substância, denominada cientificamente de PCB (Bifelinas Policloradas), ainda que, pela mesma lei, seja permitida a utilização dos equipamentos já existentes até o final de sua vida útil – período médio de 40 anos.
Algumas Informações sobre Disposição de Pilhas e Baterias
O Brasil produz cerca de 800 milhões de pilhas comuns por ano, o que representa seis unidades descartadas por habitante.
Lâmpadas Fluorescentes
Países do Primeiro Mundo incluem as lâmpadas fluorescentes usadas na lista de resíduos nocivos ao meio ambiente, pois essas lâmpadas contêm substâncias químicas que afetam o ser humano.
Amianto: proibição, uso controlado ou imobilização?
O amianto ou asbesto é uma fibra mineral natural que pertence ao grupo dos silicatos cristalinos hidratados.
Polpa moldada
O produto tem a função de proteger e acondicionar produtos que serão armazenados ou transportados, substituindo o EPS (nome genérico do isopor).
Aspectos ambientais e toxicológicos dos metais pesados
Conheça os aspectos ambientais e toxicológicos de alguns metais pesados.
Efeitos tóxicos do mercúrio (Hg)
A medida da concentração do vapor de Hg no ar, tem sido usada para acessar a exposição humana ocupacional, confira a toxicidade do Hg.
Confira os diversos tipos de resíduos e sua destinação
Alguns tipos de resíduos ainda não mencionados e a destinação prevista por lei para cada um deles.
Metais Pesados
O perigo está no solo, na água e no ar. Quando absorvidos pelo ser humano, os metais pesados (elementos de elevado peso molecular) se depositam no tecido ósseo e gorduroso e deslocam minerais nobres dos ossos e músculos para a circulação.
Código de Cores para os Diferentes Tipos de Resíduos
Padrão de Cores
AZUL papel/papelão
VERMELHO plástico
VERDE vidro
AMARELO metal
PRETO madeira
LARANJA resíduos perigosos
BRANCO resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
ROXO resíduos radioativos
MARROM resíduos orgânicos
CINZA resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação
RESOLUÇÃO CONAMA N° 275 DE 25 DE ABRIL 2001
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das atribuições que lhe conferem a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo em vista o disposto na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e no Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999, e Considerando que a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matérias-primas, recursos naturais não-renováveis, energia e água;
Considerando a necessidade de reduzir o crescente impacto ambiental associado à extração, geração, beneficiamento, transporte, tratamento e destinação final de matérias-primas, provocando o aumento de lixões e aterros sanitários;
Considerando que as campanhas de educação ambiental, providas de um sistema de identificação de fácil visualização, de validade nacional e inspirado em formas de codificação já adotadas internacionalmente, sejam essenciais para efetivarem a coleta seletiva de resíduos, viabilizando a reciclagem de materiais, resolve:
Art.1º Estabelecer o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Art. 2º Os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e entidades paraestatais, devem seguir o padrão de cores estabelecido em Anexo.
§ 1o Fica recomendada a adoção de referido código de cores para programas de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, organizações não-governamentais e demais entidades interessadas.
§ 2o As entidades constantes no caput deste artigo terão o prazo de até doze meses para se adaptarem aos termos desta Resolução.
Art. 3º As inscrições com os nomes dos resíduos e instruções adicionais, quanto à segregação ou quanto ao tipo de material, não serão objeto de padronização, porém recomenda-se a adoção das cores preta ou branca, de acordo a necessidade de contraste com a cor base.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Coleta e Disposição Final do Lixo
Aterros
Lixão
Incineração
Compostagem
O lixo é coletado ou pelas prefeituras ou por uma companhia particular e levado a um depósito, juntamente com o lixo de outras residências da área. Lá pode haver uma certa seleção - sobras de metal, por exemplo, são separadas e reaproveitadas. O resto do lixo é enterrado em aterros apropriados. A grande São Paulo descarta 59% de seu lixo por esse processo e para os lixões seguem 23%. Além dos aterros sanitários existem outros processos na destinação do lixo, como, por exemplo, as usinas de compostagem, os incineradores e a reciclagem.
Aterros
Aterro é a disposição ou aterramento do lixo sobre o solo e deve ser diferenciado, tecnicamente, em aterro sanitário, aterro controlado e lixão ou vazadouro.
Aterro Sanitário
É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou, forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.
Antes de se projetar o aterro, são feitos estudos geológico e topográfico para selecionar a área a ser destinada para sua instalação não comprometa o meio ambiente. É feita, inicialmente, impermeabilização do solo através de combinação de argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados, no solo. Os líquidos percolados são captados (drenados) através de tubulações e escoados para lagoa de tratamento. Para evitar o excesso de águas de chuva, são colocados tubos ao redor do aterro, que permitem desvio dessas águas, do aterro.
A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do aterro através de balança. É proibido o acesso de pessoas estranhas. Os gases liberados durante a decomposição são captados e podem ser queimados com sistema de purificação de ar ou ainda utilizados como fonte de energia (aterros energéticos).
Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não deve ser construído em áreas sujeitas à inundação. Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve haver uma camada de espessura mínima de 1,5 m de solo insaturado. O nível do solo deve ser medido durante a época de maior precipitação pluviométrica da região. O solo deve ser de baixa permeabilidade (argiloso).
O aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 metros de qualquer curso d´água. Deve ser de fácil acesso. A arborização deve ser adequada nas redondezas para evitar erosões, espalhamento da poeira e retenção dos odores.
Devem ser construídos poços de monitoramento para avaliar se estão ocorrendo vazamentos e contaminação do lençol freático: no mínimo quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo da água do lençol freático. O efluente da lagoa deve ser monitorado pelo menos quatro vezes ao ano.
Aterro Controlado
É uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho.
Esta forma de disposição produz, em geral, poluição localizada, pois similarmente ao aterro sanitário, a extensão da área de disposição é minimizada. Porém, geralmente não dispõe de impermeabilização de base (comprometendo a qualidade das águas subterrâneas), nem sistemas de tratamento de chorume ou de dispersão dos gases gerados. Este método é preferível ao lixão, mas, devido aos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é inferior ao aterro sanitário.
Na fase de operação, realiza-se uma impermeabilização do local, de modo a minimizar riscos de poluição, e a proveniência dos resíduos é devidamente controlada. O biogás é extraído e as águas lixiviantes são tratadas. A deposição faz-se por células que uma vez preenchidas são devidamente seladas e tapadas. A cobertura dos resíduos faz-se diariamente. Uma vez esgotado o tempo de vida útil do aterro, este é selado, efetuando-se o recobrimento da massa de resíduos com uma camada de terras com 1,0 a 1,5 metro de espessura. Posteriormente, a área pode ser utilizada para ocupações "leves" (zonas verdes, campos de jogos, etc.).
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB - 1989, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - e editada em 1991, a disposição final de lixo nos municípios brasileiros assim se divide:
• 76% em lixões;
• 13% em aterros controlados e 10% em aterros sanitários;
• 1% passam por tratamento (compostagem, reciclagem e incineração).
Lixão
É um local onde há uma inadequada disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu aberto sem levar em consideração:
- a área em que está sendo feita a descarga;
- o escoamento de líquidos formados, que percolados, podem contaminar as águas superficiais e subterrâneas;
- a liberação de gases, principalmente o gás metano que é combustível;
- o espalhamento de lixo, como papéis e plásticos, pela redondeza, por ação do vento;
- a possibilidade de criação de animais como porcos, galinhas, etc. nas proximidades ou no local.
Os resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.
Acrescenta-se a esta situação, o total descontrole quanto aos tipos de resíduos recebidos nesses locais, verificando-se, até mesmo, a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias.
Comumente, os lixões são associados a fatos altamente indesejáveis, como a criação de porcos e a existência de catadores (que, muitas vezes, residem no próprio local).
Embora apresente garantias razoáveis do ponto de vista sanitário, a solução Aterro Sanitário tem algumas desvantagens irrefutáveis:
- Desperdício de matérias-primas, pois que se perdem definitivamente os materiais com que se produziram os objetos;
- Ocupação sucessiva de locais para deposição, à medida que os mais antigos se vão esgotando. Numa perspectiva de médio e longo prazo este é um problema grave, pois normalmente apenas um número reduzido de locais reúne todas as condições necessárias para ser escolhido.
Incineração
A incineração é um processo de decomposição térmica, onde há redução de peso, do volume e das características de periculosidade dos resíduos, com a conseqüente eliminação da matéria orgânica e características de patogenicidade (capacidade de transmissão de doenças) através da combustão controlada. A redução de volume é geralmente superior a 90% e em peso, superior a 75%.
Para a garantia do meio ambiente a combustão tem que ser continuamente controlada. Com o volume atual dos resíduos industriais perigosos e o efeito nefasto quanto à sua disposição incorreto com resultados danosos à saúde humana e ao meio ambiente, é necessário todo cuidado no acondicionamento, na coleta, no transporte, no armazenamento, tratamento e disposição desses materiais.
Segundo a ABETRE (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento, Recuperação e Disposição de Resíduos Especiais) no Brasil, são 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais perigosos produzidos a cada 12 meses e apenas 600 mil são dispostas de modo apropriado. Do resíduo industrial tratado, 16% vão para aterros, 1% é incinerado e os 5% restantes são co-processados, ou seja, transformam-se, por meio de queima, em parte da matéria-prima utilizada na fabricação de cimento.
O extraordinário volume de resíduo não tratado segue para lixões, conduta que acaba provocando acidentes ambientais bastante graves, além dos problemas de saúde pública. Os 2 milhões de resíduos industriais jogados em lixões significam futuras contaminações e agressões ao meio ambiente, comenta Carlos Fernandes, presidente da Abetre. No Estado de São Paulo, por exemplo, já existem, hoje, 184 áreas contaminadas e outras 277 estão sob suspeita de contaminação.
A recente Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) realizada pelo IBGE colheu dados alarmantes quanto ao destino das 4.000 toneladas de resíduos produzidos pelos serviços de saúde, coletadas diariamente e provenientes dos 5.507 municípios brasileiros. Apenas 14% das prefeituras pesquisadas afirmaram tratar do lixo de saúde de forma adequada. Este tipo de lixo “é um reservatório de microorganismos potencialmente perigosos, afirma documento da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Para os resíduos de saúde classificados como patogênicos, por exemplo, uma das alternativas consideradas adequadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é a incineração. A redução de passivos ambientais constituídos por resíduos perigosos tem encontrado na incineração em alta temperatura, a melhor técnica disponível e mais segura, confirma engenheiro químico de uma empresa.
No Brasil, a destruição de resíduos pela via do tratamento térmico pode contar com os incineradores industriais e com o co-processamento em fornos de produção de clinquer (cimenteiras). A Resolução Conama 264/99 não permite que os resíduos domiciliares brutos e certos resíduos perigosos venham a ser processados em cimenteiras, tais como os provenientes dos serviços de saúde, os rejeitos radioativos, os explosivos, os organoclorados, os agrotóxicos e afins.
Método Contestado
Recentemente o Greenpeace (organização-não-governamental ambientalista) criticou a nova proposta para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) apresentada à Comissão Especial de Resíduos Sólidos da Câmara Federal pelo seu relator deputado federal Emerson Kapaz (PPS-SP). A entidade reclama, que no documento, a incineração e o co-processamento em fornos de cimento são apresentados como as principais políticas para a redução de resíduos.
Segundo avaliação do Greenpeace estes métodos são prejudiciais à saúde humana, pois despejam substâncias tóxicas no meio ambiente, causando severos danos. Mas, um estudo da ABLP - Associação Brasileira de Limpeza Pública, mostra que os sistemas modernos de incineração de lixo são dotados de sistemas computadorizados de controle contínuo das variáveis de combustão, tanto na câmara primária quanto na de pós-combustão, bem como, nas demais etapas de depuração de gases e geração de energia.
Para os estudiosos, o processo de incineração no Brasil, ganhou o conceito de poluidor, nocivo à saúde e prejudicial ao meio ambiente devido ao uso de equipamentos já obsoletos ou à operação e manutenção inadequadas. “Sob vários aspectos, a incineração constitui o processo mais adequado para a solução ambientalmente segura e problemas de disposição final de resíduos.
A entidade ambientalista alega também que em diversos países a incineração tem sido preterida, porém, o trabalho da ABPL, diz que em países como Alemanha, Japão, Suíça e EUA, por exemplo, muitas plantas foram construídas recentemente, além do que outras estão em construção, principalmente para a geração de energia. Esta reversão de deu principalmente nos últimos anos com o avanço das tecnologias de depuração de gases e dos controles “on line”, por computador, de todas as emissões gasosas e líquidas. Nestes últimos anos, a maioria das instalações de tratamento de gases, das principais plantas naqueles países foram substituídas e hoje atendem às exigentes normas de proteção ambiental.
Atualmente, segundo trabalho da ABLP, o tratamento de gases é ainda mais sofisticado, perseguindo a meta de emissão zero. Crescem os sistemas para a remoção de outros poluentes como NOx, dioxinas e furanos, além do aparecimento das tecnologias avançadas de tratamento para a produção de resíduos finais inertes, que podem ser reciclados ou dispostos sem nenhum problema para o meio ambiente, tal como o uso do plasma térmico.
Vários processos estão se sofisticando atualmente no pré-tratamento do lixo, anterior à incineração, para aumentar a sua homogeneização, baixar a umidade e melhorar o poder calorífico, de tal forma a transformá-lo em um combustível de qualidade para a máxima geração de energia. Sofisticam-se também os processos de combustão com o aumento dos sistemas de turbilhonamento, secagem, ignição e controle da combustão.
Processo
Para que um resíduo chegue a ser incinerado é necessário que ele esteja apto a ser transportado e esteja devidamente caracterizado, física, química e físico-quimicamente. Há uma série de atividades preliminares que podem ser desempenhadas ou pelo gerador ou pelo prestador de serviço de incineração ou por um terceiro, preposto credenciado de um dos dois.
Estas atividades resumem-se a exame de carga e seu acondicionamento (a granel, em sacos, em bombonas, em tambores metálicos, em containers, etc), coleta de amostra composta para a caracterização em laboratório, acondicionamento para o transporte, obtenção das Licenças Ambientais junto aos órgãos ambientais nas duas pontas (gerador e incinerador), aviso ou permissão de tráfego de outros Estados situados no roteiro, carregamento do veículo e amarração de carga, inspeção geral do veículo, da documentação e do motorista.
Os incineradores industriais que prestam serviços a terceiros estão localizados em sua maioria no Estado de São Paulo (capacidade total de 26.000 t/a em 5 unidades), existindo ainda um no Rio de Janeiro (6.500 t/a), dois na Bahia (14.400 t/a) e um em Alagoas (11.500 t/a). “Dada a dimensão do parque industrial brasileiro, essa capacidade instalada é ainda muito pequena, se comparada com os incineradores industriais dos países europeus e dos EUA”. E está em montagem uma nova unidade no Rio de Janeiro, com capacidade para 5.000 t/a.
É bem verdade que uma grande parte de resíduos que antes eram encaminhados para essas empresas, atualmente estão indo para cimenteiras. Esse quadro competitivo entre as duas alternativas conduziu a uma redução substancial nos preços outrora cobrados pelos incineradores, acirrando a concorrência. Acredita-se que uma maior consciência está sendo incutida nos geradores de resíduos, em grande parte provocada pelo receio das sanções oriundas da aplicação da lei de Crimes Ambientais e também por uma maior ação fiscalizadora dos órgãos ambientais. Esses fatos vêm trazendo novos negócios para os incineradores e também para as cimenteiras”.
Fonte: Revista Gerenciamento Ambiental, Ano 4, Nº 19, Março / Abril 2002.
Compostagem
A compostagem é o processo de reciclagem da matéria orgânica formando um composto. A compostagem propicia um destino útil para os resíduos orgânicos, evitando sua acumulação em aterros e melhorando a estrutura dos solos. Esse processo permite dar um destino aos resíduos orgânicos domésticos, como restos de comidas e resíduos do jardim.
A compostagem é largamente utilizada em jardins e hortas, como adubo orgânico devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, aumentando sua capacidade de retenção de água, permitindo o controle de erosão e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
Quanto maior a variedade de matérias existentes em uma compostagem, maior vai ser a variedade de microorganismos atuantes no solo.
Para iniciantes, a regra básica da compostagem é feita por duas partes, uma animal e uma parte de resíduos vegetais.
Os materiais mais utilizados na compostagem são cinzas, penas, lixo doméstico, aparas de grama, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, folhas, resíduos de couro, jornais, turfa, acículas de pinheiro, serragem, algas marinhas e ervas daninhas.
Cinzas As cinzas de madeira provenientes de lareiras ou de fogão a lenha são uma ótima fonte de potássio para os horticultores orgânicos, pois a utilizam na prevenção de pragas. As cinzas das cascas de banana, limão, pepino e cacau possuem alto teor de fósforo e potássio.
As cinzas de madeira podem ser acrescentadas às pilhas de compostagem, mas perdem muito de seu valor se ficarem expostas ao excesso de chuva, pois o potássio lixivia facilmente.
Penas As penas de galinha, peru e outras aves são muito ricas em nitrogênio, podendo ser aproveitadas e acrescentadas às compostagens.
Lixo doméstico Praticamente todo o lixo orgânico de cozinha é um excelente material para decomposição. Em uma composteira devemos evitar despejar gordura animal, pois esta tem uma difícil degradação. Restos de carnes também devem ser evitados porque costumam atrair animais, vermes e moscas além de causar mal cheiro.
Aparas de grama As aparas de grama são matéria orgânica muito rica em nutrientes. Nas pilhas de compostagem são ótimos isolantes térmicos e ajudam a manter as moscas afastadas.
Rocha moída e conchas Rochas e conchas possuem muitos minerais necessários para o crescimento das plantas. Ostras moídas, conchas de bivalvos e de lagostas podem ter o mesmo efeito de rocha moída e substituir o calcário.
Feno ou palha Estes em uma compostagem necessitam de uma grande quantidade de nitrogênio para se decompor. Então recomenda-se que se utilize pequenas quantidades de feno e palhas frescos.
Podas de arbustos e cerca viva São volumosos e difíceis de serem degradados. Acrescentados na compostagem deixam a pilha volumosa e com fácil penetração de ar.
Resíduos de cervejaria Este tipo de resíduo enriquece o composto, mas costumam ser bastante úmidos, não necessitando de irrigação freqüente.
Folhas As folhas parcialmente apodrecidas são muito semelhantes ao húmus puro. Para mais fácil decomposição das folhas em uma pilha de compostagem, recomenda-se que misture as folhas com esterco.
Resíduos de couro Pó de couro é muito rico em nitrogênio e fósforo, pode ser abundante e barato.
Jornais Há algumas controvérsias de se colocar jornais na pilha de composto. Os jornais são uma grande fonte de carbono na sua compostagem, desde que se utilize em pequenas quantidades.
Turfa Em termos de nutrientes a turfa não acrescenta nada na compostagem, mas pode absorver toda a umidade existente.
Acículas de pinheiro São consideradas um bom melhorador da textura do composto. Apesar de se tornar levemente ácida na pilha, outros materiais irão neutralizar os efeitos ácidos.
Serragem Apresenta degradação extremamente lenta. A melhor maneira é alternar a serragem com o esterco.
Algas marinhas São ótimas como fonte de potássio, se degradam facilmente e podem ser misturadas com qualquer outro material volumoso, como a palha. Também são muito ricas em outros nutrientes, como o boro, iodo, cálcio, magnésio entre outros.
No jardim deve ser aplicado a cada 3 ou 4 anos em grandes quantidades. Para o horticultor as algas marinhas mantém a pilha isolada termicamente durante o inverno.
Ervas daninhas É ótima como matéria orgânica para o solo, mas deve-se acrescentar muito esterco ou outro material rico em nitrogênio, para que as altas temperaturas não permitam que as sementes germinem, assim evitando trabalhos futuros e o desperdício deste resíduo.
Alguns resíduos, como o sabugo de milho, de maçã, casca de citrus, talo de algodão, folhas de cana, folhas de palmeira, casca de amendoim, de nozes, pecan e amêndoa são de difícil degradação, porém, possuem muito nitrogênio e matéria orgânica. Recomenda-se que sejam picadas em pedaços menores para que se degradem mais facilmente.
Para manter sua pilha volumosa e com força, pode-se acrescentar terra, calcário ou húmus, já areia, lama e cascalho adicionam poucos nutrientes.
Para a boa degradação dos componentes de uma pilha é necessário evitar alguns resíduos, como o carvão mineral e vegetal, papel colorido, plantas doentes, materiais biodegradáveis, fezes de animais de estimação, lodo de esgoto, produtos químicos tóxicos entre outros.
Carvão mineral e vegetal As cinzas de carvão mineral possuem uma quantidade excessiva de enxofre e ferro que são tóxicos para as plantas, além de apresentarem muita resistência a decomposição.
Papel colorido Recomenda-se não adicionar nenhum tipo de papel colorido na compostagem, devido as tintas tóxicas e não biodegradáveis. Além disso, atualmente há muitas campanhas para a reciclagem de papéis.
Plantas doentes Para adiconar plantas doentes na composto é preciso um processo de compostagem ideal para garantir a completa destruição de organismos patogênicos que causam doenças.
Resíduos não biodegradáveis Resíduos de plásticos, vidros, alumínios e roupas possuem material sintético que não são biodegradáveis, que poderão prejudicar o solo. Borracha natural é biodegradável, mas tem lenta degradação.
Fezes de animais de estimação Deve evitar a adição de fezes de animais, pois podem conter organismos perigosos que podem transmitir doenças.
Lodo de esgoto Este resíduo merece um cuidado especial com altas temperaturas para a eliminação de metais tóxicos e de organismos patogênicos.
Produtos químicos tóxicos Deve-se evitar colocar inseticidas, pesticidas e venenos na pilha. Estes produtos são nocivos aos microorganismos que ajudam na degradação e aeração do solo.
Etapas da Decomposição
Primeira fase
- Normalmente denominada decomposição: ocorre a decomposição da matéria orgânica facilmente degradável, como por exemplo, carboidratos.
- A temperatura pode chegar a 65-70ºC. Nesta temperatura, durante um período de cerca de 15 dias, é possível eliminar as bactérias patogênicas, como por exemplo, as salmonelas, ervas - inclusive as daninhas, ovos de parasitas, larvas de insetos, etc.
- Esta fase demora de 10 a 15 dias. É comum colocar sobre o material uma camada de cerca de 10-30 cm de composto maduro para manter o euilíbrio interno do material (sem perda de calor e umidade).
- Nesta faze, proteínas, aminoácidos, lipídios e carboidratos são rapidamente decompostos em água, gás carbônico e nutrientes (compostos de nitrogênio, fósforo, etc.) pelos microorganismos, liberando calor.
- Temperaturas acima de 75º indicam condições inadequadas e podem causar a produção de odores, devendo ser evitadas. Nesta temperatura, ocorrem reações químicas no processo e não mais ação biológica por microorganismos termófilo.
Segunda fase
- A fase de semimaturação: os participantes freqüentes desta fase são as bactérias, actinomicetos e fungos. A temperatura fica na faixa de 45 - 30ºC e o tempo pode variar de 2 a 4 meses.
Terceira fase
- A fase de maturação/humificação: nesta fase, celulose e lignina são transformados em substâncias húmicas, que caracterizam o composto, pelos pequenos animais do solo como por exemplo às minhocas. A temperatura cai na faixa de 25-30ºC.
- O húmus (composto) é um tipo de matéria orgânica mais resistente à decomposição pelos microorganismos. No solo, as substâncias húmicas vão sendo lentamente decompostas pelos microorganismos e liberando nutrientes que são utilizados pelas raízes das plantas.
Fatores que influenciam na Compostagem
* Aeração
- O fornecimento de oxigênio é um fator importante durante a decomposição, principalmente, na primeira fase. A falta de oxigênio pode liberar odores desagradáveis, provenientes de produtos de decomposição anaeróbia como gás sulfídrico.
- A aeração pode ser natural ou forçada para sistema estático de compostagem.
- Neste caso a aeração natural pode ser feita através da difusão, de revolvimento ou introdução de tubos curtos e perfurados no interior da leira ou pilha. A aeração forçada é feita por introcução ou sucção de ar no interior da leira ou pilha.
- Para sistema dinâmico, é comum aeração forçada com introdução de ar.
* Matéria-prima
- A compostagem é realizada com material orgânico putrescível.
- O lixo doméstico é uma boa fonte de matéria orgânica e que corresponde a mais de 50% de sua composição.
- Relação carbono/nitrogênio (C/N): 30 - 40/l, ideal para o desenvolvimento dos microorganismos.
- Umidade: 45% a 70%. Abaixo pode inibir o desenvolvimento da atividade bacteriana e acima pode ocasionar deterioração.
- Materiais com tamanhos menores se decompõem mais rapidamente.
- Material indesejável do ponto de vista estético e de segurança de manuseio: pedaços de vidro, metal, plástico, etc.
* Microorganismos
- Normalmente, o material orgânico putrescível usado contém os microorganismos necessários durante o processo. Quando necessário, se adiciona composto maturado.
Características do Composto Húmico
- O composto é biologicamente estável e pouco agressivo aos organismos do solo e plantas, e é utilizado para melhorar as características do solo e aumentar a produção de vegetais, por exemplo em hortas.
- O composto maturado tem aspecto marrom, com pouca umidade e cheiro de terra mofada.
- Ao esfregá-lo com as mãos, elas se sujam, porém o composto se solta facilmente.
- O composto deixa o solo mais "fofo" e leve, possibilitando que as raízes utilizem água e nutrientes mais facilmente.
- As substâncias húmicas existentes no composto têm a capacidade de reter água e nutrientes, agindo assim, como uma esponja. Desta forma, as plantas podem utilizar a água e nutrientes, favorecendo o seu desenvolvimento. Por isso o composto é chamado também de fertilizante do solo.
- A água e os nutrientes retidos tornam o solo melhor estruturado, necessitnado de menos irrigação, economizando energia e tornando-se mais resistente a erosão.
- Aumenta a capacidade de troca de cátions (nutrientes).
- Ajuda na fertilidade do solo devido à presença de nutrientes minerais (N, K, Ca, Mg, S e micronutrientes). Para o nitrogênio, potássio e fósforo (NKP) encontram-se valores médios de 1%, 0,8% e 0,5%, respectivamente.
Uso do Composto
O composto é usado em solo como corretivo orgânico, principalmente de solos argilosos e arenosos, pobres em matéria orgânica. A matéria orgânica deixa o solo mais fofo e leve, possibilitando que as raízes utilizem a água e os nutrientes mais facilmente. Aplicando o composto uma ou duas vezes por ano, a produtividade do solo aumenta.
Usinas de Compostagem de Lixo no Brasil
Segundo dados do IBGE referente a 1989, publicados em 1992, existem 80 usinas de compostagem no Brasil, mas infelizmente a maioria delas está desativada por falta de uma política mais séria, além da falta de preparo técnico no setor. Inclusive, na maioria dessas usinas, as condições de trabalho são precárias, o aspecto do local é muito sujo e desorganizado e não existe controle de qualidade do sistema de compostagem e nem do composto a ser utilizado em solo destinado à agricultura.
Muitas usinas de compostagem estão acopladas ao sistema de triagem de material reciclável. Por isso é comum as usinas possuírem espaços destacados para esteiras de catação, onde materiais como papel, vidro, metal, plástico são retirados, armazenados e depois vendidos.
A qualidade do composto produzido na maioria das vezes é ruim tato no grau de maturação, quanto na presença de material que compromete o aspecto estético e material poluente como metais pesados.
A compostagem no Brasil vem sendo tratada apenas sob perspectiva de "eliminar o lixo doméstico" e não como um processo industrial que gera produto, necessitando de cuidados ambientais, ocupacionais, marketing, qualidade do produto, etc. Tanto isso é verdade que quando as usinas são terceirizadas, as empreiteiras pagam por lixo que entra na usina e não por composto que é vendido e o preço, que muitas usinas cobram, é simbólico. A compostagem no Brasil precisa ser encarada mais seriamente.
Estatísticas de Reciclagem
Lixo
Perigos
Índices da Reciclagem
Comparativos da Reciclagem
Soluções para os Resíduos Sólidos
Lixo
• O lixo é uma fonte de riquezas. As indústrias de reciclagem produzem papéis, folhas de alumínio, lâminas de borracha, fibras e energia elétrica, gerada com a combustão.
• No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia.
• O Brasil é considerado um grande "reciclador" de alumínio, mas ainda reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro e os pneus que consome.
• A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia, com este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas.
• Se toda água do planeta coubesse em um litro, a água doce corresponderia a uma colher de chá.
• Somente 37% do papel de escritório é realmente reciclado, o resto é queimado. Por outro lado, cerca de 60% do papel ondulado é reciclado no Brasil.
• Um litro de óleo combustível usado pode contaminar 1.000.000 de litros de água.
• Menos de 50% de produção nacional de papel ondulado ou papelão é reciclado atualmente, o que corresponde a cerca de 720 mil toneladas de papel ondulado. O restante é jogado fora ou inutilizado.
• Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais de 1 quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas.
• Perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras:
1. 39%: papel e papelão
2. 16%: metais ferrosos
3. 15%: vidro
4. 8%: rejeito
5. 7%: plástico filme
6. 2%: embalagens longa vida
7. 1%: alumínio
Perigos
• Crianças e adolescentes que trabalham no lixo estão expostos a uma série de doenças que seriam facilmente evitadas.
• Por lidar com restos de comida, cacos de vidro, ferros retorcidos, plásticos pontiagudos e despejos com resíduos químicos, essas crianças sofrem de diarréias, tétano, febre tifóide, tuberculose, doenças gástricas e leptospirose.
• Nos resíduos sólidos, os microorganismos causadores de doenças sobrevivem por dias e até meses.
• Em todo o Brasil, a falta de saneamento, a ausência na maioria dos municípios de coleta de lixo de qualidade e a convivência direta com o lixo fazem surgir epidemias.
• A dengue é um exemplo. Em 1982, o País registrou 12 mil casos da doença. Todos na Região Norte. Em 1998, foram mais de 527 mil casos espalhados por todo o Brasil.
• O cólera também ressurgiu com força nos anos 90. Em 1991, foram 2,1 mil casos confirmados da doença. Em 1994, o País chegou a ter 51,3 mil pessoas infectadas com o vibrião colérico.
• A febre tifóide, causada pelo consumo de carne de porco contaminada, está em declínio no Brasil. Mas o País registra mais de mil casos por ano da doença. Nos lixões, é comum ver famílias morando ao lado de chiqueiros, onde criam porcos. Esses animais são alimentados com os restos de comida trazidos do lixo.
Fonte: Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.
Índices da Reciclagem
• Capitais em que há catadores nos lixões: 37,4%
• Cidades com mais de 50 mil habitantes: 68,18%
• Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%
Nas ruas
• Capitais em que há catadores nas ruas: 66,67%
• Cidades com mais de 50 mil habitantes: 63,64%
• Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%
Lixões
• Capitais com lixões: 25,93%
• Cidades com mais de 50 mil habitantes (excluídas as capitais): 72,73%
• Cidades com menos de 50 mil habitantes: 66,67%
Fonte: Pesquisa Água e Vida/Unicef
Comparativo da Reciclagem
Material O Brasil recicla Curiosidades
Vidro 5% das embalagens O Japão recicla 55,5%.
Papel/papelão 36% O Brasil importa apenas para reciclar.
Plástico/filme (sacolas de supermercados) 15% Representa 3% do lixo urbano nas capitais.
PET (embalagens de refrigerantes) 15% O PET reciclado se transforma em fibras.
Óleo 18% Apenas 1% do óleo consumido no mundo é reciclado.
Latas de aço 35% O Brasil importa latas usadas para a reciclagem.
Pneu 10%
O Brasil exporta pneu para a reciclagem.
Embalagens longa-vida Não há dados
A incineração é considerada excelente combustível.
Fonte: Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
Soluções para os Resíduos Sólidos
• Adotar a reciclagem como prática produtiva. Se o País reciclasse todas as latas de aço que consome, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano e economizaria energia equivalente ao consumo de quatro bilhões de lâmpadas de 60 Watts.
• Reduzir a quantidade de lixo produzido nas casas e nas indústrias.
• Aproveitar tudo o que puder dos alimentos, economizando também nas quantidades. Por exemplo: talos, cascas e folhas de frutas, verduras e legumes são altamente nutritivos e, com um pouco de criatividade, podem ser transformados em pratos saborosos.
• Pensar bem antes de jogar fora os restos dos alimentos. Será melhor colocá-los em uma embalagem e dar aos que têm fome do que alimentar os ratos que vivem nos lixões.
• Reutilizar diversos produtos antes de jogá-los fora, usando-os para a mesma função original ou criando novas formas de utilização.
• Doar o que ainda serve para outras pessoas e instituições de caridade. Exemplos: roupas a ser reformadas, móveis restaurados, vidros e plásticos transformados em utilidades.
• Repensar os hábitos de consumo e de desperdício. Consumir o nescessário, mas sem exageros. É importante consumir produtos mais duráveis.
• Não jogar papéis, latinhas e bitucas de cigarro nas ruas, pois vão direto para os bueiros, causando entupimentos e enchentes. Os únicos responsáveis pela poluição das águas, mares, rios e lagos somos nós, a população.
Pontos Positivos da Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos
• Altas taxas de reciclagem para materiais de valor e fáceis de separar
• Ação de catadores de rua, que em muito contribuem para as taxas de reciclagem
• Municípios com Coleta Seletiva e com programas sociais para inclusão de catadores
• Venda de recicláveis é fonte de renda de muitas famílias
Isopor (Poliestireno Expandido - EPS)
Aplicações e Usos
Características
Impactos no Meio Ambiente
Experiências sobre o Isopor
O isopor - poliestireno expandido, é um plástico celular e rígido, que pode apresentar numa variedade de formas e aplicações. Apresenta-se como uma espuma moldada, constituída por um aglomerado de grânulos.
O isopor é uma espuma formada a partir de derivados de petróleo, é o poliestireno expandido. Na sua antiga fabricação entrava o gás CFC, acusado de ser nocivo a camada de ozônio. Porém atualmente usa-se outro gás para expandir o poliestireno.
Nas instalações dos produtores de isopor, a matéria prima é sujeita a um processo de transformação física, não alterando as suas propriedades químicas. Esta transformação processa-se em três etapas :
a) A pré-expansão
A expansão do poliestireno (PS) expansível é efetuada numa primeira fase num pré-expansor através de aquecimento por contato com vapor de água. O agente expansor incha o PS para um volume cerca de 50 vezes maior do original. Daí resulta um granulado de partículas de isopor constituídas por pequenas células fechadas, que é armazenado para estabilização.
b) O armazenamento intermediário
O armazenamento é necessário para permitir a posterior transformação do isopor. Durante esta fase de estabilização, o granulado de isopor arrefece o que cria uma depressão no interior das células. Ao longo deste processo o espaço dentro das células é preenchido pelo ar circundante.
c) A moldagem
O granulado estabilizado é introduzido em moldes e novamente exposto a vapor de água, o que provoca a soldadura do mesmo; assim obtém-se um material expandido, que é rijo e contém uma grande quantidade de ar.
Para fabricar placas para a Construção Civil produzem-se blocos de isopor em grandes moldes paralepipédicos.
Para fabricar moldados em isopor, o granulado é insuflado para dentro de moldes com a conformação das peças pretendidas.
A escolha do tipo de matéria prima e a regulação do processo de fabricação, permitem a obtenção de uma ampla gama de tipos de isopor, com diversas densidades, cujas características se adaptam às aplicações previstas.
Aplicações e Usos
Duas características do Isopor têm fortalecido a sua presença no mercado consumidor, onde vem obtendo crescente participação: a leveza e a capacidade de isolamento térmico, às quais ainda se associa o baixo custo.
Têm sido utilizado na confecção de peças como:
• Caixas térmicas para acondicionamento de bebidas e alimentos.
• Porta - mamadeiras.
• Porta - garrafas de cerveja.
• Porta - copos.
• Baldes para gelo.
• Pranchas esportivas.
• Pranchas para artesanato.
• Esferas para vitrinismo.
Na Construção e nas Embalagens
As aplicações do isopor na construção civil são extraordinariamente variadas, salientando que o isopor, além de ser um excelente material de isolamento térmico, pode também ser um sistema construtivo.
Vantagens:
• Baixa condutibilidade térmica
A estrutura de células fechadas, cheias de ar, dificultam a passagem do calor o que confere ao isopor um grande poder isolante.
• Leveza
As densidades do isopor variam entre os 10-30 kg/m3, permitindo uma redução substancial do peso das construções.
• Resistência mecânica
Apesar de muito leve, o isopor tem uma resistência mecânica elevada, que permite o seu emprego onde esta característica é necessária.
• Baixa absorção de água
O isopor não é higroscópico. Mesmo quando imerso em água o isopor absorve apenas pequenas quantidades de água. Tal propriedade garante que o isopor mantenha as suas características térmicas e mecânicas mesmo sob a ação da umidade.
• Fácil de manusear e colocar
O isopor é um material que se trabalha com as ferramentas habitualmente disponíveis, garantindo a sua adaptação perfeita à obra.
O baixo peso do isopor facilita o manuseamento do mesmo em obra. Todas as operações de movimentação e colocação resultam significativamente encurtadas.
• Resistente quimicamente
O isopor é compatível com a maioria dos materiais correntemente utilizados na construção de edifícios, tais como cimento, gesso, cal, água, etc.
• Versátil
O isopor pode apresentar-se numa variedade de tamanhos e formas, que se ajustam sempre às necessidades específicas da construção.
• Resistente ao envelhecimento
Todas as propriedades do isopor mantêm-se inalteradas ao longo da vida do material, que é pelo menos tão longa quanto a vida da construção de que faz parte.
O isopor não apodrece nem embolora, não é solúvel em água nem liberta substâncias para o ambiente. O isopor não constitui substrato ou alimento para o desenvolvimento de animais ou microrganismos.
• Higiênico e totalmente inócuo
O isopor não constitui substrato ou alimento para o desenvolvimento de microrganismos, não absorve umidade nem liberta qualquer substância, podendo assim estar em contato direto com os produtos alimentares sem lhes alterar as características.
• Promotor da venda
A apresentação atrativa de um produto no ponto de venda é determinante para o seu sucesso. O isopor permite criar uma apresentação de alto valor realçando o produto.
• Econômico
Tomando em conta os diversos parâmetros como as quebras, mão de obra, manuseamento, baixo peso, transporte, armazenagem, a embalagem em isopor resulta economicamente vantajosa.
• Adaptável aos produtos
As características do isopor permitem criar embalagens "à medida" de qualquer produto, tornando o isopor num material versátil que oferece sempre as máximas prestações.
Características
• Baixo peso específico: podem ser obtidas densidades ao redor de 9 kg/m³ podendo chegar até mais de 40 kg/m³, normalmente, mais de 97% de seu volume é constituído de ar, as peças moldadas, possuem maior densidade que os blocos.
• Alta resistência à compressão: normalmente varia de 7000 kgf/m² até 14000 kgf/m², maior que a resistência de muitos solos.
• Elasticidade
• Baixa condutibilidade térmica
• Estabilidade térmica
• Nenhuma ascenção capilar
• Baixa absorção de água e umidade
• Inodoro
• Não embolora
• Adere a outros plásticos
• Isolamento Acústica
• Durabilidade: não é conhecido o limite de idade do isopor, no entanto, as propriedades do isopor impõem a sua correta aplicação para que seja garantido um desempenho adequado ao longo do tempo.
A estrutura celular é danificada pelos solventes sendo este processo acelerado com temperaturas elevadas. Nestes casos terá de se evitar o contato ou exposição a vapores destes materiais.
• Água, água do mar, soluções de sais
• Materiais de construção correntes (cal, cimento, gesso)
• Soluções alcalinas
• Soluções ácidas fracas
• Ácido clorídrico 35%
• Ácido nítrico 50%
• Sais, adubos
• Betumes, produtos betuminosos diluídos com água
• Álcool (+ ou -)
O Impacto no Meio Ambiente
O isopor é um produto sintético proveniente do petróleo e deriva da natureza, tal como o vidro, a cerâmica e os metais.
Na natureza o isopor leva 150 anos para ser degradado, conforme estimativas. Na natureza, pelotas de isopor são confundidas com organismos marinhos, como o plástico, e ingeridas por cetáceos e peixes, afetando-lhes o sistema digestivo.
Quimicamente, o isopor consiste de dois elementos, o carbono e o hidrogênio. O isopor não contem qualquer produto tóxico ou perigoso para o ambiente e camada de ozônio (está isento de CFCs). O gás contido nas células é o ar.
Por se tratar de um plástico e de ser muito leve, o processo de fabricação consome pouca energia e provoca pouquíssimos resíduos sólidos ou líquidos. O gás expansor incorporado na matéria prima (o poliestireno expansível) é o pentano.
O isopor pode ser considerado um produto ecológico, já que não contamina o solo, a água e o ar e é 100% reciclável e reaproveitável.
A utilização do isopor como isolamento térmico permite poupar energia que, durante a vida útil do edifício, pode chegar a ser centenas de vezes superior à energia consumida durante o seu fabricação. Esta economia de energia significa que, para além preservar os recursos energéticos, o uso de isopor reduz a emissão dos gases poluentes e dos gases que contribuem para o efeito estufa na atmosfera.
Experiências sobre o Isopor
Reaproveitamento do isopor para fabricar concreto leve
(Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br)
Curitiba vai ser a primeira cidade brasileira a reaproveitar o isopor que hoje é depositado como lixo nos aterros sanitários. Uma usina para fabricar concreto leve com a utilização do isopor coletado. A idéia do projeto é aproveitar o isopor para substituir a pedra britada na fabricação de concreto leve (mistura de cimento, areia, cola e isopor). Os produtos vão ser comercializados para pessoas físicas ou empresas, e a renda será destinada para o Instituto Pró-Cidadania e aplicada em ações sociais.
Além da fabricação de produtos, a usina vai desenvolver um projeto com o Horto Municipal para aproveitar o isopor no processo de compostagem. O isopor moído também pode ser aproveitado na aeração de solo em parques e jardins, já que facilita a retenção de umidade e mantém a temperatura do solo.
Considerado um dos "vilões" do lixo porque ocupa muito espaço nos aterros sanitários o isopor é composto por 98% de ar e apenas 2% de plástico e, portanto, economicamente inviável para a reciclagem (derretimento do produto para reaproveitá-lo como matéria-prima).
Além de aproveitar o isopor para a fabricação de produtos, o projeto lançado em Curitiba também prevê o desenvolvimento de novas tecnologias. Em parceria com o Instituto Pró-Cidadania, uma equipe de alunos e professores do Cefet-PR (Centro Federal de Educação Tecnológica) vai desenvolver uma pesquisa sobre a construção de casas utilizando o concreto leve.
Os estudos vão incluir ensaios técnicos para verificar dados como a resistência do isopor ao fogo, à compressão e à dilatação. O concreto leve pode ter várias vantagens na construção, já que apresenta um custo mais baixo e pode funcionar como isolante térmico e acústico.
A idéia é realizar testes para definir as características do material e avaliar as possibilidades de utilização do produto. Indústrias que utilizam o isopor nas suas embalagens também poderão fazer parcerias com a usina de concreto leve, já que muitas delas não têm uma destinação adequada para o produto.
A própria norma ISO 14.000, que trata da qualidade ambiental, exige que todos os resíduos que saem da empresa têm que ter uma destinação correta. Com o lançamento desse projeto, vamos auxiliar as empresas a alcançar essa meta no descarte do isopor.
No mundo todo, são consumidos anualmente cerca de 2,5 milhões de toneladas de EPS. No Brasil, esse consumo pulou de 9 mil toneladas em 1992 para 36,5 mil no ano passado, um aumento de quase 300%.
Possível substituição do EPS por um composto biodegradável
Um composto biodegradável que poderá substituir o isopor na maioria de suas aplicações foi desenvolvido pela empresa Kehl, instalada em São Carlos, no interior paulista. Obtido a partir do óleo de mamona, o novo produto foi patenteado com o nome de bioespuma.
O composto é produzido à base de biomassa, ou seja, é um recurso renovável. Sua síntese envolve três reações: duas esterificações, a primeira entre o óleo de mamona e o amido, e a segunda com óleo de soja. O produto obtido, um poliol, deve reagir ainda com um isocianato (NCO) para que se chegue a uma espuma poliuretana biodegradável a bioespuma.
Trata-se de um polímero caracterizado principalmente pela ligação química uretana (RNHCOOR), que lhe dá rigidez e flexibilidade. É a ligação uretana a principal responsável pelas propriedades físicas da bioespuma, como textura, densidade, resistência à compressão e resiliência. Essas características assemelham-se muito às do isopor. Trata-se de um intermediário entre a espuma tradicional e o isopor, plenamente capaz de substituí-lo, explica Ricardo Vicino, químico responsável pela descoberta do composto.
Já a bioespuma se decompõe em um tempo consideravelmente menor. Testes feitos na empresa mostraram que entre oito meses e um ano ela desaparece totalmente no meio ambiente. Durante o verão esse tempo pode ser reduzido a até três meses, garante Vicino. Assim, o material pode ser classificado como biodegradável.
Óleos Lubrificantes
Composição dos Óleos Usados
Re-refino de Óleos Usados
Processos de Re-refino
As Novas Leis da Agência Nacional do Petróleo - ANP
Processo de Re- refino do Óleo
Sistema de Gestão Ambiental
Serviço de Lavanderia para Óleos Lubrificantes Industriais Usados
Reciclagem de Lubrificantes Industriais Usados
Tipos de Produtos Recicláceis
A questão da reciclagem de óleos lubrificantes usados ganha cada vez mais espaço no contexto da conservação ambiental. Nos países desenvolvidos, a coleta de óleos usados é geralmente tratada como uma necessidade de proteção ambiental. Na França e na Itália, um imposto sobre os óleos lubrificantes custeia a coleta dos mesmos. Em outros países, esse suporte vem de impostos para tratamento de resíduos em geral. Nos Estados Unidos e Canadá, ao contrário do que ocorre no Brasil, normalmente é o gerador do óleo usado quem paga ao coletor pela retirada do mesmo.
Entre 1991 - 1993, a ONU financiou estudos sobre a disposição de óleos usados. A principal conclusão desses estudos foi que a solução para uma disposição segura de óleos lubrificantes usados é o re-refino (reciclagem).
Os óleos lubrificantes estão entre os poucos derivados de petróleo que não são totalmente consumidos durante o seu uso. Fabricantes de aditivos e formuladores de óleos lubrificantes vêm trabalhando no desenvolvimento de produtos com maior vida útil, o que tende a reduzir a geração de óleos usados. No entanto, com o aumento da aditivação e da vida útil do óleo, crescem as dificuldades no processo de regeneração após o uso.
Quando os óleos lubrificantes industriais usados estão contaminados, fora da faixa de viscosidade ou com outros pequenos problemas, o certo é enviá-los para um serviço de reaproveitamento do óleo básico e de todos os seus subprodutos.
Os óleos usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar sérios problemas ambientais quando não adequadamente dispostos. O uso de produtos lubrificantes de origem vegetal biodegradáveis ainda se encontra em estágio pouco avançado de desenvolvimento para a maior parte das aplicações.
A poluição gerada pelo descarte de 1 t/dia de óleo usado para o solo ou cursos d'água equivale ao esgoto doméstico de 40 mil habitantes. A queima indiscriminada do óleo lubrificante usado, sem tratamento prévio de desmetalização, gera emissões significativas de óxidos metálicos, além de outros gases tóxicos, como a dioxina e óxidos de enxofre.
Composição dos Óleos Usados
Os óleos usados contêm produtos resultantes da deterioração parcial dos óleos em uso, tais como compostos oxigenados (ácidos orgânicos e cetonas), compostos aromáticos polinucleares de viscosidade elevada, resinas e lacas. Além dos produtos de degradação do básico, estão presentes no óleo usado os aditivos que foram adicionados ao básico, no processo de formulação de lubrificantes e ainda não foram consumidos, metais de desgaste dos motores e das máquinas lubrificadas (chumbo, cromo, bário e cádmio) e contaminantes diversos, como água, combustível não queimado, poeira e outras impurezas. Pode conter ainda produtos químicos, que, por vezes, são inescrupulosamente adicionados ao óleo e seus contaminantes característicos.
Os óleos usados são constituídos de moléculas inalteradas do óleo básico, produtos de degradação do óleo básico; contaminantes inorgânicos; água originária da câmara de combustão (motores), ou de contaminação acidental; hidrocarbonetos leves (combustível não queimado); partículas carbonosas formadas devido ao coqueamento dos combustíveis e do próprio lubrificante e ainda outros contaminantes diversos.
A origem dos óleos lubrificantes usados é bastante diversificada e suas características podem apresentar grandes variações, e nesse ponto é interessante que se faça uma distinção entre os óleos usados de aplicações industriais e os de uso automotivo e as respectivas formas possíveis de reciclagem.
- Óleos usados Industriais
Os óleos industriais possuem, em geral, um baixo nível de aditivação. Nas aplicações de maior consumo, como em turbinas, sistemas hidráulicos e engrenagens, os períodos de troca são definidos por limites de degradação ou contaminação bem mais baixos do que no uso automotivo. Por outro lado, a maior variedade de contaminantes possíveis nos óleos usados industriais dificulta a coleta para a finalidade de re-refino em mistura com óleos automotivos.
Uma parte dos óleos utilizados em muitas aplicações industriais são emulsões (óleos solúveis), nas quais existem gotículas de óleo finalmente dispersas na fase aquosa. Através do uso de emulgadores, obtem-se emulsões estáveis usadas industrialmente numa série de aplicações, como usinagem.
As emulsões à base de óleo mineral em uso devem ser trocadas depois de determinados períodos, devido a uma crescente degradação microbiana e contaminação com produtos estranhos.
- Óleos usados Automotivos
Nas aplicações automotivas, tanto os níveis de aditivação quanto os níveis de contaminantes e de degradação do óleo básico são bem mais elevados do que nas aplicações industriais.
A maior parte do óleo usado coletado para re-refino é proveniente do uso automotivo. Dentro desse uso estão os óleos usados de motores à gasolina (carros de passeio) e motores diesel (principalmente frotas). As fontes geradoras (postos de combustíveis, super trocas, transportadoras, etc.) são numerosas e dispersas, o que, aliado ao fator das longas distâncias, acarreta grandes dificuldades para a coleta dos óleos lubrificantes usados. Alguns fatores contribuem para que a carga do processo de re-refino e, mais especificamente, a carga da etapa de acabamento, sejam uniformes:
- a carga do re-refino sofre, normalmente, uma homogeneização prévia ao processamento, para evitar oscilações de rendimentos e condições de processo;
- as etapas de destilação e/ou desasfaltamento restringem o conteúdo de frações leves e de componentes de alto peso molecular, inclusive produtos de oxidação, restringindo a faixa de destilação e, indiretamente, a composição da carga da etapa de acabamento.
Re-refino de Óleos Usados
Um processo de re-refino deve compreender etapas com as seguintes finalidades:
- remoção de água e contaminantes leves;
- remoção de aditivos poliméricos, produtos de degradação termo-oxidativa do óleo de alto peso molecular e elementos metálicos oriundos do desgaste das máquinas lubrificadas (desasfaltamento);
- fracionamento do óleo desasfaltado nos cortes requeridos pelo mercado;
- acabamento, visando a retirada dos compostos que conferem cor, odor e instabilidade aos produtos, principalmente produtos de oxidação, distribuídos em toda a faixa de destilação do óleo básico.
A água removida do processo deve passar por tratamento complexo, em função de contaminação com fenol e hidrocarbonetos leves.
Os produtos pesados da destilação e desasfaltamento têm aplicação potencial na formulação de asfaltos.
As propriedades do óleo destilado, ainda carentes de ajuste, são a estabilidade de cor, odor e índice de acidez do óleo, principalmente.
Além da remoção de metais e produtos de oxidação, a etapa desasfaltamento aumenta a uniformidade da carga da etapa de acabamento, em termos de conteúdo de metais e nível de oxidação.
Processos de Re- refino
Um processo de re-refino deve ter, imprescindivelmente, baixo custo, flexibilidade para se adaptar às variações de características das cargas e não causar problemas ambientais.
O processo clássico de re-refino consiste na desidratação e na remoção de leves por destilação atmosférica, tratamento do óleo desidratado com ácido sulfúrico e neutralização com absorventes.
A tendência atual vai em direção aos processos de desasfaltamento através de evaporadores de película ou T.D.A. (torre ciclônica de destilação). O subproduto de fundo da destilação geralmente é empregado como componente de asfaltos. No tocante à etapa de acabamento, as unidades de hidroacabamento são as selecionadas no caso de maiores escalas. Para unidades menores, o acabamento por absorção é mais econômico. Na Europa, os principais processos envolvem o desasfaltamento térmico ou a propano e o acabamento por absorção, enquanto nos Estados Unidos, em função da maior escala das plantas existentes, são usados processos de desasfaltamento seguidos de hidroacabamento.
Os óleos usados são aqueles lubrificantes líquidos que foram usados em algum processo, como automotivos, motores e máquinas, e que oxidaram-se, alteraram-se e passaram a conter substâncias estranhas originárias do próprio óleo ou provenientes de contaminações.
As Novas Leis da Agência Nacional do Petróleo - ANP
Foram criadas pela ANP portarias que regram o mecanismo de coleta de óleos lubrificantes usados, cujos conteúdos objetivam reforçar o cumprimento da Resolução 9/1993 instituída pelo CONAMA.
Esta resolução considera que a reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado é instrumento prioritário para a gestão ambiental. Assim, todo o óleo lubrificante usado ou contaminado deve obrigatoriamente ser recolhido e ter destinação adequada, de forma a não afetar negativamente o ambiente, sendo proibidos quaisquer descartes em solos, águas subterrâneas, no mar e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais.
As portarias registradas sob os números 125, 126, 127 e 128/99 ditam normas para o gerenciamento do recolhimento, coleta e destinação final dos óleos lubrificantes usados. Segundo as novas portarias, os produtores e os importadores de óleos lubrificantes acabados são responsáveis pela coleta e destinação final do óleo lubrificante usado ou contaminado, proporcionalmente ao volume de óleo acabado que comercializam, podendo, para tanto, contratar empresas coletoras credenciadas e especializadas para esse serviço.
Processo de Re-refino de Óleo
O processo de re-refino compreende as seguintes etapas:
- Desidratação
Após ser descarregado numa caixa receptadora, o óleo usado passa por um peneiramento e por uma filtração para a retenção de partículas grosseiras. A desidratação é iniciada com um pré-aquecimento do óleo até 80ºC antes de ser enviado aos desidratadores. Numa operação em batelada, o óleo é desidratado a 180ºC em desidratadores com trocador externo em circulação forçada. A água e os solventes evaporados são condensados e separados em um separador de fases. Os solventes são aproveitados como combustível para os fornos e a água é enviada para tratamento (ETE).
- Destilação Flash
Uma vez desidratado, o óleo é bombeado para um forno onde é aquecido até uma temperatura de 280ºC. A partir daí, o óleo entra no sistema de vasos de flasheamento sob alto vácuo (28 mBAR). Aqui são separadas as frações leves do óleo usado: óleo neutro leve, óleo spindle e óleo diesel. O óleo neutro leve entra na formulação de óleo com média viscosidade. O óleo spindle é usado em formulações diversas. O óleo diesel é empregado como combustível. Estas frações precisam de um acabamento antes do seu uso.
- Desasfaltamento
O óleo destilado é bombeado para outro forno, onde é aquecido a uma temperatura de 380ºC, e enviado para os evaporadores de película. Nesta etapa, é separada a fração asfáltica do óleo sob alto vácuo (1 mBAR). A fração asfáltica é composta pela maior parte degradada do óleo lubrificante usado. Na sua composição encontramos principalmente polímeros, metais, resinas, aditivos e compostos de carbono. Esta fração é empregada na fabricação de mantas e produtos asfálticos em geral.
- Tratamento Químico - Borra Ácida
O óleo proveniente do desasfaltamento ainda possui alguma quantidade de componentes oxidados. Para extraí-los, aplica-se pequena quantidade de ácido sulfúrico, que promove a aglomeração dos contaminantes que decantam, gerando a borra ácida, um resíduo poluente se lançado ao ambiente.
A borra ácida é lavada com água, neutralizada e desidratada, transformando-se em combustível pesado de alto poder calorífico. A água ácida gerada na lavagem desta borra é neutralizada com lama cal e cal virgem, transformando-se em gesso para corretivo de solo. Já a água neutralizada é enviada para tratamento (ETE).
Em relação aos resíduos produzidos no processo de re-refino, o ácido sulfúrico da borra ácida é recuperado, formando sulfato de magnésio, e a borra lavada entra na composição com asfalto para oxidação e produção de asfalto oxidado para impermeabilização e outros subprodutos. A torta do filtro é incorporada de 5 a 10% na composição do barro para a fabricação de tijolos.
- Clarificação e Neutralização
Após a sulfonação, o óleo é bombeado para os reatores de clarificação, onde é adicionada argila descorante (absorvente natural). A mistura óleo/argila é aquecida para promover a absorção de compostos indesejáveis. No final, é adicionada a cal para corrigir a acidez do óleo.
- Filtração
A mistura óleo/argila/cal passa por filtros prensa para separar a fração sólida. A argila com cal impregnada com óleo é empregada em indústrias cerâmicas e cimenteiras. O óleo ainda passa por filtros de malha mais fina para eliminar os particulados remanescentes. No final, é obtido o óleo básico mineral re-refinado com as mesmas características de óleo básico virgem.
Após estas etapas, o óleo é armazenado em tanques. Para atender às especificações de viscosidade, cor, ponto de fulgor, etc., cada lote é analisado e corrigido pelo laboratório.
Sistema de Gestão Ambiental
Durante o processamento do óleo usado são gerados subprodutos além do óleo refinado.
As frações leves podem ser empregadas como combustível na frota de veículos, fornos e caldeiras; e a fração asfáltica é empregada como aditivo plastificante na fabricação e comercialização de produtos asfálticos de alto desempenho. É gerado também combustível pesado para fornos de altas temperaturas, gesso agrícola empregado na correção de solo e agregado para a fabricação de produtos cerâmicos.
Para todas as emissões gasosas existem sistemas de tratamento e controle. Estes sistemas são formados por lavadores alcalinos de gases e fornos de oxidação térmica de alta temperatura. Para os efluentes líquidos, pode ser utilizada uma estratégia para diminuir o consumo de água limpa e o descarte de efluentes: os efluentes gerados em alguns setores são utilizados em outros setores (reciclagem interna). Assim, é aproveitada ao máximo a água empregada na unidade.
O efluente industrial descartado é direcionado para separadores água/óleo, onde é separado o óleo da fase aquosa. O óleo é reutilizado na fábrica. O efluente industrial então recebe o efluente doméstico proveniente do restaurante, dos banheiros e dos lavatórios de toda a unidade, e a mistura é enviada para a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).
Na ETE pode ser empregado o sistema de lagoas aeradas. Este sistema é composto por quatro lagoas aeradas e uma lagoa de decantação de lodo. A aeração das lagoas é feita por membranas tubulares localizadas no fundo das mesmas e alimentadas por sopradores de ar. Estas membranas possuem microfuros, que produzem microbolhas responsáveis pelo fornecimento de oxigênio e agitação da massa líquida com um alto desempenho e menor consumo de energia. Os microorganismos presentes nas lagoas empregam o oxigênio para degradar a carga poluidora presente no efluente (fenol e hidrocarbonetos). Para isso, o efluente permanece durante seis a sete dias nas lagoas aeradas. O lodo gerado na atividade microbiana é decantado e digerido na última lagoa. O efluente, após o tratamento, é recirculado em mais de 80% para a fábrica, diminuindo a dependência de fontes de água para a indústria.
Serviço de Lavanderia para Óleos Lubrificantes Industriais Usados
A recomendação para a troca de lubrificantes industriais baseia-se, na maioria das vezes, em contaminações banais, ao contráio dos lubrificantes automotivos, que, em uso, são fortemente contaminados e apresentam depressão severa de propriedades importantes.
As razões principais para a troca do lubrificante industrial são:
- água em menor ou maior quantidade;
- pequena presença de solventes (na maioria oriundos da limpeza das máquinas);
- impurezas sólidas (do meio ambiente, resíduos metálicos de operações de corte, por exemplo);
- variações da viscosidade por contaminação acidental ou inevitável com outro óleo mineral (erros de abastecimento, contaminação com óleo de corte, por exemplo);
- leve oxidação manifestada por alteração do odor e aparência e aumento do índice de acidez.
Todos estes itens podem ser corrigidos por meio de medidas relativamente simples , tais como secagem, filtragem, correção da viscosidade com óleo básico de maior ou menor viscosidade e, finalmente, a remoção dos produtos da oxidação por tratamento com terras ativadas. O tratamento com terras ativadas, além de remover os produtos da oxidação, clarear o óleo e reduzir o índice de acidez, também remove a maioria dos aditivos presentes. Neste caso, todas as propriedades conferidas por aditivos devem ser restituídas.
Reciclagem de Lubrificantes Industriais Usados
As vantagens ambientais deste processo de reciclagem consistem, principalmente, na eliminação da utilização de ácidos e a subseqüente geração de borras ácidas. A reciclagem gera apenas água e material filtrante impregnado com óleo, produtos da oxidação e resíduos antes presentes no óleo lubrificante. A água depois de tratada é destinada às ETEs, e os resíduos sólidos são destinados à incineração. Enquanto o descarte de óleos lubrificantes automotivos e/ou industriais usados para o re-refino gera nenhuma ou pouca receita para o usuário do lubrificante, o processo de reciclagem resulta numa economia de lubrificantes que varia de 40 a 50%.
Tipos de Produtos Recicláveis
- Óleos hidráulicos
- Óleos de circulação
- Óleos de eletro-erosão
- Óleos lubrificantes em geral
- Óleos para engrenagens industriais (dependendo do grau da viscosidade)
- Óleos de corte integrais
- Óleos de têmpera
- Óleos de brochamento
- Fluidos utilizados em operações de lavagem (flushing) de sistemas
Muitas vezes, quando o produto não pode voltar a sua aplicação original em função de alguma contaminação que não pode ser removida pelo processo (por exemplo, a presença de enxofre ativo), o mesmo pode ser transformado em outro tipo de produto, como óleo para lubrificação geral ou óleo de corte.
Ao contrário do re-refino, que recebe óleo sujo de muitas fontes ou espécie, desde que seja óleo mineral, e submete-o a um processo padronizado em suas instalações, resultando em óleo básico re-refinado destinado aos fabricantes de lubrificantes minerais, na reciclagem há necessidade de que o reciclador possua profundos conhecimentos da formulação de lubrificantes, assim como conhecimento da aplicação do lubrificante, para, em primeiro lugar, verificar se um óleo recebido do usuário realmente pode voltar a sua aplicação original ou quais as alternativas em outras normalmente menos severas.
A interação entre o usuário e o reciclador está numa base idêntica a do fornecedor de óleo lubrificante novo.
As instalações e equipamentos do reciclador, embora semelhantes ao do fabricante de óleo novo, são mais complexas: tancagem (um pouco menor quanto ao volume total, porém maior em quantidade de tanques); tanques misturadores com seus acessórios, tais como bombas e misturadores mecânicos; filtros-prensa de alta capacidade para garantir pureza do óleo tratado (normalmente o fabricante de óleo novo não submete o óleo à filtragem); equipamento para o envasilhamento; lavador de gases (normalmente não existente no fabricante de lubrificantes); laboratório para avaliar a reciclabilidade do óleo, controle de qualidade do processo e do produto acabado, mais o equipamento específico para o tratamento do óleo com terras ativas para a remoção dos produtos da oxidação.
As perdas no processo são pequenas, normalmente não ultrapassando 4%.
O número de vezes que um lubrificante industrial pode ser submetido à reciclagem está limitado tão somente pelo grau de oxidação, contaminação e as perdas naturais em serviço. Indubitavelmente, algum dia este óleo estará em condições que somente o re-refino ainda poderá tirar alguma parte útil do mesmo. Porém, até este momento, a indústria que utiliza os produtos assim reciclados, terá conseguido reduções de custos consideráveis.
O óleo mineral é um recurso de fontes escassas e não renováveis. Quando reciclado, gera economias. Assim, a natureza agradece e as gerações futuras também.
Pilhas e Baterias
Introdução
Pilhas Secas e Alcalinas
Baterias Recarregáveis
Pilhas/Baterias e a Saúde
Efeitos do Cádmio
Efeitos do Mercúrio
Reciclagem e Destinação de Pilhas e Baterias
Sem agressões ao meio ambiente
Tratamento especial
Artigos em destaque das Resoluções CONAMA 257 e 263
Pilhas e baterias destinadas ao lixo doméstico
Pilhas e baterias destinadas ao recolhimento
Métodos de Reciclagem
Reciclagem de baterias de Ni-Cd
Introdução
Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos urbanos contendo elementos tóxicos. Esses resíduos são provenientes de lâmpadas fluorescentes, termômetros, latas de inseticidas, pilhas, baterias, latas de tinta, entre outros produtos que a população joga no lixo, pois não sabe que se trata de resíduos perigosos contendo metais pesados ou elementos tóxicos ou não tem alternativa para descartar esses resíduos.
As pilhas e baterias apresentam em sua composição metais considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente como mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Dentre esses metais os que apresentam maior risco à saúde são o chumbo, o mercúrio e o cádmio.
Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é a substituição de produtos antigos por novos que propiciem um maior tempo de uso, como por exemplo o uso de pilhas alcalinas ou de baterias recarregáveis no lugar de pilhas comuns. Também pode-se eliminar ou diminuir a quantidade de metais pesados na constituição das pilhas e baterias.
Pilhas Secas e Alcalinas
As pilhas secas são do tipo zinco-carbono, são geralmente usadas em lanternas, rádios e relógios. Esse tipo de pilha tem em sua composição Zn, grafite e MnO2 que pode evoluir para MnO(OH). Além desses elementos também é importante mencionar a adição de alguns elementos para evitar a corrosão como: Hg, Pb, Cd, In.
Estas pilhas contém até 0,01% de mercúrio em peso para revestir o eletrodo de zinco e assim reduzir sua corrosão e aumentar a sua performance. O NEMA (Associação Nacional Norte-Americana dos Fabricantes Elétricos) estima que 3,25 pilhas zinco-carbono per capita são vendidas ao ano nos Estados Unidos da América.
As pilhas alcalinas são compostas de um ânodo, um "prego" de aço envolto por zinco em uma solução de KOH alcalina (pH~14), um cátodo de anéis de MnO2 compactado envoltos por uma capa de aço niquelado, um separador de papel e um isolante de nylon.
Até 1989, a típica pilha alcalina continha mais de 1% de mercúrio. Em 1990, pelo menos 3 grandes fabricantes de pilhas domésticas começaram a fabricar e vender pilhas alcalinas contendo menos de 0,025% de mercúrio. A NEMA estima que 4,25 pilhas alcalinas per capita são vendidas por ano nos EUA.
Baterias Recarregáveis
As baterias recarregáveis representam hoje cerca de 8% do mercado europeu de pilhas e baterias. Dentre elas pode-se destacar a de níquel-cádmio (Ni-Cd) devido à sua grande representatividade, cerca de 70% das baterias recarregáveis são de Ni-Cd. O volume global de baterias recarregáveis vem crescendo 15% ao ano. As baterias de níquel-cádmio têm um eletrodo (cátodo) de Cd, que se transforma em Cd(OH)2, e outro (ânodo) de NiO(OH), que se transforma em Ni(OH)2. O eletrólito é uma mistura de KOH e Li(OH)2.
As baterias recarregáveis de Ni-Cd podem ser divididas basicamente em dois tipos distintos: as portáteis e as para aplicações industriais e propulsão. Em 1995 mais de 80% das baterias de Ni-Cd eram do tipo portáteis.
Com o aumento da utilização de aparelhos sem fio, notebooks, telefones celulares e outros produtos eletrônicos aumentou a demanda de baterias recarregáveis. Como as baterias de Ni-Cd apresentam problemas ambientais devido à presença do cádmio outros tipos de baterias recarregáveis portáteis passaram a ser desenvolvidos. Esse tipo de bateria é amplamente utilizado em produtos que não podem falhar como equipamento médico de emergência e em aviação.
As baterias recarregáveis de níquel metal hidreto (NiMH) são aceitáveis em termos ambientais e tecnicamente podem substituir as de Ni-Cd em muitas de suas aplicações, mas o preço de sua produção ainda é elevado quando comparado ao das de Ni-Cd.
Foi colocado no mercado mais um tipo de bateria recarregável visando uma opção à utilização da bateria de Ni-Cd. Esse tipo de bateria é o de íons de lítio. As baterias de Ni-Cd apresentam uma tecnologia madura e bem conhecida, enquanto os outros dois tipos são recentes e ainda não conquistaram inteiramente a confiança do usuário.
Pilhas/Baterias e a Saúde
Algumas substâncias que fazem parte da composição química das baterias são potencialmente perigosas e podem afetar a saúde. Especificamente, o chumbo, o cádmio e o mercúrio.
Metais como o chumbo podem provocar doenças neurológicas; o cádmio afeta condição motora, assim como o mercúrio. É evidente que este assunto está em permanente pesquisa e a presença destes produtos está sendo reduzida.
No entanto, não há ocorrência registrada de contaminação ou prejuízo à saúde. Também não há registro de ocorrência de qualquer dano causado ao meio ambiente decorrente da deposição de pilhas em lixões.
As empresas que representam as marcas Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta, que compõem o Grupo Técnico de Pilhas da ABINEE têm investido nos últimos anos somas consideráveis de recursos para reduzir ou eliminar estes materiais.
Hoje elas já estão atendendo as exigências do artigo 6º da Resolução 257 do CONAMA que estabelece os níveis máximos dessas substâncias em cada pilha/bateria.
Cuidados:
- pilhas novas: obedecer a informação dos fabricantes dos aparelhos, com relação a pólos positivos e negativos das pilhas. Não misturar pilhas velhas com novas ou pilhas de sistema eletroquímicos diferentes. Não remover o invólucro das pilhas.
- pilhas usadas: não guardar, principalmente de forma aleatória. No caso de ocorrer vazamento, lave as mãos com água abundante; se ocorrer irritação procure o médico.
Efeitos do Cádmio
O cádmio é predominantemente consumido em países industrializados, os maiores consumidores de cádmio são EUA, Japão, Bélgica, Alemanha, Grã-Bretanha e França, esses países representam cerca de 80% do consumo mundial.
Suas principais aplicações são como componentes de baterias de Ni-Cd, revestimento contra corrosão, pigmentos de tintas, estabilizante, além de ser elemento de liga para indústria eletrônica.
Em 1986, o consumo americano de cádmio foi de 4800 toneladas. Desse total, 26% (1268 toneladas) foram usados na produção de baterias. Estimou-se, também, que 73% (930 t) foram para os depósitos de lixo municipal. O descarte das baterias de níquel-cádmio nos lixos municipais representam cerca de 52% de todo o cádmio dos lixos municipais todo ano.
Os efeitos prejudiciais à saúde associados à exposição ao cádmio começaram a ser divulgados na década de 40, mas a pesquisa sobre seus efeitos aumentou bastante na década de 60 com a identificação do cádmio como o principal responsável pela Doença itai-itai. Essa doença atingiu mulheres japonesas que tinham sua dieta contaminada por cádmio.
Apesar do Cd não ser essencial para o organismo dos mamíferos ele segue os mesmos caminhos no organismo de metais essenciais ao desenvolvimento como o zinco e o cobre. A meia-vida do cádmio em seres humanos é de 20-30 anos, ele se acumula principalmente nos rins, no fígado e nos ossos, podendo levar à disfunções renais e osteoporose.
Efeitos do Mercúrio
O mercúrio, apesar de ser um elemento natural que se encontra na natureza, pode ser encontrado em baixas concentrações no ar, na água e no solo.
Consequentemente o mercúrio pode estar presente, em algum grau, nas plantas, animais e tecidos humanos. Quando as concentrações do mercúrio excedem os valores normalmente presentes na natureza, entretanto, surge o risco de contaminação do meio ambiente e dos seres vivos, inclusive o homem.
O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente. Seu ponto de fusão é -40°C e o de ebulição 357°C. É muito denso (13,5 g/cm3), e possui alta tensão superficial. Combina-se com outros elementos como o cloro, o enxofre e o oxigênio, formando compostos inorgânicos de mercúrio, na forma de pó ou de cristais brancos. Um desses compostos é o cloreto de mercúrio, que aparece nas pilhas secas e será abordado no presente trabalho. Esse composto prejudica todo o processo de reciclagem se não for retirado nas primeiras etapas de tratamento.
Embora muitos fabricantes afirmem o contrário, a maioria das pilhas zinco-carbono possui mercúrio em sua composição, proveniente do minério de manganês. Apenas atualmente alguns desses fabricantes têm encontrado soluções para evitar o uso deste metal. O mercúrio também se combina com carbono em compostos orgânicos.
É utilizado na produção de gás cloro e de soda cáustica, em termômetros, em amálgamas dentárias e em pilhas.
O mercúrio é facilmente absorvido pelas vias respiratórias quando está sob a forma de vapor ou em poeira em suspensão e também é absorvido pela pele. A ingestão ocasional do mercúrio metálico na forma líquida não é considerada grave, porém quando inalado sob a forma de vapores aquecidos é muito perigoso. A exposição ao mercúrio pode ocorrer ao se respirar ar contaminado, por ingestão de água e comida contaminada e durante tratamentos dentários. Em altos teores, o mercúrio pode prejudicar o cérebro, o fígado, o desenvolvimento de fetos, e causar vários distúrbios neuropsiquiátricos.
O sistema nervoso humano é também muito sensível a todas as formas de mercúrio. Respirar vapores desse metal ou ingeri-lo são muito prejudiciais porque atingem diretamente o cérebro, podendo causar irritabilidade, timidez, tremores, distorções da visão e da audição, e problemas de memória. Podem haver também problemas nos pulmões, náuseas, vômitos, diarréia, elevação da pressão arterial e irritação nos olhos, pneumonia, dores no peito, dispnéia e tosse, gengivite e salivação. A absorção pode se dar também lentamente pela pele.
No Brasil, os valores admissíveis de presença do mercúrio no ambiente e nos organismos vivos são estabelecidos por normas que estabelecem limites de tolerância biológica. A legislação brasileira através das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e a Organização Mundial de Saúde e através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR10004) estabelece como limite de tolerância biológica para o ser humano, a taxa de 33 microgramas de mercúrio por grama de creatinina urinária e 0,04 miligramas por metro cúbico de ar no ambiente de trabalho. O mercúrio ocupa lugar de destaque entre as substâncias mais perigosas relacionadas nessas normas. Por sua vez a norma regulamentadora NR15, do Ministério do Trabalho, que trata das atividades e operações em locais insalubres, também lista o mercúrio como um dos principais agentes nocivos que afetam a saúde do trabalhador.
Em 1988, o consumo de mercúrio americano foi de 1755 t. Deste total, 13% (225 t) foi usado na produção de baterias, dos quais 73% (173 t) foram usados na produção de baterias de óxido de mercúrio, e aproximadamente 126 t na produção de baterias para aplicações médicas, militares ou industriais. Portanto, ao menos 56% do mercúrio usado na produção de baterias é usado em baterias "não-domésticas".
Ao contrário do chumbo e do cádmio, espera-se que a quantidade de mercúrio consumido na produção de baterias continue a diminuir.
Além disso os fabricantes e importadores deverão implementar sistemas de coleta, transporte, armazenamento, reutilização, reciclagem tratamento e/ou disposição final, em prazos definidos na resolução. As pilhas e baterias que estiverem dentro das especificações acima poderão ser dispostas pela população juntamente com os resíduos domiciliares.
A resolução parece bastante conservadora uma vez que os limites propostos já estão na maioria dos casos dentro do que a maioria dos fabricantes de pilhas já alcançam a alguns anos. Assim, apenas as baterias de Ni-Cd e chumbo-ácido seriam sujeitas a maior controle pelas empresas.
Destaca-se que o efeito dos metais pesados depende muito do seu estado no material. Por exemplo, usa-se Hg nos amálgamas dentários. Entretanto a resolução permitirá até 250ppm (0,025%) de Hg nas pilhas. Não se considera que o mesmo está em sua maioria solúvel nestes materiais e portanto seriam considerados resíduos classe 1 se fossem submetidos à mesma sistemática de classificação de resíduos industriais.
Reciclagem e Destinação de Pilhas e Baterias
As pilhas comuns e alcalinas, utilizadas em rádios, gravadores, walkman, brinquedos, llanternas etc, podem ser jogadas no lixo doméstico, sem qualquer risco ao meio ambiente, conforme determinação da Resolução CONAMA 257, publicada em 22 de julho de 1999.
Portanto, essas pilhas não precisam ser recolhidas e nem depositadas em aterros especiais. Isto porque os fabricantes nacionais e os importadores legalizados já comercializam no mercado brasileiro pilhas que atendem perfeitamente as determinações do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente – no que diz respeito aos limites máximos de metais pesados em suas constituições.
Também podem ser dispostas no lixo doméstico as pilhas/baterias de:
Níquel-Metal-Hidreto (NiMH) - utilizadas por celulares, telefones sem fio, filmadoras e notebook;
Íon-de-Lítio - utilizadas em celulares e notebook;
Zinco-Ar - utilizadas em aparelhos auditivos;
Lítio - Equipamentos fotográficos, agendas eletrônicas, calculadoras, filmadoras, relógios, computadores, notebook, videocassete.
Além dessas, também podem ir para o lixo doméstico as pilhas/baterias especiais tipo botão e miniatura utilizadas equipamentos fotográficos, agendas eletrônicas, calculadoras, filmadoras, relógios e sistemas de segurança e alarmes.
Portanto, só devem ser encaminhadas aos fabricantes e importadores, desde 22 de julho de 2000, as pilhas/baterias de:
níquel-cádmio - utilizadas por alguns celulares, telefones sem fio e alguns aparelhos que usam sistemas recarregáveis.
chumbo-ácido - utilizadas em veículos (baterias de carro, por exemplo) e pelas indústrias (comercializadas diretamente entre os fabricantes e as indústrias) e, além de algumas filmadoras de modelo antigo. Essas baterias já possuem um sistema de recolhimento e reciclagem, há muito tempo;
óxido de mercúrio - utilizadas em instrumentos de navegação e aparelhos de instrumentação e controle (são pilhas especiais que não são encontradas no comércio).
Sem agressões ao meio ambiente
No que depender das indústrias de pilhas e baterias representadas pela ABINEE, o meio ambiente no Brasil estará protegido. Essas empresas investiram em pesquisa e tecnologia e reduziram a quantidade de metais potencialmente perigosos na maioria dos seus produtos. No caso das pilhas e baterias, cuja composição ainda não atenda a legislação, os fabricantes e importadores estão definindo a estratégia de recolhimento do produto esgotado, a partir de julho de 2000. Com tais iniciativas, são atendidas as exigências do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, nas Resoluções 257/99 e 263/99.
Desde agosto de 1997, as indústrias de pilhas e baterias filiadas à ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - têm participado de diversas reuniões com órgãos governamentais (nos âmbitos municipal, estadual e federal), entidades civis e organismos não governamentais para discutir a questão da reciclagem, reutilização e disposição final de pilhas e baterias.
O resultado do amplo debate que incluiu diferentes setores da sociedade é a Resolução 257 publicada pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, em 22 de julho de 1999. Essa regulamentação, complementada em 22 de dezembro de 1999 pela Resolução 263, estabeleceu duas referências que limitam a quantidade de metais potencialmente perigosos usados na composição dos produtos. A primeira está em vigor desde janeiro de 2000 e a segunda será válida a partir de janeiro de 2001.
As pilhas comuns e alcalinas, comercializadas pelas indústrias representadas pela ABINEE, já atendem os limites estabelecidos pelo CONAMA para 2001. Isto aconteceu graças ao investimento realizado pelas empresas que, desde a última década, desenvolveram pesquisas e tecnologia para controlar e reduzir o nível de poluentes desses produtos.
Utilizadas em lanternas, rádios, brinquedos, aparelhos de controle remoto, equipamentos fotográficos, pagers e walkman, as pilhas comuns e alcalinas possuem um mercado no Brasil que soma cerca de 800 milhões de unidades/ano. E como não oferecem risco à saúde e nem ao meio ambiente, depois de esgotadas elas podem ser dispostas junto com os resíduos domiciliares.
O mesmo destino devem ter as pilhas e baterias especiais compostas pelos sistemas níquel-metal-hidreto, íons de lítio, lítio e zinco-ar e, também, as do tipo botão ou miniatura. Elas não produzem nenhum dano e também podem ser dispostas no lixo doméstico.
A recomendação para o descarte desses dois grupos de pilhas vale somente para os produtos em conformidade com as determinações da Resoluções 257 e 263. As empresas alertam para os cuidados que se deve ter com as pilhas e baterias falsificadas ou importadas ilegalmente que, na maioria das vezes, não atendem as especificações corretas.
Tratamento especial
O artigo 1º da Resolução 257 confere tratamento especial para as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, acima dos níveis estabelecidos nos artigos 5º e 6º (box ao lado). Elas devem ser entregues, após seu esgotamento energético, pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas indústrias. A obrigatoriedade entra em vigor a partir de 22 de julho de 2000. Os fabricantes e importadores já estão definindo a estratégia ideal para realizar o recolhimento. Também é deles a responsabilidade pelo tratamento final dos produtos que deverá ser ecologicamente correta e obedecer a legislação.
Serão devolvidas as seguintes pilhas e baterias: de chumbo ácido, voltadas ao uso industrial e veicular (estas já possuem um esquema de coleta e reciclagem funcionando); de níquel cádmio, utilizadas principalmente em telefones celulares e aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis; e as de óxido de mercúrio, as quais não são produzidas e nem importadas pelas empresas do grupo técnico de pilhas e lanternas da ABINEE.
Como os distribuidores e consumidores poderão distinguir as pilhas e baterias que devem ser devolvidas, daquelas que podem ser dispostas no lixo doméstico? Uma identificação na embalagem do produto trará o símbolo indicando o destino correto, conforme as ilustrações nas tabelas desta matéria.
Artigos em destaque das Resoluções CONAMA 257 e 263
Art. 1º - As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, destinadas a quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, que as requeiram para o seu pleno funcionamento, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível deverão, após o seu esgotamento energético, ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou através de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.
Art. 5º - A partir de 1º de janeiro de 2000, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:
I. com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;
II. com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina manganês;
III. com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão.
Art. 6º - A partir de 1º de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:
I. com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
II. com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
III. com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem do tipos alcalina-manganês e zinco-manganês.
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão. (inciso acrescido pela Resolução 263)
Art. 13º - As pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no art. 6º poderão der dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários licenciados.
Parágrafo único – Os fabricantes e importadores deverão identificar os produtos descritos no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens e, quando couber, nos produtos, de símbolo que permita ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas e baterias comercializados.
Pilhas e baterias destinadas ao lixo doméstico
Tipo / Sistema Aplicação mais usual Destino
Comuns e Alcalinas Zinco/Manganês Alcalina/Manganês Brinquedo, lanterna, rádio, controle remoto, rádio-relógio, equipamento fotográfico, pager, walkman Lixo doméstico
Especial
Níquel-metal-hidreto (NiMH) Telefone celular, telefone sem fio, filmadora, notebook Lixo doméstico
Especial
Ions de lítio Telefone celular e notebook Lixo doméstico
Especial
Zinco-Ar Aparelhos auditivos Lixo doméstico
Especial
Lítio Equip. fotográfico, relógio, agenda eletrônica, calculadora, filmadora, notebook, computador, vídeocassete Lixo doméstico
Pilhas especiais do tipo botão e miniatura, de vários sistemas Equipamento fotográfico, agenda eletrônica, calculadora, relógio, sistema de segurança e alarme Lixo doméstico
Pilhas e baterias destinadas ao recolhimento
Tipo / composição Aplicação mais usual Destino
Bateria de chumbo ácido Indústrias, automóveis, filmadoras Devolver ao fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de níquel cádmio Telefone celular, telefone sem fio, barbeador e outros aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis Devolver ao fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de óxido de mercúrio Instrumentos de navegação e aparelhos de instrumentação e controle Devolver ao fabricante ou importador
As empresas associadas à ABINEE representam as seguintes marcas: Duracell, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta. O Grupo Técnico de Pilhas e Lanternas é constituído pelas empresas que representam as seguintes marcas: Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta.
Métodos de Reciclagem
Devido à pressões políticas e novas legislações ambientais que regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países do mundo alguns processos foram desenvolvidos visando a reciclagem desses produtos. Para promover a reciclagem de pilhas, é necessário inicialmente o conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o tamanho ou formato das pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm sido realizadas pesquisas de modo a desenvolver processos para reciclar as baterias usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma disposição segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas distintas: a baseada em operações de tratamento de minérios, a hidrometalúrgica ou a pirometalúrgica. Algumas vezes estes processos são específicos para reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas juntamente com outros tipos de materiais.
Alguns desses processos estão mencionados a seguir:
- SUMITOMO - Processo Japonês totalmente pirometalúrgico de custo bastante elevado é utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas, menos as do tipo Ni-Cd.
- RECYTEC - Processo utilizado na Suíça nos Países Baixos desde 1994 que combina pirometalurgia, hidrometalurgia e mineralurgia. É utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas e também lâmpadas fluorescentes e tubos diversos que contenham mercúrio. Esse processo não é utilizado para a reciclagem de baterias de Ni-Cd, que são separadas e enviadas para uma empresa que faça esse tipo de reciclagem. O investimento deste processo é menor que o SUMITOMO entretanto os custos de operação são maiores.
- ATECH - Basicamente mineralúrgico e portanto com custo inferior aos processos anteriores, utilizado na reciclagem de todas as pilhas.
- SNAM-SAVAM - Processo Francês, totalmente pirometalúrgico para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
- SAB-NIFE - Processo Sueco, totalmente pirometalúrgico para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
- INMETCO - Processo Norte Americano da INCO (Pennsylvania, EUA), foi desenvolvido inicialmente, com o objetivo de se recuperar poeiras metálicas provenientes de fornos elétricos. Entretanto, o processo pode ser utilizado para recuperar também resíduos metálicos proveniente de outros processos e as pilhas Ni-Cd se enquadram nestes outros tipos de resíduos.
- WAELZ - Processo pirometalúrgico para recuperação de metais provenientes de poeiras. Basicamente o processo se dá através de fornos rotativos. É possível recuperar metais como Zn, Pb, Cd.
As baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das outras devido a dois fatores importantes, um é a presença do cádmio, que promove algumas dificuldades na recuperação do mercúrio e do zinco por destilação; o outro é dificuldade de se separar o ferro e o níquel.
Reciclagem de baterias de Ni-Cd
Assim como no caso geral de pilhas e baterias, existem dois métodos estudados para a reciclagem desse tipo de bateria um seguindo a rota pirometalúrgica e outro seguindo a rota hidrometalúrgica. Até o momento não foi possível o desenvolvimento de um processo economicamente viável utilizando a rota hidrometalúrgica. Assim, os processos de reciclagem atualmente empregados são baseados na rota pirometalúrgica de destilação do cádmio.
Apesar de serem constituídas por metais pesados perigosos as baterias de Ni-Cd são recicláveis. Já existem na Europa, Japão e EUA indústrias que reciclam esse tipo de bateria, a tabela 2 lista algumas dessas empresas.
Em geral, os materiais produzidos na reciclagem dessas baterias são:
*cádmio com pureza superior à 99,95%, que é vendido para as empresas que produzem baterias e
* níquel e ferro utilizados na fabricação de aço inoxidável.
Na França isto é feito utilizando-se o processo SNAM–SAVAM e na Suécia utiliza-se o processo SAB-NIFE. Ambos processos fazem uso de um forno totalmente fechado, no qual o cádmio é destilado a uma temperatura entre 850 e 900oC conseguindo-se uma recuperação do cádmio com pureza superior à 99,95 %. O níquel é recuperado em fornos elétricos por fusão redução. A produção de óxido de cádmio em fornos abertos é descartada devido ao fato de se ter uma condição de trabalho extremamente insalubre.
Nos EUA a empresa INMETCO (International Metal Reclamation Company), que é uma subsidiária da INCO (The International Nickel Company), é a única empresa que tem a permissão de reciclar baterias de Ni-Cd utilizando processo a alta temperatura. Este processo está em operação desde dezembro de 1995. O processo utilizado pela INMETCO, assim como o SNAM-SAVAM e o SAB-NIFE, é baseado na destilação do cádmio. Nesse processo o níquel recuperado é utilizado pela indústria de aço inoxidável. O cádmio fica nos fumos misturado com zinco e chumbo, isso vai para uma outra empresa para posterior separação.
A reciclagem de baterias de Ni-Cd nem sempre se apresentou economicamente favorável devido à constante flutuação do preço do cádmio, assim ainda se estudam alternativas para a reciclagem visando melhorar os processos existentes ou ainda criar novos.
No Brasil uma empresa chamada SUZAQUIM anuncia que detém um processo para reciclagem de baterias de Ni-Cd, entretanto os autores deste trabalho não conhecem o processo empregado. Na Escola Politécnica os autores desenvolvem estudos há mais de 3 anos sobre reciclagem de pilhas e baterias usando diversas rotas. Os autores estão apresentando uma patente propondo um processo para reciclagem de pilhas e de baterias de Ni-Cd.
Pilhas e Baterias
Introdução
Pilhas Secas e Alcalinas
Baterias Recarregáveis
Pilhas/Baterias e a Saúde
Efeitos do Cádmio
Efeitos do Mercúrio
Reciclagem e Destinação de Pilhas e Baterias
Sem agressões ao meio ambiente
Tratamento especial
Artigos em destaque das Resoluções CONAMA 257 e 263
Pilhas e baterias destinadas ao lixo doméstico
Pilhas e baterias destinadas ao recolhimento
Métodos de Reciclagem
Reciclagem de baterias de Ni-Cd
Introdução
Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) cerca de 1% do lixo urbano é constituído por resíduos sólidos urbanos contendo elementos tóxicos. Esses resíduos são provenientes de lâmpadas fluorescentes, termômetros, latas de inseticidas, pilhas, baterias, latas de tinta, entre outros produtos que a população joga no lixo, pois não sabe que se trata de resíduos perigosos contendo metais pesados ou elementos tóxicos ou não tem alternativa para descartar esses resíduos.
As pilhas e baterias apresentam em sua composição metais considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente como mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Dentre esses metais os que apresentam maior risco à saúde são o chumbo, o mercúrio e o cádmio.
Uma maneira de reduzir o impacto ambiental do uso de pilhas e baterias é a substituição de produtos antigos por novos que propiciem um maior tempo de uso, como por exemplo o uso de pilhas alcalinas ou de baterias recarregáveis no lugar de pilhas comuns. Também pode-se eliminar ou diminuir a quantidade de metais pesados na constituição das pilhas e baterias.
Pilhas Secas e Alcalinas
As pilhas secas são do tipo zinco-carbono, são geralmente usadas em lanternas, rádios e relógios. Esse tipo de pilha tem em sua composição Zn, grafite e MnO2 que pode evoluir para MnO(OH). Além desses elementos também é importante mencionar a adição de alguns elementos para evitar a corrosão como: Hg, Pb, Cd, In.
Estas pilhas contém até 0,01% de mercúrio em peso para revestir o eletrodo de zinco e assim reduzir sua corrosão e aumentar a sua performance. O NEMA (Associação Nacional Norte-Americana dos Fabricantes Elétricos) estima que 3,25 pilhas zinco-carbono per capita são vendidas ao ano nos Estados Unidos da América.
As pilhas alcalinas são compostas de um ânodo, um "prego" de aço envolto por zinco em uma solução de KOH alcalina (pH~14), um cátodo de anéis de MnO2 compactado envoltos por uma capa de aço niquelado, um separador de papel e um isolante de nylon.
Até 1989, a típica pilha alcalina continha mais de 1% de mercúrio. Em 1990, pelo menos 3 grandes fabricantes de pilhas domésticas começaram a fabricar e vender pilhas alcalinas contendo menos de 0,025% de mercúrio. A NEMA estima que 4,25 pilhas alcalinas per capita são vendidas por ano nos EUA.
Baterias Recarregáveis
As baterias recarregáveis representam hoje cerca de 8% do mercado europeu de pilhas e baterias. Dentre elas pode-se destacar a de níquel-cádmio (Ni-Cd) devido à sua grande representatividade, cerca de 70% das baterias recarregáveis são de Ni-Cd. O volume global de baterias recarregáveis vem crescendo 15% ao ano. As baterias de níquel-cádmio têm um eletrodo (cátodo) de Cd, que se transforma em Cd(OH)2, e outro (ânodo) de NiO(OH), que se transforma em Ni(OH)2. O eletrólito é uma mistura de KOH e Li(OH)2.
As baterias recarregáveis de Ni-Cd podem ser divididas basicamente em dois tipos distintos: as portáteis e as para aplicações industriais e propulsão. Em 1995 mais de 80% das baterias de Ni-Cd eram do tipo portáteis.
Com o aumento da utilização de aparelhos sem fio, notebooks, telefones celulares e outros produtos eletrônicos aumentou a demanda de baterias recarregáveis. Como as baterias de Ni-Cd apresentam problemas ambientais devido à presença do cádmio outros tipos de baterias recarregáveis portáteis passaram a ser desenvolvidos. Esse tipo de bateria é amplamente utilizado em produtos que não podem falhar como equipamento médico de emergência e em aviação.
As baterias recarregáveis de níquel metal hidreto (NiMH) são aceitáveis em termos ambientais e tecnicamente podem substituir as de Ni-Cd em muitas de suas aplicações, mas o preço de sua produção ainda é elevado quando comparado ao das de Ni-Cd.
Foi colocado no mercado mais um tipo de bateria recarregável visando uma opção à utilização da bateria de Ni-Cd. Esse tipo de bateria é o de íons de lítio. As baterias de Ni-Cd apresentam uma tecnologia madura e bem conhecida, enquanto os outros dois tipos são recentes e ainda não conquistaram inteiramente a confiança do usuário.
Pilhas/Baterias e a Saúde
Algumas substâncias que fazem parte da composição química das baterias são potencialmente perigosas e podem afetar a saúde. Especificamente, o chumbo, o cádmio e o mercúrio.
Metais como o chumbo podem provocar doenças neurológicas; o cádmio afeta condição motora, assim como o mercúrio. É evidente que este assunto está em permanente pesquisa e a presença destes produtos está sendo reduzida.
No entanto, não há ocorrência registrada de contaminação ou prejuízo à saúde. Também não há registro de ocorrência de qualquer dano causado ao meio ambiente decorrente da deposição de pilhas em lixões.
As empresas que representam as marcas Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta, que compõem o Grupo Técnico de Pilhas da ABINEE têm investido nos últimos anos somas consideráveis de recursos para reduzir ou eliminar estes materiais.
Hoje elas já estão atendendo as exigências do artigo 6º da Resolução 257 do CONAMA que estabelece os níveis máximos dessas substâncias em cada pilha/bateria.
Cuidados:
- pilhas novas: obedecer a informação dos fabricantes dos aparelhos, com relação a pólos positivos e negativos das pilhas. Não misturar pilhas velhas com novas ou pilhas de sistema eletroquímicos diferentes. Não remover o invólucro das pilhas.
- pilhas usadas: não guardar, principalmente de forma aleatória. No caso de ocorrer vazamento, lave as mãos com água abundante; se ocorrer irritação procure o médico.
Efeitos do Cádmio
O cádmio é predominantemente consumido em países industrializados, os maiores consumidores de cádmio são EUA, Japão, Bélgica, Alemanha, Grã-Bretanha e França, esses países representam cerca de 80% do consumo mundial.
Suas principais aplicações são como componentes de baterias de Ni-Cd, revestimento contra corrosão, pigmentos de tintas, estabilizante, além de ser elemento de liga para indústria eletrônica.
Em 1986, o consumo americano de cádmio foi de 4800 toneladas. Desse total, 26% (1268 toneladas) foram usados na produção de baterias. Estimou-se, também, que 73% (930 t) foram para os depósitos de lixo municipal. O descarte das baterias de níquel-cádmio nos lixos municipais representam cerca de 52% de todo o cádmio dos lixos municipais todo ano.
Os efeitos prejudiciais à saúde associados à exposição ao cádmio começaram a ser divulgados na década de 40, mas a pesquisa sobre seus efeitos aumentou bastante na década de 60 com a identificação do cádmio como o principal responsável pela Doença itai-itai. Essa doença atingiu mulheres japonesas que tinham sua dieta contaminada por cádmio.
Apesar do Cd não ser essencial para o organismo dos mamíferos ele segue os mesmos caminhos no organismo de metais essenciais ao desenvolvimento como o zinco e o cobre. A meia-vida do cádmio em seres humanos é de 20-30 anos, ele se acumula principalmente nos rins, no fígado e nos ossos, podendo levar à disfunções renais e osteoporose.
Efeitos do Mercúrio
O mercúrio, apesar de ser um elemento natural que se encontra na natureza, pode ser encontrado em baixas concentrações no ar, na água e no solo.
Consequentemente o mercúrio pode estar presente, em algum grau, nas plantas, animais e tecidos humanos. Quando as concentrações do mercúrio excedem os valores normalmente presentes na natureza, entretanto, surge o risco de contaminação do meio ambiente e dos seres vivos, inclusive o homem.
O mercúrio é o único metal líquido à temperatura ambiente. Seu ponto de fusão é -40°C e o de ebulição 357°C. É muito denso (13,5 g/cm3), e possui alta tensão superficial. Combina-se com outros elementos como o cloro, o enxofre e o oxigênio, formando compostos inorgânicos de mercúrio, na forma de pó ou de cristais brancos. Um desses compostos é o cloreto de mercúrio, que aparece nas pilhas secas e será abordado no presente trabalho. Esse composto prejudica todo o processo de reciclagem se não for retirado nas primeiras etapas de tratamento.
Embora muitos fabricantes afirmem o contrário, a maioria das pilhas zinco-carbono possui mercúrio em sua composição, proveniente do minério de manganês. Apenas atualmente alguns desses fabricantes têm encontrado soluções para evitar o uso deste metal. O mercúrio também se combina com carbono em compostos orgânicos.
É utilizado na produção de gás cloro e de soda cáustica, em termômetros, em amálgamas dentárias e em pilhas.
O mercúrio é facilmente absorvido pelas vias respiratórias quando está sob a forma de vapor ou em poeira em suspensão e também é absorvido pela pele. A ingestão ocasional do mercúrio metálico na forma líquida não é considerada grave, porém quando inalado sob a forma de vapores aquecidos é muito perigoso. A exposição ao mercúrio pode ocorrer ao se respirar ar contaminado, por ingestão de água e comida contaminada e durante tratamentos dentários. Em altos teores, o mercúrio pode prejudicar o cérebro, o fígado, o desenvolvimento de fetos, e causar vários distúrbios neuropsiquiátricos.
O sistema nervoso humano é também muito sensível a todas as formas de mercúrio. Respirar vapores desse metal ou ingeri-lo são muito prejudiciais porque atingem diretamente o cérebro, podendo causar irritabilidade, timidez, tremores, distorções da visão e da audição, e problemas de memória. Podem haver também problemas nos pulmões, náuseas, vômitos, diarréia, elevação da pressão arterial e irritação nos olhos, pneumonia, dores no peito, dispnéia e tosse, gengivite e salivação. A absorção pode se dar também lentamente pela pele.
No Brasil, os valores admissíveis de presença do mercúrio no ambiente e nos organismos vivos são estabelecidos por normas que estabelecem limites de tolerância biológica. A legislação brasileira através das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho e a Organização Mundial de Saúde e através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR10004) estabelece como limite de tolerância biológica para o ser humano, a taxa de 33 microgramas de mercúrio por grama de creatinina urinária e 0,04 miligramas por metro cúbico de ar no ambiente de trabalho. O mercúrio ocupa lugar de destaque entre as substâncias mais perigosas relacionadas nessas normas. Por sua vez a norma regulamentadora NR15, do Ministério do Trabalho, que trata das atividades e operações em locais insalubres, também lista o mercúrio como um dos principais agentes nocivos que afetam a saúde do trabalhador.
Em 1988, o consumo de mercúrio americano foi de 1755 t. Deste total, 13% (225 t) foi usado na produção de baterias, dos quais 73% (173 t) foram usados na produção de baterias de óxido de mercúrio, e aproximadamente 126 t na produção de baterias para aplicações médicas, militares ou industriais. Portanto, ao menos 56% do mercúrio usado na produção de baterias é usado em baterias "não-domésticas".
Ao contrário do chumbo e do cádmio, espera-se que a quantidade de mercúrio consumido na produção de baterias continue a diminuir.
Além disso os fabricantes e importadores deverão implementar sistemas de coleta, transporte, armazenamento, reutilização, reciclagem tratamento e/ou disposição final, em prazos definidos na resolução. As pilhas e baterias que estiverem dentro das especificações acima poderão ser dispostas pela população juntamente com os resíduos domiciliares.
A resolução parece bastante conservadora uma vez que os limites propostos já estão na maioria dos casos dentro do que a maioria dos fabricantes de pilhas já alcançam a alguns anos. Assim, apenas as baterias de Ni-Cd e chumbo-ácido seriam sujeitas a maior controle pelas empresas.
Destaca-se que o efeito dos metais pesados depende muito do seu estado no material. Por exemplo, usa-se Hg nos amálgamas dentários. Entretanto a resolução permitirá até 250ppm (0,025%) de Hg nas pilhas. Não se considera que o mesmo está em sua maioria solúvel nestes materiais e portanto seriam considerados resíduos classe 1 se fossem submetidos à mesma sistemática de classificação de resíduos industriais.
Reciclagem e Destinação de Pilhas e Baterias
As pilhas comuns e alcalinas, utilizadas em rádios, gravadores, walkman, brinquedos, llanternas etc, podem ser jogadas no lixo doméstico, sem qualquer risco ao meio ambiente, conforme determinação da Resolução CONAMA 257, publicada em 22 de julho de 1999.
Portanto, essas pilhas não precisam ser recolhidas e nem depositadas em aterros especiais. Isto porque os fabricantes nacionais e os importadores legalizados já comercializam no mercado brasileiro pilhas que atendem perfeitamente as determinações do CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente – no que diz respeito aos limites máximos de metais pesados em suas constituições.
Também podem ser dispostas no lixo doméstico as pilhas/baterias de:
Níquel-Metal-Hidreto (NiMH) - utilizadas por celulares, telefones sem fio, filmadoras e notebook;
Íon-de-Lítio - utilizadas em celulares e notebook;
Zinco-Ar - utilizadas em aparelhos auditivos;
Lítio - Equipamentos fotográficos, agendas eletrônicas, calculadoras, filmadoras, relógios, computadores, notebook, videocassete.
Além dessas, também podem ir para o lixo doméstico as pilhas/baterias especiais tipo botão e miniatura utilizadas equipamentos fotográficos, agendas eletrônicas, calculadoras, filmadoras, relógios e sistemas de segurança e alarmes.
Portanto, só devem ser encaminhadas aos fabricantes e importadores, desde 22 de julho de 2000, as pilhas/baterias de:
níquel-cádmio - utilizadas por alguns celulares, telefones sem fio e alguns aparelhos que usam sistemas recarregáveis.
chumbo-ácido - utilizadas em veículos (baterias de carro, por exemplo) e pelas indústrias (comercializadas diretamente entre os fabricantes e as indústrias) e, além de algumas filmadoras de modelo antigo. Essas baterias já possuem um sistema de recolhimento e reciclagem, há muito tempo;
óxido de mercúrio - utilizadas em instrumentos de navegação e aparelhos de instrumentação e controle (são pilhas especiais que não são encontradas no comércio).
Sem agressões ao meio ambiente
No que depender das indústrias de pilhas e baterias representadas pela ABINEE, o meio ambiente no Brasil estará protegido. Essas empresas investiram em pesquisa e tecnologia e reduziram a quantidade de metais potencialmente perigosos na maioria dos seus produtos. No caso das pilhas e baterias, cuja composição ainda não atenda a legislação, os fabricantes e importadores estão definindo a estratégia de recolhimento do produto esgotado, a partir de julho de 2000. Com tais iniciativas, são atendidas as exigências do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, nas Resoluções 257/99 e 263/99.
Desde agosto de 1997, as indústrias de pilhas e baterias filiadas à ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - têm participado de diversas reuniões com órgãos governamentais (nos âmbitos municipal, estadual e federal), entidades civis e organismos não governamentais para discutir a questão da reciclagem, reutilização e disposição final de pilhas e baterias.
O resultado do amplo debate que incluiu diferentes setores da sociedade é a Resolução 257 publicada pelo CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, em 22 de julho de 1999. Essa regulamentação, complementada em 22 de dezembro de 1999 pela Resolução 263, estabeleceu duas referências que limitam a quantidade de metais potencialmente perigosos usados na composição dos produtos. A primeira está em vigor desde janeiro de 2000 e a segunda será válida a partir de janeiro de 2001.
As pilhas comuns e alcalinas, comercializadas pelas indústrias representadas pela ABINEE, já atendem os limites estabelecidos pelo CONAMA para 2001. Isto aconteceu graças ao investimento realizado pelas empresas que, desde a última década, desenvolveram pesquisas e tecnologia para controlar e reduzir o nível de poluentes desses produtos.
Utilizadas em lanternas, rádios, brinquedos, aparelhos de controle remoto, equipamentos fotográficos, pagers e walkman, as pilhas comuns e alcalinas possuem um mercado no Brasil que soma cerca de 800 milhões de unidades/ano. E como não oferecem risco à saúde e nem ao meio ambiente, depois de esgotadas elas podem ser dispostas junto com os resíduos domiciliares.
O mesmo destino devem ter as pilhas e baterias especiais compostas pelos sistemas níquel-metal-hidreto, íons de lítio, lítio e zinco-ar e, também, as do tipo botão ou miniatura. Elas não produzem nenhum dano e também podem ser dispostas no lixo doméstico.
A recomendação para o descarte desses dois grupos de pilhas vale somente para os produtos em conformidade com as determinações da Resoluções 257 e 263. As empresas alertam para os cuidados que se deve ter com as pilhas e baterias falsificadas ou importadas ilegalmente que, na maioria das vezes, não atendem as especificações corretas.
Tratamento especial
O artigo 1º da Resolução 257 confere tratamento especial para as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, acima dos níveis estabelecidos nos artigos 5º e 6º (box ao lado). Elas devem ser entregues, após seu esgotamento energético, pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas indústrias. A obrigatoriedade entra em vigor a partir de 22 de julho de 2000. Os fabricantes e importadores já estão definindo a estratégia ideal para realizar o recolhimento. Também é deles a responsabilidade pelo tratamento final dos produtos que deverá ser ecologicamente correta e obedecer a legislação.
Serão devolvidas as seguintes pilhas e baterias: de chumbo ácido, voltadas ao uso industrial e veicular (estas já possuem um esquema de coleta e reciclagem funcionando); de níquel cádmio, utilizadas principalmente em telefones celulares e aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis; e as de óxido de mercúrio, as quais não são produzidas e nem importadas pelas empresas do grupo técnico de pilhas e lanternas da ABINEE.
Como os distribuidores e consumidores poderão distinguir as pilhas e baterias que devem ser devolvidas, daquelas que podem ser dispostas no lixo doméstico? Uma identificação na embalagem do produto trará o símbolo indicando o destino correto, conforme as ilustrações nas tabelas desta matéria.
Artigos em destaque das Resoluções CONAMA 257 e 263
Art. 1º - As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, destinadas a quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, que as requeiram para o seu pleno funcionamento, bem como os produtos eletroeletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma não substituível deverão, após o seu esgotamento energético, ser entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou através de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final ambientalmente adequada.
Art. 5º - A partir de 1º de janeiro de 2000, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:
I. com até 0,025% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;
II. com até 0,025% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina manganês;
III. com até 0,400% em peso de chumbo, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês;
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão.
Art. 6º - A partir de 1º de janeiro de 2001, a fabricação, importação e comercialização de pilhas e baterias deverão atender aos limites estabelecidos a seguir:
I. com até 0,010% em peso de mercúrio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
II. com até 0,015% em peso de cádmio, quando forem do tipo zinco-manganês e alcalina-manganês
III. com até 0,200% em peso de chumbo, quando forem do tipos alcalina-manganês e zinco-manganês.
IV. com até 25 mg de mercúrio por elemento, quando forem do tipo pilhas miniaturas e botão. (inciso acrescido pela Resolução 263)
Art. 13º - As pilhas e baterias que atenderem aos limites previstos no art. 6º poderão der dispostas, juntamente com os resíduos domiciliares, em aterros sanitários licenciados.
Parágrafo único – Os fabricantes e importadores deverão identificar os produtos descritos no caput deste artigo, mediante a aposição nas embalagens e, quando couber, nos produtos, de símbolo que permita ao usuário distinguí-los dos demais tipos de pilhas e baterias comercializados.
Pilhas e baterias destinadas ao lixo doméstico
Tipo / Sistema Aplicação mais usual Destino
Comuns e Alcalinas Zinco/Manganês Alcalina/Manganês Brinquedo, lanterna, rádio, controle remoto, rádio-relógio, equipamento fotográfico, pager, walkman Lixo doméstico
Especial
Níquel-metal-hidreto (NiMH) Telefone celular, telefone sem fio, filmadora, notebook Lixo doméstico
Especial
Ions de lítio Telefone celular e notebook Lixo doméstico
Especial
Zinco-Ar Aparelhos auditivos Lixo doméstico
Especial
Lítio Equip. fotográfico, relógio, agenda eletrônica, calculadora, filmadora, notebook, computador, vídeocassete Lixo doméstico
Pilhas especiais do tipo botão e miniatura, de vários sistemas Equipamento fotográfico, agenda eletrônica, calculadora, relógio, sistema de segurança e alarme Lixo doméstico
Pilhas e baterias destinadas ao recolhimento
Tipo / composição Aplicação mais usual Destino
Bateria de chumbo ácido Indústrias, automóveis, filmadoras Devolver ao fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de níquel cádmio Telefone celular, telefone sem fio, barbeador e outros aparelhos que usam pilhas e baterias recarregáveis Devolver ao fabricante ou importador
Pilhas e Baterias de óxido de mercúrio Instrumentos de navegação e aparelhos de instrumentação e controle Devolver ao fabricante ou importador
As empresas associadas à ABINEE representam as seguintes marcas: Duracell, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta. O Grupo Técnico de Pilhas e Lanternas é constituído pelas empresas que representam as seguintes marcas: Duracell, Energizer, Eveready, Kodak, Panasonic, Philips, Rayovac e Varta.
Métodos de Reciclagem
Devido à pressões políticas e novas legislações ambientais que regulamentaram a destinação de pilhas e baterias em diversos países do mundo alguns processos foram desenvolvidos visando a reciclagem desses produtos. Para promover a reciclagem de pilhas, é necessário inicialmente o conhecimento de sua composição. Infelizmente, não há uma correlação entre o tamanho ou formato das pilhas e a sua composição. Em diferentes laboratórios têm sido realizadas pesquisas de modo a desenvolver processos para reciclar as baterias usadas ou, em alguns casos, tratá-las para uma disposição segura.
Os processos de reciclagem de pilhas e baterias podem seguir três linhas distintas: a baseada em operações de tratamento de minérios, a hidrometalúrgica ou a pirometalúrgica. Algumas vezes estes processos são específicos para reciclagem de pilhas, outras vezes as pilhas são recicladas juntamente com outros tipos de materiais.
Alguns desses processos estão mencionados a seguir:
- SUMITOMO - Processo Japonês totalmente pirometalúrgico de custo bastante elevado é utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas, menos as do tipo Ni-Cd.
- RECYTEC - Processo utilizado na Suíça nos Países Baixos desde 1994 que combina pirometalurgia, hidrometalurgia e mineralurgia. É utilizado na reciclagem de todos os tipos de pilhas e também lâmpadas fluorescentes e tubos diversos que contenham mercúrio. Esse processo não é utilizado para a reciclagem de baterias de Ni-Cd, que são separadas e enviadas para uma empresa que faça esse tipo de reciclagem. O investimento deste processo é menor que o SUMITOMO entretanto os custos de operação são maiores.
- ATECH - Basicamente mineralúrgico e portanto com custo inferior aos processos anteriores, utilizado na reciclagem de todas as pilhas.
- SNAM-SAVAM - Processo Francês, totalmente pirometalúrgico para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
- SAB-NIFE - Processo Sueco, totalmente pirometalúrgico para recuperação de pilhas do tipo Ni-Cd.
- INMETCO - Processo Norte Americano da INCO (Pennsylvania, EUA), foi desenvolvido inicialmente, com o objetivo de se recuperar poeiras metálicas provenientes de fornos elétricos. Entretanto, o processo pode ser utilizado para recuperar também resíduos metálicos proveniente de outros processos e as pilhas Ni-Cd se enquadram nestes outros tipos de resíduos.
- WAELZ - Processo pirometalúrgico para recuperação de metais provenientes de poeiras. Basicamente o processo se dá através de fornos rotativos. É possível recuperar metais como Zn, Pb, Cd.
As baterias de Ni-Cd muitas vezes são recuperadas separadamente das outras devido a dois fatores importantes, um é a presença do cádmio, que promove algumas dificuldades na recuperação do mercúrio e do zinco por destilação; o outro é dificuldade de se separar o ferro e o níquel.
Reciclagem de baterias de Ni-Cd
Assim como no caso geral de pilhas e baterias, existem dois métodos estudados para a reciclagem desse tipo de bateria um seguindo a rota pirometalúrgica e outro seguindo a rota hidrometalúrgica. Até o momento não foi possível o desenvolvimento de um processo economicamente viável utilizando a rota hidrometalúrgica. Assim, os processos de reciclagem atualmente empregados são baseados na rota pirometalúrgica de destilação do cádmio.
Apesar de serem constituídas por metais pesados perigosos as baterias de Ni-Cd são recicláveis. Já existem na Europa, Japão e EUA indústrias que reciclam esse tipo de bateria, a tabela 2 lista algumas dessas empresas.
Em geral, os materiais produzidos na reciclagem dessas baterias são:
*cádmio com pureza superior à 99,95%, que é vendido para as empresas que produzem baterias e
* níquel e ferro utilizados na fabricação de aço inoxidável.
Na França isto é feito utilizando-se o processo SNAM–SAVAM e na Suécia utiliza-se o processo SAB-NIFE. Ambos processos fazem uso de um forno totalmente fechado, no qual o cádmio é destilado a uma temperatura entre 850 e 900oC conseguindo-se uma recuperação do cádmio com pureza superior à 99,95 %. O níquel é recuperado em fornos elétricos por fusão redução. A produção de óxido de cádmio em fornos abertos é descartada devido ao fato de se ter uma condição de trabalho extremamente insalubre.
Nos EUA a empresa INMETCO (International Metal Reclamation Company), que é uma subsidiária da INCO (The International Nickel Company), é a única empresa que tem a permissão de reciclar baterias de Ni-Cd utilizando processo a alta temperatura. Este processo está em operação desde dezembro de 1995. O processo utilizado pela INMETCO, assim como o SNAM-SAVAM e o SAB-NIFE, é baseado na destilação do cádmio. Nesse processo o níquel recuperado é utilizado pela indústria de aço inoxidável. O cádmio fica nos fumos misturado com zinco e chumbo, isso vai para uma outra empresa para posterior separação.
A reciclagem de baterias de Ni-Cd nem sempre se apresentou economicamente favorável devido à constante flutuação do preço do cádmio, assim ainda se estudam alternativas para a reciclagem visando melhorar os processos existentes ou ainda criar novos.
No Brasil uma empresa chamada SUZAQUIM anuncia que detém um processo para reciclagem de baterias de Ni-Cd, entretanto os autores deste trabalho não conhecem o processo empregado. Na Escola Politécnica os autores desenvolvem estudos há mais de 3 anos sobre reciclagem de pilhas e baterias usando diversas rotas. Os autores estão apresentando uma patente propondo um processo para reciclagem de pilhas e de baterias de Ni-Cd.
Resíduos
Classificação, origem e características
Resíduos Sólidos
Resíduos Gasosos
Resíduos Líquidos
Resíduos Tóxicos
Resíduos Hospitalares
Classes dos Resíduos
Resíduos são o resultado de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólido, gasoso e líquido.
Ficam incluídos nesta definição tudo o que resta dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou aqueles líquidos que exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.
Classificação, Origem e Características
Classificação do lixo
Quanto às características físicas:
• Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.
• Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc...
Quanto à composição química:
• Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.
• Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc.
Quanto à origem:
• Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros ítens. Pode conter alguns resíduos tóxicos.
• Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc.
• Serviços Públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, etc, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc.
• Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário.
• Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contém ou potencialmente podem conter germes patogênicos. Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países.
• Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc.
O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento.
• Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicos adequados.
• Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial.
• Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento.
Características físicas do lixo
• Composição gravimétrica: traduz o percentual de cada componente em relação ao peso total do lixo.
• Peso específico: é o peso dos resíduos em função do volume por eles ocupado, expresso em kg/m³. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações.
• Teor de umidade: esta característica tem influência decisiva, principalmente nos processos de tratamento e destinação do lixo. Varia muito em função das estações do ano e da incidência de chuvas.
• Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a redução de volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão equivalente a 4 kg/cm2. Tais valores são utilizados para dimensionamento de equipamentos compactadores.
• Chorume: substância líquida decorrente da decomposição de material orgânico.
Resíduos Sólidos
Resíduos sólidos são a denominação genérica para determinados tipos de lixo produzido pelo homem. São representados por materiais descartados por certas atividades humanas.
Os Resíduos sólidos podem ser divididos em grupos, como:
1. Lixo Doméstico: é aquele produzido nos domicílios residenciais. Compreende papel, jornais velhos, embalagens de plástico e papelão, vidros, latas e resíduos orgânicos, como restos de alimentos, trapos, folhas de plantas ornamentais e outros.
2. Lixo Comercial e Industrial: é aquele produzido em estabelecimentos comerciais e industriais, variando de acordo com a natureza da atividade.
• Restaurantes e hotéis produzem, principalmente, restos de comida, enquanto supermercados e lojas produzem embalagens.
• Os escritórios produzem, sobretudo, grandes quantidades de papel.
• O lixo das indústrias apresenta uma fração que é praticamente comum aos demais: o lixo dos escritórios e os resíduos de limpeza de pátios e jardins; a parte principal, no entanto, compreende aparas de fabricação, rejeitos, resíduos de processamentos e outros que variam para cada tipo de indústria. Há os resíduos industriais especiais, como explosivos, inflamáveis e outros que são tóxicos e perigosos à saúde, mas estes constituem uma categoria à parte.
3. Lixo Público: são os resíduos de varrição, capina, raspagem, entre outros, provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulhos de obras e outros materiais inúteis, deixados pela população, indevidamente, nas ruas ou retirados das residências através de serviço de remoção especial.
4. Lixo de Fontes Especiais: é aquele que, em função de determinadas características peculiares que apresenta, passa a merecer cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, como é o caso de alguns resíduos industriais antes mencionados, do lixo hospitalar e do radioativo.
Com o crescimento acelerado das metrópoles, do consumo de produtos industrializados, e mais recentemente com o surgimento de produtos descartáveis, o aumento excessivo do lixo tornou-se um dos maiores problemas da sociedade moderna. Isso é agravado pela escassez de áreas para o destino final do lixo.
A sujeira despejada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas, do ar e agravou as condições de saúde da população mundial. O volume de lixo tem crescido assustadoramente. E umas das soluções imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume e o consumo de produtos descartáveis, reutilizá-los e reciclá-los.
Felizmente, para a Natureza e para o homem, os resíduos podem ser, em geral, reciclados e parcialmente utilizados, o que traz grandes benefícios à comunidade, como a proteção da saúde pública e a economia de divisas e de recursos naturais.
O aterro sanitário é um processo de eliminação de resíduos sólidos bastante utilizado. Consiste na deposição controlada de resíduos sólidos no solo e sua posterior cobertura diária.
Uma vez depositados, os resíduos sólidos se degradam naturalmente por via biológica até à mineralização da matéria biodegradável, em condições fundamentalmente anaeróbias.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia que deve ser orientada por quatro objetivos:
• diminuição dos riscos de poluição provocados por cheiros, fogos, insetos
• utilização futura do terreno disponível, através de uma boa compactação e cobertura
• minimização dos problemas de poluição da água, provocados por lixiviação
• controle da emissão de gases (liberados durante os processos de degradação)
Esse processo tem as seguintes vantagens e desvantagens:
Vantagens Desvantagens
Processo de baixo custo Longa imobilização do terreno
Recuperação de áreas degradadas Necessidade de grandes áreas
Flexibilidade de operação Necessidade de material de cobertura
Não requer pessoal altamente especializado Dependência das condições climáticas
Um aterro sanitário é um reator biológico em evolução, que produz:
• resíduos gasosos: CO2, metano, vapor d´água, O2, N2, ácido sulfúrico e sulfuretos
• resíduos sólidos: resíduos mineralizados
• resíduos líquidos: águas lexiviadas.
Resíduos Gasosos
Os resíduos gasosos resultam das reações de fermentação aeróbia (desenvolvidos na superfície) e anaeróbia (nas camadas mais profundas); a fermentação anaeróbia dá origem a CO2e a CH4(metano), o qual pode ser aproveitado para a produção de biogás.
Resíduos Líquidos
Os resíduos líquidos, também chamados lexiviados, variam de local para local e dependem de:
• teor em água dos resíduos
• isolamento dos sistemas de drenagem
• clima (temperatura, pluviosidade, evaporação)
• permeabilidade do substrato geológico
• grau de compactaçãodos resíduos
• idade dos resíduos
Os lexiviados tem elevada concentração de matéria orgânica, de azoto e de materiais tóxicos, pelo que deve ser feita a sua recolha e tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo.
Devido a grande distância que normalmente os aterros sanitários se encontram, tornam muitas vezes inviável o acesso a esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o enterramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem preparação, em solos inadequados e perto de espécies faunísticas e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de poluição e de contaminação localizados.
Uma forma de minimizar esses efeitos é a seleção cuidadosa do local (tipo de solo, coberto vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e seu recobrimento sistemático com terra.
A incineração é um processo de combustão controlada (em instalação própria), que permite a redução em volume e em peso dos resíduos sólidos, em cerca de 90 a 60%. Os resíduos são transformados em, gases, calor e materiais inertes (cinza e escórias de metal).
Os grandes incovenientes desse sistema são a:
• poluição do solo por cinzas e escórias
• a poluição da água pelas águas de arrefecimento das escórias e de lavagem de fumos e pelas escorrências de solos contaminados
• poluição do ar por cinzas voláteis e dioxinas; estas últimas têm um elevado teor tóxico e são agentes de doenças, nomeadamente hiperpigmentação da pele, danos no fígado, alterações enzimáticas, alterações no metabolismo dos lipídios, nos sistemas endócrinos e imunológico e feitos cancerígenos. .
O reaproveitamento consiste na utilização dos resíduos para subsidiar outras atividades
• alimentação de animais domésticos (restos de alimentos)
• produção de fertilizantes - compostagem (resíduos sólidos orgânicos)
Resíduos Tóxicos
São considerados resíduos tóxicos as pilhas não-alcalinas, baterias, tintas e solventes, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, embalagens de agrotóxicos e produtos químicos, as substâncias não biodegradáveis estão presentes nos plásticos, produtos de limpeza, em pesticidas e produtos eletroeletrônicos, e na radioatividade desprendida pelo urânio e outros metais atômicos, como o césio, utilizados em usinas, armas nucleares e equipamentos médicos. O cádmio, níquel, mercúrio e chumbo são os principais contaminantes. A separação adequada desses materiais é muito importante para evitar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. As pessoas devem tomar alguns cuidados básicos para embalar este tipo de resíduo: acondicionar em sacos plásticos bem fechados, guardá-los em local arejado e protegido do sol, das crianças e dos animais. Os materiais que podem ser reciclados são encaminhados a Centrais de Tratamento específicas. Os medicamentos vencidos, restos de tinta e verniz, e embalagens de inseticidas, que ainda não podem ser reciclados, ficam armazenados no aterro industrial em condições adequadas, para evitar a contaminação do meio ambiente. Esses resíduos são tratados por meio de encapsulamento.
Os principais contaminantes que conferem periculosidade aos resíduos são os seguintes:
Organo-halogenados
A combinação de fenômenos de evaporação e adsorção no seio do aterro previne de forma substancial o deslocamento dos compostos organo-halogenados para as águas subterrâneas. Na presença de óleos no lixo, os solventes halogenados tendem a ser associados a esta fase.
Cianetos
Foram identificados vários mecanismos de decomposição e eliminação. Por exemplo, a conversão para ácido cianídrico volátil, a formação de cianetos complexos, hidrólise de formiato de amônia, formação de tiocianatos e biodegradação poderão ocorrer. Um pré-tratamento de resíduos com cianetos é fortemente recomendado.
Metais pesados
Resíduos galvânicos foram co-dispostos em aterros e exumados sem modificações após 2 a 3 anos. O cromo, quando presente em forma solúvel, hexavalente, cromato ou dicromato, pode também representar um risco ambiental. Normalmente, em aterros, estes compostos são reduzidos, na presença de matéria orgânica, para a forma trivalente de maneira a precipitar como hidróxido em pH neutro, comumente existente nos aterros. O mercúrio poderá ser originário de baterias, tubos fluorescentes, entulhos. Há evidências de que o Mercúrio é mobilizado como sulfato sob as condições anaeróbicas reinantes no aterro. Havendo frações argilosas presentes, o mercúrio poderá ser firmemente ligado por adsorção ou por troca iônica.
Ácidos
Deveria ser prática normal a neutralização de resíduos ácidos, antes da sua disposição em trincheiras ou lagoas rasas, no aterro. Será essencial que a capacidade de neutralização inerente ao lixo doméstico não seja excedida. Caso contrário, os metais pesados serão ressolubilizados e a atividade microbiana será inibida. Foi determinado que 1kg de lixo fresco poderá neutralizar 22g de ácido sulfúrico e 1kg de lixo decomposto será preciso para neutralizar 33g desse mesmo ácido.
Óleos
A adsorção em componentes do lixo é um mecanismo de atenuação importante. Estudos demonstraram que não acontecia drenagem livre quando a concentração do óleo não superava os 5% em peso.
PCB's (Policloreto de bifenila)
Estas substâncias foram encontradas em aterros industriais, provenientes de capacitores, resíduos de destilação e tortas de filtro. Em face de sua baixa solubilidade e degradabilidade, admite-se que elas sejam retidas nos aterros. Não há evidência de que a presença de outras substâncias orgânicas afete a mobilidade dos PCB's, porém, a presença de solventes deveria ter efeitos significativos. Alguns ensaios mostraram a presença de PCB's no chorume em concentrações entre 0,01 e 0,05 mg/l.
Fenóis
Pode-se constituir em problema grave, uma vez que o limite da WHO - World Health Organization para fenol é de 0,022 mg/l; e muitos resíduos industriais contém este produto em proporção superior a estes valores.
Solventes
Durante a deposição em aterro, os solventes poderão perder-se por evaporação para a atmosfera ou podem ser absorvidos pelo lixo, onde poderão ser submetidos à biodegradação. Testes de laboratório mostram a grande dificuldade de se prognosticar a extensão de cada um destes processos.
Resíduos Hospitalares
Introdução
Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado "lixo hospitalarou resíduo séptico", sempre constituiu-se um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários. A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade de atividades que desenvolvem-se dentro destas empresas.
O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos casos, os resíduos, ou sejam ignorados, ou recebam um tratamento com excesso de cuidado, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção hospitalar e outros tantos males.
Contaminação
O maior problema é o chamado “lixo infectante - classe A”, que representa um grande risco de contaminação, além de poluir o meio ambiente. A maior parte dos estabelecimentos não faz a separação deste material, que acaba indo para os aterros junto com o lixo normal ou para a fossa.
Outro problema é o chamado “lixo perigoso - clase B”, cuja destinação final, atualmente, fica sob responsabilidade dos hospitais.
O material recolhido nos hospitais, acondicionado segundo normas que variam em função do grau de periculosidade dos produtos, geralmente é levado a um aterro próprio.
Já o "lixo classe C" dos hospitais – também devidamente separado - fica sujeito ao mesmo sistema de recolhimento do restante da cidade, indo parte para reciclagem e parte para a coleta normal, que inclui apenas o material orgânico destinado ao aterro sanitário.
Separação do Lixo
O treinamento para a separação desse tipo de resíduo é uma exigência do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e oferecerá subsídios para que os hospitais e clínicas elaborem planos de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde. O objetivo é adequar a estrutura das unidades para o tratamento correto dos resíduos.
Segundo as normas sanitárias, o lixo hospitalar deve ser rigorosamente seperado e cada classe deve ter um tipo de coleta e destinação. De acordo com as normas, devem ser separadas conforme um sistema de classificação que inclui os resíduos infectantes - lixo classe A, como restos de material de laboratório, seringas, agulhas, hemoderivados, entre outros, perigosos - classe B, que são os produtos quimioterápicos, radioativos e medicamentos com validade vencida - e o lixo classe C, o mesmo produzido nas residências, que pode ser subdividido em material orgânico e reciclável.
O treinamento visa adequar os estabelecimentos às novas normas de tratamento do lixo hospitalar, estabelecidas na Lei Federal nº 237, de dezembro do ano passado. Os hospitais têm prazo para apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos e, com isso, obter um licenciamento ambiental e adaptar-se às exigências legais. Caso não consigam o licenciamento, ficam sujeitos à aplicação de multas diárias de R$ 140,00 pelo sistema de vigilância sanitária.
Lixos Infectantes
Resíduos do grupo A (apresentam risco devido à presença de agentes biológicos):
- Sangue hemoderivados
- Excreções, secreções e líquidos orgânicos
- Meios de cultura
- Tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas
- Filtros de gases aspirados de áreas contaminadas
- Resíduos advindos de área de isolamento
- Resíduos alimentares de área de isolamento
- Resíduos de laboratório de análises clínicas
- Resíduos de unidade de atendimento ambiental
- Resíduos de sanitário de unidades de internação
- Objetos perfurocortantes provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Os estabelecimentos deverão ter um responsável técnico, devidamente registrado em conselho profissional, para o gerenciamento de seus resíduos.
Processos de Destino
*Incineração:a incineração do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, trata-se da queima o lixo infectante transformando-o em cinzas, uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
*Auto-Clave: esteriliza o lixo infectante, mas por ser muito caro não é muito utilizado. Como alternativa, o lixo infectante pode ser colocado em valas assépticas, mas o espaço para todo o lixo produzido ainda é um problema em muitas cidades.
A maioria dos hospitais tomam pouco ou quase nenhuma providência com relação às toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se ou a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, ou lançam diretamente em lixões ou simplesmente queimam os resíduos.
Torna-se importante destacar os muitos casos de acidentes com funcionários, envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes. O desconhecimento faz com que o chamado "lixo hospitalar", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
Lixos Não-Infectantes
- Especiais
Radioativos: compostos por materiais diversos, expostos à radiação; resíduos farmacêuticos, como medicamentos vencidos e contaminados; e resíduos químicos perigosos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis, mercúrio).
- Comuns
Lixo administrativo, limpeza de jardins e pátios, resto de preparo de alimentos, estes não poderão ser encaminhados para alimentação de animais.
Algumas Soluções
Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o desejo de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-se a desenvolver um projeto que resolvesse definitivamente o problema.
Objetivos do projeto:
- Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto "resíduos sólidos dos serviços de saúde";
- Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade hospitalar gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas de setores com atividades diversas;
- Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino adequados;
- Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e comunidade;
- Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte geradora;
- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser reutilizadas sem riscos à saúde de pacientes e funcionários;
- Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial;
- Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando , incinerando e encaminhando aos órgão públicos a menor quantidade possível de resíduos.
-Resíduos sólidos do grupo A deverão ser acondicionados em sacos plásticos grossos, brancos leitosos e resistentes com simbologia de substância infectante. Devem ser esterilizados ou incinerados.
-Os restos alimentares in natura não poderão ser encaminhados para a alimentação de animais.
Classes dos Resíduos
Classe 1 - Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
Classe 2 - Resíduos Não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações.
Origem Possíveis Classes Responsável
Domiciliar 2 Prefeitura
Comercial 2, 3 Prefeitura
Industrial 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Público 2, 3 Prefeitura
Serviços de saúde 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Portos, aeroportos e terminais ferroviários 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Agrícola 1, 2, 3 Gerador do resíduo
Entulho 3 Gerador do resíduo
• O mercado para reciclagem
No Brasil, a disponibilidade de aparas de papel é grande. Mesmo assim, as indústrias precisam periodicamente fazer importações de aparas para abastecer o mercado. Com a escassez da celulose e o conseqüente aumento dos preços do reciclado, as indústrias recorrem à importação de aparas em busca de melhores preços. No entanto, quando há maior oferta de celulose no mercado, a demanda por aparas diminui, abalando fortemente a estrutura de coleta, que só volta a normalizar vagarosamente. No Brasil, há pouco incentivo para a reciclagem de papel porque o País é um grande produtor de celulose virgem.
Nos Estados Unidos, mais da metade do papel de escritório coletado pelas campanhas de reciclagem é exportada. É crescente o número de indústrias americanas que reutilizam papel de escritório como matéria-prima, barateando o custo da produção. Em muitos casos, porém, o custo da fabricação de papel pode ser maior do que a produção a partir da celulose virgem. O maior mercado é o de embalagens.
• Quanto é reciclado?
36% do papel e papelão que circularam no País em 1997 retornou à produção através da reciclagem, totalizando 1,6 milhão de toneladas. Para este cálculo, considerou-se a produção total somada à importação, subtraindo o volume exportado.
No entanto, 75% do total de papéis circulantes no mercado são recicláveis.
A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais.
No Brasil, existem 22 categorias de aparas – o nome genérico dado aos resíduos de papel, industriais ou domésticos – classificados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e pela Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose.
As aparas mais nobres são as “brancas de primeira”, que não têm impressão ou qualquer tipo de revestimento. Em 1997, foram recicladas cerca de 58 mil toneladas deste tipo de papel. Quanto à apara mista, que é formada pela mistura de vários tipos de papéis, a indústria brasileira reciclou 72 mil toneladas em 1997.
Nos Estados Unidos, o índice de reciclagem do papel de escritório é de 37%.
• Conhecendo o material
Papel de escritório é o nome genérico dado a uma variedade de produtos usados em escritórios, incluindo papéis de carta, blocos de anotações, copiadora, impressora, revistas e folhetos. A qualidade é medida pelas características de suas fibras. Papéis de carta e copiadoras são normalmente brancos, mas podem ter várias cores. A maioria dos papéis de escritório é fabricada a partir de processos químicos que tratam a polpa da celulose, retirada das árvores. Entretanto, papel jornal é feito com menos celulose e mais fibra de madeira, obtidas na primeira etapa da fabricação do papel, e por isso são de menor qualidade. No Brasil, o consumo de papel gira em torno de 6 milhões de toneladas por ano.
• Qual o seu peso no lixo?
No Rio de Janeiro, o papel e papelão corresponderam a 24% do peso do lixo urbano em 1997. Em 1981, representavam 42%. A queda é resultado das campanhas de coleta seletiva e do trabalho dos catadores. Nos Estados Unidos, o papel de escritório constitui 3,3% do lixo.
• Sua história
A reciclagem de papel é antiga. Ao longo dos anos, o material mostrou ser fonte acessível de matéria-prima limpa. Com a conscientização ambiental, para a redução da quantidade de lixo despejado em aterros e lixões a céu aberto, os sistemas de reciclagem evoluíram. As campanhas de coleta seletiva se multiplicaram e aumentou a ação dos catadores nas ruas, que têm no papel usado uma fonte de sustento.
• E as limitações?
Diversidade de classes de papel
O lixo derivado do papel de escritório é formado por diferentes tipos de papéis, forçando os programas de reciclagem a priorizar a coleta de algumas categorias mais valiosas, como o papel branco de computador. Embora tenham menor valor, os papéis mesclados, contendo diferentes fibras e cores, são também coletados para reciclagem. Os papéis para fins sanitários (toalhas e higiênicos) não são encaminhados para reciclagem. O mesmo ocorre com papéis vegetais, parafinados, carbono, plastificados e metalizados.
Rígidas especificações da matéria-prima
O produto com maior valor no mercado é aquele que segue rígida especificação de matéria-prima. Eles excluem ou limitam a presença de fibra de madeira ou papel colorido. Não podem conter metais, vidros, cordas, pedras, areia, clips, elástico e outros materiais que dificultam o reprocessamento do papel usado. Mas as tecnologias de limpeza do papel para reciclagem estão minimizando o impacto dessas impurezas. A umidade do papel não pode ser muito alta.
• É importanto saber...
Redução da fonte de geração
É difícil reduzir a quantidade gerada como resíduo. Os papéis destinados à impressão teoricamente podem perder peso. As iniciativas para reduzir a geração do papel priorizam a cópia em ambos os lados, além de diminuir o tamanho das folhas. A automação dos escritórios e a desburocratização favorecem a redução da quantidade de papéis.
Compostagem
É relativamente fácil de ser decomposto, caso seja picotado de forma adequada, e, misturado a outros resíduos, torna-se fonte de nitrogênio aos microorganismos.
Incineração
É facilmente inflamável, gerando 7.200 BTUs por quilo, comparado aos 4.500 BTUs obtidos por quilo de lixo urbano como um todo. Papéis confidenciais, cédulas retiradas do mercado e arquivo morto ainda são incinerados, mas poderiam ser picotados para a reciclagem ou compostagem.
Aterro
O papel se degrada lentamente em aterros quando não há contato suficiente com ar e água. Nos Estados Unidos, foram encontrados em aterros jornais da década de 50, ainda em condições de serem lidos.
• O ciclo da reciclagem: voltando às origens
O papel é separado do lixo e vendido para sucateiros que enviam o material para depósitos. Ali, o papel é enfardado em prensas e depois encaminhado aos aparistas, que classificam as aparas e revendem para as fábricas de papel como matéria-prima. Ao chegar à fábrica, o papel entra em uma espécie de grande liqüidificador, chamado “Hidrapulper”, que tem a forma de um tanque cilíndrico e um rotor giratório ao fundo. O equipamento desagrega o papel, misturado com água, formando uma pasta de celulose. Uma peneira abaixo do rotor deixa passar impurezas, como fibras, pedaços de papel não desagregado, arames e plástico. Em seguida, são aplicados compostos químicos – água e soda cáustica – para retirar tintas. Uma depuração mais fina, feita pelo equipamento “Centre-cleaners”, separa as areias existentes na pasta. Discos refinadores abrem um pouco mais as fibras de celulose, melhorando a ligação entre elas. Finalmente, a pasta é branqueada com compostos de cloro ou peróxido, seguindo para as máquinas de fabricar papel.
Fonte: Associação Nacional de Fabricantes de Papel e Celulose; Revista Waste Age; EPA; arquivos CEMPRE (www.cempre.org.br); Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo. 1999.
O CONCEITO DE LIXO:
Lixo é todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou gerado pela natureza em aglomerações urbanas. Comumente, é definido como aquilo que ninguém quer. Porém, precisamos reciclar este conceito, deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. Grande parte dos materiais que vão para o lixo pode (e deveria) ser reciclada.
Tipos de lixo:
• Lixo Domiciliar/Urbano:
É constituído pelo lixo de nossas casas, bares, lanchonetes, restaurantes, repartições públicas, lojas, supermercados, feiras e do comércio. Compõem-se principalmente de: sobras de alimentos, embalagens, papéis, papelões, plásticos, vidros, trapos, etc. Esse lixo normalmente é encaminhando para Aterros Sanitários.
• Lixo Industrial:
É o lixo produzido pelas indústrias, que possui características peculiares dependendo das matérias-primas utilizadas. Pode ser perigoso, até mesmo tóxico, e, por isto, a menos que passe por processos de tratamento específicos, não pode ter sua disposição final no mesmo local do lixo domiciliar.
• Lixo Hospitalar:
Pelas múltiplas possibilidades que apresenta de transmitir doenças de hospitais, deve ser transportado em veículos especiais. Assim como o lixo industrial, a menos que passe por processos de tratamento específico, deve ser disposto em local apropriado ou ir para os incineradores.
• Lixo Agrícola:
Esterco, fertilizantes.
• Tecnológico:
TVs, rádios, aparelhos eletrônicos em geral.
Números do lixo no Brasil:
• A quantidade de lixo produzida semanalmente por um ser humano é de aproximadamente 5 Kg. Se somarmos toda a produção mundial, os números são assustadores.
• Só o Brasil produz 240 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de lixo se deve ao aumento do poder aquisitivo e ao perfil de consumo de uma população. Além disso, quanto mais produtos industrializados existir, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas, etc.
• Em torno de 88% do lixo doméstico brasileiro vai para o aterro sanitário. A fermentação gera dois produtos: o chorume e o gás metano.
• Apenas 2% do lixo de todo o Brasil é reciclado! Isso acontece porque reciclar é 15 vezes mais caro do que simplesmente jogar o lixo em aterros. A título de comparação, o percentual de lixo urbano reciclado na Europa e nos EUA é de 40%.
O QUE É RECICLAGEM?
Reciclagem é o retorno da matéria-prima ao ciclo de produção do qual foi descartado. O termo, porém, já vem sendo usado popularmente para designar o conjunto de técnicas envolvidas nesse processo: a coleta dos materiais que se tornariam lixo (ou que já estão no lixo), a separação desses materiais e o seu processamento.
O vocábulo surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais passaram a ser tratadas com maior rigor, especialmente após o primeiro choque do petróleo, quando reciclar ganhou importância estratégica. As indústrias recicladoras são também chamadas secundárias, por processarem matéria-prima de recuperação. Na maior parte dos processos, o produto reciclado é completamente diferente do produto inicial.
POR QUE RECICLAR?
A reciclagem de materiais é muito importante, tanto para diminuir o acúmulo de dejetos, quanto para poupar a natureza da extração inesgotável de recursos. Além disso, reciclar causa menos poluição ao ar, à água e ao solo.
A produção de lixo vem aumentando assustadoramente em todo o planeta. Visando uma melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições ambientais favoráveis à vida das futuras gerações, faz-se necessário o desenvolvimento de uma consciência ambientalista.
O consumidor pode auxiliar no processo de reciclagem das empresas. Se separarmos todo o lixo produzido em residências, impedimos que a sucata se misture aos restos de alimentos, o que facilita seu reaproveitamento pelas indústrias. Dessa forma, evitamos também a poluição.
Nos países desenvolvidos como França e Alemanha, a iniciativa privada é encarregada do lixo. Fabricantes de embalagens são considerados responsáveis pelo destino dos detritos e o consumidor também tem que fazer a sua parte. Quando uma pessoa vai comprar uma pilha nova, por exemplo, é preciso entregar a pilha usada.
Vantagens da reciclagem:
• Cada 50 quilos de papel usado transformado em papel novo evita que uma árvore seja cortada. Pense na quantidade de papel que você já jogou fora até hoje e imagine quantas árvores você poderia ter ajudado a preservar.
• Cada 50 quilos de alumínio usado e reciclado evita que sejam extraídos do solo cerca de 5.000 quilos de minério, a bauxita. Quantas latinhas de refrigerante você já jogou fora até hoje? Saiba também que uma lata de alumínio leva de 80 a 100 anos para decompor-se.
• Com um quilo de vidro quebrado faz-se exatamente um quilo de vidro novo. E a grande vantagem do vidro é que ele pode ser reciclado infinitas vezes. Em compensação, quando não é reciclado, o vidro pode demorar 1 milhão de anos para decompor-se.
• A reciclagem favorece a limpeza da cidade, pois o morador que adquire o hábito de separar o lixo dificilmente o joga nas vias públicas.
• A reciclagem gera renda pela comercialização do material a ser reciclado.
• A reciclagem dá oportunidade aos cidadãos de preservarem a natureza de uma forma concreta. Assim, as pessoas se sentem mais responsáveis pelo lixo que geram.
COMO RECICLAR
Veja como fazer a coleta seletiva e dar a sua parcela de contribuição na preservação do meio ambiente. (veja o que é coleta seletiva no item seguinte).
Passo a passo:
1. Procure o programa organizado de coleta de seu município ou uma instituição, entidade assistencial ou catador que colete o material separadamente. Veja primeiro o que a instituição recebe, afinal, não adianta separar plástico se a entidade só recebe papel.
2. Para uma coleta ideal, separe os resíduos em não-recicláveis e recicláveis. Entre os recicláveis, separe papel, metal, vidro e plástico.
3. Veja exemplos de materiais recicláveis:
- Papel: jornais, revistas, formulários contínuos, folhas de escritório, caixas, papelão, etc.
- Vidros: garrafas, copos, recipientes.
- Metal: latas de aço e de alumínio, clipes, grampos de papel e de cabelo, papel alumínio.
- Plástico: garrafas de refrigerantes e água, copos, canos, embalagens de material de limpeza e de alimentos, sacos.
4. Escolha um local adequado para guardar os recipientes com os materiais recicláveis até a hora da coleta. Antes de guardá-los, limpe-os para retirar os resíduos e deixe-os secar naturalmente. Para facilitar o armazenamento, você pode diminuir o volume das embalagens de plástico e alumínios amassando-as. As caixas devem ser guardadas desmontadas.
Atenção:
Os objetos reciclados não serão transformados nos mesmos produtos. Por exemplo: garrafas recicláveis não serão transformadas em outras garrafas, mas em outros materiais, como solados de sapato.
O QUE É COLETA SELETIVA?
É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte geradora. Estes materiais são vendidos às indústrias recicladoras ou aos sucateiros.
As quatro principais modalidades de coleta seletiva são: domiciliar, em postos de entrega voluntária, em postos de troca e por catadores.
A coleta seletiva domiciliar assemelha-se ao procedimento clássico de coleta normal de lixo. Porém, os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal.
A coleta em PEV (Postos de Entrega Voluntária) ou em LEV (Locais de Entrega Voluntária) utiliza normalmente contêineres ou pequenos depósitos, colocados em pontos fixos, onde o cidadão, espontaneamente, deposita os recicláveis.
A modalidade de coleta seletiva em postos de troca se baseia na troca do material entregue por algum bem ou benefício.
O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população. Normalmente, quanto maior a participação voluntária em programas de coleta seletiva, menor é seu custo de administração. Não se pode esquecer também a existência do mercado para os recicláveis.
Simbologias e cores na reciclagem
As cores dos contêineres apropriados para a coleta seletiva de lixo:
• Azul: papel e papelão
• Amarelo: metais
• Vermelho: plásticos
• Preto: vidros
Até hoje não se sabe onde e com que critério foi criado o padrão de cores dos contêineres utilizados para a coleta seletiva voluntária em todo o mundo. No entanto, alguns países já reconhecem esse padrão como um parâmetro oficial a ser seguido por qualquer modelo de gestão de programas de coleta seletiva.
Saiba o que pode e o que não pode ser reciclado
Existem diversos tipos de materiais que podem ser reciclados. No entanto, é preciso tomar cuidado porque, em muitos casos, esses materiais apresentam derivações que não são recicláveis. Por exemplo: o papel, em geral, pode ser reciclado. Mas aquele papel de etiquetas e de fotografias não pode ser reaproveitado.
Exemplos:
Papel reciclável:
jornais e revistas
folhas de caderno
formulários de computador
caixas em geral
aparas de papel
Fotocópias
Envelopes
Provas
rascunhos
cartazes velhos
papel de fax
Papel não reciclável:
etiqueta adesiva
papel carbono
fita crepe
papéis sanitários
papéis metalizados
papéis parafinados
papéis plastificados
papéis sujos
guardanapos
pontas de cigarro
fotografias
Metal reciclável:
lata de folha de flandres (lata de óleo, de salsicha, leite em pó etc)
lata de alumínio
sucatas de reformas
Metal não reciclável:
esponjas de aço
canos
Vidros recicláveis:
embalagens
garrafas de vários formatos
Copos
Vidros não recicláveis:
espelhos
vidros planos
lâmpadas
cerâmica
porcelana
tubos de TV - gesso
Plástico reciclável:
embalagem de refrigerante
embalagem de material de limpeza
copinho de café
embalagem de margarina
canos e tubos
sacos plásticos em geral
Plástico não reciclável:
cabo de panela
tomadas
embalagem de biscoito
misturas de papel, plásticos e metais
SAIBA COMO FAZER PAPEL RECICLADO:
Material necessário:
• papel e água
• bacias: rasa e funda
• balde
• moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta
• moldura de madeira vazada (sem tela)
• liquidificador
. jornal ou feltro
• pano (ex.: morim)
• esponjas ou trapos
• varal e pregadores
• prensa ou duas tábuas de madeira
• peneira côncava (com "barriga")
• mesa
Passo a passo
Passo 1: Preparando a polpa:
Pique o papel e deixe de molho durante um dia ou uma noite na bacia rasa, para amolecer. Coloque água e papel no liquidificador, na proporção de três partes de água para uma de papel. Bata por dez segundos e desligue. Espere um minuto e bata novamente por mais dez segundos. A polpa está pronta.
Passo 2: Fazendo o papel:
a) Despeje a polpa numa bacia grande, maior que a moldura.
b) Coloque a moldura vazada sobre a moldura com tela. Mergulhe a moldura verticalmente e deite-a no fundo da bacia.
c) Suspenda as molduras ainda na posição horizontal, bem devagar, de modo que a polpa fique depositada na tela. Espere o excesso de água escorrer para dentro da bacia e retire cuidadosamente a moldura vazada.
d) Vire a moldura com a polpa para baixo, sobre um jornal ou pano.
e) Tire o excesso de água com uma esponja.
f) Levante a moldura, deixando a folha de papel artesanal ainda úmida sobre o jornal ou morim.
Passo 3: Prensando as folhas
Para que suas folhas de papel artesanal sequem mais rápido e o entrelaçamento das fibras seja mais firme, faça pilhas com o jornal da seguinte forma:
a) Empilhe três folhas do jornal com papel artesanal. Intercale com seis folhas de jornal ou um pedaço de feltro e coloque mais três folhas do jornal com papel. Continue até formar uma pilha de 12 folhas de papel artesanal.
b) Coloque a pilha de folhas na prensa por 15 minutos. Se não tiver prensa, ponha a pilha de folhas no chão e pressione com um pedaço de madeira.
c) Pendure as folhas de jornal com o papel artesanal no varal até que sequem completamente. Retire cada folha de papel do jornal ou morim e faça uma pilha com elas. Coloque esta pilha na prensa por 8 horas ou dentro de um livro pesado por uma semana.
Passo 4: efeitos decorativos
a) Misture à polpa: linha, gaze, fio de lã, casca de cebola ou casca de alho, chá em saquinho, pétalas de flores e outras fibras.
b) Bata no liquidificador junto com o papel picado: papel de presente, casca de cebola ou de alho.
c) Coloque sobre a folha ainda molhada: barbante, pedaços de cartolina, pano de tricô ou crochê. Neste caso, a secagem será natural - não é necessário pressionar com o pedaço de madeira.
d) Para ter papel colorido: bata papel crepom com água no liquidificador e junte essa mistura à polpa. Outra opção é adicionar guache ou anilina diretamente à polpa.
Dicas importantes:
- A tela de nylon deve ficar bem esticada, presa à moldura por tachinhas ou grampos.
- Reutilize a água que ficar na bacia para bater mais papel no liquidificador
- Conserve a polpa que sobrar: peneire e esprema com um pano.
- Guarde, ainda molhada (em pote plástico no congelador) ou seca (em saco de algodão).
- A polpa deve ser ainda conservada em temperatura ambiente.
Reciclagem como atividade em Educação Ambiental
Eva Pereira Nascimento
Um dos temas mais populares em Educação Ambiental é o da Reciclagem. Pequenas oficinas têm sido montadas para que os alunos possam aprender os rudimentos do processo de reciclagem do papel, professores de Educação Artística põem a mão na massa para mostrar aos alunos como materiais velhos podem ganhar nova vida, forma e utilidade.
As vantagens econômicas e sociais da separação e coleta seletiva do lixo são claramente apontadas, enquanto os estudantes entusiasticamente envolvem-se em gincanas e concursos para a coleta de material reciclável. Parece não haver dúvida de que produzimos e consumimos mais do que a biosfera pode suportar , mantendo o seu equilíbrio ecológico. Qual é a origem dos nossos hábitos de consumo desenfreado? De que modo começou esse processo desgastante e desequilibrador?
Revolução Industrial e Sociedade de Consumo A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, no século XVIII, trouxe em seu bojo novos conceitos, como o da linha de montagem , possibilitando a estruturação do sistema capitalista do século XX e abrindo espaço para um novo mercado de consumo, como nunca antes visto.
Na linha de montagem cada máquina usava um molde da peça ou parte da peça que se queria produzir e passou-se a produzir em série, por um conjunto de operários, o que antes era feito lentamente pelo artesão. Ao mesmo tempo em que se eliminou a relação artesanal entre o produto e seu produtor, gerou-se um novo problema econômico. Pela primeira vez, os sistemas de produção representados pelas novas indústrias eram capazes de produzir mais do que o consumidor necessitava. Que fazer com essa nova capacidade de produção ociosa?
Criar novas necessidades e, portanto ampliar os mercados consumidores. Eis a resposta! Nasce então uma nova fórmula de sustentação desse processo: através da propaganda são continuamente geradas novas necessidades que são supridas pela indústria, comércio ou serviços. É a poderosa sociedade de consumo firmemente estabelecida na sociedade moderna.
Assim, ao comprar um eletrodoméstico, ficamos satisfeitos com ele, até que a propaganda crie em nós a necessidade de um modelo mais moderno ou com um novo design. Dessa mesma forma nos sentimos em relação a roupas, sapatos e muitos outros itens de consumo.
A conseqüência mais imediata desse tipo de comportamento é a grande quantidade de produtos que acabamos comprando e jogando fora. E agora, que fazer com tanto lixo e fatores poluentes?
Reciclagem: um produto da sociedade de consumo
Programas de reciclagem, aí está a solução! Começam a surgir os programas de reciclagem de vidro, metal, certos tipos de papel, plástico, de cujos sucessos temos notícia em situações bastante específicas, principalmente a partir da década de 90. As escolas também se interessaram pelo tema e multiplicaram-se os projetos de Educação Ambiental, cujo tema é a reciclagem.
Lixo é problema ambiental com agravantes sociais
Qual o destino dos caminhões que coletam o lixo de nossas casas? Cerca de 76% do lixo (ou resíduos sólidos) produzido no Brasil vai para lixões, 13% para aterros controlados, 10% para aterros sanitários e apenas 1% passa por processos de compostagem, reciclagem ou incineração (Banas Ambiental, junho/2000). O processo de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos é de responsabilidade dos municípios e transformou-se em um dos grandes problemas enfrentados por inúmeros governantes que não sabem o que fazer com tanto lixo.
Os lixões, para onde vai a maior parte do lixo doméstico, são depósitos a céu aberto, onde os resíduos, depositados de forma regular ou clandestinamente, formam verdadeiras montanhas. Além da poluição visual, do risco de contaminação do solo, de rios e águas subterrâneas - caso os resíduos alcancem o lençol freático - nos lixões proliferam parasitas causadores de doenças. Muitas pessoas, ainda, lançam seus lixos em vias públicas, rios, praias, mares, em terrenos baldios, margens de vias públicas, redes de esgoto, entre outros locais impróprios.
Os aterros sanitários são uma forma um pouco mais sofisticada de depósito desses materiais. Neles, o lixo é confinado em camadas posteriormente compactadas e cobertas por novas camadas, intercaladas por camadas de terra. Para que o aterro não provoque danos ambientais, devem ser seguidas normas específicas para a sua construção e manutenção. De modo geral, o terreno deve ser impermeabilizado, construído em uma área distante de fontes de água, depois de certificado de que não há lençol freático no local. Os aterros também possuem vida útil limitada e depois de saturado, o terreno deve ser coberto por terra e não pode ser utilizado para construções, devido à instabilidade do terreno. O ideal é destinar esses locais para áreas públicas de lazer, como praças e quadras de jogos.
A concentração populacional e o processo de industrialização trouxeram, a partir do século XX, aumento da quantidade de lixo e também mudanças na sua composição. Ao lixo, que até então era formado por restos de alimentos, cascas e sobras de vegetais e papéis, foram sendo incorporados novos materiais como vidro, plásticos, isopor, borracha, alumínios entre outros de difícil decomposição. Para se ter uma idéia, enquanto que os restos de comida deterioram-se rapidamente e o papel demora entre 3 a 6 meses para se decompor, o plástico dura mais de cem anos e o vidro cerca de 1 milhão de anos quando jogados na natureza.
O impacto desse volume de lixo no meio ambiente das cidades é grande. A quantidade de dejetos só tende a aumentar e pode ocasionar escassez e esgotamento de recursos naturais, poluição do ar, da água, do solo, além de problemas de saúde pública, devido à proliferação de parasitas e surgimento de doenças.
O crescente número de catadores, que garantem o sustento de suas famílias com a venda do que é encontrado nos depósitos de lixo, é outro desafio para muitas prefeituras. Diversos municípios tentam reverter essa situação, incorporando esses trabalhadores ao processo produtivo, criando cooperativas de catadores a partir da instalação de programas de reciclagem na cidade.
Alguns organismos governamentais e não-governamentais, nacionais e do exterior, têm se preocupado com pessoas, inclusive crianças, sobrevivendo dos lixões. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano (SEDU), a Caixa Econômica Federal, a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), a Missão Criança e a ONG Água e Vida - Centro de Estudos de Saneamento Ambiental coordenam o Fórum Nacional Lixo & Cidadania, criado em 1998, do qual participam 40 entidades. Os objetivos são favorecer a discussão e estimular o desenvolvimento de projetos e ações para a erradicação de trabalho infantil nos lixões, possibilitar a geração de renda para as famílias dos catadores e acabar de vez com os lixões.
A organização Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo, mantida por empresas privadas de diversos setores, criou, em parceria com a Organização de Auxílio Fraterno (OAF), o kit Cooperar Reciclando Reciclar Cooperando, com o intuito de auxiliar aos que têm o interesse de viabilizar a reciclagem através do trabalho cooperado.
No Estado de São Paulo, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) elabora, desde 1997, o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Domiciliares. O mais recente é o de 2000, com informações sobre as condições ambientais quanto à destinação final dos resíduos sólidos naquele ano.
Foram inspecionadas todas as instalações de despejo de lixo do Estado de São Paulo e aplicado um formulário padronizado, com informações sobre as principais características dos locais de cada instalação. Além de dados comparativos com os anos anteriores, o Inventário identificou 3686 catadores no Estado, dos quais 448 são crianças, número maior que no ano anterior, que era de 2916 catadores.
Dos 645 municípios de São Paulo, a CETESB localizou 611 instalações de destinação final do lixo, sendo 587 aterros ou lixões e 24 usinas de compostagem. Um dado positivo levantado pelo Inventário é que diversas cidades estão se unindo para resolver o problema da destinação do lixo de forma regional. Foram localizadas 48 cidades que estão reunidas para o depósito dos resíduos em aterros sanitários, localizados em 19 municípios. Além disso, foram encontrados 9 municípios que criaram, em conjunto, três usinas de compostagem.
Três medidas urgentes para diminuir a quantidade de lixo e o impacto dos resíduos no meio ambiente são a coleta seletiva, a reciclagem de materiais e a compostagem - que devem ser realizados de forma integrada, dentro de um programa contínuo, com apoio do poder público municipal, de empresas e conscientização da população. De acordo com pesquisa realizada pelo CEMPRE, 135 municípios brasileiros realizam programas de coleta seletiva, sendo que a maior concentração destes está nas regiões sudeste e sul do país.
Materiais como papel, lata de alumínio, vidro, plástico e garrafa PET podem ser retornados à empresa produtora, reciclados e incorporados novamente ao produto ou ainda podem dar origem a novos materiais. Para isso, é necessário um trabalho de que participam diversos setores da sociedade. Apesar dos custos de implantação de um programa de coleta seletiva serem cerca de oito vezes maiores que o custo da coleta convencional - de acordo com pesquisa realizada pelo CEMPRE em 18 cidades - os benefícios ambientais, sociais e mesmo políticos de programas de reciclagem são enormes. Além de reduzir o volume dos aterros sanitários e lixões, diminui também a poluição ambiental, o gasto de energia e o esgotamento de recursos naturais. Pode, inclusive, gerar renda para catadores, possibilitando-lhes melhores condições de vida e maior integração à sociedade.
O envolvimento de indústrias pode, também, viabilizar economicamente o programa de reciclagem. Alguns materiais reciclados podem retornar para as empresas com diminuição nos custos de produção, o que, além de evitar o desperdício de matéria-prima, contribui para uma imagem positiva da empresa diante do consumidor.
No dia 05 de março passado, o deputado federal pelo PPS de São Paulo, Emerson Kapaz, apresentou a segunda versão do Relatório Preliminar da Política Nacional de Resíduos Sólidos à Comissão Especial de Resíduos Sólidos da Câmara Federal, em Brasília, após a realização de diversas audiências públicas em várias regiões do país. Caso seja aprovada, a Política Nacional de Resíduos Sólidos deverá ser implementada pelos governos federal, estadual e municipal. Esse Relatório classifica os resíduos sólidos em: resíduos urbanos (lixos de residências e de limpeza pública em geral) e resíduos especiais, divididos em: resíduos industriais, resíduos de lodo de esgoto, resíduos minerais (oriundos do extrativismo mineral e da recuperação de solos e áreas contaminadas), resíduos de serviços de saúde (incluindo restos de material proveniente do atendimento de saúde às populações humana ou animal, centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, bem como os medicamentos vencidos ou deteriorados), resíduos de atividades rurais, resíduos de serviços de transporte (provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários, ferroviários e portuários e postos de fronteira), rejeitos radioativos, entulhos, oriundos das atividades da construção civil em geral, resíduos de serviços (provenientes de atividades comerciais e serviços), resíduos tecnológicos (provenientes da indústria da informática, eletro-eletrônicos, automotiva, de comunicação, entre outros) resíduos da indústria bélica, resíduos de embalagem e resíduos perigosos.
Os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos são: estabelecer um melhor gerenciamento dos resíduos sólidos, reduzir a quantidade e a nocividade dos resíduos sólidos; eliminar os prejuízos à saúde pública e à qualidade do meio ambiente causados pela geração de resíduos; formar uma consciência comunitária sobre a importância da opção pelo consumo de produtos e serviços que não afrontem o meio ambiente e com menor geração de resíduos sólidos e de seu adequado manejo; além de gerar benefícios sociais e econômicos aos municípios que se dispuserem a licenciar, em seus territórios, instalações que atendam aos programas de tratamento e disposição final de resíduos industriais, minerais, radioativos, de serviços e tecnológicos.
O gerenciamento dos resíduos sólidos passa, indiscutivelmente, pela conscientização da população em relação aos padrões de consumo, da importância da reutilização de diversos materiais e da prática da coleta seletiva. A educação ambiental deve estar presente e em consonância com as políticas públicas de redução e destinação do lixo.
Projeto Lixo Seletivo - Papel de Escritório
Papel de escritório é o nome genérico dado a uma variedade de produtos usados em escritórios, incluindo papéis de carta, blocos de anotações, copiadoras, impressoras, revistas e folhetos. A qualidade é medida pelas características de suas fibras.
Papéis de carta e copiadora são normalmente brancos, mas podem ter várias cores. A maioria dos papéis de escritório é fabricada a partir de processos químicos que tratam a polpa da celulose, retirada de árvores.
Entretanto, papel jornal é feito com menos celulose e mais fibras de madeira, obtidas na primeira etapa da fabricação do papel, e por isso são de menor qualidade. No Brasil o consumo de papelão gira em torno de 4,6 milhões de toneladas por ano.
No Rio de Janeiro, o papel e papelão corresponderam a 24% do peso do lixo urbano em 1998. Em 1981 representavam 42%. A queda é resultado das campanhas de coleta seletiva e do trabalho dos catadores. Nos Estados Unidos, o papel de escritório constitui apenas 3,3% do lixo
O papel é separado do lixo e vendido para sucateiros que enviam o material para depósitos. Ali o papel é enfardado em prensas e depois encaminhado aos aparistas, que classificam as aparas e revendem para as fábricas de papel como matéria prima. Ao chegar à fabrica o papel entra numa espécie de grande liquidificador, chamado de "hidropulper", que tem a forma de um tanque cilíndrico e um rotor giratório ao fundo.
O equipamento desagrega o papel misturado com água, formando uma pasta de celulose. Uma peneira abaixo do rotor deixa passar as impurezas, como fibras, pedaços de papel não desagregado, arames, plástico. Em seguida são aplicados compostos químicos - água e soda cáustica - para retirar tintas.
Uma depuração mais fina, feita pelo equipamento "centre-cleaners", separa as areias existentes na pasta. Discos refinadores abrem um pouco mais as fibras de celulose, melhorando a ligação entre elas. Finalmente a pasta é branqueada com compostos de cloro ou piróxido, seguindo para a máquinas de fabricar papel.
No Brasil, a disponibilidade de aparas é muito grande. Mesmo assim, as indústrias precisam periodicamente fazer importações de aparas para abastecer o mercado. Com a escassez da celulose e o conseqüente aumento de preços do reciclado, as indústrias recorrem à importação de aparas em busca de melhores preços. No entanto, quando há maior oferta de celulose no mercado a demanda por aparas diminui, abalando fortemente a estrutura da coleta, que só volta a normalizar vagarosamente.
No Brasil, há pouco incentivo para a reciclagem de papel porque o País é um grande produtor de celulose virgem. Nos Estados Unidos, mais que a metade do papel de escritório coletado pelas campanhas de reciclagem é exportada. É crescente o número de indústrias americanas que reutilizam o papel de escritório como matéria-prima, barateando o custo de produção.
Em muitos casos, porém, o custo de fabricação do papel reciclado pode ser maior do que a produção a partir de celulose virgem. O maior mercado é o de embalagens.
Trinta e sete por cento (37%) do papel e papelão que circularam no País em 1998 retornou a produção através da reciclagem, totalizando 1,7 milhão de toneladas. Para este cálculo, considerou-se a produção total somada à importação subtraindo o volume exportado. No entanto 75% do total de papéis circulantes no mercado são recicláveis.
A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é gerado por atividades comerciais e industriais. No Brasil, existem 22 categorias de aparas - o nome genérico dado a resíduos de papel, industrial ou doméstico- classificados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e pela Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose.
As aparas mais nobres são as "brancas de primeira", que não tem impressão ou qualquer tipo de revestimento. Em 1998, foram recicladas cerca de 55 mil toneladas deste tipo de papel. Quanto à apara mista, que é formada pela mistura de vários tipos de papeis, a indústria brasileira reciclou 113 mil toneladas em 1998. Nos Estados Unido, o índice de reciclagem de papel de escritório é de 37%.
A reciclagem de papel é antiga. Ao longo dos anos, o material mostrou ser fonte acessível de matéria-prima limpa. Com a conscientização ambiental, para a redução da quantidade de lixo despejado em aterros e lixões a céu aberto, os sistemas de reciclagem de papel evoluíram. As campanhas de coleta seletiva se multiplicaram e aumentou a ação dos catadores nas ruas, que tem no papel usado sua maior fonte de sustento.
O lixo derivado do papel de escritório é formado por diferentes tipos de papéis, forçando os programas de reciclagem a priorizar a coleta de algumas categorias mais valiosas, com o papel branco de computador.
Embora tenham menor valor os papéis mesclados, contendo diferentes fibras e cores, são também coletados para a reciclagem. Os papéis para fins sanitários (toalhas e higiênicos) não são encaminhados para reciclagem. O mesmo ocorre com papéis vegetais, parafinados, carbono, plastificados e metalizados
O produto com maior valor de mercado é aquele que segue rígida especificação de matéria-prima. Eles excluem ou limitam a presença de fibra de madeira e papel colorido. Não podem conter metais, vidros, cordas, pedras areia, clips, eslástico e outros materiais que dificultam o reprocessamento do papel usado. Mas as tecnologias de limpeza do papel para reciclagem estão minimizando o impacto dessas impurezas. A umidade do papel não pode ser muito alta.
É importante saber que ...
- É difícil reduzir a quantidade gerada como resíduo. Os papéis destinados a impressão teoricamente podem perder peso. As iniciativas para reduzir a geração de papel priorizam a cópia em ambos os lados, além de diminuir o tamanho das folhas. A automação dos escritórios e a desburocratização favorecem a redução da quantidade de papéis.
- É relativamente fácil de ser decomposto, caso seja picotado de forma adequada, e, misturado a outros resíduos, torna-se uma fonte de nitrogênio aos microorganismos.
- É facilmente inflamável, gerando 7.200 BTUs por quilo, comparado a 4.500 BTUs por quilo do lixo urbano como um todo. Papéis confidenciais, cédulas retiradas de circulação e arquivo morto ainda são incinerados, mas poderiam ser picotados para a reciclagem ou compostagem.
- O papel se degrada lentamente em aterros quando não há contato com ar e água. Nos Estados Unidos, foram encontrados em aterros jornais da década de 50, ainda em condições de serem lidos.
Materiais recicláveis
Os materiais devem ser limpos e separados por categoria. As garrafas pets de refrigerantes e embalagens tetrapak de leite devem ser lavadas com água, numa operação rápida e simples. Latinhas de cerveja e refrigerante também precisam passar pela limpeza e, de preferência, devem ser amassadas. As embalagens tetrapak (de leite longa vida) ocupam menos espaço se forem desmontadas e dobradas em envelopes. Mas os papéis não podem estar engordurados, sujos ou úmidos.
PAPEL: jornal e revista; folha de caderno; formulário de computador; caixas; aparas; envelope; cartaz; folhas de fax
VIDRO: recipientes, em geral; garrafa; copo
METAL: lata de aço e alumínio; clipes, grampo de papel e de cabelo; embalagens marmitex e de papel alumínio
PLÁSTICO: recipientes de bebida e material de limpeza; cano e tubo; copo (de café e água); embalagens de cozinha (margarina, queijo); sacos em geral
O gerenciamento integrado de resíduos sólidos e a reciclagem
por Adriana Farina Galbiati*
*Adriana Farina Galbiati
Engenheira Ambiental pela UFMS
Membro da equipe do Instituto de Permacultura Cerrado-Pantanal
Resumo
Este artigo procura situar a reciclagem industrial de materiais e os programas de coleta seletiva de lixo numa abordagem integrada da gestão de resíduos sólidos urbanos no estado do Mato Grosso do Sul. O mercado para os materiais recicláveis já existe, necessitando de ações que viabilizem a segregação dos resíduos na fonte e a otimização da cadeia produtiva da reciclagem, permitindo a inclusão social dos catadores, que se encontram marginalizados. São apresentadas algumas experiências de municípios brasileiros, onde programas de coleta seletiva têm sido o ponto de partida de projetos sociais mais amplos, envolvendo a valorização dos catadores e o estabelecimento de parcerias com a sociedade civil organizada. Os resultados observados são a participação consciente da população, redução do lixo destinado aos lixões ou aterros e geração de renda. Tais resultados foram alcançados a partir de uma mudança de paradigma das administrações, em relação à gestão do lixo. São apresentadas sugestões de ações a serem implementadas pelo governo estadual, em parceria com as prefeituras municipais, a partir da criação de uma política estadual para a reciclagem.
Palavras-chave: gerenciamento integrado, coleta seletiva, reciclagem
1 Introdução
O acúmulo de lixo é um fenômeno exclusivo das sociedades humanas. Em um sistema natural não há lixo: o que não serve mais para um ser vivo é absorvido por outros, de maneira contínua. No entanto, nosso modo de vida produz, diariamente, uma quantidade e variedade de lixo muito grande, ocasionando a poluição do solo, das águas e do ar com resíduos tóxicos, além de propiciar a proliferação de vetores de doenças. (HESS, 2002).
A composição do lixo urbano depende do porte do município e dos hábitos da população, entre outros fatores, sendo que as proporções encontradas na literatura giram em torno de 65% de matéria orgânica, 15% de papel e papelão, 7% de plásticos, 2 % de vidros, 3% de metais - materiais com alta reciclabilidade - e o restante se divide entre outros materiais, como trapos, madeira, borracha, terra, couro, louça - com baixo potencial para a reciclagem - e materiais com potencial poluidor, como pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes.
A Organização Mundial da Saúde (apud PNUD, 1998) define lixo como "qualquer coisa que seu proprietário não quer mais, em um dado lugar e em um certo momento, e que não possui valor comercial". De acordo com essa definição, pode-se concluir que o resíduo sólido, separado na sua origem, ou seja, nas residências e empresas, e destinado à reciclagem, não pode ser considerado lixo, e sim, matéria prima ou insumo para a indústria ou outros processos de produção, com valor comercial estabelecido pelo mercado de recicláveis.
A reciclagem é definida como o processo de reaproveitamento dos resíduos sólidos, em que os seus componentes são separados, transformados e recuperados, envolvendo economia de matérias-primas e energia, combate ao desperdício, redução da poluição ambiental e valorização dos resíduos, com mudança de concepção em relação aos mesmos (PNUD, 1998).
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), os representantes dos 170 países presentes, consolidaram o conceito de desenvolvimento sustentável, como diretriz para a mudança de rumos no desenvolvimento global. Este conceito se fundamenta na utilização racional dos recursos naturais, de maneira que possam estar disponíveis para as futuras gerações, garantindo também a construção de uma sociedade justa, do ponto de vista econômico, social e ambiental. Os compromissos assumidos pelos governos, nessa ocasião, compõem a Agenda 21, cuja implementação pressupõe a tomada de consciência sobre o papel ambiental, econômico, social e político que cada cidadão desempenha na sua comunidade, exigindo a integração de toda a sociedade no processo de construção do futuro. (NOVAES, 2000).
Dentro destes princípios, a Agenda 21 apresenta um cronograma de ações, a serem implementadas progressivamente, segundo metas estabelecidas, buscando a economia de energia e recursos naturais; preservação e conservação do meio ambiente e da biodiversidade; diminuição dos níveis de emissão de carbono para a atmosfera; gestão dos recursos hídricos; produção sustentável e eliminação progressiva da poluição e exploração predatória do meio ambiente. No campo social, as propostas apresentadas objetivam uma maior distribuição de renda e um maior esforço dos governos em apoiar as iniciativas de organização populares, visando a sua autodeterminação e sustentabilidade econômica, pautadas em programas de desenvolvimento local, economia solidária, cooperativismo, associativismo e democratização do conhecimento técnico, científico e cultural.
Na gestão dos resíduos sólidos, a sustentabilidade ambiental e social se constrói a partir de modelos e sistemas integrados, que possibilitem tanto a redução do lixo gerado pela população, como a reutilização de materiais descartados e a reciclagem dos materiais que possam servir de matéria prima para a indústria, diminuindo o desperdício e gerando renda.
Demajorovic (apud BROLLO & SILVA, 2001, p.6-7), identifica três fases no desenvolvimento da gestão dos resíduos sólidos nos países desenvolvidos. Na primeira fase, que prevaleceu até o início da década de 70, priorizou-se apenas a disposição dos resíduos. Os maiores avanços deste período foram a eliminação da maioria dos depósitos a céu aberto na Europa Ocidental e o encaminhamento do lixo a aterros sanitários e incineradores. A segunda fase, durante as décadas de 70 e 80, caracterizou-se pela priorização da recuperação e reciclagem dos materiais, através do estabelecimento de novas relações entre consumidores finais, distribuidores e produtores, para garantir, ao menos, o reaproveitamento de parte dos resíduos. A partir da década de 80, numa terceira fase, a atenção passa a concentrar-se na redução do volume de resíduos, em todas as etapas da cadeia produtiva.
Assim, antes de pensar no destino dos resíduos, pensa-se em como não gerá-lo; antes de pensar na reciclagem, pensa-se na reutilização dos materiais, o que demanda menos energia; e, só então, antes de encaminhar os resíduos (rejeitos) ao aterro sanitário, procura-se recuperar a energia presente nos mesmos, por meio de incineradores, tornando-os inertes e diminuindo seu volume.
No Brasil, estas recomendações têm sido encampadas ao longo do tempo pela legislação, embora com a falta de instrumentos adequados ou de recursos que viabilizem a sua implantação, na prática. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, em tramitação no Congresso Nacional, deverá ser norteada pelos princípios básicos da minimização da geração, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final de resíduos, seguindo esta ordem de prioridade. Prevê a concessão de incentivos fiscais e financeiros às instituições que promovam a reutilização e a reciclagem de resíduos, além de dar prioridade ao recebimento de recursos federais aos municípios que aderirem ao Programa Nacional de Resíduos Sólidos. (BROLLO & SILVA, 2001, p.7-8).
Em 1998, foi criado o Fórum Nacional Lixo & Cidadania, reunindo mais de 40 entidades que se comprometeram com a implantação do Programa Nacional Lixo & Cidadania, que tem como objetivos: a erradicação do trabalho infanto-juvenil nos lixões, propiciando a inclusão social, com cidadania, das crianças que trabalham no lixo; a geração de renda para as famílias de catadores, prioritariamente na coleta seletiva; e a mudança radical da destinação final de lixo, acabando definitivamente com os lixões no Brasil. O papel do Fórum Nacional é o de favorecer a discussão e a apresentação de soluções para os problemas. Prevê a articulação de uma rede de programas e projetos, já em desenvolvimento, e o direcionamento de novas ações que concorram para o alcance dos objetivos do Programa, interferindo nas políticas nacionais.
O Programa Nacional de Resíduos Sólidos integra quatro ministérios e tem como objetivos: a organização dos catadores, visando sua emancipação econômica; a ampliação dos serviços, com inclusão social e sustentabilidade dos empreendimentos de limpeza urbana; redução, reutilização e reciclagem de resíduos e erradicação dos lixões. A inclusão desses objetivos em um plano municipal de gerenciamento integrado de resíduos é um dos critérios de elegibilidade dos municípios a serem beneficiados pelas linhas de financiamento do Programa. Existem recursos destinados a investimentos na infra-estrutura de limpeza urbana, instalação de aterros sanitários, aquisição de equipamentos, organização de cooperativas de catadores, implantação de sistemas de coleta seletiva, entre outros. A liberação desses recursos está condicionada ainda, a uma contrapartida de recursos do município e do estado, à existência de Empresa Municipal de Limpeza Urbana e à conformidade dos projetos com as normas ambientais.
Em 1999, ano em que o Fórum Nacional Lixo & Cidadania lançou a campanha Criança no Lixo, Nunca Mais, foi criado, no Mato Grosso do Sul, o Fórum Estadual Lixo & Cidadania, integrando representantes de organizações não governamentais, governo estadual e universidades. Os fóruns estaduais têm, como objetivos, orientar a definição de políticas públicas sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos nos municípios, estimulando a formação dos fóruns municipais. Devem elaborar o planejamento estratégico do Programa Lixo & Cidadania no nível estadual, pela construção coletiva e integrada das ações.
A Política Estadual de Resíduos Sólidos do Mato Grosso do Sul se encontra em fase de elaboração, sendo necessária, ainda, antes da sua aprovação pela Assembléia Legislativa, uma ampla discussão com a sociedade. De maneira geral, deverá seguir os mesmos princípios norteadores contidos na minuta da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Faça o download clicando aqui e leia o artigo na íntegra:
2 - A experiência brasileira
3 - Gerenciamento integrado de resíduos
4 - A reciclagem e a coleta seletiva de resíduos
5 - Políticas para a reciclagem e a gestão pública
Referências
SANTOS, J. dos. Os caminhos do lixo em Campo Grande: disposição dos resíduos sólidos na organização do espaço urbano. Campo Grande: UCDB, 2000.
NOVAES, Washington, et al. Agenda 21 Brasileira: Bases para discussão. Brasília MMA/PNUD 2000 196 p
HESS, S. Educação Ambiental: nós no mundo, 2ª ed. Campo Grande: Ed. UFMS, 2002, 192 p.
CASTILHOS JUNIOR, A. B. de, et al. Resíduos Sólidos Urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. Rio de Janeiro: ABES/RiMa, 2003, 294p.
PNUD. Educação Ambiental na Escola e na Comunidade. Brasília: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento/ONU, 1998.
GONÇALVES, P., A reciclagem integradora dos aspectos ambientais sociais e econômicos. Rio de Janeiro: DP&A: FASE, 2003.
GRIMBERG, E.; BLAUTH, P. Coleta seletiva: reciclando materiais, reciclando valores. São Paulo: POLIS
BROLLO, M. J.; SILVA, M. M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos. Revisão e análise sobre a atual situação no Brasil. Anais do 21 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2001.
Tia Mila

- Milena Lopes Borba
- Sao Joao Do Sul , SC, Brazil
- A Tia Mila iniciou em uma garagem de minha casa, mas devidos a circunstâncias pessoais foram interrompidas as atividades, durante dez anos. Mas a vontade de incentivar a leitura é tão grande, que estou retornado as atividades online, até que eu possa novamente levar aos espaços físicos.
9 de fev. de 2009
SISTEMA EXCRETOR
SISTEMA EXCRETOR
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna.
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.
Imagem: www.drgate.com.br/almanaque/atlas/excretor/excretor.htm
Como funcionam os rins
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, queé semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sangüíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração.
Regulação da função renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de urina.
Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
RESUMINDO
Sangue arterial conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg) filtração parte do plasma (sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de Bowmann (filtrado glomerular) reabsorção ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e passiva de Cl- e água ao longo dos túbulos do néfron, como esquematizado abaixo.
Túbulo contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à reabsorção ativa de sódio / remoção passiva de cloro
líquido tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares
absorção de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de Henle
porção ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao transporte ativo de sais à remoção ativa de sódio
líquido tubular hipotônico à reabsorção de água por osmose no túbulo contorcido distal
OBS: Ocorre, também, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal essas substâncias já não são mais encontradas.
Regulação da função renal - resumo
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico, produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise.
Aumento na concentração do plasma (pouca água) receptores osmóticos localizados no hipotálamo produção de ADH sangue túbulos distal e coletor do néfron células mais permeáveis à água reabsorção de água urina mais concentrada.
Concentração do plasma baixa (muita água) e álcool inibição de ADH menor absorção de água nos túbulos distal e coletor urina mais diluída.
ALDOSTERONA: produzida nas glândulas supra-renais, aumenta a absorção ativa de sódio e a secreção ativa de potássio nos túbulos distal e coletor.
Elevação na concentração de íons potássio e redução de sódio no plasma sangüíneo
rins
renina (enzima)
angiotensinogênio (inativo) à angitensina (ativa)
córtex da supra-renal
aumenta taxa de secreção da aldosterona
sangue
rins (túbulos distal e coletor)
aumento da excreção de potássio / reabsorção de sódio e água
A ELIMINAÇÃO DE URINA
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária.
Bexiga urinária
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna.
Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.
Imagem: www.drgate.com.br/almanaque/atlas/excretor/excretor.htm
Como funcionam os rins
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.
O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, queé semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sangüíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.
Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração.
Regulação da função renal
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de urina.
Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.
RESUMINDO
Sangue arterial conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg) filtração parte do plasma (sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de Bowmann (filtrado glomerular) reabsorção ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e passiva de Cl- e água ao longo dos túbulos do néfron, como esquematizado abaixo.
Túbulo contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à reabsorção ativa de sódio / remoção passiva de cloro
líquido tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares
absorção de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de Henle
porção ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao transporte ativo de sais à remoção ativa de sódio
líquido tubular hipotônico à reabsorção de água por osmose no túbulo contorcido distal
OBS: Ocorre, também, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal essas substâncias já não são mais encontradas.
Regulação da função renal - resumo
HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico, produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise.
Aumento na concentração do plasma (pouca água) receptores osmóticos localizados no hipotálamo produção de ADH sangue túbulos distal e coletor do néfron células mais permeáveis à água reabsorção de água urina mais concentrada.
Concentração do plasma baixa (muita água) e álcool inibição de ADH menor absorção de água nos túbulos distal e coletor urina mais diluída.
ALDOSTERONA: produzida nas glândulas supra-renais, aumenta a absorção ativa de sódio e a secreção ativa de potássio nos túbulos distal e coletor.
Elevação na concentração de íons potássio e redução de sódio no plasma sangüíneo
rins
renina (enzima)
angiotensinogênio (inativo) à angitensina (ativa)
córtex da supra-renal
aumenta taxa de secreção da aldosterona
sangue
rins (túbulos distal e coletor)
aumento da excreção de potássio / reabsorção de sódio e água
A ELIMINAÇÃO DE URINA
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária.
Bexiga urinária
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.
aula de Ciência
INTRODUÇÃO
A seqüência linear de alimentação, desde os produtores até os diversos consumidores, recebe o
nome de CADEIA ALIMENTAR.
As relações alimentares em um ecossistema não são simples cadeias alimentares. Normalmente
cada nível trófico é representado por diversas espécies, podendo cada qual alimentar-se de or-
ganismos que podem pertencer a dois ou mais níveis tróficos. Ao conjunto das intrincadas
relações alimentares entre populações de um ecossistema dá-se o nome de TEIA ALIMENTAR.
Com o experimento a seguir, você entenderá melhor os conceitos de Cadeias e Teias Alimen-
tares.
MATERIAL
viseiras coloridas
apito
fichas dos componentes da cadeia
PROCEDIMENTO
1. JOGO DA CADEIA
Cada grupo receberá 5 jogos de fichas para a montagem das cadeias alimentares .Nas fichas
os grupos encontrarão dados para que as cadeias possam ser montadas.
Cada grupo terá o tempo de 15 min para montar as cadeias.
Utilizando animais que você conhece, construa pelo menos 2 cadeias alimentares
1.
2.
2. DRAMATIZAÇÃO: PRESA E PREDADOR
• O experimento consiste na dramatização de uma cadeia alimentar onde encontramos PLAN-
TAS -> PREAS -> JAGUATIRICAS. Para que o jogo possa ser realizado, os alunos deverão
seguir as orientações do professor.
Com os dados da tabela do professor preencha a tabela abaixo:
GERAÇÕES PLANTAS PREÁS JAGUATIRICAS
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
PERGUNTAS
1. O que aconteceu com as plantas, preás e jaguatiricas ao longo das gerações? Observe a tabela.
Relacione esta dramatização com o que ocorre na natureza.
CRUZADAS
1. Ser vivo que se alimenta de outra espécie.
2. Nome dado aos seres que causam algum prejuízo às plantações, predando ou parasitando-as.
3. Conjunto de cadeias alimentares ligadas entre si.
4. Caminho que segue o alimento desde os produtores até os decompositores, passando pelos consumidores.
5. Ser vivo que serve de alimento para outra espécie. 6. Inimigo natural de uma praga, utilizada pare combatê-la. 7. Técnica que consiste em combater pragas através de inimigos naturais.
Procedimento 2. Dramatização: Presa e Predador
O experimento consiste em uma dramatização de uma cadeia alimentar onde encontramos PLANTAS -> PREÁS -> JAGUATIRICAS.
A dramatização deverá ser realizada no pátio da escola ou em lugar similar. A classe deverá ser dividida em 3 grupos (com o mesmo número de componentes) para a rodada inicial.
Um grupo representará plantas, o outro preás e o último jaguatiricas. Se o número de alunos não for divisível por três, o excedente deverá ficar no grupo das plantas.
•O grupo que representará as JAGUATIRICAS deverá ser identificado com VISEIRAS ROSA, o dos PREÁS com AZUIS e o das PLANTAS com VERDES.
As plantas ficarão espalha-
das pelo pátio, os preás
deverão ser dispostos em
circulo ficando distantes
1 m das jaguatiricas, que
também estarão dispostas
em circulo, ou seja, os
preás e as jaguatiricas de-
verão ser dispostas em
círculos concêntricos de
forma que as jaguatiricas
fiquem no círculo interno.
O jogo terá 10 rodadas.
Para iniciar uma rodada o
professor deverá apitar 1
vez e para terminá-la, 2
vezes.
Cada rodada terá o tempo de 3 seg.
A cada rodada os alunos deverão ser novamente distribuídos para formar a geração seguinte; os dados das rodadas (número de componentes de cada grupo) deverão ser anotados pelo professor na tabela.
Regras e objetivos PLANTAS:
• As "plantas" deverão ficar espalhadas pelo pátio da escola e permanecer nos seus lugares . Quando apanhadas pelos preás, deverão permanecer no local onde foram apanhadas até a próxima rodada e depois deverão ir para o grupo dos preás.
PREÁS:
• Cada "preá" deve procurar apanhar uma "planta" e evitar ser capturado por uma "jaguatirica". A única defesa possível dos "preás" é abaixarse. Abaixandose, estarão escondidos das "jaguatiricas". Quando apanhados por uma jaguatirica, os preás deverão permanecer no local onde foram capturados até o término da rodada. Na rodada seguinte, estes preás passarão a ser jaguatiricas.
JAGUATIRICAS:
As jaguatiricas deverão tentar capturar um preá.
• Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada seguinte, como plantas. EXPLICAÇÃO: Os animais que não conseguiram alimento morreram de fome. Seus corpos foram decompostos e deles só restaram os sais minerais que as plantas incorporam. Por isso voltam como plantas.
• Os "preás" e "jaguatiricas" que conseguiram alimento continuarão respectivamente, como "preás" e "jaguatiricas". EXPLICAÇÃO: Preás e jaguatiricas que conseguem alimentos são bem sucedidos. Isto permite que se mantenham saudáveis e se reproduzam, garantindo novos indivíduos pare a geração seguinte. Por isso, os alunos que representam estes animais continuam, respectivamente, como preás e jaguatiricas.
• As "plantas" que foram capturadas voltam como "preás". Os "preás" capturados voltam como "jaguatiricas". EXPLICAÇÃO: Quando um ser vivo serve de alimento pare outro, as substâncias que formam seu corpo passam a fazer parte desse outro ser. Por isso as plantas capturadas pelos preás voltam como preás e os preás capturados pelas jaguatiricas voltam como jaguatiricas.
Objetivo Através do jogo, com base na cadeia alimentar e através da tabela e do gráfico, o aluno terá noções da dinâmica de populações.
Duração 10 min
SUGESTÃO:Dramatização - Controle Biológico
Este experimento consiste em uma dramatização que deverá ser realizada no pátio da escola ou em lugar similar.
Procedimento • A classe deverá ser dividida em 3 grupos (com o mesmo número de componentes). Se o número de alunos não for divisível por três, o excedente deverá ficar no grupo das plantas.
• O 1° grupo representará a PLANTAÇÃO e deverá se identificado por uma VISEIRA VERDE.
• O 2° grupo representará o CONTROLADOR BIOLÓGICO (predador da praga) e deverá ser identificado por uma VISEIRA AZUL.
• O 3° grupo representará a praga que deverá ser identificado por uma VISEIRA ROSA.
Os grupos deverão ser
dispostos paralelamente, dis-
tantes 2 m um do outro. A
posição central deverá ser
ocupada pelo grupo dos con-
troladores. As posições
laterais deverão ser ocupadas
pelos outros grupos, ou seja, o
grupo das plantas de um lado
e o das pragas do outro (ver
esquema ao lado).
Regras do Jogo Para iniciar a rodada, o professor deverá apitar uma vez, após 3 seg de verá apitar 2 vezes para conclui-la.
• O jogo deverá ter 5 rodadas.
• As pragas deverão tentar capturar uma planta e os controladores biológicos deverão tentar impedir que isso aconteça, capturando a praga antes que esta consiga chegar até as plantas.
• A seguir, as regras e objetivos de cada grupo:
PLANTAS:
• As plantas deverão permanecer em seus lugares. Quando apanhadas pelas pragas, elas passarão também a ser pragas, voltando, juntamente com seu captor, para o lado delas.
PRAGAS:
• As pragas deverão atravessar a região ocupada pelos controladores, evitando ser capturadas por eles. O objetivo das pragas é capturar as plantas. Quando uma praga capturar uma planta, esta deverá ficar segurando a mesma no local onde a capturou esperando o término da rodada. Quando a rodada terminar, as pragas deverão levar as plantas capturadas para o seu grupo, pois estas passarão também a ser pragas.
CONTROLADORES:
• Os controladores deverão tentar apanhar as pragas, evitando que estas capturem as plantas, podendo para isso se deslocarem para capturálas. Quando o controlador apanhar uma praga, ele deverá permanecer no local onde a capturou esperando o término da rodada. Quando a rodada terminar, os controladores deverão levar as pragas capturadas para o grupo dos controladores, pois estas passarão também a ser controladores.
• Após 5 rodadas, o professor deverá contar o número de plantas e o de pragas.
• Se o número de plantas for maior que o de pragas, isso significa que os controladores são eficientes e a produtividade agrícola tenderá a aumentar.
• Se, por outro lado, o número de pragas for maior que o número de plantas, isso significa que o controlador não está sendo eficiente e a produtividade agrícola tenderá a diminuir.
Objetivo Através do jogo e com base na cadeia alimentar, o aluno deverá conseguir entender o que é e qual a importância de um controle biológico.
Recomendações • O professor deverá, antes de se iniciar o jogo, explicar para todos os alunos as regras do mesmo.
• Para facilitar a compreensão por parte dos alunos, o professor deverá mostrar a cadeia alimentar referente ao jogo ou seja:
PLANTAS -> PRAGAS -> CONTROLADORES BIOLÓGiCOS.
SUGESTÃO: Se no final das 5 rodadas o n° de pragas for maior que o inicial, uma sugestão ao professor é que mude o grupo de alunos que representaram os controladores por um outro grupo, para ver se estes controladores são mais "eficientes" que o grupo anterior.
Definição: O controle biológico é uma técnica utilizada para combater espécies que nos são nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. Comente, este método consiste em introduzir no ecossistema um inimigo natural (predador ou parasita) da espécie nociva, para manter a densidade populacional dessa espécie em níveis compatíveis com os recursos do meio ambiente. Quando bem planejado, o controle biológico acarreta evidentes vantagens em relação ao uso de agentes químicos, uma vez que não polui o ambiente e não causa desequilíbrios biológicos.
Duração 10 min
MATERIAL
fósforo
1 copo
1 pegador
1 1amparina
1 vidrinho de remédio, vazio, trazido de casa
água
Cuidado: Verifique se o vidrinho está bem
limpo. Não pode conter resto de remédio!
PROCEDIMENTO
Coloque a lamparina em sua mesa e acenda-a.
Segure o vidrinho com o pegador e aqueça-o.
A seguir, mergulhe-o rapidamente no copo com água fria
PERGUNTAS
1. 0 que aconteceu com o vidrinho?
2. Por quê ?
3. 0 que esta experiência tem a ver com as rochas ?
INTRODUÇÃO
Uma das propriedades do solo, importante para a agricultura, é a sua
permeabilidade, que você vai estudar nesta experiência.
MATERIAL
cada equipe deve trazer jornal velho
8 copinhos
4 suportes
4 funis
1 espátula
areia- copo ocre
argila copo cinza escuro
¸ húmus copo marrom
calcário copo cinza claro
água
PROCEDIMENTO
Forre a carteira com folha de jornal;
Coloque um funil sobre cada suporte;
Usando a espátula encha cada funil, até a
metade, com um tipo de componente do solo;
Encha de água os 4 copinhos e despeje-a
vagarosamente e ao mesmo tempo nos funis
PERGUNTAS
1.Onde foi mais difícil a água passar?
2.Examine com atenção cada componente do solo. Anote as diferenças. Por quê a água não escoa igualmente em todos os solos?
3. Limpe o funil que continha húmus, faça uma mistura de argila com areia em um copinho e coloque neste funil. Compare a permeabilidade desta mistura com a permeabilidade da areia e da argila separadas.
4. Em geral, um bom solo para a agricultura não pode ter uma permeabilidade muito grande nem muito pequena. Porquê?
INTRODUÇÃO
Você já viu o que compõe o solo. Vamos ver se todos esses
componentes estão presentes no solo de sua região, ou
melhor, na terra do pátio da escola.
MATERIAL
Cada equipe deve trazer jornal velho.
1 lamparina
1 pá
2 copos
1 pedaço de pano
Ácido clorídrico
Vidro de relógio
1 espátula
Fósforo
Água
Terra de jardim (pegar no pátio da escola).
PROCEDIMENTO-PERGUNTAS
Forre a carteira com folhas de jornal.
Pegue um pouco de terra com a espátula e coloque em um copo. Despeje água sobre ela e mexa. Observe com muita
atenção.
1) 0 que aconteceu? Qual dos componentes existentes na terra está saindo?
Pegue um pouco de terra seca e coloque na pá (ver figure). Segure a pá e aqueça-a com a lamparina. Coloque o vidro de
relógio sobre a terra que está sendo aquecida, sem encostar, e observe.
2) 0 que aconteceu no vidro? Por quê?
Continuando a aquecer essa terra você pode observar que ela muda de cor e sai fumaça.
3) Que componente da terra esta sendo queimado?
Apague a lamparina, espere 5 minutos, e nesta terra que estava sendo aquecida, pingue algumas gotas de ácido e observe.
Se você ver borbulhar ou ouvir um pequeno "chiado" significa que o ácido está reagindo com um outro componente do
solo. (Se não houver reação é porque esse componente existe em quantidade muito pequena).
4) Que elemento é esse que reage com o ácido?
Volte a analisar a primeira experiência em que, mexendo-se a terra na água esta fica suja.
5) Qual dos componentes do solo é capaz de misturar-se à água deixando-a "suja"?
Usando um pedaço de pano filtre essa água suja em um copo. Continue pondo água limpa até que toda a sujeira tenha sido carregada através do pano.
6) 0 que fica retido no pano?
FAÇA EM CASA - ADUBO ORGÂNICO
Você poderá formar um adubo caseiro na sua própria escola, chácara, sítio ou mesmo em sua própria casa ou apartamento.
Se tiver um local de terra onde possa fazer um buraco mais ou menos fundo, melhor, se não tiver, uma lata de 20 litros
também servirá.
MATERIAL
2 medidas (caixa ou lata) de pó de serragem;
2 medidas de terra;
1 1/2 medida de lixo orgânico picado (restos de comida, casca de frutas e ovos, restos de feira, etc...).
PROCEDIMENTO
Misturar tudo dentro da cova ou da lata.
Cobrir com 5 cm de terra, mas sem tampa e protegida de muita chuva e sol. 0 lugar ideal é debaixo das árvores.
Descansar 30 dias,
Revolver e umedecer se preciso.
Esperar mais 30 dias e revolver novamente, umedecer se preciso.
Trinta dias depois (90 ao todo), estará pronto um ótimo composto orgânico para vasos, hortas ou jardins. Não tem cheiro, nem junta moscas.
MATERIAL
1 tubinho em L com rolha e funil, montados
1 erlenmeyer
1 copinho
1 vela
fósforo
água
PROCEDIMENTO - PERGUNTAS
Monte a experiência conforme o desenho. Tampe bem a saída do tubo com o dedo.
Coloque água no funil. Não solte o dedo (Figura A)
1. Onde está a água?
Agora solte o dedo
2. O que aconteceu?
3. O que estava no erlenmeyer e não deixava a água entrar?
Agora acenda a vela e segure-a. A chama deverá estar distante do bico menos de 1 cm, estando o pavio na "mira" do
tubinho. Em seguida despeje a água no funil e veja o que acontece (Figure B)
4. De onde vem o ar que soprou a vela?
O ar é uma forma de matéria e é invisível. No entanto pudemos provar que existe. Percebemos que a matéria pode existir sem ser vista.
5. Você poderia dar algum outro exemplo que mostra a existência do ar?
A seqüência linear de alimentação, desde os produtores até os diversos consumidores, recebe o
nome de CADEIA ALIMENTAR.
As relações alimentares em um ecossistema não são simples cadeias alimentares. Normalmente
cada nível trófico é representado por diversas espécies, podendo cada qual alimentar-se de or-
ganismos que podem pertencer a dois ou mais níveis tróficos. Ao conjunto das intrincadas
relações alimentares entre populações de um ecossistema dá-se o nome de TEIA ALIMENTAR.
Com o experimento a seguir, você entenderá melhor os conceitos de Cadeias e Teias Alimen-
tares.
MATERIAL
viseiras coloridas
apito
fichas dos componentes da cadeia
PROCEDIMENTO
1. JOGO DA CADEIA
Cada grupo receberá 5 jogos de fichas para a montagem das cadeias alimentares .Nas fichas
os grupos encontrarão dados para que as cadeias possam ser montadas.
Cada grupo terá o tempo de 15 min para montar as cadeias.
Utilizando animais que você conhece, construa pelo menos 2 cadeias alimentares
1.
2.
2. DRAMATIZAÇÃO: PRESA E PREDADOR
• O experimento consiste na dramatização de uma cadeia alimentar onde encontramos PLAN-
TAS -> PREAS -> JAGUATIRICAS. Para que o jogo possa ser realizado, os alunos deverão
seguir as orientações do professor.
Com os dados da tabela do professor preencha a tabela abaixo:
GERAÇÕES PLANTAS PREÁS JAGUATIRICAS
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
PERGUNTAS
1. O que aconteceu com as plantas, preás e jaguatiricas ao longo das gerações? Observe a tabela.
Relacione esta dramatização com o que ocorre na natureza.
CRUZADAS
1. Ser vivo que se alimenta de outra espécie.
2. Nome dado aos seres que causam algum prejuízo às plantações, predando ou parasitando-as.
3. Conjunto de cadeias alimentares ligadas entre si.
4. Caminho que segue o alimento desde os produtores até os decompositores, passando pelos consumidores.
5. Ser vivo que serve de alimento para outra espécie. 6. Inimigo natural de uma praga, utilizada pare combatê-la. 7. Técnica que consiste em combater pragas através de inimigos naturais.
Procedimento 2. Dramatização: Presa e Predador
O experimento consiste em uma dramatização de uma cadeia alimentar onde encontramos PLANTAS -> PREÁS -> JAGUATIRICAS.
A dramatização deverá ser realizada no pátio da escola ou em lugar similar. A classe deverá ser dividida em 3 grupos (com o mesmo número de componentes) para a rodada inicial.
Um grupo representará plantas, o outro preás e o último jaguatiricas. Se o número de alunos não for divisível por três, o excedente deverá ficar no grupo das plantas.
•O grupo que representará as JAGUATIRICAS deverá ser identificado com VISEIRAS ROSA, o dos PREÁS com AZUIS e o das PLANTAS com VERDES.
As plantas ficarão espalha-
das pelo pátio, os preás
deverão ser dispostos em
circulo ficando distantes
1 m das jaguatiricas, que
também estarão dispostas
em circulo, ou seja, os
preás e as jaguatiricas de-
verão ser dispostas em
círculos concêntricos de
forma que as jaguatiricas
fiquem no círculo interno.
O jogo terá 10 rodadas.
Para iniciar uma rodada o
professor deverá apitar 1
vez e para terminá-la, 2
vezes.
Cada rodada terá o tempo de 3 seg.
A cada rodada os alunos deverão ser novamente distribuídos para formar a geração seguinte; os dados das rodadas (número de componentes de cada grupo) deverão ser anotados pelo professor na tabela.
Regras e objetivos PLANTAS:
• As "plantas" deverão ficar espalhadas pelo pátio da escola e permanecer nos seus lugares . Quando apanhadas pelos preás, deverão permanecer no local onde foram apanhadas até a próxima rodada e depois deverão ir para o grupo dos preás.
PREÁS:
• Cada "preá" deve procurar apanhar uma "planta" e evitar ser capturado por uma "jaguatirica". A única defesa possível dos "preás" é abaixarse. Abaixandose, estarão escondidos das "jaguatiricas". Quando apanhados por uma jaguatirica, os preás deverão permanecer no local onde foram capturados até o término da rodada. Na rodada seguinte, estes preás passarão a ser jaguatiricas.
JAGUATIRICAS:
As jaguatiricas deverão tentar capturar um preá.
• Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada seguinte, como plantas. EXPLICAÇÃO: Os animais que não conseguiram alimento morreram de fome. Seus corpos foram decompostos e deles só restaram os sais minerais que as plantas incorporam. Por isso voltam como plantas.
• Os "preás" e "jaguatiricas" que conseguiram alimento continuarão respectivamente, como "preás" e "jaguatiricas". EXPLICAÇÃO: Preás e jaguatiricas que conseguem alimentos são bem sucedidos. Isto permite que se mantenham saudáveis e se reproduzam, garantindo novos indivíduos pare a geração seguinte. Por isso, os alunos que representam estes animais continuam, respectivamente, como preás e jaguatiricas.
• As "plantas" que foram capturadas voltam como "preás". Os "preás" capturados voltam como "jaguatiricas". EXPLICAÇÃO: Quando um ser vivo serve de alimento pare outro, as substâncias que formam seu corpo passam a fazer parte desse outro ser. Por isso as plantas capturadas pelos preás voltam como preás e os preás capturados pelas jaguatiricas voltam como jaguatiricas.
Objetivo Através do jogo, com base na cadeia alimentar e através da tabela e do gráfico, o aluno terá noções da dinâmica de populações.
Duração 10 min
SUGESTÃO:Dramatização - Controle Biológico
Este experimento consiste em uma dramatização que deverá ser realizada no pátio da escola ou em lugar similar.
Procedimento • A classe deverá ser dividida em 3 grupos (com o mesmo número de componentes). Se o número de alunos não for divisível por três, o excedente deverá ficar no grupo das plantas.
• O 1° grupo representará a PLANTAÇÃO e deverá se identificado por uma VISEIRA VERDE.
• O 2° grupo representará o CONTROLADOR BIOLÓGICO (predador da praga) e deverá ser identificado por uma VISEIRA AZUL.
• O 3° grupo representará a praga que deverá ser identificado por uma VISEIRA ROSA.
Os grupos deverão ser
dispostos paralelamente, dis-
tantes 2 m um do outro. A
posição central deverá ser
ocupada pelo grupo dos con-
troladores. As posições
laterais deverão ser ocupadas
pelos outros grupos, ou seja, o
grupo das plantas de um lado
e o das pragas do outro (ver
esquema ao lado).
Regras do Jogo Para iniciar a rodada, o professor deverá apitar uma vez, após 3 seg de verá apitar 2 vezes para conclui-la.
• O jogo deverá ter 5 rodadas.
• As pragas deverão tentar capturar uma planta e os controladores biológicos deverão tentar impedir que isso aconteça, capturando a praga antes que esta consiga chegar até as plantas.
• A seguir, as regras e objetivos de cada grupo:
PLANTAS:
• As plantas deverão permanecer em seus lugares. Quando apanhadas pelas pragas, elas passarão também a ser pragas, voltando, juntamente com seu captor, para o lado delas.
PRAGAS:
• As pragas deverão atravessar a região ocupada pelos controladores, evitando ser capturadas por eles. O objetivo das pragas é capturar as plantas. Quando uma praga capturar uma planta, esta deverá ficar segurando a mesma no local onde a capturou esperando o término da rodada. Quando a rodada terminar, as pragas deverão levar as plantas capturadas para o seu grupo, pois estas passarão também a ser pragas.
CONTROLADORES:
• Os controladores deverão tentar apanhar as pragas, evitando que estas capturem as plantas, podendo para isso se deslocarem para capturálas. Quando o controlador apanhar uma praga, ele deverá permanecer no local onde a capturou esperando o término da rodada. Quando a rodada terminar, os controladores deverão levar as pragas capturadas para o grupo dos controladores, pois estas passarão também a ser controladores.
• Após 5 rodadas, o professor deverá contar o número de plantas e o de pragas.
• Se o número de plantas for maior que o de pragas, isso significa que os controladores são eficientes e a produtividade agrícola tenderá a aumentar.
• Se, por outro lado, o número de pragas for maior que o número de plantas, isso significa que o controlador não está sendo eficiente e a produtividade agrícola tenderá a diminuir.
Objetivo Através do jogo e com base na cadeia alimentar, o aluno deverá conseguir entender o que é e qual a importância de um controle biológico.
Recomendações • O professor deverá, antes de se iniciar o jogo, explicar para todos os alunos as regras do mesmo.
• Para facilitar a compreensão por parte dos alunos, o professor deverá mostrar a cadeia alimentar referente ao jogo ou seja:
PLANTAS -> PRAGAS -> CONTROLADORES BIOLÓGiCOS.
SUGESTÃO: Se no final das 5 rodadas o n° de pragas for maior que o inicial, uma sugestão ao professor é que mude o grupo de alunos que representaram os controladores por um outro grupo, para ver se estes controladores são mais "eficientes" que o grupo anterior.
Definição: O controle biológico é uma técnica utilizada para combater espécies que nos são nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. Comente, este método consiste em introduzir no ecossistema um inimigo natural (predador ou parasita) da espécie nociva, para manter a densidade populacional dessa espécie em níveis compatíveis com os recursos do meio ambiente. Quando bem planejado, o controle biológico acarreta evidentes vantagens em relação ao uso de agentes químicos, uma vez que não polui o ambiente e não causa desequilíbrios biológicos.
Duração 10 min
MATERIAL
fósforo
1 copo
1 pegador
1 1amparina
1 vidrinho de remédio, vazio, trazido de casa
água
Cuidado: Verifique se o vidrinho está bem
limpo. Não pode conter resto de remédio!
PROCEDIMENTO
Coloque a lamparina em sua mesa e acenda-a.
Segure o vidrinho com o pegador e aqueça-o.
A seguir, mergulhe-o rapidamente no copo com água fria
PERGUNTAS
1. 0 que aconteceu com o vidrinho?
2. Por quê ?
3. 0 que esta experiência tem a ver com as rochas ?
INTRODUÇÃO
Uma das propriedades do solo, importante para a agricultura, é a sua
permeabilidade, que você vai estudar nesta experiência.
MATERIAL
cada equipe deve trazer jornal velho
8 copinhos
4 suportes
4 funis
1 espátula
areia- copo ocre
argila copo cinza escuro
¸ húmus copo marrom
calcário copo cinza claro
água
PROCEDIMENTO
Forre a carteira com folha de jornal;
Coloque um funil sobre cada suporte;
Usando a espátula encha cada funil, até a
metade, com um tipo de componente do solo;
Encha de água os 4 copinhos e despeje-a
vagarosamente e ao mesmo tempo nos funis
PERGUNTAS
1.Onde foi mais difícil a água passar?
2.Examine com atenção cada componente do solo. Anote as diferenças. Por quê a água não escoa igualmente em todos os solos?
3. Limpe o funil que continha húmus, faça uma mistura de argila com areia em um copinho e coloque neste funil. Compare a permeabilidade desta mistura com a permeabilidade da areia e da argila separadas.
4. Em geral, um bom solo para a agricultura não pode ter uma permeabilidade muito grande nem muito pequena. Porquê?
INTRODUÇÃO
Você já viu o que compõe o solo. Vamos ver se todos esses
componentes estão presentes no solo de sua região, ou
melhor, na terra do pátio da escola.
MATERIAL
Cada equipe deve trazer jornal velho.
1 lamparina
1 pá
2 copos
1 pedaço de pano
Ácido clorídrico
Vidro de relógio
1 espátula
Fósforo
Água
Terra de jardim (pegar no pátio da escola).
PROCEDIMENTO-PERGUNTAS
Forre a carteira com folhas de jornal.
Pegue um pouco de terra com a espátula e coloque em um copo. Despeje água sobre ela e mexa. Observe com muita
atenção.
1) 0 que aconteceu? Qual dos componentes existentes na terra está saindo?
Pegue um pouco de terra seca e coloque na pá (ver figure). Segure a pá e aqueça-a com a lamparina. Coloque o vidro de
relógio sobre a terra que está sendo aquecida, sem encostar, e observe.
2) 0 que aconteceu no vidro? Por quê?
Continuando a aquecer essa terra você pode observar que ela muda de cor e sai fumaça.
3) Que componente da terra esta sendo queimado?
Apague a lamparina, espere 5 minutos, e nesta terra que estava sendo aquecida, pingue algumas gotas de ácido e observe.
Se você ver borbulhar ou ouvir um pequeno "chiado" significa que o ácido está reagindo com um outro componente do
solo. (Se não houver reação é porque esse componente existe em quantidade muito pequena).
4) Que elemento é esse que reage com o ácido?
Volte a analisar a primeira experiência em que, mexendo-se a terra na água esta fica suja.
5) Qual dos componentes do solo é capaz de misturar-se à água deixando-a "suja"?
Usando um pedaço de pano filtre essa água suja em um copo. Continue pondo água limpa até que toda a sujeira tenha sido carregada através do pano.
6) 0 que fica retido no pano?
FAÇA EM CASA - ADUBO ORGÂNICO
Você poderá formar um adubo caseiro na sua própria escola, chácara, sítio ou mesmo em sua própria casa ou apartamento.
Se tiver um local de terra onde possa fazer um buraco mais ou menos fundo, melhor, se não tiver, uma lata de 20 litros
também servirá.
MATERIAL
2 medidas (caixa ou lata) de pó de serragem;
2 medidas de terra;
1 1/2 medida de lixo orgânico picado (restos de comida, casca de frutas e ovos, restos de feira, etc...).
PROCEDIMENTO
Misturar tudo dentro da cova ou da lata.
Cobrir com 5 cm de terra, mas sem tampa e protegida de muita chuva e sol. 0 lugar ideal é debaixo das árvores.
Descansar 30 dias,
Revolver e umedecer se preciso.
Esperar mais 30 dias e revolver novamente, umedecer se preciso.
Trinta dias depois (90 ao todo), estará pronto um ótimo composto orgânico para vasos, hortas ou jardins. Não tem cheiro, nem junta moscas.
MATERIAL
1 tubinho em L com rolha e funil, montados
1 erlenmeyer
1 copinho
1 vela
fósforo
água
PROCEDIMENTO - PERGUNTAS
Monte a experiência conforme o desenho. Tampe bem a saída do tubo com o dedo.
Coloque água no funil. Não solte o dedo (Figura A)
1. Onde está a água?
Agora solte o dedo
2. O que aconteceu?
3. O que estava no erlenmeyer e não deixava a água entrar?
Agora acenda a vela e segure-a. A chama deverá estar distante do bico menos de 1 cm, estando o pavio na "mira" do
tubinho. Em seguida despeje a água no funil e veja o que acontece (Figure B)
4. De onde vem o ar que soprou a vela?
O ar é uma forma de matéria e é invisível. No entanto pudemos provar que existe. Percebemos que a matéria pode existir sem ser vista.
5. Você poderia dar algum outro exemplo que mostra a existência do ar?
O pedagogo precisa sempre estar atualizado, não se pode formar e estacionar em uma escola hoje ele precisa muito mais do que pegar na mão do aluno e ajudar ele a escrever, tem se como objetivo formar um cidadão críticos capazes de mudar a sociedade pela qual vivemos, tem que estar sempre aprendendo seja com seu aluno, com seu companheiro de trabalho, com a família ou com o amigo, apesar de que estes pilares da educação servem de base para tudo que se tem hoje, umas das causas pela qual a profissão de pedagogo tem aberto novos caminhos.
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Projeto de Leitura
O projeto leitura em casa, quer te levar para o mundo da leitura, através de visita em sua casa, com todos os cuidados possíveis. O ambiente familiar e as experiências que a criança vive em seu dia a dia têm grande influência no seu desenvolvimento. Isso é verdade também no que diz respeito à leitura: o hábito de ler em família ajuda no desempenho escolar durante a infância, contribuindo para a aprendizagem ao longo da vida. E para isso o Sarau da Tia Mila veio para reunir as famílias, para uns únicos momentos de suas vidas, pois vocês pais irão poder sentar com os seus filhos para ler.
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